20.4.12

NASCE O "LEITURA ESPÍRITA"



O Instituto Lachâtre é uma instituição sem fins lucrativos sediada em Bragança Paulista - SP. Em abril, ele iniciou mais uma de suas atividades, o jornal Leitura Espírita.

O número 00 traz diversos artigos, ligados a temas interessantes e curiosos, inclusive um de quem agora escreve a você.

A jornalista Rita Folker prometeu em sua página do facebook um exemplar para quem curtir o jornal, acho que no endereço abaixo:

 http://www.facebook.com/pages/Instituto-Lach%C3%A2tre/197544110317565.

Em breve, este selo irá publicar um livro mediúnico do espírito Conselheiro. São contos psicológicos ambientados no universo espírita, intitulado: Casos e descasos na casa espírita. Fiquem de olho. 

18.4.12

O MINEIRO DIVALDO FRANCO



Notícia fresquinha e quentíssima. Divaldo Franco é mineiro! Mesmo não falando uai, nem sô, ele ganhou o coração dos habitantes das highlands brasileiras e tornou-se mineirim por decreto.

A Assembléia Legislativa, em um gesto de boa vontade com os espíritas que, influenciados por este homem e por outras estrelas brilhantes do espiritismo, dedicaram parte de suas vidas à construção de uma Minas Gerais melhor de se viver, mais admirável, mais respeitada pelos entes federativos, deu-lhe uma nova certidão de nascimento, agora, no ocaso da vida.

Divaldo pode ser encontrado em dezenas de cidades mineiras, ao mesmo tempo, em instituições que inseriram em seu frontispício o nome da Joanna de Ângelis, abriram suas cozinhas e suas salas de aula para a infância, a juventude, a idade adulta e a terceira idade. Ele pode ser visto furtivamente nas prateleiras de bibliotecas que acomodam parte dos milhões de livros publicados, dedicados ao bem e à prática da caridade benevolente.

Divaldo está nas ruas, nas rodas de conversas, nos grupinhos de jovens que saem das mocidades espíritas, nas sessões mediúnicas promovidas por pessoas sem idade delimitada. Ele está nos jardins da Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, aberta em nome de sua mentora no bairro Primeiro de Maio, na esquina da rua Clara de Assis. Divaldo também pode ser encontrado nas residências, no momento íntimo do culto do evangelho no lar, nas telas de computadores que acessam tudo o que produziu.

Ele diz que nada fez, que apenas trouxe o que lhe foi concedido, mas bendito seja o mensageiro, o portador da missiva e da encomenda, que chega na hora aprazada para cumprir sua missão.

16.4.12

MÁ FORMAÇÃO CONGÊNITA E SER HUMANO



Não tenho conhecimento e informação suficiente para dizer se a Vitória deve ser ou não diagnosticada como anencéfala, mas admiro o amor e a coragem dos pais que vêm a público defender o direito dela à vida.

Cada vez mais as pessoas acham normal considerarem-se umas às outras pela capacidade de trabalhar e produzir. Os improdutivos estariam abaixo do nível da humanidade e com menos direito à vida?

Viver alguns dias é apenas um transtorno para a família e a sociedade? Este transtorno deve ser evitado com a morte?

A medicina realmente é capaz de prever com precisão, a partir de exames de imagem, genéticos, biópsias e todo o seu arsenal de geração de conhecimento, o que acontecerá com o bebê em gestação? Acho que o conhecimento avançou, mas ainda há limites.

Nenhum médico se arrisca a dizer quantos anos viverei, estando fazendo hemodiálise e praticamente sem função renal há cinco anos, e esta informação me é muito importante, porque uma estimativa, por mais imprecisa que fosse, me subsidiaria em decisões importantes para a minha vida. Faltam estudos de esperança de vida de pacientes renais? Creio que não. Por que então, se arriscam a fazer afirmações nos casos de suposta anencefalia e a orientar a interrupção da gravidez? Esta contraprova (e é a segunda que já vi filmada) dos limites do conhecimento médico não deveriam ser veiculadas em um período de uma decisão tão grave e tão problemática ao estatuto jurídico brasileiro?

Agradeço ao Marcelo Freitas Gil o envio deste caso.

13.4.12

CORREIO FRATERNO PUBLICA ENTREVISTA COM PRESIDENTE DO CONSELHO ESPÍRITA FRANCÊS



Michel Buffet, 68 é o atual presidente do Conselho Espírita Francês. Em entrevista exclusiva ele fala de temas como a situação atual do espiritismo na França, o Conselho Espírita Internacional, o trabalho de Jean Meyer e os efeitos da guerra no movimento francês.

Observa-se que há uma organização e um planejamento das ações por parte da federativa francesa, e as questões culturais também são consideradas por Buffet.

Além desta matéria o número conta com um artigo sobre a viagem espírita de Kardec em 1862, um artigo sobre consumismo escrito por André Trigueiro, uma leitura sobre o mundo infantil escrita por Pedro Camilo, um artigo sobre conflitos do Guaraci (Juiz de Fora), etc.

Vale a pena conferir. 

10.4.12

HERMÍNIO MIRANDA FAZ HOMENAGEM A OSMAR RAMOS FILHO



O jornal Correio Fraterno publicou um texto de Hermínio C. Miranda sobre Osmar Ramos Filho, que desencarnou em outubro de 2011. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/23/875-o-pesquisador-que-identificou-a-presenca-de-balzac. Como ele não era ligado ao movimento espírita, a notícia de sua desencarnação foi discreta nos veículos de mídia espírita.

Conheci Osmar através de seu texto erudito, "O avesso de um Balzac contemporâneo: arqueologia de um pasticho". É um denso estudo comparativo do texto de Balzac-espírito, via Waldo Vieira, presente no livro "Cristo espera por ti" e de sua extensa obra publicada originalmente na língua francesa e já traduzida para o português. Na primeira edição da Lachâtre, ele tem 594 páginas, um livro que vai na contramão do mercado, mas uma contribuição importante ao conhecimento espírita. Evitarei repetir o que o Hermínio já disse sobre o Osmar, com que privava um convívio pessoal e fraterno.

O trabalho de Osmar é técnico e de difícil leitura para as pessoas não familiarizadas com o conhecimento técnico da literatura, assim como quem escreve a vocês. Recordo-me de quando era responsável pela compra e venda de livros em um centro espírita da capital mineira. Fiz uma ordem de compra de um ou dois exemplares para que o nosso público, de quase duas mil pessoas por semana, pudesse conhecer o livro. Passados alguns meses, como não fossem vendidos, o funcionário responsável pela venda de livros ria, não sem ironia, ao ver o exemplar na estante.

Não me arrependo do pedido e da presença dos livros na livraria. Ela cumpriu seu parte de seu papel, mesmo que ninguém se motivasse a ler ou arriscasse conhecer. Arrependo-me, sim, de não ter dado mais publicidade ao trabalho, fundamental para despertar a curiosidade dos que poderiam e podem ainda lê-lo. Acho que me redimo com esta pequena matéria.

Há grandes obras e autores cuja sina é não ser reconhecidos em vida, porque não seguem as tendências e as multidões. Com a redescoberta do espiritismo pelas academias, e a nova onda de estudos sobre a mediunidade, sobre os espíritas do século 19 e sobre a literatura espírita, quem sabe não veremos este trabalho ser redescoberto e valorizado em um futuro próximo, por um público capaz de aproveitar todo o suor e dedicação que lhe foram dedicados?  

3.4.12

ESPIRITISMO COMENTADO NO RÁDIO?


A rádio Boa Nova entrevistou-nos para o programa Roteiro, que é realizado pelo simpático radialista Adriano Marques.

Conversamos sobre assuntos diversos: o voluntariado, que é o tema central, mas também a Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), o Eduardo Carvalho Monteiro, o Espiritismo Comentado e o movimento espírita, sempre com bom humor e simpatia.


A data é 01/03/2012.

Comentem! Critiquem! Ajudem a melhorar.

31.3.12

ELIAS E JOÃO BATISTA NA VOZ DE TIM E VANESSA



Uma das passagens evangélicas estudadas por Kardec é o reconhecimento de Jesus diante dos discípulos que João Batista era o Elias que havia de vir. Ao contrário de outras tradições cristãs, os espíritas entendemos que se trata de uma afirmação da doutrina da reencarnação.

Gladston explora na letra da música a questão da lei de causa e efeito, na qual o homem é livre para escolher seus atos, mas se torna responsável por eles, ou seja, herda-lhes as consequências. No caso de João Batista, observa-se a simetria histórica de sua morte encomendada, frente à execução dos sacerdotes de Baal, feita por Elias.

Conhecer a vida dos dois personagens dá ao ouvinte uma capacidade de entrar nas poéticas palavras de Gladston, imortalizadas na voz dos dois intérpretes.

24.3.12

UMA CANÇÃO ESPÍRITA DE NATAL





Se você gostou de Tim e Vanessa, não pode deixar de ouvir esta música de James Marota. Ele é conhecido pela qualidade de suas composições.

A surpresa desta interpretação fica por conta da Cacau, que permitiu que a música fosse cantarolada pelos amigos dos países de língua inglesa.

Vendo o trabalho final, ainda não entendi por que não concorreu ao Grammy.

Algum dos leitores conhece o intérprete? Que bela voz, hein?

21.3.12

DIVALDO FRANCO NOS EMIRADOS ÁRABES


Os Emirados são um país de língua árabe e têm como religião oficial o Islã. Acho que Kardec se emocionaria ao ver seus habitantes interessados no espiritismo.

20.3.12

CONHEÇA O INSTITUTO LACHÂTRE.

O Instituto Lachâtre, situado em Bragança Paulista - SP, fez uma publicação recente na qual apresenta sua identidade, objetivos e outros temas de interesse.

Ele visa à divulgação do espiritismo e seu informativo anuncia o surgimento da revista Leitura Espírita.

Confiram.

18.3.12

PARABÉNS PARA O EC!


O Espiritismo Comentado está comemorando cinco anos! Na verdade, foi no dia 11 de março, mas festa de aniversário tem que ser comemorada no fim de semana, não acha?

Nestes cinco anos crescemos muito. São 491 membros públicos, que associaram suas identidades digitais ao EC e passaram a receber as publicações assim que elas vão para a net.

Temos uma média de acessos entre 100 e 200 pessoas por dia. Pessoas dos cinco continentes, mas especialmente do Brasil, dos Estados Unidos, de Portugal, da Europa em geral e do Japão. Vez por outra temos alguns leitores Australianos e latino americanos. Obrigado a todos! Quando puderem avisem se é possivel ler as matérias com o tradutor simultâneo, que sei que trunca um pouco o que se escreve.

Outro recurso que inauguramos em 2011 foi o compartilhamento com o Facebook e o Twitter. Os dois ainda estão em meu nome (Jáder Sampaio), mas são uma forma de acompanhar na horinha quando sai do forno uma publicação nova.

Separamos sem divórcio a publicação de eventos do corpo do EC. Estamos mantendo com a ajuda do Leandro o blog Eventos Espíritas (http://eventoespirita.blogspot.com) onde se pode ter sinteticamente o acesso a palestras, seminários, simpósios, lançamentos de livros e outros. A divulgação é gratuita, mas a única exigência é que o evento seja divulgado em um arquivo de imagem do tipo jpeg ou outros, porque ele aparece em uma janelinha do EC.

No segundo semestre de 2007 inserimos o contador de acessos, e agora que escrevo está em 227.363. Temos também o Flag Counter, no pé da página, e pude assistir a comunidade espírita norte-americana superar a portuguesa ao longo do ano. Um obrigado especial aos leitores de Atlanta e de Mountain View, que sempre estão acessando nossos trabalhos. Mandem-nos notícias para que a comunidade EC possa conhecê-los.

Chega de números! Contamos com vocês em 2012, quando comemoraremos os 500 followers e, quem sabe, os 300 mil visitantes.

17.3.12

ESPIRITISMO, FICÇÃO CIENTÍFICA E CULTURA CEARENSE: ÁREA Q

Cena de Área Q


Qual é a relação entre ficção científica, histórias de Quixeramobim e Quixadá (CE) e espiritismo? Resposta: Área Q. Entendeu? Não? Eu explico.

A Mundo Maior Filmes faz lançamento nacional no dia 13 de Abril do filme Área Q. Já existe no Facebook uma página dedicada ao filme: http://www.facebook.com/pages/Area-Q/278495788883488

A história é, no mínimo, intrigante. Envolve "causos" de abdução contadas nas cidades do interior cearense e espiritualismo. Trata do desaparecimento do filho de um jornalista, que vai a Fortaleza em busca de respostas.

Mais informações? Só mesmo vendo o filme. Estou pelo menos intrigado: será que é bom? Vamos conferir.

16.3.12

PEDRO INTERPRETADO POR TIM E VANESSA



Uma amiga contou-me que em seu grupo de mocidade, há muitos anos, cantava-se "pintinho amarelinho".  Outra disse-me que não gosta de música que vem com a alcunha de espírita, por sua baixa qualidade. Pessoalmente, cantei em coral espírita na juventude e tive contato com diversas músicas e canções, e até hoje algumas me emocionam.

Um grande incentivador da música no meio espírita foi Leopoldo Machado. Na metade do século passado, a questão de cantar-se ou não no meio espírita era imensamente polêmica, e chegou-se a escrever um livro de entrevistas sobre esta questão. Grandes espíritas manifestaram-se, uns a favor e outros contra. Bons tempos. Recordo-me de uma das tiradas do Leopoldo, que dizia com outras palavras: "Para enfrentar aquelas preces quilométricas, que demoram minutos a fio e parecem não encerrar nunca, só com música!"

Tim e Vanessa são dois intérpretes e compositores de Minas Gerais. Gosto de muita coisa que eles produzem, e esta música, em especial, é emocionante.

A letra, aos moldes dos Paralamas do Sucesso, contam uma história, a do apóstolo Pedro. As metáforas dão vida aos diálogos, que ficam evidentes com o jogo de vozes entre Tim e Vanessa. Quem conhece os episódios que vão se sucedendo vê que não é uma história linear, mas vai e volta, como uma onda, entre a conversão e os testemunhos.

"Vem que eu te farei um pescador de homens"
"Depois do mestre, martírios são troféus"
"Sou pequena ovelha, atemorizada, balindo negação"
"Pedro, tu me amas; Pedro, tu me amas; Pedro, tu me amas?"
"Ouve Simão Pedro, morrerás em cruz. Não, eu não mereço essa distinção"
"As mãos que Ele tocou, os pés que Ele lavou, apontarão os céus"
"Volvo à vida e tomo pela tua mão"
"E tu que és rocha, constrói a minha casa, no coração do irmão"

O arranjo é belíssimo, melodioso, e a voz de Vanessa arrepia.

Quem pode ser simpatizante do cristianismo e não emocionar-se com uma melodia dessas?

15.3.12

DUAS CARTAS PARA UM MAGISTRADO


Imagem de uma carta escrita à mão
Você escreveria uma carta para um juiz de direito dando declarações falsas sobre a morte de seu cônjuge? Acha que sua sogra o faria?

Camille Flammarion escreveu diversos livros com o material que ele recebeu sobre fenômenos psíquicos em geral de toda parte do mundo. Deste material, ele escreveu diversos livros e exemplificou em outros, como é o caso de "A Morte e Seu Mistério", publicada em três volumes pela FEB (Antes da Morte, Durante a Morte e Depois da Morte).

No volume III, Flammarion transcreve um estudo publicado nos Annales des Sciences Psychiques, de 1919 (pág. 67)

Ele narra a desventura do Conde Ubaldo Bêni, que empregou o jovem Garibáldi Veneziâni. Este último passou a desviar-lhe dinheiro e foi descoberto. Em viagem de negócios no dia 24 de agosto de 1916, já retornando de Lucera para Montecorvino, em um tílburi (uma charrete de duas rodas e dois assentos), foi assassinado pelo empregado.

No inquérito descobriu-se a fraude de Garibáldi, através dos vales e recibos dos correios, e este confessou o crime, sendo preso e acusado em juízo.

O inquérito estava para terminar, quando o juiz recebeu do delegado de polícia de uma cidade da Úmbria (Itália) duas cartas.

A primeira, da Condessa Bêni-Gasparini, afirma o seguinte:

"Atesto que na noite de 24 do corrente, quando esperava ansiosa a volta de Ubaldo, vi diante de mim meu marido, que me disse: 'Olha, tiraram-me das mãos as rédeas do cavalo. Procura o traidor. O culpado tem uma mancha na vista' " Ana Bêni

A segunda, da Condessa Catarina Bêni, mãe de Ubaldo, assim o diz:

"Na manhã do dia 26 do corrente, tenho a certeza que vi praticarem o crime que matou meu pobre filho Ubaldo. Pareceu-me vê-lo chegar no seu tílburi, por uma estrada deserta, quando foi atacado. O agressor tinha um sinal especial, pequena mancha numa das vistas. Meu pobre filho, ao cair ao chão na parte baixa da estrada, fez um movimento e o assassino fugiu precipitadamente." Catarina Béni.

(Flammarion, Camille. A morte e seu mistério. vol III. Rio de Janeiro: FEB, 1982. pág 167-168.)

Conspiração ou comunicação espiritual de Ubaldo Bêni? Deixo as conclusões ao leitor.



9.3.12

DEUS PUNE?




A concepção espírita de Deus difere da de outras doutrinas cristãs. Deus não é visto como Espírito ou pessoa, mas como uma inteligência superior e a causa primeira de tudo.

Quando Allan Kardec escreve sobre a permissão de Deus para os atos dos homens, ou fala de castigos, ele se refere às leis universais, criadas por Deus e que conferem consequências e limites às ações do homem. Esta visão é bem clara na questão abaixo de "O Livro dos Espíritos" que transcrevo no EC:


964. Mas, será necessário que Deus atente em cada um dos nossos atos, para nos recompensar ou punir? Esses atos não são, na sua maioria, insignificantes para Ele?

“Deus tem Suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: Foste guloso, vou punir-te. Ele traçou um limite; as enfermidades e muitas vezes a morte são a conseqüência dos excessos. Eis aí a punição; é o resultado da infração da lei. Assim em tudo.”

3.3.12

CHAMADA DE TRABALHOS PARA O 8o. ENLIHPE


Está publicada a chamada de trabalhos para o 8o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

O tema de 2012 será "Espiritismo na atualidade: das práticas cotidianas ao meio acadêmico".

Interessados em submeter trabalhos podem acessar o site da LIHPE, especialmente a página http://www.lihpe.net/wordpress/?p=580

26.2.12

O CÃO FILÓSOFO




“Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus.” Allan Kardec, O livro dos espíritos, questão 597 a.



Quando o cãozinho Gêra chegou na casa dos Lima, entendeu que havia conquistado um novo território. Macho, movido por seus instintos, começou a demarcar seu território. Urinou pelos quatro cantos da casa, molhou os pneus dos automóveis e deixou bem claro que aquele lugar e todos os que nele habitavam pertenciam a ele.
Como eram bons os Lima! Eles davam comida, faziam carinho e realizavam com alguma limitação, mas corretamente, o seu papel de servi-lo. Eles reconheciam que o território era de Gêra, e por consequência, Gera os aceitava e os desejava.
Um dia, Gêra ficou sem entender por que seus servos não o obedeceram. Eles o pegaram à força e o mergulharam em uma substância gelada, cobriram seu pelo de bolhas e feriram seu olfato com um cheiro forte que ele desconhecia. Contudo, como eles o secaram e deram-lhe comida e água, aquela má impressão passou. Gêra ficou confuso. Os Lima são bons ou maus? Noutro dia, os Lima o levaram a outro ser humano esquisito, com um jaleco branco, fora do seu território. Fora abduzido por seus servos, sequestrado! Eles o chamavam de veterinário. O veterinário o imobilizou, colocou uma máscara desconfortável em sua boca e mexeu em todo o seu corpo. Que desconfortável e que desrespeitoso! Depois, que crueldade, ele o feriu! Gêra não pode acreditar que seus servos permitiram que um estranho o torturasse! Sentiu uma pontada dolorosa entrando corpo adentro! Se eles sabiam que o veterinário o iria torturar, então Gêra não teve dúvidas, eles eram sádicos, malvados, perversos. Chorou imensamente por ter tido essa má sorte.
Passados alguns banhos, vacinas e remédios (que gosto horrível) Gêra entrou em uma crise existencial canina, porque pensara que seus servos eram bons, e de fato eles atendiam suas necessidades e até lhe davam carinho, brincavam com ele, mas ao mesmo tempo permitiam que ele padecesse aqueles sofrimentos! Foi quando surgiu o gosto pela filosofia.
O cão filósofo começou a pensar e inicialmente apontou a contradição dos Lima. Como poderiam ser bons os Lima, se o faziam sofrer? Se os Lima o faziam sofrer, eram maus, sádicos, não poderiam ser bons. A contradição entre a maldade e a bondade dos Lima o levou a uma conclusão lógica: os Lima não existiam. Eram uma ilusão canina. Os cães, em sua fragilidade, haviam criado a ilusão do Dono, em sua história e, ele, fora ludibriado por esta fantasia milenar de sua espécie.
Gêra passou a viver como se os donos não existissem. Não brincava mais com eles, mas sempre comia a comida e água que apareciam. Entrou em um estado de indiferença, ataraxia. Tinha certeza que a comida chegava até ele por acaso, que ela fazia parte de seu território, que as sensações desagradáveis, como o banho, eram fruto de algum mecanismo fisiológico de seu corpo canino, e suspeitava que fosse algum tipo de alucinação que era oriunda do cérebro, afinal, donos não existiam.
Para dar uma contribuição à sociedade, resolveu explicar aos outros cães sobre a alucinação dos donos, e uivava à noite, tentando explicar a verdade o mais longe que pudesse. Às vezes ouvia o cão do território vizinho dizer que ele estava enganado, mas não se deixava convencer, nem abater e estava aberto a discussões, com seus latidos e ganidos. Como era difícil ser um cão esclarecido!

24.2.12

DIVALDO FRANCO FALA SOBRE PUBLICAÇÃO DE LIVROS ATRIBUÍDOS A ESPÍRITOS




O vídeo é curto, mas a mensagem muito clara. Divaldo entende que uma livraria espírita não deve disponibilizar livros apenas porque vendem e são atribuídos a espíritos.

Você acha que apenas por que um livro é atribuído a um espírito e considerado psicografado, ele é coerente com o espiritismo?

20.2.12

CARNAVAL? O QUE É ISSO?


Há uma saudável discussão sobre as origens do carnaval, embora a maioria dos foliões não estejam muito interessados nisto.

Curiosamente, o carnaval é uma inserção de cultos pagãos no movimento cristão.

O velho Houaiss fez um estudo etimológico no qual encontra no latim medieval a origem da palavra carnaval.




1. carneleváre ou carnileária - "véspera da quarta feira de cinzas em que se inicia a abstinência de carne exigida na quaresma" (século XI ou XII)
2. carnelevale - milanês (1130), oriundo do latim clássico carne levare (abstenção de carne)
3. carnevale - italiano (século XIV)
4. carneval - francês (1552)
5. passa às demais línguas européias (século XVII)

Guitar (2001) afirma que o carnaval se origina da Saturnália, uma festa romana na qual as pessoas rompiam com as diferenças de status social, escravos poderiam criticar seus donos, banquetes eram feitos e se elegia um príncipe da festa (que evoca a imagem do Rei Momo moderno), que regularia o que aconteceria (de forma apenas simbólica).

A data da Saturnália é próxima ao período do Natal (solstício de inverno, a mais longa noite do ano no hemisfério norte), mas teria sido posteriormente adiada para as vésperas da quaresma, próximo ao equinócio da primavera, na Itália.

Além do sincretismo pagão, nas Antilhas se incorporaram elementos da cultura indígena local (dança, música e participação de todos os membros da comunidade, como celebração da plantação da Yucca (que é comida até hoje no México por época do carnaval) e da comunidade africana, trazida como escrava. Dos africanos vieram os ritmos, as cores e as máscaras.



No Brasil veio o entrudo, uma festa portuguesa celebrada à época do carnaval, que consistia de brincadeiras e folguedos. O nome se deve a grandes bonecos que faziam parte da festa, e o entrudo de rua trazia, segundo a Wikipédia, brincadeiras violentas como o lançamento de urina e sêmem nos participantes. No século XIX vieram algumas tentativas de proibição do festejo, mas sem sucesso.




No Brasil, havia também blocos, cordões e desfiles de automóveis, chamados corsos, no início do século XX. Posteriormente surge o desfile de escolas de samba e as demais variações de festejos, como os que acontecem na Bahia, Pernambuco e no interior de Minas Gerais.

Participar ou não do carnaval de rua? Deixo a questão ao leitor. 

14.2.12

RECORDAÇÕES DE ZÉ ARIGÓ



O site Espiritismo BH entrevistou Leida Oliveira, pessoa que trabalhou desde a juventude com José Arigó, médium curador de família católica que foi estudado por José Herculano Pires no livro cuja capa se acha apresentada acima.

Ela fala da infância, surgimento da mediunidade, curas realizadas, perseguições por parte da igreja, a relação com médicos e o processo por curandeirismo e exercício ilegal da medicina.

O indulto da pena de prisão de José Nilo (pai de Leida) e Arigó por Juscelino Kubistcheck é um dos eventos narrados por sua biógrafa oral. Tendo sido novamente preso em Lafaiete, ele era procurado na cadeia pelas pessoas sem acesso ao tratamento médico e continuou suas atividades mediúnicas.

A recuperação da época por Leida lembra muito a relação da sociedade com Chico Xavier e com o espiritismo em geral, apesar de Arigó (que significa matuto, caipira) não ter estudado a doutrina como o médium de Pedro Leopoldo/Uberaba.

De um evento curioso do interior das Minas dos anos 50 ao impacto internacional de seus fenômenos, Leida faz uma narrativa deliciosa, que nos prende do início ao fim.


Outra dica: a Leida é autora de um livro sobre Arigó. Eu ainda não li, mas vamos conferir?