15.8.10

FILME SOBRE LIVRO ESPÍRITA GANHA DOIS KIKITOS EM GRAMADO

Foto 1: Festival de Gramado (Edson Vara - Proibida a reprodução comercial)

O Filme "O Último Romance de Balzac" ganhou dois kikitos no 38o. Festival de Cinema de Gramado.

Ele levou os prêmios: "Melhor direção de arte" e o "Prêmio Especial do Júri".

O filme foi construído com consulta aos livros "Cristo Espera por Ti", de Balzac, psicografado por Waldo Vieira e "O Avesso de um Balzac Contemporâneo" de Osmar Ramos Filho, das Publicações Lachâtre.

Depois do cinema de massas é hora do cinema de arte brasileiro explorar a riqueza da literatura e pesquisa espíritas na construção de seus roteiros e filmes.

Ele deve ir para as telas em 2011. Não perca.



Foto 2: Geraldo Sarno (diretor) ganha Kikito. (Edson Vara - Proibida a reprodução comercial)

14.8.10

CONHEÇA O LIVRO QUE SERÁ LANÇADO NO 6o. ENLIHPE

Clique na imagem para ampliar



Está no prelo o livro "A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea: Textos Selecionados" que será lançado no 6o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

Fruto da parceria continuada entre Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM) e da LIHPE, ele traz trabalhos selecionados do 5o. Encontro Nacional da LIHPE.

O livro trata das perguntas abaixo e muitas outras:

Quais são as satisfações que um voluntário vivencia no trabalho espírita?

Um voluntário pode apresentar sofrimento psicológico em decorrência de seu trabalho?

O que é governança corporativa?

A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas apresentava governança corporativa?

Humberto de Campos deixou "marcas comprobatórias" da sua identidade na obra psicografada por Chico Xavier? Quais seriam?

O que é evolução criativa em Henri Bergson, filósofo francês?

Há proximidades entre o pensamento de Bergson e o pensamento espírita?

Kardec é apenas um organizador das comunicações dos espíritos ou fez um programa de pesquisas? Que metodologia ele utilizou?

Como era a ação sócio-educativa de Anália Franco? Pode-se dizer que era uma mulher à frente do seu tempo?

Como Inácio Ferreira fazia psiquiatria no Sanatório Espírita de Uberaba?

Qual o papel da médium Maria Modesto Cravo nos estudos de Inácio Ferreira?

Qual foi o impacto internacional dos trabalhos de Inácio Ferreira?

A fé tem um papel na psicoterapia?

Qual é o trabalho da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas (ABRAPE)?

O que era discutido no Jornal "A Evolução", no Rio Grande, fundado em 1892? Qual foi sua atuação junto ao movimento espírita da época?

Prestigie o Projeto da LIHPE-CCDPE e adquira o livro.

Em breve à venda no site http://www.ccdpe.org.br/

Preço: 28 reais

Promoção para os participantes do ENLIHPE: 18 reais

Livrarias e Centros Espíritas: 30% de desconto

Distribuidores, autores, Clubes do Livro e membros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo que participaram da pré-venda - Entrar em contato.

12.8.10

COLEÇÃO ESPIRITISMO NA UNIVERSIDADE LANÇA NOVO LIVRO





A Coleção "Espiritismo na Universidade" está com um novo livro. Trata-se de uma dissertação de mestrado, defendida na PUC-SP, no curso de Ciência da Religião, sobre as federativas e o movimento espírita. O tema é polêmico, ainda não li o texto, mas as repercussões já estão no movimento há algum tempo.

9.8.10

FILME SOBRE BALZAC GANHARÁ KIKITO?



Direto de Gramado.

O editor das "Publicações Lachâtre" está assistindo o Festival de Gramado e presenteou os leitores do Espiritismo Comentado com o comentário sobre o filme "O último romance de Balzac", sobre o qual já havíamos feito duas publicações.
Ele concorre na categoria "Longa Metragem Brasileiro" http://www.festivaldegramado.net/2010/longas-brasileiros.php.

Confira as primeiras impressões de Alexandre Rocha.


"Foi apresentado no último dia 08 de agosto, no Festival de Cinema de Gramado, o mais importante festival de cinema de nosso país, o filme "O último romance de Balzac", longa-metragem que tem a direção do premiado Geraldo Sarno. O filme foi um dos 7 longas brasileiros selecionados para participação no festival e é baseado na obra "Um avesso de um Balzac contemporâneo", de Osmar Ramos Filho, publicada pela Lachâtre.
O filme é a reação de um intelectual de formação marxista, o cineasta Geraldo Sarno, ao tomar contato com uma das obras mais instigantes que o movimento espírita já produziu e que tenta reconhecer a autoria espiritual em uma obra literária de um dos maiores romancistas de todos os tempos. É um filme autoral, é um filme de arte, que, seguindo a proposta do autor do livro, não busca dar respostas, mas instigar o público a partir da seguinte constatação: como explicar a origem de uma obra com tantos indícios de sua autoria, sendo seu autor já falecido?

Na onda dos filmes espíritas produzidos nos últimos meses, "O último romance de Balzac" se destaca pela genialidade da direção. A obra está muito longe de ser uma reprodução de "O avesso de um Balzac contemporâneo" para a divulgação de seu conteúdo ao grande público. É uma clara tentativa de alguém com ortodoxa formação materialista que precisa reajustar seus pensamentos diante de um fenômeno que dá indícios claros da sobrevivência da alma e da possibilidade de sua comunicação com os chamados 'vivos'.

O filme vai entrar no circuito em breve, provavelmente nos cinemas voltados para filmes de arte. Vale a pena conferir. "

4.8.10

RESPONDA ESPIRITISMO!


Contribuição generosa de Dalmo Duque dos Santos, do blog
Observador Espírita.

QUAL É O SENSO DO CENSO?




1. Espiritismo, Espiritista e Espírita


Qual é a minha identidade religiosa? Bem, sou espírita, adepto do Espiritismo. Kardecista? Mesa Branca? De mesa? Linha branca? Não, nada disso. Qualquer espírita sabe que o termo Espiritismo foi criado por Kardec em 1857 para evitar confusão com o termo Espiritualista ou Espiritualista Moderno, que era vigente em sua época e defendia algumas ideias divergentes do sistema filosófico que ele acabava de publicar. "Para ideias novas, palavras novas" dizia Kardec.


2. E no Brasil?


No Brasil, o Espiritismo chegou no século XIX, e com ele, uma nova palavra da língua portuguesa. Como país oficialmente católico e potencialmente sincrético, não demorou a começar a confusão de identidade entre o Espiritismo, o Candomblé e a futura Umbanda (se a memória não me engana, ela foi constituída no século XX).


João do Rio ficou famoso por uma série de artigos que ele publicou sobre as religiões no Brasil, que devem ter influenciado a legislação republicana contra o Espiritismo (na verdade, não seria necessária esta lei, como muitas que andam por aí, o legislador queria coibir atos de extorsão, e acabou atingindo as religiões mediúnicas como um todo). A legislação republicana (também escrevendo de memória, mas quem quiser um livro excelente sobre o tema, há "O Cuidado dos Mortos", de Emerson Giumbelli) foi questionada e surgiu uma pérola: o legislador explicou que sua intenção era atingir o "baixo espiritismo" e não o "alto espiritismo", o que não foi muito ouvido pela polícia...


Minha suspeita é que esse erro, em conjunto com a disposição sincrética do brasileiro, fez com que os membros dos cultos originados na África se identificassem com o termo espírita, de onde teriam surgido as Tendas Espiritas, e os nomes de organizações com o adjetivo espírita. É muito curioso, porque Orixás não são espíritos, mas divindades, segundo o Candomblé. Sei que existe o culto de eguns (almas dos mortos), mas são bastante restritos, mas para fugir da perseguição policial...


Na tentativa de distinguir as práticas religiosas, começaram a surgir os termos "linha branca", "centro de mesa" e outras expressões próprias de uma sábia população que sabe haver uma grande diferença entre o Espiritismo, o Candomblé e a Umbanda, e que tenta resolver o problema criado pelo legislador mal informado.


3. O Século XX

Pior que uma confusão de um legislador foi a uma campanha nos meios católicos contra o Espiritismo e os cultos de origem africana (leiam meu trabalho sobre a intolerância contra o Espiritismo no livro "Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil"). É um período de confrontos e debates, do qual muitos nomes do catolicismo e do Espiritismo ficaram famosos.


Com a Umbanda, no século XX, o problema da identidade se cronificou. Muitos umbandistas, a despeito da clara e correta posição da Federação Umbandista, se declaram espíritas.


4. O Problema do IBGE


Imaginem a dificuldade de se recensear no Brasil. Se um recenseador pergunta, qual é a sua religião, e o cidadão responde Espírita ou Espiritismo, o que ele está querendo dizer? Ele é adepto do Espiritismo, é adepto do Candomblé ou Umbandista? Não dá para saber.


Uma das soluções encontradas pelo IBGE foi criar as categorias Espiritismo: ramo kardecista e Espiritismo: ramo umbandista (para o desgosto de muitos adeptos do Candomblé).


Mais recentemente, com a parceria feita com o ISER (Instituto Superior de Estudos sobre a Religião, penso), tentou-se qualificar melhor as respostas ao Censo, que são muito mais confusas que este nosso quadro de referências. Recebi do IBGE uma lista com 33 páginas de denominações que as pessoas respondem ao CENSO no Brasil. (São mais de dois mil nomes!)


A solução foi tentar agrupar os nomes indicados pelos respondentes em categorias, e ficamos com a de número 610.


5. O que os espíritas (nós...) respondem ao Censo?


Para que não pareça que nós também não incorremos no erro de nos identificar de formas diversas, veja alguns exemplos de respostas que encontrei na categoria 610:

- Allan Kardec

- Amor e Caridade

- Amor e Verdade

- André Luiz

- Cardecismo (com a incômoda letra C...)

- Centro de mesa

- Centro Espírita Beneficente

- Centro Espírita Bezerra de Menezes

- Centro Espírita Luz da Humanidade

- Centro Espírita Redentor (vou ficar na letra C, e já saltei muitos termos)


E muitos outros termos, alguns até próprios de divergências do movimento espírita e de grupos que não consideramos espíritas, pelas divergências com o pensamento kardequiano.


6. Por que Kardecistas?


A FEB, na pessoa de seu presidente, recomendou que respondêssemos ao Censo com o incômodo termo Kardecista ou Kardecismo. Quem estuda o Espiritismo concorda que é uma palavra muito infeliz, porque o Espiritismo não se reduz à importante contribuição de Allan Kardec, e ele é o principal advogado do termo Espírita e de seu papel como um primeiro pensador da Doutrina Espírita.


Eu até arrepio em me identificar como Kardecista, especialmente porque quem responder Espiritismo, se houver respeito a esta classificação, será classificado na categoria 610, que somos nós mesmos.

7. O Problema de Informação no Movimento Espírita

Foi amplamente divulgado nos meios espíritas, que quem não se identificar como Kardecista será classificado com "sem religião".

A informação não procede. Recebi da Ceila um recorte do Manual do Recenseador 2010, que tem uma classificação breve das religiões brasileiras (afinal, não dá para ficar repetindo para o respondente 2000 designações), e ficou da seguinte forma:




Opões para a sua resposta ao CENSO 2010 do IBGE
Qual é a sua religião ou culto?
· Católica Apostolica Romana
· Católica Apstólica Brasileira
· Luterana Pentecostal
· Batista
· Assembleia de Deus
· Universal do Reino de Deus
· Congregação Cristã no Brasil
· Adentista do Sétimo Dia
· Cardecista
· Xintoismo
· Testemunhas de Jeová
· Candomblé
· Umbanda
· Budismo
· Israelita
· Maometana ou Islamita
· Esotérica

Para a pessoa que não professa qualquer religião registre "Sem religião". (Os grifos são meus)


Não procede, portanto, a informação que quem disser que sua religião é o Espiritismo, será classificado como Sem Religião. Quem disser que sua religião é o Espiritismo, será classificado no código 610 (que somos nós mesmos)


O IBGE omitiu o termo espírita, para evitar a seguinte dúvida no Censo: quem responder Espiritismo é adepto do Espiritismo mesmo ou é um adepto do Candomblé ou da Umbanda, identificando-se incorretamente?


Eles têm razão! (Por causa da confusão de termos no Brasil, e porque querem avaliar com precisão os adeptos das religiões brasileiras).


8. O que devemos responder, então?


Podemos responder Espiritismo ou Kardecismo, tanto faz para a finalidade do Censo. Ficaremos na mesma categoria e seremos contados corretamente.


Mas se eu ficar no modelo completo, vou responder: Espiritismo!

30.7.10

ESPIRITISMO NOS AÇORES: TERCEIRENSE DIVULGA SEU NOVO BOLETIM


Figura 1: Folha de rosto do boletim da Terceirense.
A Associação Espírita Terceirense modificou seu boletim e comunica suas atividades. Eles têm sede na Ilha Terceira do Arquipélago dos Açores. O Espiritismo Comentado deseja-lhes sucesso em suas iniciativas.

29.7.10

CHICO XAVIER NA ONU?

A seção de notícias do site da FEB escreveu:
"No dia 6 de agosto será realizado o evento "Tributo a Chico Xavier" num dos auditórios da ONU, em Nova York (EUA). Será apresentado o filme “Chico Xavier”, seguido de uma mesa redonda com produtores e atores do filme e diretores da FEB e do Conselho Espírita Internacional. Informações: www.spiritistvideos.com/chico "

26.7.10

CONCLUÍDA A SELEÇÃO DOS TRABALHOS DO 6o. ENLIHPE


Após a leitura e avaliação dos trabalhos submetidos ao 6o. ENLIHPE, que este ano foi organizado com ênfase na submissão, tenho a satisfação de divulgar a lista dos aprovados. Adotou-se o sistema de "blind review", no qual os avaliadores analisam os trabalhos sem conhecer seus autores.
O próximo passo é a divulgação da programação que deve contar com outras atividades, além das tradicionais mesas redondas.
Solicito aos autores que confirmem sua presença e providenciem sua inscrição. As sugestões de hotel estão divulgadas no http://www.ccdpe.org.br/
Segue o título dos trabalhos e seus respectivos autores:
Física e Espiritismo
- Uma proposta experimental para a detecção de movimentos de fluidos nas cercanias de médiuns de efeitos físicos - Ademir Xavier
- Desenvolvimentos na teoria de transporte e manifestações físicas - Ademir Xavier
- Uma análise espírita da obra "A Física da Alma" de Amit Goswani - Alexandre Fontes da Fonseca
Ciências Sociais e Espiritismo
- Espiritismo e Engajamento Político - Sinuê Meckel Miguel
Educação e Espiritismo
- Diálogos e Ritmos: em busca de uma ideia de sujeito (na perspectiva espírita) no trabalho com juventudes - Ângela Linhares, Gardner Assis, Josael Jairo Lima.
- As narrativas de vida nas rodas de conversas com mulheres na educação de adultos: um lugar privilegiado de produção de saber na perspectiva espírita - Ângela Linhares, Aldenora Guedes, Francisco Antônio Barbosa Vidal, Benedito Dagno Moreira.
Psicologia Social e Espiritismo
- Investigando relações entre voluntariado e contexto sociocultural numa instituição espírita: contribuições da Fenomenologia - Yuri Elias Gaspar, Miguel Mahfoud
Direito e Espiritismo
- Psicografia e Direito: (in) compatibilidades - Carlos Eduardo Cenerelli, Gisele Jacques Holzchuh
O Espiritismo na Universidade
- O Espiritismo em teses e dissertações: um mapeamento da produção acadêmica brasileira - Tiago Paz
Imagem Social do Espiritismo
- O Espiritismo na mídia: uma análise de conteúdo na maior revista semanal do Brasil de 1968 a 2010 - Marco Milani, Débora Trunkl, Kátia Penteado
Participem: Informações sobre inscrições, hospedagem e outros - http://www.ccdpe.org.br

23.7.10

TEM ESPÍRITOS NO BANHEIRO?


Ainda outro dia uma amiga perguntou-me o que ler no "Evangelho no Lar" quando se tem crianças em casa. Sempre fui de opinião que as crianças têm preferência, mesmo porque elas não aguentam ficar quietas ou participar com um texto filosófico dissertativo do século XIX.
Sempre me perguntam o que sugerir para os adolescentes lerem, e temos cada vez mais textos com uma linguagem muito distante da linguagem coloquial que usamos, por menores e mais simples que sejam.
Este livro chega em um ótimo momento. Tatiana Benites, experiente em "arte clown", escreve textos curtos, doutrinários e bem humorados. Ela tem um olhar curioso, capaz de captar o universo infantil e reproduzi-lo. Com todo o respeito, não é uma linguagem professoral, simplificada à força, muito comum nos novos livros voltados para o público infanto-juvenil espírita que têm surgido. Não é um texto didático, mas tem uma capacidade enorme de promover o debate de temas complexos de forma simples.
Já li metade do livro e tenho sempre lido a coluna dela no Correio Fraterno, e considero o trabalho que examinei com ótima qualidade doutrinária.
Se ainda me lembro das aulas de Psicologia do Desenvolvimento, penso que ela tem um livro para crianças de oito ou mais anos de idade, mas precisamos testar. Com esta idade, a leitura tem que ser acompanhada e discutida, para incentivar a criança e auxiliá-la a entender o livro. Com certeza os jovens de 12 anos ou mais (eu me incluo) deverão "curtir" muito o livro.

15.7.10

KARDEC E A RELIGIÃO NATURAL


No livro Obras Póstumas, encontra-se uma comunicação de um médium de Marseille (Jorge Genouillat) que trata do futuro do Espiritismo. É uma mensagem de abril de 1860 e define um papel ao Espiritismo junto ao cristianismo.

"O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão frequentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade." Um Espírito

É um discurso forte, diria até mesmo revoltado, contra os abusos cometidos por alguns membros do catolicismo passado. Ele reflete bem o espírito francês que moveu a sociedade na direção da revolução francesa, marcada pelo Iluminismo.

Desconheço como foi feita a organização do livro Obras Póstumas, e não encontrei na pesquisa que fiz este texto na Revista Espírita. De qualquer forma, ele se acha ligado a Kardec e atribui ao Espiritismo o papel de revisão do cristianismo.

14.7.10

TV CEI LANÇA DESENHO ANIMADO SOBRE O ESPIRITISMO



A TV CEI (Conselho Espírita Internacional) lançou este desenho animado com temática espírita. Ele tem cerca de oito minutos. Gostaria muito de saber qual é a reação das crianças que o assistem (com suas respectivas idades). Peço aos leitores que informem se elas assistiram do começo ao final, se acharam chato ou legal e se entenderam as informações do desenho.

13.7.10

KARDEC E A RELIGIÃO


Em diversos momentos Kardec discute a questão da religião em face ao Espiritismo.
Na Revista Espírita de julho de 1864 Kardec publicou um texto pouco conhecido hoje, intitulado A Religião e o Progresso. Basicamente ele aponta mudanças no dogma católico que vão surgindo nas palavras de seus contemporâneos e seus impacto sobre a ortodoxia. Seu argumento central parece ser "a religião precisa rever seus princípios ou perecerá" e ao apontar algumas transformações anunciadas (a substituição do inferno pela caridade, por exemplo, publicada pelo Jornal La Verité), que, não intencionalmente, aproximam o catolicismo do pensamento cristão-espírita.
Ele conclui este trabalho dizendo: "Estender-se-ão as mãos, quando a ciência não vir na religião nada de incompatível com os fatos demonstrados e a religião não masi tiver que temer a demonstração dos fatos. Pela revelação das leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível, o Espiritismo será o traço de união que lhes permitirá olhar-se face a face, uma sem rir, a outra sem tremer. É pela concordância da fé e da razão que diariamente tantos incrédulos são trazidos a Deus."

TURMA DA MÔNICA CONTA HISTÓRIA DE REENCARNAÇÃO

Esta história já foi publicada em revistinhas. Alguém a adaptou para o vídeo, mas exige que o internauta leia os quadrinhos, que vão passando.

O que acham disso? As crianças gostaram? Comentem.

11.7.10

DIVULGAR E PESQUISAR


Estava assistindo mais uma vez o filme baseado no excelente livro de Humberto Eco, "O Nome da Rosa". Desta vez chamou-me a atenção uma frase do monge assassino, da qual reproduzo a essência: "Não há mais o que descobrir, pois o conhecimento já está completo." Ele entende que basta reproduzir o que já se conhecia, que a humanidade tinha à disposição todo o conhecimento de que necessitava.
Esta ideia medieval remete à distinção entre a produção e a divulgação do movimento espírita. Diversas vezes, especialmente na "Revista Espírita", Kardec se refere as Espiritismo como um conhecimento em construção, evolutivo, que sairia de um momento centralizador de elaboração, necessário para a sua estruturação inicial, para um momento coletivo, que hora vivemos.
A Liga de Pesquisadores do Espiritismo é um espaço criado para incentivar a produção de conhecimento sobre o Espiritismo. É, portanto, um programa que visa a apoiar estudiosos, da academia ou não, adeptos ou não do movimento espírita, a obter fontes, debater suas ideias, publicar seus trabalhos, enfim, criar uma rede de intercâmbio que é essencial à produção de conhecimento rigoroso.
Como o movimento costuma se orientar para a divulgação, muitas pessoas entendem que a palestra, a conferência ou a apresentação do trabalho é a finalidade principal da divulgação, e que quanto maior o público atingido, melhor.
Nossos esforços têm se dirigido em outro sentido. O congresso, o encontro, é meio e não fim. Nele se busca interlocução para o aprimoramento dos trabalhos, reflexão e não palco.
Outra diferença entre o trabalho sistemático de pesquisa e a divulgação, é que o divulgador prepara sua exposição para atender a uma determinada demanda. O pesquisador deve realizar um trabalho sistemático de pesquisa, que não seja voltado a este ou aquele evento, mas que atenda aos objetivos que ele traça em uma linha programática.
Se um estudioso quer conhecer melhor as relações entre o Espiritismo e o Espiritualismo Moderno no século XIX, não será fazendo um esforço concentrado e lendo uma dúzia de textos que ele fará um trabalho de peso. Ele deve dedicar tempo siginificativo na busca de fontes, no seu entendimento e no diálogo com o que já se produziu até o momento, desconstruindo as formulações apressadas ou mal fundamentadas e propondo teorias e teses mais maduras.
O evento é uma oportunidade de encontrar pessoas igualmente interessadas, que possam contribuir com o trabalho. Assim, o pesquisador produz conhecimetno porque entende que este é o seu trabalho e os eventos são oportunidades que comunicar as descobertas, levar as ideias de pesquisa, divulgar o que está sendo feito.
Esta é a finalidade do ENLIHPE e por isso o CCDPE e a LIHPE têm feito um esforço logístico e financeiro para publicar os trabalhos apresentados, assim como se tem aos poucos aumentado as exigências para a apresentação de trabalhos e criado comissões.
Concito os interessados a participarem desta nova versão do Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, que acontecerá em São Paulo, e aos autores e pesquisadores a lerem, citarem e discutirem os temas que têm sido publicados, para que não fiquem em um círculo restrito e pereçam.
Até o momento a parceria CCDPE-LIHPE rendeu cinco livros e irá lançar dois novos livros no 6o. ENLIHPE. São os três "Anuário Histórico Espírita", organizados pelo Eduardo Monteiro e Leandro Borba, o "Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil" e a coleção "Espiritismo na Universidade", organizada por professores da UNIFRAN e que visa a publicar dissertações de mestrado e teses de doutorado com temática associada ao Espiritismo.
Em breve teremos a programação do evento.

4.7.10

PARCERIA: NOVAS POSSIBILIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL


Continuo insistindo que a sociedade mudou. Temos hoje toda uma estrutura criada fora do movimento espírita para a inclusão das pessoas no mundo do trabalho.
Vejo com bons olhos as iniciativas existentes, como a criação de estruturas nas casas espíritas para a profissionalização e a qualificação de um segmento da nossa sociedade que tem acesso apenas ao trabalho desqualificado e mal remunerado. Contudo, o que podemos fazer com este tipo de ação é limitado e muitas vezes amador.
Fui levado a ensinar educação profissional na Universidade por muitos anos. Existem recursos públicos (o Fundo de Amparo ao Trabalhador, por exemplo) e existem organizações que qualificam pessoas com escolaridade diversificada.
Penso que o maior problema dos chamados "assistidos" é o acesso à informação, a análise de potencial e o acesso à escola e aos cursos profissionalizantes.
Em vez de apenas executar as atividades de formação, as sociedades espíritas poderiam promover parcerias e realizar as atividades de orientação e fomento.
As organizações do sistema S (SENAI, SESC, SEBRAE, SEST, SENAR, SESI, etc.), por exemplo, já têm estrutura, seriedade e expertise para a formação dos jovens. Em Belo Horizonte, a ASSPROM, tem uma experiência de formação básica e inserção de jovens em situação de risco em organizações públicas e privadas.
A prática da caridade não se confunde com a esmola, já nos afirmavam os interlocutores de Kardec. Organizemo-nos para realizar ações mais efetivas.
Um futuro alternativo ao oferecido pelo crime organizado é um dos nossos grandes desafios nos centros urbanos dos dias de hoje.

SOCIEDADE NOVA, IDEIAS NOVAS PARA O MOVIMENTO ESPÍRITA


Recebi a notícia acima do jornal Momento Espírita (Bauru - no. 7, 2010) , na coluna de Lina Giacheti.

Hoje temos nas cidades de médio e grande porte um grande número de automóveis, inclusive dos frequentadores de casas espíritas. Todos temos que lavá-los e muitos de nós pagamos por este serviço, que costuma consumir o nosso tempo.

Ao mesmo tempo, a integração do jovem no movimento espírita envolve o estudo, a integração na casa, mas também a convivência do jovem com o jovem.

Fiquei pensando sobre a viabilidade de se fazer uma tarefa para os jovens, com base na lavagem dos carros, no espaço das sociedades espíritas, enquanto os trabalhadores e frequentadores fazem suas tarefas e assistem às reuniões.

Se eu fosse dirigente, retiradas as despesas com os custos da tarefa (água, material de limpeza, etc.) direcionaria parte deste recursos para a promoção social e parte dele para a ações culturais (bibliotecas, promoção de eventos, custeio de expositores de outros lugares, etc.) e não o utilizaria para as despesas fixas da sociedade espírita.

Se eu fosse dirigente de grupos de mocidade, aproveitaria para realizar a integração dos jovens, apresentar os novatos, trabalhar com todos a convivência cristã e, cá entre nós, seria um trabalho bem divertido em conjunto. Os jovens precisariam ser treinados para realizar a atividade, para que a limpeza ficasse com boa qualidade. Assim como a campanha do quilo, é uma boa oportunidade para distribuir mensagens aos transeuntes e "clientes".

Não pensei ainda nas implicações legais, mas todos assinariam o termo de voluntariado, os pais dos menores (com 16 anos ou mais) também, e como não há distribuição de lucros, empregados nem patrões, seria uma atividade de arrecadação de fundos para sociedades sem fins lucrativos, de preferência com utilidade pública.

O maior problema é conseguir um espaço adequado à atividade junto às sociedades espíritas.

Gostaria de ouvir pessoas da área de advocacia, juízes e outros profissionais do direito sobre esta ideia, assim como servidores públicos ligados à receita e à fiscalização.