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26.2.12

O CÃO FILÓSOFO




“Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.” Allan Kardec, O livro dos espíritos, questão 597 a.



Quando o cãozinho Gêra chegou na casa dos Lima, entendeu que havia conquistado um novo território. Macho, movido por seus instintos, começou a demarcar seu território. Urinou pelos quatro cantos da casa, molhou os pneus dos automóveis e deixou bem claro que aquele lugar e todos os que nele habitavam pertenciam a ele.
Como eram bons os Lima! Eles davam comida, faziam carinho e realizavam com alguma limitação, mas corretamente, o seu papel de servi-lo. Eles reconheciam que o território era de Gêra, e por consequência, Gera os aceitava e os desejava.
Um dia, Gêra ficou sem entender por que seus servos não o obedeceram. Eles o pegaram à força e o mergulharam em uma substância gelada, cobriram seu pelo de bolhas e feriram seu olfato com um cheiro forte que ele desconhecia. Contudo, como eles o secaram e deram-lhe comida e água, aquela má impressão passou. Gêra ficou confuso. Os Lima são bons ou maus? Noutro dia, os Lima o levaram a outro ser humano esquisito, com um jaleco branco, fora do seu território. Fora abduzido por seus servos, sequestrado! Eles o chamavam de veterinário. O veterinário o imobilizou, colocou uma máscara desconfortável em sua boca e mexeu em todo o seu corpo. Que desconfortável e que desrespeitoso! Depois, que crueldade, ele o feriu! Gêra não pode acreditar que seus servos permitiram que um estranho o torturasse! Sentiu uma pontada dolorosa entrando corpo adentro! Se eles sabiam que o veterinário o iria torturar, então Gêra não teve dúvidas, eles eram sádicos, malvados, perversos. Chorou imensamente por ter tido essa má sorte.
Passados alguns banhos, vacinas e remédios (que gosto horrível) Gêra entrou em uma crise existencial canina, porque pensara que seus servos eram bons, e de fato eles atendiam suas necessidades e até lhe davam carinho, brincavam com ele, mas ao mesmo tempo permitiam que ele padecesse aqueles sofrimentos! Foi quando surgiu o gosto pela filosofia.
O cão filósofo começou a pensar e inicialmente apontou a contradição dos Lima. Como poderiam ser bons os Lima, se o faziam sofrer? Se os Lima o faziam sofrer, eram maus, sádicos, não poderiam ser bons. A contradição entre a maldade e a bondade dos Lima o levou a uma conclusão lógica: os Lima não existiam. Eram uma ilusão canina. Os cães, em sua fragilidade, haviam criado a ilusão do Dono, em sua história e, ele, fora ludibriado por esta fantasia milenar de sua espécie.
Gêra passou a viver como se os donos não existissem. Não brincava mais com eles, mas sempre comia a comida e água que apareciam. Entrou em um estado de indiferença, ataraxia. Tinha certeza que a comida chegava até ele por acaso, que ela fazia parte de seu território, que as sensações desagradáveis, como o banho, eram fruto de algum mecanismo fisiológico de seu corpo canino, e suspeitava que fosse algum tipo de alucinação que era oriunda do cérebro, afinal, donos não existiam.
Para dar uma contribuição à sociedade, resolveu explicar aos outros cães sobre a alucinação dos donos, e uivava à noite, tentando explicar a verdade o mais longe que pudesse. Às vezes ouvia o cão do território vizinho dizer que ele estava enganado, mas não se deixava convencer, nem abater e estava aberto a discussões, com seus latidos e ganidos. Como era difícil ser um cão esclarecido!

24.2.12

DIVALDO FRANCO FALA SOBRE PUBLICAÇÃO DE LIVROS ATRIBUÍDOS A ESPÍRITOS




O vídeo é curto, mas a mensagem muito clara. Divaldo entende que uma livraria espírita não deve disponibilizar livros apenas porque vendem e são atribuídos a espíritos.

Você acha que apenas por que um livro é atribuído a um espírito e considerado psicografado, ele é coerente com o espiritismo?

20.2.12

CARNAVAL? O QUE É ISSO?


Há uma saudável discussão sobre as origens do carnaval, embora a maioria dos foliões não estejam muito interessados nisto.

Curiosamente, o carnaval é uma inserção de cultos pagãos no movimento cristão.

O velho Houaiss fez um estudo etimológico no qual encontra no latim medieval a origem da palavra carnaval.




1. carneleváre ou carnileária - "véspera da quarta feira de cinzas em que se inicia a abstinência de carne exigida na quaresma" (século XI ou XII)
2. carnelevale - milanês (1130), oriundo do latim clássico carne levare (abstenção de carne)
3. carnevale - italiano (século XIV)
4. carneval - francês (1552)
5. passa às demais línguas européias (século XVII)

Guitar (2001) afirma que o carnaval se origina da Saturnália, uma festa romana na qual as pessoas rompiam com as diferenças de status social, escravos poderiam criticar seus donos, banquetes eram feitos e se elegia um príncipe da festa (que evoca a imagem do Rei Momo moderno), que regularia o que aconteceria (de forma apenas simbólica).

A data da Saturnália é próxima ao período do Natal (solstício de inverno, a mais longa noite do ano no hemisfério norte), mas teria sido posteriormente adiada para as vésperas da quaresma, próximo ao equinócio da primavera, na Itália.

Além do sincretismo pagão, nas Antilhas se incorporaram elementos da cultura indígena local (dança, música e participação de todos os membros da comunidade, como celebração da plantação da Yucca (que é comida até hoje no México por época do carnaval) e da comunidade africana, trazida como escrava. Dos africanos vieram os ritmos, as cores e as máscaras.



No Brasil veio o entrudo, uma festa portuguesa celebrada à época do carnaval, que consistia de brincadeiras e folguedos. O nome se deve a grandes bonecos que faziam parte da festa, e o entrudo de rua trazia, segundo a Wikipédia, brincadeiras violentas como o lançamento de urina e sêmem nos participantes. No século XIX vieram algumas tentativas de proibição do festejo, mas sem sucesso.




No Brasil, havia também blocos, cordões e desfiles de automóveis, chamados corsos, no início do século XX. Posteriormente surge o desfile de escolas de samba e as demais variações de festejos, como os que acontecem na Bahia, Pernambuco e no interior de Minas Gerais.

Participar ou não do carnaval de rua? Deixo a questão ao leitor. 

14.2.12

RECORDAÇÕES DE ZÉ ARIGÓ



O site Espiritismo BH entrevistou Leida Oliveira, pessoa que trabalhou desde a juventude com José Arigó, médium curador de família católica que foi estudado por José Herculano Pires no livro cuja capa se acha apresentada acima.

Ela fala da infância, surgimento da mediunidade, curas realizadas, perseguições por parte da igreja, a relação com médicos e o processo por curandeirismo e exercício ilegal da medicina.

O indulto da pena de prisão de José Nilo (pai de Leida) e Arigó por Juscelino Kubistcheck é um dos eventos narrados por sua biógrafa oral. Tendo sido novamente preso em Lafaiete, ele era procurado na cadeia pelas pessoas sem acesso ao tratamento médico e continuou suas atividades mediúnicas.

A recuperação da época por Leida lembra muito a relação da sociedade com Chico Xavier e com o espiritismo em geral, apesar de Arigó (que significa matuto, caipira) não ter estudado a doutrina como o médium de Pedro Leopoldo/Uberaba.

De um evento curioso do interior das Minas dos anos 50 ao impacto internacional de seus fenômenos, Leida faz uma narrativa deliciosa, que nos prende do início ao fim.


Outra dica: a Leida é autora de um livro sobre Arigó. Eu ainda não li, mas vamos conferir?


6.2.12

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA ABRE REFORMADOR



No terceiro ENLIHPE, em Belo Horizonte, o representante da Federação Espírita Brasileira nos informou sobre todas as ações de conservação do acervo bibliográfico, digitalização e disponibilização ao público.
Há alguns dias, o Prof. Vinícius Lousada comunicou à LIHPE a disponibilização do conteúdo de Reformador ao público.
As três últimas décadas já estão na base de informações e as demais devem ser integradas até julho de 2012. O link é www.febnet.org.br/acervo/
Fiz algumas pesquisas e depois de algum tempo encontrei meus artigos, mas tive que digitar o sobrenome, seguido do nome e observar a questão dos acentos (meu nome é acentuado, mas a base recupera o nome sem acento). Como há muitos autores com o sobrenome Sampaio, foi necessário fazer diversas tentativas até obter os três trabalhos. 

A pesquisa por palavra-chave foi bem sucedida. Foi necessário aguardar um pouco até aparecer na direita o link de visualização.
É possível também pesquisar por revista, por coluna, título e outras informações. Se você tem a referência completa que está buscando, é bem fácil obter o trabalho em pdf. Recuperei 383 trabalhos que trazem Deus no título.

Foi fácil também baixar a revista na memória do computador e recortar o trabalho do pdf. Veja a inserção do texto de Denis:


Faça uma experiência e leia Reformador de seu micro, note ou tablet.

3.2.12

JORNAL 'O IMORTAL' PUBLICA ENTREVISTA


O Imortal é um jornal publicado na cidade de Cambé, no Paraná, e circula há quase 60 anos. Pode ser lido na internet, em O Consolador:

Neste mês tive a grata surpresa de ver publicada a entrevista feita por Guaraci Silveira, de Juiz de Fora, publicada na edição de fevereiro de 2012.

Confiram!



2.2.12

SAIU MAIS UM NÚMERO DO BOLETIM GEAE


O Boletim GEAE é uma das mais antigas publicações espíritas digitais na internet. GEAE significa Grupo de Estudos Avançados Espírita. Hoje, de cara nova, tem o formato de uma revista digital, que se pode baixar gratuitamente e folhear com o Adobe Reader (o da extensão pdf), um programa gratuito de leitura de documentos, muito disseminado e fácil de se obter.

As primeiras publicações foram feitas como se fossem folhas datilografadas na internet, mas sempre com um conteúdo instigante, contribuição internacional e divulgação de eventos de caráter espírita. Iniciaram-se há vinte anos!

Artigos, perguntas e respostas e debates (alguns polêmicos) em torno do espiritismo tem sido a tônica do grupo.

Para acessar o Boletim 548 diretamente, digite o endereço abaixo no navegador:

(PDF para download - http://www.geae.inf.br/pt/boletins/geae548.pdf)