24.7.09

CRÔNICA: SEXTÃO EM NOVA LUZ

Sete e meia da manhã e a turma de evangelização infantil, com alguns agregados acima e abaixo da idade já se reuniam para um programa diferente. Os pré-adolescentes iriam ajudar a festa junina preparada para as crianças da evangelização do núcleo que funciona em uma das regiões mais carentes da Grande BH.

Autorizações escritas dos pais em mãos, aguardamos que uma mãe esquecida chegasse esbaforida de carro, trazendo o papel que esquecera para que a filha pudesse seguir com o grupo.



Figura 1: Sextão com as prendas preparadas para distribuir em Nova Luz


O bairro Rosaneves fica em Ribeirão das Neves, considerada cidade dormitório por alguns analistas econômicos e região de criminalidade violenta pela Polícia Militar. Seguimos a BR040 até a entrada para Esmeraldas e entramos à direita. O comboio de carros de passeio seguia em fila indiana, e dentro dos veículos a conversa era animada.

Ao chegar ao bairro, a paisagem modifica. Casas simples em uma arquitetura horizontal, um comércio ativo porque era manhã de sábado e uma comunidade evangélica em cada quarteirão. Muitas destas comunidades eram simples como o povo, mas a igreja da Universal se destacava com sua altura acima da linha dos telhados e as grandes janelas azuis, penso que indicando prosperidade em meio à simplicidade.


Figura 2: Vista da região ao fundo de Nova Luz
Apesar de já estarmos auxiliando nossos irmãos de Nova Luz há alguns anos, eu nunca havia estado pessoalmente. Vi através de fotos a construção pequenina no imenso terreno doado pela generosidade de um amigo do Sr. Arnaldo, ex-diretor de nossa casa. Com o passar dos anos, o Célia Xavier foi apoiando a construção de novos espaços para atividades.

Chegamos cedo, mas já havia crianças e mães à porta, esperando, álacres.

A coordenadora da evangelização e o diretor do núcleo nos receberam, com entusiasmo e afeto, apresentaram os trabalhadores voluntários da região e os que vêm de Belo Horizonte todas as semanas para auxiliar na cozinha e nas aulas. A maioria é de jovens, trabalhando lado a lado com adultos, como é o caso do Dr. Felipe, médico que ajuda na preparação do lanche e põe a mão na massa na hora da limpeza.


Figura 3: Voluntários da cozinha preparando o lanche do dia

As paredes são simples e o salãozinho estava decorado com frases da mediunidade de Chico Xavier e da codificação em banners feitos com dedicação e pequenos problemas de ortografia.

As salas de aula foram transformadas em barraquinhas de jogos: boca do palhaço, latas empilhadas, arremesso de argolas e outros, tão característicos das festividades juninas.

Aos poucos as crianças foram entrando e eu saí para a rua para conversar com os membros da população que foram atraídos pela curiosidade. Uma criança, que não publicarei o nome nem a foto, olhava por detrás do gradil procurando pelos colegas que já haviam entrado. Eu perguntei se ele conseguia ver alguma coisa, e nós dois ficamos meio decepcionados, porque as janelas abertas e as filas não permitiam ver os jogos. Eu perguntei porque ele não entraria e ele me respondeu chateado que não podia porque ali era um Centro Espírita e os pais evangélicos jamais o inscreveriam na evangelização espírita. Solidário, perguntei se ele não ia no culto ou na escola infantil da igreja evangélica que os pais freqüentavam, e ele apenas me disse que não gostava de lá.


Figura 4: Sextanistas em uma janela traseira de Nova Luz

As crianças entravam e recebiam cartões que indicavam o número de vezes que poderiam jogar (e ganhar alguma coisa, uma pipoca doce, uma prenda...) Os impressos eram do DCE da UFMG, iam ser jogados fora após seu uso em alguma comemoração, e a coordenadora resolveu dar uma nova utilidade antes de reciclá-los. Até o papel impresso enchia os olhos das crianças.

Os motoristas fomos visitar o terreno e ouvir os planos que os olhos brilhantes do Carlos tinham para aquela luz acesa na comunidade. Uma fábrica de vassouras, tendo em vista a auto-sustentação, uma plantação de flores, um novo espaço para as atividades que vão surgindo com a adesão dos moradores da região ao grupo e ao Espiritismo.

Fiquei de enviar a ele possibilidades de captação de recursos para a efetivação de seus projetos.



Figura 5: Crianças em fila com os cartões para o acesso aos jogos

Veio a quadrilha em um pátio pequenino, mas animado. Evangelizadores e evangelizandos dançavam juntos a tradição e as evoluções universais desta manifestação cultural brasileira.

Figura 6: Saindo...

Foi chegando a hora de arrumar tudo, e a turminha do sextão estava cansada. Sempre foram participantes, mas naquele dia eram trabalhadores. As crianças menores que vieram conosco aproveitaram para brincar nas salas vazias e alguns dos meninos da região aceitaram brincar sem ganhar prêmio, e foi minha vez de organizar a diversão.


Figura 7: Biblioteca de livros espíritas

Terminada a evangelização ainda encontramos membros da comunidade na biblioteca, trazendo e levando livros espíritas para casa. Outros estavam prontos para as aulas de informática, em um pequeno laboratório com máquinas já antigas, mas úteis para a inserção digital dos interessados.

Figura 8: O instrutor no laboratório de informática (à direita)

Tudo organizado, voltamos cansados e felizes para os carros e voltamos conversando durante os quarenta e cinco minutos de estrada. O Henrique, de sete anos estava satisfeito. Perguntei a ele se gostava mais da atividade ou das aulas de evangelização, que ele me respondeu com a honestidade franca infantil: - Você está brincando? É claro que a excursão é melhor!

22.7.09

LIVROS ESPÍRITAS OU DE MERCADO CONSUMIDOR ESPÍRITA?

Figura 1: Livros (foto de sharkinho)



Dalmo Duque dos Santos fez uma oportuna reflexão sobre o novo mercado de livros espíritas que está em funcionamento. http://observadorespirita.blogspot.com/2009/07/paixao-pelos-livros.html

A questão dos romances açucarados que ele comenta é real e gostaria de adicionar minha opinião ao tema.

O romance, os contos e outras formas narrativas costumam ocupar o lugar de entretenimento, mas grandes escritores articulam sua história com o seu olhar sobre o mundo, que pode ser de crítica social, às vezes de análise psicológica, ou discutindo um tema de interesse do seu público leitor (sem cair no pedagogismo, que na minha opinião costuma empobrecer a narrativa). Ele intercala sua intenção de proporcionar uma leitura prazerosa com um algo mais.

Quando penso na literatura espírita, tão desconhecida pela maioria dos nossos especialistas universitários, não me esqueço da experiência pessoal de se ler livros como “Renúncia”, de Emmanuel, Memórias de Um Suicida, de Camilo (com comentários de Léon Denis, como nos mostrou o Pedro Camilo), “A Mansão Renoir”, de Alfredo, “Dor Suprema”, de Vítor Hugo, o notável “Memórias do Padre Germano” escrito a partir do ditado psicofônico do espírito Germano por Amália Domingos Soler, “Os Luminares Tchecos” de Rochester, entre muitos outros.

Estou evitando os novos autores intencionalmente, por uma razão: tenho lido menos romances .

Penso que o Dalmo concorda comigo: ele não levanta sua pena (melhor falando, seu teclado) contra o gênero literário, mas contra uma mentalidade, que é a mentalidade meramente comercial.



Esta mentalidade não nasce nos editores, nem nos distribuidores, mas está no centro espírita, nas livrarias e bibliotecas espíritas, e pior, principalmente nos Clubes de Livro espírita. Está em quem consome e em quem forma opinião.

As livrarias acham cômodo comprar dos distribuidores, que estão cada vez mais influentes junto às editoras e divulgam com peso os livros que consideram comerciais, alguns de boa e outros de má qualidade.

Os Clubes do Livro, que também são viabilizadores da edição de livros, também optam pelos açucarados para evitar reclamações e fidelizar clientes. Primeiro eles formam seu público e depois reclamam de não ter opção. Em Belo Horizonte o CLUBAME, quase na contramão desta tendência, tem adotado uma conduta divergente, que é a de distribuir três gêneros de livros: um romance, um livro de estudos e um livro infantil. E estão cheios de leitores e projetos futuros.

As bibliotecas não compram livros. Geralmente fazem campanhas e escrevem cartas pedindo doações. Não fazem sequer um pedido orientado de doações junto aos frequentadores das sociedades espíritas, ou seja, não administram seu acervo. Quando compram, o fazem direcionadas pela procura dos leitores, ou seja, Kardec (ainda bem), André Luiz (geralmente a série a vida no mundo espiritual) e romances, muitos romances. Como são bibliotecas de empréstimo domiciliar e dificilmente de estudos, são poucas as que têm obras raras e edições antigas, tão necessárias à pesquisa séria.

Os expositores, contudo, são os grandes formadores de opinião na casa espírita. Fiquei curioso para ler Inácio de Antioquia, depois de uma palestra que minha esposa assistiu de um sério colega espírita mineiro. Se eles não apresentam e discutem os livros com seu público, não será um belo projeto gráfico que irá atrair o público leitor, geralmente conservador em matéria de Espiritismo. O público se interessa pelo que eles divulgam (e pelo que criticam também).

Isto nos leva a uma outra questão, os livros sensacionalistas, repletos de novidades improváveis e fantasiosas, geralmente sobre a vida no Plano Espiritual, mas isto fica para um outro artigo, porque este já está muito extenso...

20.7.09

ACESSE O BLOG OFICIAL DO FILME CHICO XAVIER - BRASIL

Figura 1: Painel com fotos do Chico de 1931 a 1959 publicado no blog

As filmagens começaram e com elas um blog oficial que permite que os interessados vejam aos poucos a criação do filme que emocionará o país. Eu me senti como um fã de clube de futebol que vai ao treino com os amigos e procura uma brecha no alambrado para poder ver o time do coração jogar.
Brasileiro sabe jogar bola e sabe fazer cinema. O que atrapalha é o dinheiro, que cada vez mais controla estas duas nobres artes. Penso, ao ver tão belas fotos, que o vil metal perderá desta vez para o talento.
Aos que têm espírito brasileiro e não querem perder nenhuma cena ou fotografia, recomendo o http://www.chicoxavierofilme.com.br

14.7.09

ENCONTRO NACIONAL DA LIHPE ABRE INSCRIÇÃO DE PÔSTERES - SP


Um pôster é uma forma de comunicação em congressos na qual o autor faz uma síntese do seu trabalho e o deixa disponível para visitações pelos participantes.

O 5º. ENLIHPE está adotando tamanho padronizado, mas pode haver variação no conteúdo conforme a área de conhecimento e o objetivo do pôster. É uma forma interessante de divulgar o resgate da memória para o público, como a constituição de uma instituição espírita, a vida de uma personalidade importante para a casa ou o movimento espírita, etc. É, originalmente, um apoio visual para a comunicação rápida de um trabalho de pesquisa realizado ou em curso, mas que já apresenta resultados e pontos de discussão.

Ele deve ser impresso em gráfica rápida, impresso em papel AP180 gramas ou AP240 gramas (vulgarmente conhecido como papel para impressão de banner) ou papel couchê. Nas seguintes especificações:

Largura: 90 cm
Altura: 100 cm

Conteúdo:
- Título
- Autoria
- Introdução
- Objetivos
- Método
- Análise de dados
- Resultados
- Referências

Os pôsteres podem ser enviados em arquivo digital, junto da inscrição no evento para
5enlihpe@ccdpe.org.br. A impressão fica a cargo dos autores, que deverão levá-lo(s) no primeiro dia do evento para exposição. Não serão devolvidos pôsteres pelo correio, os autores que os quiserem de volta deverão levá-los após o encerramento do evento. A inscrição para participação do 5o. ENLIHPE custa R$50,00 (cinquenta reais). Vide link no fim desta publicação.

O conteúdo dos pôsteres poderá ser utilizado para publicação posterior. Os autores cedem seus direitos autorais ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro no ato da inscrição do trabalho.

Bem-vindos ao evento.
Saiba mais sobre o evento em publicações anteriores deste blog e no site do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro. (http://www.ccdpe.org.br/)

12.7.09

UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA DIVULGA PALESTRAS COMEMORATIVAS DOS 100 ANOS EM SEU SITE


Figura 1: Mesa do Salão União Espirita Mineira
Perdoem os leitores se publico algo da minha experiência pessoal, mas falar na União Espírita Mineira tem sempre um significado diferente para mim. A atual sede, em alguns anos será substituída por uma outra, maior e mais adequada às necessidades de Minas Gerais. Se eu fosse ufanista, diria que o atual governador do estado imitou a idéia da diretoria da União ao criar um novo centro administrativo.

Ano passado tive o prazer de ser convidado a participar de um evento de comemorações dos Cem Anos da UEM.

Mesmo após as reformas empreendidas ao longo dos anos e com intensidade na gestão do Honório Abreu, o prédio continua com seus elementos identitários. A rua simples do centro velho de Belo Horizonte, próxima à rodoviária, a loja ao lado que vende artefatos de umbanda, para a ironia dos transeuntes, o burburinho diário do comércio que se transforma em um espaço quase furtivo à noite, apesar de não ficar nem um pouco deserto.

Na entrada principal, a livraria, hoje ampliada e com expositores que dão acesso ao público dos muitos livros espíritas que parecem pedir para serem retirados das estantes. O balcão aumentado dos livreiros que um dia me venderam fiado o livro “Há Dois Mil Anos”, porque com minha atenção adolescente não conseguia encontrar o dinheiro que levei para adquiri-lo.

Subindo a escadaria, encontramos o salão, que continua quase o mesmo. Conta-se que no seu antecessor da sede velha, Chico Xavier psicografou Humberto de Campos, no dia em que se chamou a Agrippino Grieco, em 1939 para verificar se seu amigo de academia retornava do além. Nele passaram grandes expoentes da Doutrina Espírita, como Jorge Andréa dos Santos, Suely Caldas Schubert, Hermínio Miranda, Martins Peralva... Nele o presidente da FEB viu o mestre de cerimônias convocar todos os representantes de cidades e instituições espíritas mineiras, que foram esvaziando as cadeiras e lotando o palco ao fundo, após anos de ausência representativa da grande entidade brasileira. Nele falava Rubens Romanelli, com seu português castiço e acotovelavam-se pessoas simples, em reuniões semanais quase anônimas, trazendo seus dramas pessoais e seu desejo de conhecer a palavra dos estudantes de Allan Kardec. Nele também um dia funcionou as reuniões da mocidade “O Precursor” que tantos trabalhadores formou para espalhar pelo Brasil e pelo exterior e um dia fiz uma palestra com a presença de um pastor evangélico, que por detrás de uma aparente fachada de respeito, vinha com a eterna intenção de converter e constranger.

Não me recordo ao certo se subi ao segundo andar. Se me conheço bem, mesmo tendo chegado na hora exata, não devo ter resistido. Lá fica a antiga sala 24 que abrigou os cursos de José Mário nas segundas feiras, de Manoel Alves nas terças e de Honório Abreu nas quartas, que também formaram trabalhadores que hoje integram o movimento mineiro e que sempre me reafirmam suas saudades quando associam o meu Sampaio ao de meu pai. Foi lá que recebi a notícia da desencarnação do dentista espírita, pequeno em estatura mas grande em dedicação e disciplina no trabalho.

Foi também na União que acompanhei, pequenino, às aulas de evangelização de Dona Maria Abreu, e que jovem vi as reuniões de representantes para decidir sobre a Evangelização Infantil no Estado. A União abrigou durante anos a sede da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, que tem crescido com o crescimento do Espiritismo na capital mineira.

Recordei-me das reuniões de organização das COMEBHs, Confraternizações de Mocidades Espíritas de Belo Horizonte, abrigadas inicialmente nas instalações da escola fronteiriça ao Caminhos para Jesus e hoje espalhadas pela capital mineira e arredores no período de carnaval, mas no coração de seus participantes de diversas gerações, já que se passou mais de um quarto de século quando Carlão e Telma Núbia coordenaram a primeira.

É um prédio tão vivo de recordações, que um inglês certamente o consideraria um casarão mal assombrado, para ser corrigido pelo discípulo francês de Kardec que diria, mal assombrado não, apenas assombrado.

Depois de tanta emoção, semi-oculta por um sorriso aberto, leopoldiano, fui recebido pelos amigos que dão continuidade aos trabalhos. O juiz Brás, de cabelos grisalhos, o Earle com a cabeça brilhante, a simpática Roberta, antiga professora de Tai Chi e hoje dirigente de trabalhos, o Álvaro e toda a sua família, até mesmo as mais recentes aquisições, os amigos de anos que, num ato de caridade iam apoiar o expositor e matar saudades com um abraço fraterno antes ou depois dos trabalhos da noite.

Fiquei imaginando se lá não estariam personagens que construíram a casa, ou que a mantiveram em momentos difíceis: Bady Elias Curi, Maria Philomena Aluotto Berutto, Honório Abreu, Martins Peralva, Cícero Pereira, Rubens Romanelli e outras pessoas trabalhadoras, dedicadas, nunca perfeitas, mas que fizeram ocupar com seu trabalho um espaço na memória coletiva dos espíritas belorizontinos.

Naquela noite, a música preencheria os espaços da alma e uma voz cristalina, acompanhada de um arranjo virtuoso prepararia o ambiente para um trabalho que seria a base do estudo realizado meses depois na paulicéia.

As câmeras registraram, impiedosas, o estudo e hoje a União celebra seus cem anos publicando na página principal a gravação transformada em filme da internet. Não falarei mais nada, apenas deixarei o link com o leitor curioso e persistente, capaz de acompanhar quase uma hora de palestras ou desejoso de conhecer a pouca habilidade com a palavra oral do escriba que se oculta por detrás do Espiritismo Comentado.


8.7.09

VIAGENS ESPÍRITAS

Foto 1: Foto de Formatura de José Mário

Desde quando me entendo por gente, José Mário Sampaio viajava a serviço do Espiritismo. São muitas as cidades do interior do estado mineiro onde esteve, algumas nos estados limítrofes.
Ao que me lembro, ele custeava suas próprias despesas. Uma vez ele recusou um convite para participar de um encontro sobre passes, em Goiânia, por não ter condições de arcar com as despesas da viagem. Esta foi, talvez, uma das poucas viagens cujas despesas com passagens aéreas foi custeada pelo organizador.
Ele tratava de mediunidade, passes, evangelho e temas doutrinários em seus estudos. Não fazia conferências, mas era capaz de falar por duas horas seguidas sem que as pessoas mostrassem cansaço ou tédio. A palavra fluía fácil e os exemplos eram muito próximos da realidade do público.
Era seguro em suas afirmações e evitava os conflitos e confrontos desnecessários com o público. Não rendia questões polêmicas, tão ao gosto de alguns companheiros de doutrina.
Nas viagens se via muita coisa. De um lado, esforços sublimes, pessoas de dedicação e decisão, instituições com pouquíssimos recursos e muita ação regional. Do outro se viam as bizarrices como “cadeiras de segurar espíritos” (tratava-se de uma cadeira para a contenção do médium) e as práticas sincréticas e supersticiosas, como o uso de pão e vinho nas sessões espíritas. Ele sempre pugnou por uma prática espírita fundamentada, racional e sem misticismo.
Não se envolvia em polêmicas extensas, das que as réplicas vão sucedendo-se infindáveis. Dava sua opinião e respeitava o interlocutor, ainda que discordando dele.
Um dos problemas com que tinha que lidar era a queixa sistemática de uma maior presença da União Espírita Mineira no interior. Muitas vezes ele era enviado em nome do órgão federativo mineiro. Desde a década de 40, criou-se o Conselho Federativo do Estado de Minas Gerais – COFEMG, que é um órgão representativo, responsável por traçar diretrizes para a ação do movimento espírita mineiro. Este órgão tem prestado muitos serviços para a causa espírita, mas, como qualquer órgão deste porte, costuma ser questionado por lideranças e trabalhadores locais. Apesar das reuniões sistemáticas e cada vez mais representativas, falta a este órgão um orçamento capaz de possibilitar ações coletivas mais substanciais. Na ausência de recursos, todo tipo de deliberação tem que contar com a adesão voluntária e a generosidade dos empreendedores que nem sempre se apresentam ou disponibilizam tempo suficiente para a consolidação das idéias. Cabe uma parcela significativa à União Espírita Mineira para o custeio dos encontros e projetos, e a União não recebe contribuição financeira dos centros espíritas que se afiliam, mantendo-se com base em um quadro de sócios, na venda de livros e em algum patrimônio que foi recebendo nestes quase cem anos de funcionamento, se não estiver enganado.
Como expositor enviado pela União, José Mário costumava ser questionado em público sobre uma participação mais efetiva da federativa na cidade que o recebia. Eu fui testemunha disto por diversas vezes. Algumas vezes os confrades cobravam de forma respeitosa, em particular, outras não.
Papai era um mineiro aos moldes da tradição. Ele costumava responder:
- “Não sou diretor da União, não sou membro do conselho, nem sócio sou. Sou apenas um tarefeiro que vem com boa vontade atender ao seu convite. Não há como responder em nome da União Espírita Mineira.” ... e encerrava o assunto.

7.7.09

CASA DIA: UM PROJETO DE APOIO A QUEM QUER FICAR DE "CARA LIMPA"



A Janete, da Fraternidade Luiz Sérgio, solicitou que o EC divulgasse sua atividade de ação social. Eles desenvolveram um conjunto de atividades para auxiliar pessoas que estão lutando para ficar livres da dependência química (Álcool, drogas, etc.).

É uma iniciativa inteligente, que atinge um segmento geralmente estigmatizado pela sociedade, parabéns à Fraternidade. Não sei informar sobre custos, peço à Janete que me auxilie enviando mais informações. Leiam o texto abaixo enviado pela Fraternidade.


Casa Dia - Projeto Afeto

Trata-se do acolhimento dos recuperandos no horário das 8:00 h às 18:30 h, com o objetivo de mantê-los em atividade e amparados espiritualmente, enquanto assimilam conhecimentos que os fortalecerão no processo de abstinência e na luta contra a dependência.
Atualmente estamos nos dedicando àqueles que, embora consigam manter-se abstinentes de segunda a sexta-feira, acabam sucumbindo aos sábados e domingos. Para esses mantemos toda uma estrutura de apoio e assistência aos finais de semana, oferecendo:

  • Grupos de apoio – Programa Renascer
  • Técnicas de abstinência
  • Dinâmicas de Grupo
  • Assistência e tratamento Espiritual
  • Meditação
  • Atendimento Fraterno
  • Arteterapia
  • Cerâmica
  • Desenho e Pintura
  • Esportes
  • Atividades alternativas (vídeos – informática - alfabetização)
  • Café da manhã, almoço e lanches

Aos sábados e domingos de 8:00h às 18:30h.
Rua Três Pontas 2055 – Padre Eustáquio – BH
Telefone: (31) 3082-6037

http://www.fraternidadeluizsergio.org.br

5.7.09

EVANGELIZAÇÃO INFANTO-JUVENIL: UM RECURSO CRIATIVO



Figuras 1 e 2: Frente e verso de um cartão distribuído aos alunos


Uma forma de organizar as aulas de evangelização que pode levar à monotonia e ao desinteresse é a tradicional aula de exposição dialogada que começa com uma música, passa para uma história seguida de explicações, depois uma atividade de fixação e mais música.

Com o advento do computador e o desenvolvimento da pedagogia, outras concepções de educação e recursos práticos podem mudar a relação entre evangelizandos e evangelizadores. Para tanto, as aulas têm que ser pensadas e criadas uma a uma, levando em consideração os objetivos, tema, o contexto, os recursos que serão empregados, a participação ativa do aluno na construção do conhecimento e o perfil da turma.

Um recurso que interessou aos alunos de uma turma de pré-adolescentes e que evitou que o conteúdo da aula se dissipasse na mente deles ao final de alguns dias foi o cartãozinho que o Marcus Vinícius Papa Lobo criou com suas habilidades de comunicador social.

A equipe de evangelizadores tratou do caráter do Espiritismo, tema considerado abstrato e teórico, com poucas âncoras na experiência passada dos alunos, o que o torna difícil e volátil.

Após a aula, eles distribuíram este cartãozinho colorido, impresso em um papel de gramatura maior, do tamanho de um cartão de visita, que os alunos podem guardar na carteira, se quiserem. Ele apresenta conceitos breves de ciência, filosofia e religião e propõe uma questão na frente. No verso, Papa recortou um comentário de Kardec, que as pessoas costumam citar pelas metades (destacando a parte que interessa aos seus pontos de vista), em resposta à questão proposta.

Este simples cartãozinho poderá fomentar reflexões posteriores e com certeza sintetiza as discussões de um dia de trabalho, sem falar do o entusiasmo de quem o recebeu, que com certeza ainda está em um mundo de cards, figurinhas e adesivos.

1.7.09

ENGAJADOS

Figura 1: Convite distribuído aos alunos da turma de 11 e 12 anos
Há alguns anos eu ouço uma lamentação dos programas de evangelização infantil quanto à evasão das crianças das sociedades espíritas, quando elas se tornam adolescentes e são convidadas a ir para as mocidades e juventudes espíritas.
Algumas sociedades espíritas modificaram seu organograma e criaram os Departamentos de Infância e Juventude, mas as atividades continuam estanques, com coordenações que apenas se reúnem de tempos em tempos para comunicar o que fazem.
Este ano tenho acompanhado algumas iniciativas muito interessantes, com a nossa turma de pré-adolescentes de 11 e 12 anos (Eles se auto-intitulam Sextão, porque são o Sexto Período de Evangelização). Um dos coordenadores da mocidade tornou-se também evangelizador e em conjunto com suas duas colegas têm realizado iniciativas para que seus alunos participem e conheçam a sociedade espírita que frequentam.
No final do semestre eles estão incentivando duas iniciativas.
A primeira é a tradicional ajuda à organização da festa junina na qual interagem entre si fora de sala de aula, com os jovens da mocidade que passam a conhecer e com os trabalhadores da casa que se voluntariam.
Nossa sociedade espírita tem quatro unidades geográficas em lugares diferentes. Uma fica na cidade de Ribeirão das Neves, vizinha da capital mineira e com muitos problemas sociais. A unidade é conhecida como Nova Luz, mas a distância (e o pouco interesse) distanciam os frequentadores de BH de lá e vice-versa.
No próximo sábado os alunos do Sextão irão preparar um presentinho para as crianças que frequentam a evangelização de Nova Luz e no dia 11 irão em caravana visitá-las.
Não preciso dizer da motivação de todos para realizar a atividade. Apenas as crianças autorizadas pelos pais irão participar desta "aventura".
Este tipo de iniciativa cria vínculos mais profundos que as tradicionais aulas, geram amizades, confiança com os adultos, consciência social e possibilita que formem grupos de amigos entre os colegas da sociedade espírita, coisa fundamental para que desejem participar das mocidades durante o período da adolescência, que pode ser marcada pelo questionamento dos valores familiares e pela reconstrução da identidade, como afirmam meus colegas psicólogos.
Pensem nesta iniciativa e revejam a prática das Escolas Espíritas de Evangelização!

28.6.09

O REINO DE HERCULANO


Há algumas semanas que estou atrás do livro de Herculano Pires intitulado "O Reino". Como não consegui comprar no circuito mineiro de livros espíritas, resolvi tomar emprestado em nossa biblioteca. Qual não foi minha surpresa quando me deparei com o livro cuja capa publico para os leitores.

Escrito em 1946, diferentemente do outro livro homônimo, mas publicado sob o pseudônimo de Irmão Saulo na década de 60, Herculano escreve logo após o final da segunda grande guerra e discute a questão do comunismo.

Fiquei realmente curioso, como este livro e seu autor conseguiram sobreviver aos anos de chumbo, época cheia de piromanias, não importa bem ao certo o que se tenha escrito.

Herculano apresentou esta tese na cidade de Marília, interior de São Paulo, no I Congresso Espírita da Alta Paulista. A questão central do livro é o projeto social espírita, ou seja, como ele pensa a atuação do espírita no mundo do pós-guerra para a construção do reino proclamado por Jesus.

Herculano e seu vasto conhecimento espírita, dialoga com três autores: Jacques Maritain, o reverendo Stanley Jones e Karl Marx. O Brasil está diante da redemocratização, é o final da ditadura Vargas, e o mundo assiste ao nascimento da Guerra Fria.

Considerando o pouco tempo para apresentação de seu trabalho, Herculano sintetiza suas idéias. Ele irá desconstruir o pensamento de Marx, e em sua desconstrução que tem por instrumento o pensamento cristão-espírita, Herculano divisa dois pontos importantes no autor alemão. Ele irá criticar o Marx materialista, propositor da luta de classes, do determinismo econômico da sociedade, dos meios violentos para se atingir uma sociedade menos desigual.

"O marxismo exerce uma poderosa fascinação, justamente por se apresentar, neste mundo de após-guerra, como um instrumento eficiente de justiça social, o único caminho político capaz de lavar as massas famintas a um regime de bem-estar econômico." (Herculano Pires, 1946, pág. 17)


Herculano, entretanto, entende que há no Marxismo, para a revolta dos ortodoxos, uma forte influência do pensamento cristão. O Marxismo sem os três elementos que enumerei no parágrafo acima não seria mais que o cristianismo primitivo.

Herculano não poupa críticas aos marxistas:

"O amor é a única força capaz de eliminar a exploração, a escravidão e a violência. Riem disto os marxistas, aferrados à visão primitiva de Marx, que foi um lúcido analista da sociedade de classes, um arguto observador do mundo egoísta e ateu da burguesia capitalista, mas jamais se libertou da visão dos conflitos econômicos para estudar o homem em si, nas suas possibilidades básicas mais profundas e reais." (pág. 18)

Jones e Maritain são alternativas cristãs às propostas de um mundo de menos desigualdade social. Eu não me deterei na análise feita pelo filósofo espírita paulistano, deixando aos interessados a leitura de seu trabalho.

Em um terceiro momento, Herculano discute o papel dos espíritas neste novo mundo que nascia em sua época.

"Não devemos envolver o Espiritismo na luta inglória da política. Seria cometermos um erro amargo, de tristes conseqüências. Mas não devemos também permitir que os espíritas continuem transviados no terreno político, servindo muitas vezes aos interesses de grupos antagônicos. A formação de um movimento cristão, na modalidade ampla a que acima nos referimos, pode e deve ser promovida por um grupo de espíritas sinceros, independentemente da participação de qualquer associação doutrinária. O movimento terá de se revestir do mais puro espírito e do mais alto ideal cristãos, sem se imiscuir jamais nas lutas partidárias, nem indicar candidatos para a votação de seus adeptos.Seu trabalho será apenas o despertar o mundo para a imensta possibilidade da realização do Reino de Deus, esclarecendo os cristãos a respeito da única posição que um verdadeiro cristão pode assumir em face das lutas partidárias da sociedade anti-fraternal - a abstenção, mas a abstenção ativa, no trabalho silencioso e humilde da construção do reino". (p. 26)

Ele analisa posteriormente o nascimento da guerra fria, sem, logicamente, antecipar-lhe o nome e sobre ela diz:

"De lado a lado se estendem os homens, em formação de batalha. E dos impropérios, das injúrias, das acusações que uns aos outros se lançam, geram-se a confusão ameaçadora do momento que vivemos. (...) Não podem os cristãos tomar partido ao lado de uns, nem de outros. O Espírito do Cristianismo é porfundamente contrário aos processos empregados por ambos os contendores. Não obstante, antecipando-se de muitos anos na condenação dos erros capitalistas, e na luta por um mundo melhor, mais justos, não pode o Cristianismo alheiar-se agora ao tremendo embate que se desenvolve na Terra." pág. 34-35)

Herculano sugere que os espíritas trabalhem pelo livre registro e apresentação de candidatos e chapas nas eleições, sem vínculo partidário. Ele percebia que o vínculo partidário gera obrigações que violentam muitas vezes a consciência dos candidatos. Ao mesmo tempo, condena a identificação destes candidatos livres ao movimento espírita (eles teriam que candidatar-se sem pedir que se votasse neles por serem espíritas) e, em época de voto não obrigatório, conclama todos a participar das eleições e não deixar de votar.

Interessante a inserção e posicionamento de Herculano Pires em sua época e sua lúcida análise da conjuntura, assim como a inquietação de seu espírito, buscando respostas para os conflitos que se estenderiam durante anos e que patrocinou morticínio, escravidão de consciências e violência em nome da justiça social.

25.6.09

5o. ENCONTRO DA LIGA DE HISTORIADORES E PESQUISADORES ESPÍRITAS


Estão abertas as inscrições para o 5o. ENLIHPE, que será realizado no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, em São Paulo - SP.

O encontro visa a dar visibilidade aos trabalhos em curso realizados em ambiente acadêmico que tangenciem temas de interesse do movimento espírita. Ele incentiva também a publicação e apresentação de trabalhos ligados à recuperação da memória do movimento espírita, objetivo que mobilizou o fundador do CCDPE, Eduardo Carvalho Monteiro, e que fez nascer a Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas.

No ano passado tivemos a presença de docentes, alunos de graduação e pós-graduação realizando trabalhos na área, além de pesquisadores independentes do movimento espírita. Do encontro surgiu o esforço para a publicação de teses com a temática exposta, pela equipe da Universidade de Franca, houve debates com a presença de membros de universidades de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná, que mostraram que há interesse de muitos graduandos e pós-graduandos em fazer seus trabalhos em diferentes áreas do conhecimento relacionados à temática do encontro. Tivemos a presença de pesquisador italiano (Reginaldo Cerolini) que me enviou recentemente sua tese, sobre o Espiritismo que já foi ou será defendida em breve. A USE-SP e a União Espírita Mineira marcaram presença, apoiando a realização do evento.

Com a adesão em massa dos convidados pela comissão organizadora, não haverá inscrição de trabalhos no 5o. Encontro.

O CCDPE não dispõe de um auditório grande, razão pela qual as vagas são bastante limitadas. Faça sua inscrição e assegure sua participação neste evento que tem tudo para possibilitar uma troca imensamente rica entre os participantes.

Data: 26 e 27 de setembro de 2009.
Horário: Sábado 8:30 às 18:30 horas, Domingo 08:00 às 13:00 horas
Local: Alameda dos Guaiases 16, Planalto Paulista.

Assunto Central: A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea

Objetivos do Encontro:

• Incentivo à produção de trabalhos nas áreas da recuperação da memória do movimento espírita e da pesquisa científica espírita.

• Intercâmbio e troca de idéias entre os trabalhadores espíritas que vem realizando projetos nas áreas.

•Discussão e disseminação de ações e técnicas que possibilitem melhoria na conservação da memória do movimento espírita local e regional.

• Construção de estratégias para desenvolvimento de centros de excelência e apoio à pesquisa com temática espírita.

Presenças já confirmadas:

Astrid Sayegh
Alexander Moreira-Almeida
Ana Catarina Araújo Elias
Dora Incontri
Alessandro Bighetto
Nadia Luz Lima,
Marco Milani
Ercília Pereira Zilli Tolesano
Samantha Lodi
Flávio Mussa Tavares
Angélica Almeida
Alexandre Caroli Rocha,
Alexandre Machado Rocha
Jáder dos Reis Sampaio
Paulo Henrique Figueiredo

Inscrições http://www.ccdpe.org.br
Valor: R$50,00

Apoio: Jornal Correio Fraterno

20.6.09

UTILIDADE PÚBLICA: FESTA JUNINA AECX - BH

Figura 1: Visão da quadra da Festa Junina em 2007

CAMPANHA ENTRE AMIGOS: AJUDE A FESTA JUNINA AECX

Todos os anos a Associação Espírita Célia Xavier reúne seus membros em um evento festivo e cultural, nas instalações da Escola Estadual Maestro Villa Lobos - BH, com as finalidades de integração e obtenção de recursos para as atividades de promoção social da casa.

Muitas pessoas compram mesas (se não me falha a memória, são quase duzentas...) para ajudar a casa e não participam da festa nem cedem seus convites a pessoas para as quais seria pesado adquirir uma mesa e que geralmente ficam de pé ou não vão.

Este ano estamos criando outras possibilidades de colaborar voluntariamente com a organização da festa. Quanto mais conseguirmos reduzir os gastos com a organização da festa, maior o recurso direcionado para a promoção social.

A companheira Leandra Nardi Neiva, responsável pelas barraquinhas, enviou-me a lista abaixo. Os grupos e simpatizantes de nosso trabalho podem contribuir com o material ou com dinheiro. Leandra já tem contatos com fornecedores e consegue com bom preço e qualidade. Caso os doadores desejem receber recibos pelas doações, a casa pode fornecer.

Já temos um excelente fornecedor de churrasco, ele custou ano passado em torno de R$1,50 a unidade, se a memória estiver confiável.

Lembro a todos que a Associação tem todas as certificações emitidas pelo Ministério da Justiça, que estão em dia, e que pode, segundo a lei, dar recibo de doações para desconto no imposto de renda de pessoas jurídicas que declaram em regime de lucro real.

Como temos um tempo para organização, estas doações deverão chegar impreterivelmente até o dia 29 de junho, tempo hábil para verificar o que se ganhou, adquirir-se o que falta e montar o evento.

Os grupos que não quiserem/puderem participar desta pequena campanha de doação para a Festa (qualquer valor ou material de qualidade está bom), pode nos ajudar com as prendas para as barraquinhas, alegria da criançada. A caixa para receber as prendas está na secretaria da Associação.

Conto com a boa vontade de todos e com a melhora a cada ano de nossa festa.

CANJICA
05K. Canjica
08K. Leite em Pó
03K. Coco ralado
03K. Amendoim torrado e moído
08K. Açúcar
200Gr. Canela cavaco
200Gr.Canela pó
200Gr.Cravo

SALGADOS
30 Kibes
30 Coxinhas
50 Empadas

CHURRASCO

200 Espetos de boi
100 Espetos de frango
100 Espetos de porco
080 Espetos de coração
040 Espetos de salsichão

CACHORRO QUENTE
210 Pães
210 Salsichas
07K. Cebola
07K. Tomate
02K. Pimentão
Maionese/Catchut
Batata Palha

CALDO FEIJÃO

08K. Feijão
02K. Carne de sol
02K. Calabreza
02K. Torresmo
01k. Cebola
250Gr. Bacon
150Gr. Alho
06 Molhos de cebolinha
01 Cx. Caldo Knorr
Sal

CALDO DE MANDIOCA

10K. Mandioca
06K.Chã de fora
02K. Cebola
200Gr. Alho
06 Molhos de cebolinha
01 Cx. Caldo knorr
Sal

"Seria melhor se as doações fossem em dinheiro, pq tenho como comprar mais barato, com contatos antigos dos meus tempos de Creche. Estou a disposição para outros esclarecimentos e sugestões. Um abraço, Leandra"

19.6.09

50 MIL ACESSOS...


Dois anos e alguns meses... Este é o tempo no qual o Espiritismo Comentado está no ar. O contador de acessos surgiu meses depois. Aos poucos o blog foi evoluindo, ganhou de presente algumas imagens do Marcus Papa Lobo, textos e traduções de voluntários, aos poucos os "seguidores" públicos foram se cadastrando, a comunidade portuguesa e norte-americana se acostumou a dar uma olhadinha e o mapa do Brasil está todo colorido, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, de Pernanbuco ao Acre, ao longo de todo o litoral, nas capitais e grandes centros regionais, refletindo o movimento brasileiro, muito urbano e infelizmente refletindo também os locais de maior acesso à internet.
A Universo Espírita se tornou nossa parceira e, sem qualquer troca financeira de ambas as partes, temos publicado mensalmente artigos selecionados do EC, pela Rita Foelker e sua equipe.
Muitos blogs fizeram links, redirecionando seus leitores para o nosso trabalho.
Com o apoio dos espíritos, o EC ampliou ainda mais, inaugurando recentemente o Eventos Espíritas, para facilitar o acesso dos leitores e destacar mais as matérias e informações sobre o nosso tema central que é o Espiritismo.
Penso que devemos dar mais notícias do exterior, aproximar o movimento nordestino e nortista de nossas publicações, continuar recuperando nossa memória e reconstruindo nossa história, usando dos instrumentos da Filosofia que dominamos pouco para uma melhor compreensão do pensamento espírita e divulgar as iniciativas que os espíritas na academia têm empreendido. O Espiritismo como religião tem sido discutido e a caridade, em seu sentido amplo, tem sido notícia, na contramão dos órgãos de imprensa popular no nosso país.
Emocionado, só posso agradecer a todos os que tem apoiado nosso projeto, acessando, comentando, discutindo e colaborando das formas mais diferentes e voluntárias, como convém ao Movimento Espírita.

15.6.09

JUNG LEU ALLAN KARDEC?


Figura 1: Carl G. Jung

No livro "A Vida Simbólica", a Vozes publicou textos do volume I das obras completas, que intitulou "Sobre o Ocultismo".
Nele se encontram os seguintes textos:
- Sobre fenômenos espíritas (conferência feita na Basiléia em 1905)
Neste texto Jung faz uma breve história do Espiritismo, cita Swedenborg, as irmãs Fox, Aksakof, admira-se com Crookes, e cita O Livro dos Médiuns, que leu em alemão, mas considera as mensagens publicadas por Kardec triviais. Ele reduz os fenômenos espíritas à esfera do psicológico e critica vigorosamente os adeptos do Espiritismo. Destaco ainda a percepção de Jung do Espiritismo como religião e movimento religioso. Ele narra muito brevemente os estudos que fez com oito médiuns (um dos quais afirmava ser um "trapaceiro americano" e os demais pessoas de boa fé).
- Prefácio a "Fenômenos Ocultos" - 1939
O livro que Jung prefaciou publica três de seus trabalhos. Ele está menos virulento, mas ainda reticente quanto à questão da imortalidade da alma, que considera ser uma necessidade psicológica e afirma que o médico deve orientar o seu paciente a observar a presença ou ausência delas na consciência, da mesma forma que fala da necessidade do uso de sal na dieta.
- Psicologia e Espiritismo (Prefácio a um livro escrito por Stewart White - 1948)
Nesse livro o psiquiatra suíço cita Rhine (pesquisador da Parapsicologia) e discute de certa forma a posição do autor que defende a existência dos espíritos. Para Jung os espíritos são "fatores inconscientes personificados". Dos autores espíritas e estudiosos do Espiritismo, ele cita Zöllner, Richet, Flammarion, Schiaparelli, Oliver Lodge, e curiosamente Eugen Bleuler. Vê-se que o tema de alguma forma o fascina, porque mesmo sendo contrário ele continua a estudar os livros espíritas e a tentar explicar os fenômenos com sua teoria do inconsciente.
- Prefácio e Contribuição ao livro de Fanny Moser (1950)
Mais um prefácio a um livro de fenômenos espíritas. Jung recebe o convite com algum entusiasmo e faz menção aos trabalhos da "American Society for Psychical Research" e ao ceticismo da época discutido por Kant duzentos anos antes da publicação de seu texto. Embora ainda considere que os fenômenos não provam a imortalidade da alma, Jung aceita posições da Parapsicologia e deixa ao futuro o alargamento dos horizontes com relação ao estudo da Psique.
Em seguida ele narra um caso pessoal, em que ele esteve em Londres e descobriu para sua surpresa que havia se hospedado em um local assombrado. Ele relata fenômenos, como mau cheiro (que considera alucinatório!!!), barulho de pingos de água sem chuva ou torneira aberta, sussurros seguidos a um torpor, sons de batidas, um cão que andaria pelos cômodos, assustado, duas hóspedes que deixaram o local com medo das assombrações. No quinto dia ele viu o rosto de uma senhora sem a parte esquerda que o fixava com o único olho. Ao voltar, Jung desafiou o Dr. X a dormir uma noite no "quarto assombrado". Ele escreveu-lhe narrando ter ouvido passos à noite, ter fechado a porta com a ajuda de uma cadeira apoiada na fechadura, que se espatifou, sem qualquer ventania, o que o levou a dormir sobre um caramanchão... O dono da casa terminou demolindo-a e vendendo-a porque ninguém desejava hospedar-se lá, devido à fama de assombrada.
Suas explicações aos fenômenos continuam contando com o apoio da teoria do inconsciente, mas Jung já aceita que há fenômenos inexplicáveis desta forma e ainda cita um caso de um parente que viajou e sonhou com um assassinato de uma mulher no seu quarto de hotel, que realmente havia acontecido.
- Prefácio a um livro de Jaffé (1958)
É um texto rápido no qual o Psiquiatra Suíço destaca a análise psicológica dos temas próprios da fenomenologia espírita, mas deixa claramente que a autora evitou a questão da realidade dos fenômenos e da sobrevivência da alma, questão esta que parece incomodá-lo.
Quem tiver lido o livro "Memórias, Sonhos e Reflexões", escrito anos depois, sabe que Jung narrará, próximo da morte, fenômenos que aconteceram com ele e que ele admite não ser capaz de explicar com o apoio da teoria do inconsciente.
Este livro mostra bem a trajetória vivida pelo psiquiatra do ceticismo à dúvida.



13.6.09

ELEITA NOVA DIRETORIA DA USE - SP

Figura 1: Membros da nova diretoria da USE-SP

A União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, órgão que representa o movimento paulista junto ao Conselho Federativo Nacional - CFN, foi eleita em assembléia geral e a nova diretoria ficou assim composta (2009/2012):

Presidente: José Antônio Luiz Balieiro - USE Intermunicipal Ribeirão Preto

1ª. Vice Presidente: Julia Nezu Oliveira - USE Distrital Jabaquara

2ª. Vice Presidente: Neli Del Nery Prado - USE Intermunicipal Bauru

Secretária Geral: Neyde Schneider – USE Distrital Lapa

1º. Secretário: Aparecido José Orlando - USE Intermunicipal São José dos Campos

2º. Secretário: Hélio Alves Correa - USE Intermunicipal Sorocaba

3º. Secretário: João Thiago Garcia - USE Intermunicipal Jundiaí

1º. Tesoureiro: Rosana Amado Gaspar - USE Distrital Freguesia do Ó

2º. Tesoureiro: Adonay Fernandes de Andrade – USE Distrital Tatuapé

Diretor de Patrimônio: Pascoal Antônio Bovino - USE Intermunicipal Ribeirão Preto

O Espiritismo Comentado parabeniza ao movimento paulista e deseja uma gestão plena de realizações.


Para os leitores que não conhecem a organização do Movimento Espírita Brasileiro, uma nota breve.

Figura 2: Estrutura das relações institucionais entre sociedades espíritas e CFN.
Fonte: Site da FEB


A Federação Espírita Brasileira, instituição centenária, é uma associação civil sem fins lucrativos com associados que formam uma assembléia e escolhem sua diretoria. Ela abriga e operacionaliza as decisões emanadas pelo Conselho Federativo Nacional - CFN, órgão formado por representantes das federativas estaduais e de algumas instituições não regionais (entidades especializadas de âmbito nacional), como a Associação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo (ABRADE), a Associação Brasileira de Magistrados Espíritas (ABRAME), o Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB), a Cruzada dos Militares Espíritas e a Associação Médico-Espírita do Brasil.

Cada estado brasileiro participa do CFN com representação de uma Federativa, a que tiver maior número de Centros Espíritas filiados, que no caso de São Paulo é a USE.

O CFN não tem caráter normativo e convive com a plena liberdade de organização das casas espíritas. É um órgão que tem por função o desencadeamento de ações de âmbito nacional e de apoio às federativas e sociedades espíritas.

12.6.09

DESENCARNA O PROF. ULYSSÉA


Figura 1: Ulysséa discursa em uma das edições do Encontro PSI, iniciativa de congregação de trabalhos internacionais sobre Parapsicologia no Brasil, campo que as FIES têm empreendido.


Há alguns anos fui a Curitiba participar do Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Administração.


Entrei em contato com a Emília, amiga da LIHPE, e ela organizou uma visita às "Faculdades Integradas "Espírita"". Fui recebido com muita atenção e carinho, levado pelos laboratórios, conversei com os professores e fui recebido pelo Prof. Ulysséa, fundador do projeto, a quem conhecia apenas de nome.


Ele me presenteou com trabalhos, projetos e perspectivas futuras da Faculdade que dirigia pessoalmente.


Hoje recebo a notícia de que ele retornou à pátria espiritual e ficou a sensação de que mais um empreendedor corajoso está partindo, deixando-nos o legado de seus sonhos e realizações.


Sua história de vida, resumidinha, pode ser lida no http://www.formacaosolidaria.org.br/blog/atualidades/falece-o-professor-octavio-melchiades-ulyssea-diretor-geral-e-fundador-das-fies/, mas o Espiritismo Comentado deseja-lhe uma acolhida repleta das amizades que ele construiu e expressa seus sentimentos à família, que ficará temporariamente privada de sua amável presença.

10.6.09

REVISTA "O CONSOLADOR" PUBLICA ARTIGO NOSSO


A revista eletrônica "O Consolador", do Paraná, publicou o artigo "Visão Espírita das Curas e Passes na Tradição Judaico-Cristã", escrita pelo editor de Espiritismo Comentado em três idiomas: português, inglês e espanhol.

6.6.09

FESTA JUNINA DA AECX: AJUDE A ORGANIZAÇÃO


Estamos atrasados com a organização da Festa Junina de 2009, por diversos problemas pessoais que afetaram a comissão organizadora, mas ainda está em tempo de fazermos um "festão".

Este ano, a festa acontecerá no dia 04 de julho, na nossa parceira, a Escola Estadual Maestro Villa Lobos, na Rua Ouro Preto.

O que você pode fazer?

- Doe prendas para a festa. Como são montadas barraquinhas para a diversão das crianças (mesmo as crianças grandes participam), as prendas são a recompensa que elas buscam nas brincadeiras. Pense: que tipo de brinquedinho, utensílio ou brinde uma criança gostaria de ganhar? Não precisa ser caro, precisa ser legal. Evite a tentação de fazer uma limpeza de armário, a prenda tem que ser recompensadora.

- Doe recursos para a festa. Você quer fazer mais? Ótimo, estamos pedindo socorro! Normalmente os grupos da casa se organizam e doam o material que será utilizado para preparar o que será vendido para se comer na festa. Seu grupo pode contribuir com recursos financeiros, se julgar mais cômodo, ou participar mais diretamente, responsabilizando-se pelo material de alguma das barracas da festa. A cozinha serve caldo de feijão e caldo de mandioca. Já temos os fornecedores dos espetinhos e do refrigerante (não servimos bebida alcóolica), mas eles têm que ser pagos. Há um grupo que já assumiu a barraca de doces. Entre em contato com a secretaria da Associação Espírita Célia Xavier e veja como pode contribuir. 031-3334-5787 (Altair)

- Não pode fazer nada disso? Ajude a vender os ingressos. A festa é um dos poucos momentos em que conseguimos reunir os membros e suas famílias da Associação Espírita Célia Xavier. Ela não é apenas uma fonte de recursos financeiros, mas um momento especial. Incentive as pessoas do seu grupo desde já a reservarem espaço em suas agendas para estar presentes. Se elas não podem ir e querem ajudar, melhor participar da doação de recursos para a festa.

- Todas as pessoas da casa já compraram ingresso? Leve um vizinho, parente ou amigo legal. Leve pessoas que gostem deste tipo de festa, que estejam dispostas a passar uma tarde-noite agradável, que gostem de interagir e respeitem nossos princípios. Não se trata de vender muitos ingressos, mas de reunir pessoas interessantes, dispostas a entrar no espírito da festa.

- Ajudou a vender os ingressos? Ajude a montar e desmontar a festa na escola. No sábado pela manhã precisamos de pessoas para organizar, limpar e ajudar a montar a festa. No domingo de manhã ainda é mais crítico, porque depois da festa ninguém quer acordar cedo para ajudar a arrumar todo o reboliço de mais de mil pessoas. Sei que este pedido vai contra o impulso de dormir e acordar tarde no domingo, mas, força! Você consegue!

- Você vai? Interaja. Os ingressos devem significar presença, mesmo que o participante não queira consumir na festa. Iremos nos rever, conversar, dançar quadrilha, fazer as famílias estarem juntas. Apresente as pessoas que não se conhecem, abrace as que não vê há muito tempo, cumprimente a todos, passeie pela festa e curta o momento. Um conselho, se você não sabe dançar, sacuda o esqueleto. São tantos não dançarinos que ninguém vai ficar reparando (se ficarem, convide para sacudir o esqueleto com você).

- Você está na festa? Ajude a organização. Adquira as fichas na fila com paciência, leve dinheiro trocado, jogue os papéis, copos, e todo o lixo nas latas de lixo e lugares reservados para tal, ajude a olhar as crianças dos amigos. Lembre-se: 99% dos trabalhadores da festa são voluntários.

- Você está na festa? Curta! Jamais discuta com alguém por um "dá cá aquela palha", evite a ansiedade na hora de comprar e de participar das barraquinhas e atividades de diversão da festa. Relaxe! Aproveite o momento! Finja que é roça! Deixe os condicionamentos do trabalho e da vida corrida de capital para outro momento...

A Carol já está ajudando a organizar (clique no desenho e veja os detalhes). E você?

30.5.09

ENTREVISTA COM ASTRID SAYEGH 5

Figura 1: Mais uma turma de Filosofia Espírita

EC - Dora Incontri fundamentou sua proposta teórica no Espiritismo Kardequiano e criticou o pensamento niilista de alguns autores existencialistas e pós-modernos. Como você analisa este projeto?
ASTRID (IEEF) - Considero esse projeto de um valor inestimável. Dora Incontri é um Espírito muito lúcido e bem atualizado; o niilismo que caracteriza o existencialismo materialista exerce grande influência no pensamento da sociedade pós-moderna, daí a necessidade de conhecermos essas tendências de forma a saber combatê-las com fundamentos sólidos . O Espiritismo não pode estar a parte do momento histórico, e justamente por ser uma filosofia racional, essa razão iluminista deve continuar a serviço de uma crítica do momento histórico, de modo a superá-lo.

EC - Kardec utilizava um proto-conceito de classes sociais? Em caso afirmativo, ele é partidário da luta de classes ou da colaboração de classes?

ASTRID (IEEF) - Sob hipótese nenhuma os Espíritos se colocam a favor da luta de classes, pelo contrário, segundo a Lei da Igualdade, em O Livro dos Espíritos, todos os homens são naturalmente iguais, e as diferenças de classe são convenções. Existe sim diversidade de aptidões e de graus de conquista,mas dia chegará em que os homens não mais se olharão como castas de sangue mais ou menos puro, mas como Espírito mais ou menos puro. Embora os Espíritos admitam que seja impossível a igualdade absoluta de riquezas, longe de afirmar que exaltem a luta de classes, pelo contrário, em essência somos todos da mesma natureza, e um dia viveremos com as diferenças de forma harmoniosa.

EC - Herculano entendia que o Espiritismo é uma doutrina existencialista? Como se pode conciliar esta proposta com o pressuposto existencialista de que a existência antecede a essência?

ASTRID (IEEF) - Segundo Jean Paul Sartre, o mais conhecido filósofo contemporâneo, o homem veio do nada e volta para o nada. Efetivamente, surgimos no mundo como existentes, em meio a uma situação dada, de modo a então elaborarmos a nossa essência no mundo. Do ponto de vista espírita, poderíamos afirmar que a essência é que antecede a existência, potencialmente, e que no mundo tornamos essa potência ato; em outros termos, é na existência que revelamos nossa essência e a ela nos ajustamos.

EC - Alguns antropólogos brasileiros têm defendido a idéia de que Chico Xavier aproximou o pensamento de Kardec ao Catolicismo no Brasil. O que você pensa disto?

ASTRID (IEEF) - Na verdade, não foi Chico Xavier, mas Emmanuel que, por ter sido padre, certamente tem esse religiosismo muito presente em seu Espírito. No entanto, não considero essa questão comprometedora absolutamente, pois a atitude de reverência a Deus, termos que denotam paixão e não apenas a frieza da razão, nos contagiam muito mais que conceitos e raciocínios. Não vejo nada de misticismo como comentam alguns, pelo contrário, sinto a expressão de um Espírito fervoroso que, acima da expressão conceitual, pela nobreza de sentimento que o caracteriza-se, necessita expressar o seu interior de forma metafórica. Linguagem metafórica é uma coisa, igrejismo e dogmatismo, com todo respeito, é outra. Alguns filósofos inclusive consideram atualmente a linguagem metafórica como recurso mais adequado de se dizer as coisas espirituais.
Defendo a idéia de que o racionalismo puro também acaba por ser dogmático e não nos torna espíritas de fato, mas ardor e entusiasmo são geradores de mensagens autenticamente evangélicas e de conduta nobre. Eu diria que a mensagem de Emmanuel é antes evangélica cristã e não católica; seus livros nos induzem a educar os sentimentos, e não consta, absolutamente, nenhuma evidência de formalismo religioso.

29.5.09

SALON DU LIVRE - PARIS


O Conselho Espírita Internacional participou do Salon du Livre em Paris, em março deste ano. Elsa Rossi, através do Boletim do CEI, nos informa que todos os livros em francês foram expostos e muitos contatos com o mercado editorial europeu foram realizados.

Quanto à foto acima temos as seguinte mulheres, da esquerda para a direita:

Jussara Korngold - USA (de cabelos compridos)
Elsa Rossi - UK
Claudia Bonmartin - CESAK-Paris
Cristiane - CESAK PARIS
Homens:
Atras de Jussara- Charles Kempf - Coordenador do CEI Europa
João Korngold - esposo de Jussara
Toni e Jean Pierre Pepino Dirigentes de Grupos Espiritas Franceses.