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28.9.12

O MITO DE CHICO XAVIER NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA


 Foto de Bethânia
Bethânia Alves de Menezes defendeu em Uberlândia, no ano de 2006, uma dissertação de mestrado no Instituto de Geografia. Ela fez a gentileza de disponibilizar para os interessados, no formato pdf, no seguinte endereço: http://www.ig.ufu.br/sites/ig.ufu.br/files/Anexos/Bookpage/Anexos_BethaniaAlves.pdf
O título é "O Mito de Chico Xavier: os usos, apropriações e seduções do simbólico em Uberaba-MG."
Pode parecer estranho, mas há outras dissertações na área de Geografia relacionadas com o espiritismo e o movimento espírita de alguma forma.

Segue abaixo o resumo escrito pela autora para os interessados.


"A pesquisa é resultado de questionamentos realizados em torno do simbolismo implícitos na imagem do médium Chico Xavier, a partir dos espaços usados e apropriados por ele na difusão do Espiritismo Cristão em Uberaba/MG. Tem como objetivo decifrar os conteúdos dos espaços criados a partir da doutrina espírita, envolvendo a pessoa do médium que consistem em compreender os processos de sacralização de espaços, mesmo após a sua morte.O problema central da pesquisa em questão é o espaço do mito. Tomam-se como ponto fundamental de análise alguns teóricos do espaço e desloca-se a mesma análise do espaço social para o espaço sagrado; procedimento este compartilhado por diversas correntes das ciências sociais. Analisadas as estruturas, as formas e os conteúdos da unidade de análise do espaço, enfatizam-se os processos de organização social, até atingir as posições concretas das pessoas que continuam a obra do mito e das organizações, ou seja, os espaços apropriados como: a casa e/ou museu, a livraria, o centro espírita, o grupo assistencial e, por fim, o
mausoléu. Assim, foi possível decifrar os lugares a partir dos usos e apropriações estabelecidas pelo médium e por seu público demonstrando as práticas sociais demandadas na estruturação do Espiritismo. Embora seja evidente sua imagem de mito, busca-se analisar nos legados do médium e em seus seguidores, além das formas de apropriação desses espaços e da difusão de seus ensinamentos."

28.10.11

CONHEÇA ELIAS BARBOSA

Figura 1: Foto de Elias Barbosa



Em trinta e um de março de 2011, retornou à pátria espiritual o médico e professor Elias Barbosa. Eu não o conhecia pessoalmente, apenas sua relação com Chico Xavier, e o nome que aparecia na coautoria ou organização dos livros de mensagens de familiares recebidas pelo grande médium mineiro.

Quem foi Elias Barbosa? Oceano Vieira de Melo começou um projeto para suprir esta negligência do movimento espírita. Um primeiro vídeo já está disponível no You Tube, e ele emociona pelos depoimentos da família e pela pequena transcrição de uma palestra do Dr. Elias, onde se vê a mineiridade dos causos, a serenidade das ideias e a profundidade do pensamento, em um discurso humilde, geralmente mal interpretado em outras regiões do país.

16.4.11

VANDIR, CHICO E A POBREZA.


Foto: Vandir Dias e Chico Xavier



Acho que já contei aos leitores que quando era universitário procurei o DA do Instituto de Ciências Exatas para pedir ajuda para fazer uma campanha de natal. A reação já era esperada: os representantes discentes disseram que não queriam "amansar o cordeiro".


Olhei com estranheza. Eles esperavam que as pessoas se indignassem com sua condição e fizessem uma revolução político-econômica no Brasil. Lembrei dos assistidos da casa de Célia, às voltas com a sobrevivência e a violência, o alcoolismo e o abandono, abandonando a escola por não ter dinheiro para comprar cadernos. Lembrei das crianças escaldadas pelos pais, da mãe que não queria tomar o remédio do médico que a atendeu em 2 minutos exatos, dos filhos de muitos pais desconhecidos, e de toda a luta que principalmente as mães empreendiam por seus filhos.


O discurso de "ensinar a pescar" já existia no movimento espírita e nossa casa tinha algumas frentes de promoção social ligadas a algumas frentes de assistência social.


Há alguns meses recebi o livro abaixo, presente do Sr. Carlos a pedido do Dr. Ademir Xavier. Coloquei-o na fila, curioso, mas com muitas atividades por fazer. Há uma ou duas semanas pude começar a lê-lo e não parei mais.





Capa do Livro: Vandir Dias: Voluntária do Amor



A autora, uma jornalista, escreve de forma clara e direta. Vandir é uma jovem da região de Monte Carmelo, franzina e doente, que tem contato com o Espiritismo e com Chico Xavier, ainda solteira.


A dor a atraiu ao meio espírita e ela apreendeu como ninguém a paradoxal lógica da caridade do médium mineiro.


Tendo mudado para Campinas, no interior paulista, com dificuldades financeiras e família em formação, ela inicia seu trabalho alimentando os pobres.


Uma frase de Chico parece tê-la marcado: "não basta doar, é preciso ir onde estão os pobres". Vandir resolve criar uma sopa na região do Grameiro, à época uma grande ocupação de migrantes de todo o Brasil, sem qualquer infra-estrutura ou ação do governo.


Vera Longuini foi muito feliz ao recuperar as notícias da época e descrever o Grameiro. Eu revi nesta leitura a população do Bairro Cabana nos anos 70/80 em nossa capital, especialmente os trechos de ocupação.


Neste ponto o livro é uma aula de política. Um europeu veria no Grameiro uma cena de guerra, mas nós já estamos acostumados com a pobreza, e só vemos um lugar inóspito e sem higiene. Por muito menos as pessoas se organizam em mutirões para socorrer quem perde a residência por causa de uma chuva ou intempérie, mas ninguém se incomoda com quem nunca teve onde morar.


Os pobres de Vandir necessitavam de tudo. Sem terra, sem casa, sem comida, sem estudo, sem nada. Sub-cidadãos; sub-humanos. Uma tarefa muito superior às costas de uma frágil esposa de classe média, cujo único recurso são os amigos, o verbo e a disposição para realizar.


Vandir chegou a montar uma estrutura no meio da favela do hoje próspero município, distribuindo sopa a duas mil pessoas, roupas e medicamentos. Seu trabalho era a demonstração cabal da incapacidade do estado e da indiferença da sociedade. Aos poucos, como uma Madre Tereza, ela agrupa ao seu redor toda uma comunidade de simpatizantes, pessoas que se importam, e que com suas possibilidades e compromissos, vão construindo o Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa (nome de um espírito que se comunicava por Vandir), que tem na escolha do nome a mão de Chico.


A autora não esconde as dificuldades, a violência, as relações com o poder público, as transformações que Campinas vai sofrendo e aponta o deslocamento da miséria nos anos 70. Vandir é uma mulher perceptiva, vai entendendo as mudanças e alterando sua ação no passar do tempo. Desloca-se do Grameiro para o Jardim Campineiro. Os casos emocionam e fazem pensar.


É impossível não admirar esta pequena grande mulher, esta andorinha, como a alcunhou o amigo Eduardo Carvalho Monteiro. Ela não solucionou os problemas da comunidade de Campinas, mas mudou a trajetória de muitas famílias, mais que isso, ela fez com que muitas pessoas se importassem.


Não desejo escrever muito para que o leitor do EC se interesse pelo livro. Ele descreve uma das heranças que Chico Xavier legou ao Brasil, que o tornou merecedor da indicação ao Nobel da Paz.


Mais um dado, o MAE Maria Rosa mudou. Ele acompanhou o surgimento dos postos de saúde nas comunidades atendidas, das escolas públicas e de outras ações sociais que os governos brasileiros implementaram nas últimas décadas, redimensionando suas ações e suas finalidades.


Os interessados podem acessar o site do MAE Maria Rosa, hoje no http://www.maemariarosa.org.br/ e neste mesmo site encomendar o livro, que está sendo vendido por apenas quinze reais. Pedidos para maemariarosa@gmail.com, aos cuidados de Ademir Xavier.

14.2.11

AS MÃES DE CHICO XAVIER

As Mães de Chico Xavier é o novo longa metragem que estará no circuito a partir de primeiro de abril de 2011. Nelson Xavier faz novamente o papel do médium mineiro, mas a trama se desenvolve em torno de algumas mães que perderam seus filhos e o procuram em busca de informações. Baseado em fatos reais, o filme tem tudo para ser um novo sucesso de bilheteria, dado o interesse que o Espiritismo tem despertado na população brasileira e na qualidade da produção. Acho que o filme que deve levar aos cinemas um público de pelo menos dois milhões de expectadores. E você, leitor, o que acha?

9.12.10

DR. CLEOMAR CONCEDE ENTREVISTA SOBRE MATERIALIZAÇÕES DE UBERABA



Dr. Cleomar Borges de Oliveira, de Franca, concedeu entrevista ao Espiritismo Comentado sobre as Materializações de Uberaba. Cleomar participou do episódio da Revista "O Cruzeiro", e presenciou os trabalhos que tornaram conhecida a médium Otília Diogo. Ele narra de forma simpática sua vivência com os espíritos materializados, Chico Xavier, Waldo Vieira e dá muitos detalhes vividos pessoalmente.
Agradecemos a ele, ao Hospital Psiquiátrico Allan Kardec e ao Adolfo de Mendonça Júnior o apoio para a realização deste vídeo de doze minutos.

18.9.10

HUMBERTO, CHICO E ALEXANDRE

Humberto de Campos

Com este título intrigante, tomei a liberdade de apresentar no Célia Xavier um dos trabalhos mais interessantes que li recentemente.

Todos adivinharam quem é a dupla Humberto e Chico: o escritor Humberto de Campos e Francisco Cândido Xavier, mineiro do século e médium.

Alexandre é um acadêmico, doutor pela UNICAMP, que pesquisou, entre outras coisas, as citações de Humberto-Espírito, escritas pelo lápis célere do médium de Pedro Leopoldo-Uberaba.

Minha impressão é de assombro (e redescobri que Sócrates tinha razão: não sei muito mesmo). Ele dá oito exemplos de citações que deveriam estar na cabeça de Humberto e não deveriam estar na cabeça de Chico, se os empiristas tivessem razão e fôssemos todos "tábulas rasas".

Só para instigar o leitor do blog: Há uma citação atribuída a Ernest Renan: "o cérebro queimado pelo raciocínio tem sede de simplicidade, como o deserto tem sede de água pura ".

Alexandre procurou na obra de Renan e encontrou a citação no livro Souvenirs d'enfance et de jeunesse. A citação está em francês: “Le cerveau brûlé par le raisonnement a soif de simplicité, comme le désert a soif d’eau pure”. Difícil o Chico ter acesso a isto, não é mesmo?
Quando ele fez uma pesquisa na Biblioteca Pública Benedito Leite, de São Luiz - Maranhão -, onde se encontra a biblioteca pessoal de Humberto de Campos, encontrou um exemplar deste livro de Renan que pertencia ao escritor.

Mais um exemplo ao nosso interessado leitor. O livro psicografado se chama Boa Nova, e o autor espiritual cita Horácio (65a.C., 8 a.C.):

“Ó sol fecundo
Que com teu carro brilhante
Abres e fechas o dia!...
Que surges sempre novo e sempre igual!
Que nunca possas ver
Algo maior do que Roma.”
Após apresentar os versos a um latinista, Alexandre encontrou o livro "Carmen Saeculare", versos 9-12, no qual se lê: “Alme Sol, curru nitido diem qui promis et celas aliusque et idem nasceris, possis nihil urbe Roma uisere maius”
Eu não falo latim (nem o Chico), mas acredito no Alexandre que afirma ser uma tradução - "talvez inédita".

Quer ler mais? São mais de oito exemplos em "A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea", que pode ser encontrado pela internet, no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - CCDPE (http://www.ccdpe.org.br/) ou adquirido, em Belo Horizonte, na Livraria da Associação Espírita Célia Xavier (31-3334-5787) - Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado.

12.9.10

ESPIRITISMO NO FANTÁSTICO E NA MÍDIA INTERNACIONAL

Clique na imagem para ampliar

Vivemos um período de exposição na mídia de fenômenos espirituais, mediunidade e do Espiritismo. Após alguns filmes de roteiro espiritualista produzidos pelas grandes produtoras cinematográficas norte-americanas (como Ghost, O Sexto Sentido e Os Outros) que se tornaram blockbusters, vieram os seriados da TV americana (Medium e Ghost Whisperer) e finalmente ganharam o Brasil.
A Globo, talvez influência de Augusto César Vanucci, sempre abriu janelas em sua programação para temas espíritas. Programas especiais sobre Chico Xavier, uma mini-série sobre o médium, Globo Repórter sobre mediunidade, uma refilmagem da novela A Viagem...
Agora estamos vivendo um período que teve suas porteiras abertas pelo documentário "Bezerra de Menezes". Aos moldes do jargão "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", o filme de recursos escassos atraiu um público inesperado, malgradas as críticas que apontaram suas limitações (seja de críticos de cinema, seja do próprio movimento espírita). Seguiram "Chico Xavier" de Daniel Filho e "Nosso Lar" de Wagner de Assis, que hoje lideram a preferência dos internautas para representar o Brasil na festa do Oscar 2011 (www.cultura.gov.br/site/2010/09/08/enquete-oscar/ ).
Talvez seja um modismo, como apontam alguns comentaristas, mas a Globo entrou fundo posicionando uma novela e uma minissérie (A Cura) na mesma linha temática.
Os que gostamos de estudar a História, vimos o Espiritismo sair de "inimigo público número 1" da Faculdade de Medicina do início do século XX (leiam a tese de Angélica A. Silva de Almeida) e do legislativo brasileiro (leiam o excelente livro "O Cuidado dos Mortos" do prof. Emerson Giumbelli) para o queridinho dos meios de comunicação brasileiros.

7.9.10

NOSSO LAR ESTRÉIA NO CINEMA

Figura 1: Imagem de divulgação

Atendendo ao pedido do diretor, Wagner de Assis, fomos (a família) assistir a Nosso Lar ainda no dia do lançamento. Não tivemos nenhum problema com a compra de bilhetes, mas como bons mineiros, compramos às 13 horas para assistir às 19 horas.
O número de salas exibindo em Belo Horizonte é bem grande. O Diamond Mall reservou duas (eles não querem perder público, é lógico...)
A Folha de São Paulo (cidade em que o número de salas exibindo assusta!)informa que a bilheteria foi de 6,1 milhões nas 443 salas em todo o Brasil, no primeiro final de semana (sexta a domingo).
Os comentários são os mais diversos, mas cabe informar aos que acham que o filme foi feito com recursos públicos que os 20 milhões gastos não contaram com recursos do contribuinte.
Minha impressão foi de emoção. Com a música de Philip Glass, com diversas cenas escolhidas, e com o foco do filme na pessoa de André Luiz, muito bem interpretado por Renato Prieto. Por sinal, o filme deveria chamar-se André Luiz e não Nosso Lar, pela centralidade do foco neste personagem.
Como psicólogo, já que não entendo de cinema, gostei do lado humano de André Luiz, às vezes muito idealizado pelos espíritas. Se for possível vencer as diferenças doutrinárias, eu recomendo o filme aos cristãos de uma forma geral, independente da filiação, porque entendo que independente das imagens e da proposta de compreensão da vida após a morte, o filme fala de um homem diante dos valores cristãos, tão em baixa em nossa sociedade consumista, mas tão marcantes à alma e à socidade brasileira.
Não vou comentar muito, nem criticar, para que o leitor forme sua própria opinião. Quem sabe daqui a algumas semanas?

29.7.10

CHICO XAVIER NA ONU?

A seção de notícias do site da FEB escreveu:
"No dia 6 de agosto será realizado o evento "Tributo a Chico Xavier" num dos auditórios da ONU, em Nova York (EUA). Será apresentado o filme “Chico Xavier”, seguido de uma mesa redonda com produtores e atores do filme e diretores da FEB e do Conselho Espírita Internacional. Informações: www.spiritistvideos.com/chico "

1.7.10

TIAGO PAZ ESTUDA A IMAGEM DE CHICO XAVIER EM TESE DE DOUTORADO


O mestre em Psicologia Social Tiago Paz Albuquerque, hoje cursando doutorado nesta mesma área na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está fazendo uma pesquisa sobre a imagem de Chico Xavier junto ao povo brasileiro.

Pelo que pude entender, seu interesse é atingir um número elevado de respondentes de todas as crenças para realizar o seu trabalho, razão pela qual ele pede que as pessoas respondam seu instrumento eletrônico.

O Espiritismo Comentado gostaria de apoiar a iniciativa e pede a seus leitores que respondam e indiquem a amigos e conhecidos a participação na pesquisa, dentro dos preceitos da ética e da responsabilidade da prestação de informações.

Segue o texto enviado pelo pesquisador na íntegra:


"Amigos e colegas,

Peço a colaboração de todos para responderem a um questionário que trata sobre a imagem de Chico Xavier junto ao público brasileiro. Esse questionário faz parte da minha pesquisa de doutorado em Psicologia Social, orientado pelo Prof. Dr. Celso Pereira de Sá, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ.

Para acessar ao questionário, basta clicar no link abaixo e responder.

http://pt.surveymonkey.com/s/pesq_quest

Se puderem, encaminhem esse e-mail para todos da sua lista de e-mails.
Obrigado,

Tiago Paz e Albuquerque
Aluno de doutorado
Programa de Pós-graduação em Psicologia Social
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Fone: 55 21 83544022
E-mail: tiagopaz@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9814411412881480 "

7.5.10

EC EM FORTALEZA: LIVRARIA ESPÍRITA ITINERANTE

Calçadão da Avenida Beira-Mar em Fortaleza. Lugar agradável, construído para os passeios e pequenas corridas a qualquer hora do dia e da noite. Pontos de apoio ao turista, bares, barracas de praia, feirinha de artesanato, livraria espírita itinerante... Livraria itinerante? O que é isso?


Com a discrição mineira fomos chegando e logo encontramos um cearense cheio de sonhos e recordações. Clélio Cavalcanti trabalha há anos como voluntário nesta atividade. Conhece os livros, conhece os centros espíritas, conhece os autores e conhece muitos espíritas de todo o Brasil, incluindo a capital mineira. Trabalhou durante anos na Mansão do Caminho e veio “cedido” por Divaldo para apoiar o trabalho.
Logo mostra o novo Parnaso de Além Túmulo, recém publicado pela FEB para a comemoração de cem anos do nascimento de Chico Xavier.

“Estes livros são adquiridos e voltados para os turistas, igualmente itinerantes, às vezes espíritas, porque os espíritas locais geralmente compram nas livrarias dos Centros Espíritas para ajudá-los”, conta-nos.

A van é apenas uma das unidades móveis de divulgação de livros espíritas. Há também um ônibus cuja história começa no interior mineiro, em 1994.

Um homem desejava suicidar-se por haver perdido um ente querido e foi procurar Chico Xavier. Encurtando a história, após o atendimento consolador, ele resolveu utilizar suas posses para divulgar a obra do médium mineiro e adquiriu um ônibus, adaptou-o e enviou pelas estradas do Brasil. Como o projeto veio parar no Ceará, bem, é outra história. Venha à avenida dos hotéis cearenses e procure o Clélio...

6.5.10

CHICO XAVIER, O FILME, ESTÁ NA FRENTE...





02 de maio de 2010. Saiu o relatório dos dez mais vistos filmes no Brasil. Chico Xavier, na sua quinta semana de exibição, já gerou quase 26,5 milhões de reais em bilheteria, foi visto por mais de 2,89 milhões de expectadores e atraiu leitores em todo o Brasil para as biografias e obras do médium. A FEB lançou uma nova edição do Parnaso de Além Túmulo, e as livrarias de mercado montaram stands destacando os livros espíritas. Viva Chico...

5.5.10

ESPIRITISMO COMENTADO EM FORTALEZA: AS MÃES DE CHICO

A Estação da Luz, que gravou “Bezerra de Menezes”, tem um novo projeto: o filme “As Mães de Chico Xavier”.


A trama envolve três mulheres, que perdem seus filhos e vão procurar o médium mineiro em busca de consolo. Artistas conhecidos pelo público participam das gravações. Nelson Gonçalves fará novamente o médium.

Uma das locações do filme “As Mães de Chico Xavier”, que deverá estar nos cinemas ainda este ano, é a cidade de Fortaleza. Fazíamos um tour pela cidade quando a guia nos mostrou a equipe e comentou sobre a tolerância do brasileiro com as diferentes religiões, o que não é comum na Europa (a guia era portuguesa).

EC tirou fotos da equipe de filmagem no Passeio Público, em frente à Santa Casa.


Abaixo se vê a equipe de filmagem em atividade.


Mais informações podem ser obtidas no blog http://asmaesdechico.blogspot.com/

24.4.10

LIVRO DE HUMBERTO DE CAMPOS É RESENHADO

Leandro Couto


O livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho foi publicado pela editora da Federação Espírita Brasileira em 1938, sendo de autoria do espírito Humberto de Campos e tendo sido psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Em sua formalidade, a obra possui:
• um prefácio escrito por Emmanuel, que foi o espírito que acompanhou o médium em vida;
• um texto inicial de Humberto de Campos, intitulado “Esclarecendo”;
• 30 capítulos que percorrem o período a história do Brasil entre o último quartel do séc. XIV d. C. (1.37...) e a última década do séc. XIX d. C. (1.89...), na qual se consolida a maturidade da nação brasileira.

Uma possível classificação das obras psicografadas por Chico Xavier , enquadra o livro de Humberto de Campos na classe “Prosa Histórico-Geográfica” junto à obra A Caminho da Luz e aos romances que retratam o cristianismo primitivo, todos livros autoria espiritual de Emmanuel. Ao ler Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, surge-nos a oportunidade de aprofundar a compreensão sobre o livro através de vários caminhos. E um deles, ao qual me arrisco, é o literário.

Nosso livro possui uma estrutura textual narrativa, pois foca ações que ocorrem num dado tempo, praticadas por personagens em um determinado espaço e apresentadas pelo narrador, que lhes interpreta assumindo um ponto de vista sobre os fatos. Há, assim, o reconhecimento da subjetividade do autor impressa na obra. Na análise de fatos da história do Brasil, Humberto de Campos tem por objetivo demonstrar:
• a missão evangelizadora da nação brasileira, identificando no Brasil a condição de “coração espiritual da Terra”, evidenciada pela espontânea e enorme acolhida que a Doutrina Espírita teve em nosso país;
• o acompanhamento feito por Jesus do processo evolutivo brasileiro, baseando-se em dados colhidos no Plano Espiritual para tecer comentários sobre a escravidão, os movimentos nativistas, a Inconfidência Mineira, a Guerra do Paraguai, o Espiritismo e o Movimento Espírita no Brasil.

Corresponde ao gênero literário Épico, menos subjetivo que o Lírico, sendo do tipo Romance: uma narrativa de maior extensão na qual são apresentados vários episódios que formam a história de um ou vários personagens centrais (protagonistas), podendo explorar profundamente aspectos físicos, sociais ou psicológicos das personagens. O romance Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho tem o povo brasileiro como protagonista e lhe explora os aspectos espirituais.

Diferencia-se dos demais romances de prosa histórico-geográfica por possuir uma entidade coletiva como protagonista ao invés de indivíduos. Conforme Humberto de Campos, na formação da alma coletiva do povo brasileiro, os índios representavam os simples de coração, os brancos europeus chegavam sedentos da justiça divina, e, mais tarde, com os negros, veio a expressão dos humildes e dos aflitos.

Em uma visão geral da história do Brasil, por um prisma eurocêntrico, temos a Pré-história brasileira (de 58.000 a. C. até 1.500 d. C.), a Colônia (de 1.500 até 1.822), o Império (de 1.822 até 1.889) e a República (de 1.889 até a atualidade). Todavia, o intervalo histórico contemplado pelo livro de Humberto de Campos começa no final da pré-história brasileira e termina com proclamação da república, evento que atesta a maturidade coletiva do povo brasileiro.

Aproveitando o ensejo da metáfora, na adolescência, sob a tutela de Dom Pedro II, com equívocos e acertos, o povo brasileiro desenvolveu o senso de liberdade e aprimorou a sua fraternidade, somando-os à mansidão. Retrocedendo mais um pouco, o período colonial brasileiro corresponderia à infância do Brasil, ainda bastante preso à saia de sua mãe, Portugal. O século XIV d. C., no qual Portugal tem seu apogeu histórico com as grandes navegações e o encontro de novas terras além mar, seria como o período de gestação do Brasil. Nas palavras de Fernando Pessoa, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.”

A diferença com o livro A Caminho da Luz é mais profunda por ser este em estrutura textual dissertativa, consistindo em um esforço de síntese em contribuição “à tese religiosa, elucidando a influência sagrada da fé e o ascendente espiritual, no curso de todas as civilizações terrestres” .

Para Emmanuel, no prefácio de Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, “se outros povos atestaram o progresso pelas expressões materializadas e transitórias, o Brasil terá a sua expressão imortal na vida do espírito, representando a fonte de um pensamento novo, sem as ideologias de separatividade e inundando todos os campos das atividades humanas com uma nova luz.”

As contribuições do povo brasileiro serão (já são) expressões espirituais em favor do mundo.


_____________________________________________________

Marival Veloso Matos, 08/02/2008 – disponível em www.uemmg.org.br em 03/04/2010;
1º verso do poema “O Infante”, na 2ª parte, Mar Português, do livro Mensagem, de Fernando Pessoa;
Antelóquio do livro A Caminho da Luz (Espírito Emmanuel, pisc. Francisco Cândido Xavier. FEB: 1938).

7.4.10

SUPERENVIESADO


O difícil trabalho do jornalista

O trabalho do jornalista exige que ele apresente prós e contras de um ponto polêmico sobre o qual está escrevendo, aponte diferentes pontos de vista, favoreça o diálogo entre os atores sociais. Nem sempre o que ele escreve é afim à nossa forma de pensar, e o jornalista competente sabe traduzir os contraditos com qualidade e de forma bem embasada.
O mercantilismo da mídia e o jornalismo inescrupuloso
Ao lado da nobre profissão, temos o uso dos meios de comunicação como investimento, altas tiragens, vendas elevadas, etc. Ao transformar o jornalismo em produto mercantil, há quem não se incomode com o sensacionalismo e até mesmo com o direcionamento do que escreve para uma finalidade instrumental.
O Jornalismo Manipulador
Quem não se recorda da lamentável matéria televisiva veiculada por uma grande emissora após o debate entre os candidatos Lula e Collor? Eu havia assistido o debate na véspera e fiquei atônito ao ver que um órgão de comunicação havia escolhido os piores momentos de Lula e os melhores momentos de Collor no dia seguinte. (E olha que não votei em Lula na última eleição).

Eu conheço jornalistas sérios e notáveis. Recordo-me de um que após a entrevista que concedi, desabafou: não vou escrever a matéria, não tenho a clareza necessária sobre o tema.
Recordo-me de outro de uma revista de circulação nacional, que me telefonou, sedutor, dizendo que queria saber o que eu fazia de espírita na Universidade para dar visibilidade ao Espiritismo. Eu desconfiei do tom amigável e sedutor e não lhe disse nada. Ele insistiu, queria saber se eu ensinava Espiritismo em minhas aulas de Psicologia do Trabalho (!!!!) e se adotava outras atitudes claramente sem ética. Na semana seguinte vinha a matéria, que tinha por interesse vilipendiar um funcionário de alto escalão do governo Fernando Henrique, apenas por ser espírita confesso e atuante. Conversei com alguns dos entrevistados e eles me disseram que o repórter chegou com uma pauta e perguntou outras coisas sem qualquer conexão com o objetivo expresso, que publicou, pontual e maldosamente no artigo, visando desacreditar o Espiritismo, para com isto atacar sua vítima. Não preciso dizer que não houve qualquer menção à minha entrevista e à de outros que responderam de forma semelhante.
É inesquecível, em meus tempos de estudante de graduação, o trabalho de um jornalista que colheu entrevistas visando identificar irregularidades no ensino público superior. Suas informações ficaram guardadas por meses e vieram à luz na semana em que o congresso constituinte votava a gratuidade do ensino superior público. Não preciso dizer que não se publicou nada de bom das universidades públicas. Pergunto ao meu leitor: havia ou não intenção de interferir parcialmente no trabalho dos constituintes, na defesa da opinião dos donos do jornal?

O Jornalismo de Superinteressante

Não me surpreende, portanto, que a Super, adote eventualmente esta linha sensacionalista. Aparentemente o trabalho sobre o Chico Xavier quer mostrar dois lados de um debate sobre a mediunidade. Seria excelente se fosse apenas isso, mas as entrelinhas e insinuações da repórter denunciam sua intenção (será mesmo dela ou da revista?): a de gerar descrédito e até ridículo na imagem pública do Chico.

1. Para fazer o contradito eles procuraram especialistas que estudaram o Chico ou sua obra? Não.
2. Estudaram o trabalho do Chico em profundidade? Não.
3. Apresentaram os autores que pesquisam mediunidade? Sim e não (Ficou isolada e descontextualizada a entrevista com o Dr. Alexander Almeida).
4. Usaram material de blogueiro, sem formação científica adequada? Sim.
5. Usaram termos da metapsíquica, há muito abandonados pela parapsicologia, como hipótese alternativa à mediunidade? Sim.
6. Usaram epistemologia positivista do século XIX? Sim (comprovação de hipóteses como sinônimo de verdade, em lugar de teste, corroboração ou falsificação de hipóteses).
7. Sugeriram a explicação da mediunidade a partir dos sintomas das crises de epilepsia? Surpreendentemente sim.
8. Apresentaram hipóteses físicas sobre materialização como se fossem conhecimento científico? Curiosamente sim. (Eles calculam a energia necessária para "surgir uma massa do nada", o que não é hipótese espírita para a explicação de fenômenos de materialização).
9. Ocultaram o conteúdo do episódio envolvendo David Nasser, seu colega de profissão, mesmo falando da matéria de O Cruzeiro? Sim
10. Inventaram uma nova explicação para a mudança do Chico para Uberaba, sem qualquer evidência? Sim.
11. Criaram uma imagem pública depreciativa para o Chico ao alcunhá-lo como piadista? Sim. (Ao que me consta, ele não escreveu nenhum livro de piadas, e o próprio Simonetti indignou-se ao ver como usaram o título de um de seus livros)
12. Alegaram fraude para as mensagens psicografadas pelo Chico com base em boatos? Sim.
13. Fizeram um ataque ao filho de Chico Xavier, Eurípedes Higino, sem lhe dar o direito do contradito? Sim, e ficou insinuado que ele usa os direitos autorais do pai adotivo em benefício próprio.
14. Sugeriram com base em um depoimento de um repórter que todos os fenômenos de odores no ambiente de materializações são fraudes? Sim.
15. Omitiram as conclusões do trabalho do Marcel Souto Maior, que estudou o Chico e outros médiuns durante muito tempo para escrever seus livros? Sim.
16. Afirmaram a existência de uma indústria com o nome do Chico Xavier? Sim, e se esqueceram de afirmar que eles também estão auferindo lucros, ao publicarem esta matéria agora e não há um ano.
Concluindo
Depois disso tudo, devem ter vendido muitas revistas. Parabéns ao administrador financeiro da Abril, meus pêsames ao editor. Não vou ficar argumentando contra um trabalho tão pueril e maldoso. Se o leitor quiser, acesse o link do site de Richard Simonetti. Ele está indignado e escreveu de forma incisiva, mas apresentou muitas evidências em contrário do que publicou a Superinteressante (ou será Superenviesada?)

http://www.richardsimonetti.com.br/artigos/superinteressante.html

3.4.10

SEXTA FEIRA DA PAIXÃO CONTEMPORÂNEA

Foto 1: Três artistas, um personagem


Na minha infância, sexta-feira da paixão era dia de assistir filmes antigos da paixão de Cristo na televisão. Um dos primeiros que me recordo era tão atávico que não mostrava em momento algum o rosto do artista que personalizava Jesus.


Ontem foi uma paixão diferente. Chegamos com uma hora de antecedência no cinema de Ipatinga para assistir a um filme. Fomos os primeiros, de entrada já comprada, mas a fila se estendia até perder de vista, contornando a área exterior do shopping.


Filme diferente. A sessão anterior acabou e saiu apenas um casal. As pessoas não saíam e alguém puxou uma salva de palmas. O horário da exibição já havia chegado e não começávamos a entrar porque a funcionária ainda limpava a sala.


Entramos, finalmente, e as pessoas tinham um comportamento estranho. Apesar da impaciência contida decorrente do atraso e da incômoda fila, a maioria delas era cortês, qualidades que se nota com atos de gentileza gratuita, como buscar um apoio de assento para alguém mal acomodado, cumprimentar, pedir licença, agradecer... Aos poucos a impaciência cedeu lugar à tranquilidade e curiosidade.


Jesus cedeu lugar a um mineirinho sofrido, igualmente gentil e paciente, que também sofreu, mas também viveu pelas pessoas. Ele também colocou prostitutas para pensar em Deus. Acolheu os aflitos, os doentes, os desconsolados. Ele abriu mão de sua vida pessoal em função de uma missão com a qual se comprometeu. Ele conversou com demônios e com anjos. Sofreu bastante.


Apesar deste lado angelical, era humano, demasiado humano. Sentiu medo da morte e depois transformou-o no riso. Comprou e usou uma peruca "de gosto duvidoso". Sofreu a incompreensão do pai, de familiares, da população onde vivia, do clero. Chorou a morte de pessoas queridas. Trabalhou com pessoas que não entendiam direito o que fazia e dizia, o que lhe exigia uma cota extra de paciência e disciplina. Apegou-se a animais de rua.


Não foi crucificado na morte, mas pode-se dizer que diluiu o sofrimento de Jesus ao longo de sua vida, extensa, caridosa e produtiva.


Eu pude ver sua face criança, sua face jovem e sua face idosa, fiquei face- a- face com o homem que escolheu seguir Jesus radicalmente, e não consegui não ver Jesus em suas ações e reações.


Gostei deste filme da história de Jesus. É uma história recontada, mas não é maliciosa como "A Última Tentação de Cristo", nem tão sensorial como "Jesus de Nazaré" de Zefirelli, nem tão sanguinolenta como "A Paixão de Cristo" de Mel Gibson.


Eu senti Jesus nas ruas do estado em que fui criado, na linguagem matuta, nas emoções e ações violentas dos personagens do entorno, senti o sofrimento que vejo todos os dias nas ruas mas não enxergo, acostumado que estou a ser cego, e vi que é possível ser vidente em uma terra de cegos.

2.4.10

ESTADO DE MINAS PUBLICA ESPECIAL CHICO XAVIER

Foto 1: Chico Xavier em três momentos distintos de sua vida. (Fonte: Especial Chico Xavier)

No dia da comemoração dos 100 anos de nascimento de Chico Xavier o Estado de Minas e o Portal UAI, da rede dos Diários Associados, publicaram um especial sobre o médium brasileiro. São matérias e imagens históricas, como alguns cortes do famoso programa Pinga Fogo, no qual Chico consolidou sua imagem nacional.
Nele é possível ler uma entrevista com Eurípedes, que conta a história de sua adoção, acompanhar um slide show com fotos de Chico em diversos momentos, presenciar a cobertura à pré-estréia do filme, visitar a casa de Chico em Uberaba e muito mais.

Acesse: http://www.uai.com.br/htmls/page/326/capa_especial_chico_xavier.shtml

27.3.10

CHICO XAVIER E ROBERTO MUSKAT


Eu era jovem quando começaram as publicações de livros de Chico Xavier contendo cartas de parentes desencarnados. Somos Seis, Jovens no Além, Motoqueiros no além, Crianças no Além e muito outros vinham à luz pela GEEM, pela CEU, IDE e outras editoras espíritas.
À época, imaginávamos que se tratava de um novo serviço da mediunidade sendo iniciado pelo Chico. Confesso que não dava a devida atenção aos livros. Achava que eles eram importantes para os familiares, e que para o movimento em geral eram apenas mais uma evidência da sobrevivência da alma. Como à época achava-me satisfeito com os trabalhos já lidos dos pesquisadores do século XIX e início do século XX, seguia a corrente vigente que afirmava não serem necessárias mais provas, mas a vivência do Espiritismo.
Apesar da atitude imatura, vez por outra adquiria um destes livros e retirava algumas horas do dia para a leitura das cartas e comentários dos compiladores. Recordo-me vagamente do conteúdo do livro organizado pelo médico Roberto Muskat, mas me recordo vividamente da impressão que ele me causou.
Eu já havia lido o livro "Luzes Acesas", de Bella Chagall, esposa do pintor Marc Chagall, no qual ela narra suas memórias de infância em uma família judia russa que cultivava os ritos e tradições de sua religião. Nele, Bella revive a infância, escreve como se fosse novamente criança, e descreve com palavras simples e intimistas o Purim, os Tabernáculos, o Hanukkah, o Yom Kippur, a Pessah (Páscoa), o Tishah Beav, o Sabá, a leitura e o significado dos livros proféticos e históricos do povo hebreu. Não é à toa que Clarice Linspector o traduziu. O livro mostra o mito vivo e o significado do judaísmo sendo desvelado por um olhar infantil.
O livro de Muskat é uma compilação comentada das cartas que ele recebeu do seu filho Roberto, pela mão incansável do médium de Pedro Leopoldo. Não foram apenas os nomes e referências extensas que Roberto faz à família, aos amigos e a assuntos que apenas os familiares poderiam validar que me impressionou mais. Emocionou-me a narrativa mediúnica de um jovem judeu que, aos moldes de Bella, desvelava sua visão do judaísmo vivido pela sua família.
Desnecessário dizer que das mãos do Chico saíram informações que não chegaram ao seu cérebro pela via dos sentidos e da percepção.
Na semana passada minha esposa preparava aulas de evangelização e me pediu um livro de mensagens de familiares. Dos muitos que tenho, recordei-me e indiquei imediatamente o livro de Muskat. Ela também se emocionou quando o leu pela primeira vez.
E emocionamo-nos juntos, ontem, ao conhecer a família Muskat através da câmara inquieta do Globo Repórter. Sensibilizamo-nos mais uma vez com o luto recordado pela mãe de Roberto, com a resistência honesta do Dr. David ao trabalho do médium, que só com o tempo e as mais de cinquenta mensagens foi sendo vencida, até o momento em que ele se sente obrigado a admitir a identidade do filho nas páginas brancas escritas à lápis.
Tocou-nos o vigor do judaísmo nesta família, que permaneceu fiel às suas tradições, mas abertos à ideia da sobrevivência da alma, tão questionada pelos fariseus contemporâneos de Jesus. Percebi que o Chico lhes legou a mensagem da Caridade, na qual passaram a se empenhar, mais que a da filiação a um grupo espírita.
Ainda tenho na mente a foto de Roberto, jovem, trajando um terno, cabelos lisos e olhos brilhantes, transmitindo alegria, que os pais escolheram para as capas do livro agora recordado em rede nacional.
Desnecessário dizer que recomendo a leitura, é minha humilde homenagem à memória daquele homem simples e dedicado à mediunidade e à caridade que na próxima semana comemoraria cem anos de nascimento.