8.2.15

YVONNE E O AMBIENTE METAETÉRICO



Yvonne é uma das raras médiuns que estudou seus próprios fenômenos, sempre empregando os clássicos do espiritismo e da pesquisa psíquica. No livro Devassando o Invisível encontramos a médium em uma residência do Rio de Janeiro, da época do segundo império, passando alguns dias com amigos.

Ao deitar, Yvonne não conseguia dormir e tinha seu campo de percepção alterado. A casa onde estava desaparecia e em seu lugar se encontrava uma fazenda com senzala, milharais e canaviais. As ruas desapareciam e ela via a paisagem rural, com escravos cantando, carregando cestas e sacos, feixes de lenha, ferramentas e enxadas.

Uma escrava de saia preta e camisa de algodão, com lenço branco e colher de pau mexia um tacho onde se fazia o antigo sabão de cinza. Outra escrava servia-se da palmatória para corrigir um moleque de oito a doze anos, em seu colo.

Um escravo idoso, no pelourinho, preso pelos pulsos, era chicoteado e repetia em voz alta:

- "Meu Deus do céu! Meu anjo da guarda! Tenham dó de mim!"

Ele via também uma dama de aspecto senhorial, esbelta, bonita, trajando um vestido de tafetá azul forte, com cabelos negros "penteados com esmero" e brincos com pingentes de ouro.

Ao levantar-se pela manhã, conversou com a dona da casa que confirmou que antigamente ali funcionava uma fazenda de escravos, levando Yvonne para conhecer as ruínas de um pelourinho que resistira ao tempo.

Yvonne parece ver as cenas como as de um filme ou porta retratos digital, distinguindo os personagens que viu dos espíritos, com quem usualmente conseguia interagir.

Então ela nos recorda da teoria do ambiente metaetérico, de Myers, que afirmava ser possível encontrar virtualmente "organismos vivos" que eram percebidos pelos sensitivos que pesquisou. São criações  mentais fluídicas, ou, como denominou André Luiz, "formas pensamento", que se mantém após terem sido criadas pelas pessoas que lá viveram e sofreram. Yvonne denomina sua faculdade com a expressão psicometria "de ambiente", ou seja, ela tem percepções psicométricas ao entrar em contato com um local e não apenas com um objeto dele. Mais informações sobre esta faculdade no capítulo VIII do livro Devassando o Invisível, publicado pela Federação Espírita Brasileira.






3.2.15

PROVAÇÃO, PROVA, EXPIAÇÃO E MISSÃO



Um espírita de muitos anos de casa perguntou-nos qual era a diferença entre expiação, prova e missão. Resolvi inserir também o conceito de provação, empregado por Kardec em sua obra.

Kardec usa missão como uma tarefa que um espírito se coloca ou concorda em realizar a pedido de seus superiores. Como toda tarefa, ela tem suas dificuldades, mas estas não se acham ligadas a erros do passado, são apenas “ossos do ofício”. Alfred Schweitzer, por exemplo, tomou como missão pessoal a construção do hospital em Lambaréné, no Gabão - África e seu trabalho como cirurgião. Ele já era um organista de sucesso e um teólogo cristão, quando decidiu realizar esta tarefa. Embora desconheçamos o passado de Albert, se ele não tiver nenhuma dívida do passado com a comunidade africana, podemos considerá-lo um missionário.


Fotos de Lambaréné por Joel Mattison

O dicionário Houaiss definiu provação como “situação aflitiva ou sofrimento muito grandes, que põe à prova a força moral, a fé religiosa, as convicções de um indivíduo” e ao definir prova ele coloca como sinônimo de provação.

Aceitar este conceito tem uma consequência importante no entendimento espírita da vida. Nem todas as situações que passamos são remissões de erros passados. O sofrimento não é necessariamente algo articulado à culpa e ao erro, mas pode ser uma circunstância da vida que nos possibilita o autoconhecimento, mobiliza nossas energias e talentos. Mais importante que explicar ou dar sentido ao sofrimento empregando a reencarnação, o conceito de prova ou provação põe ao ser humano consciente e lúcido a tarefa de saber superá-lo.

As provas costumam ser objeto de escolha dos espíritos minimamente lúcidos ainda antes da encarnação (questão 269 de O livro dos espíritos), mas, como na vida, ele pode optar por provas que são superiores à sua força e sucumbir a elas.

Por expiação, o Houaiss entende como “purificação de crimes ou faltas cometidas”. Seria uma situação da vida que envolve sofrimento físico ou psicológico, que se acha ligada a um evento passado, que o sujeito percebe como errado, ou de cujas consequências não consegue se evadir facilmente. Os espíritos com quem Kardec dialogou explicam que encarnações como a das crianças com paralisia cerebral (ele não usa este termo) geralmente estão ligadas a algum “abuso temporário” (questão 373 de O livro dos espíritos).


Quando se observa em alguém que passa por uma expiação, não se pode concluir esta pessoa seja má. Todos cometemos equívocos, e nenhum de nós, em sã consciência, consegue sustentar que tem um passado reencarnatório imaculado. Daí a proposta de tolerância e caridade uns para com os outros, o que, convenhamos, quase nunca é fácil.

2.2.15

SENSAÇÕES DOS MÉDIUNS




Em nossa reunião mediúnica, há um mês ou dois, estávamos em uma sala muito quente e abafada. O ventilador não conseguia, senão circular ar quente entre os membros, quando terminamos a parte de estudos e iniciamos as comunicações com os espíritos. Em pouco tempo, três comunicações simultâneas deram início.

Uma das comunicações despertou o tema deste texto. A médium começou a sentir frio, e o espírito relatou um acidente em um local muito frio, que provocou sua desencarnação. Como a médium pode sentir frio em um local tão quente? Se o espírito comunicante não está mais encarnado e também não se encontra no local em que desencarnou, por que relata sentir frio?

Nas pessoas encarnadas as sensações são frutos dos órgãos dos sentidos. Os olhos são uma espécie de transdutores de luz, que transformam as ondas luminosas de certa faixa de frequências em impulsos nervosos. Os ouvidos fazem o mesmo com ondas sonoras. Paladar e olfato transformam os sabores e odores; o tato transforma sensações de frio/calor, pressões sobre o corpo e movimentos. O sistema nervoso leva os impulsos ao cérebro. A teoria espírita entende que, no caso dos encarnados, estes impulsos são processados pelo Espírito, através do perispírito.

Os espíritos desencarnados não têm tato, porque se encontram desligados do seu organismo. Como podem sentir frio? Após conversar com diversos espíritos, Kardec concluiu que os relatos de sensações por espíritos são recordações, memórias (questões 256 e 257 de O Livro dos Espíritos), empregadas para descrever o estado em que se encontra. O fundador do espiritismo usa a expressão latina sensorium commune para deixar claro que não há no perispírito o equivalente aos sensores da derme ou da audição e que o Espírito sente como um todo. Em outras palavras, a consciência é uma faculdade espiritual, e não perispiritual. O Espírito desencarnado, contudo, ainda tem o registro das sensações que anteriormente eram recebidas do organismo, podendo trazê-las à consciência como evocamos uma recordação de infância.

Por que então, Espírito comunicante, e, por consequência, a médium, relatavam sentir frio? Por que o Espírito acreditava estar ainda em meio à neve. Ele não era capaz de perceber que se comunicava através de uma médium que estava em uma sala quente, porque se sentia ainda confuso após a desencarnação. O frio que a médium sentia é, portanto, uma percepção profunda da consciência um pouco perturbada do espírito comunicante.


Em situações como esta, dar a notícia da desencarnação é menos importante que dialogar com o comunicante. Ao nos relatar suas vivências, sentimentos e sensações, ele vai aos poucos organizando sua experiência e assenhorando-se dela. Ele pode passar de um estado de confusão, a um estado em que é capaz de se comunicar com outros espíritos em melhor estado, capazes de auxiliá-lo.

29.1.15

TIA BIDU



Tia Bidu, à direita, de verde, ao lado de Tancredo e uma amiga. Atrás, quatro sobrinhas.


Peço licença aos leitores do Espiritismo Comentado para fazer uma homenagem a uma tia querida da minha esposa, umbandista, que acaba de retornar ao mundo dos espíritos.

Quando a conheci, ainda namorando minha esposa, ela se apresentou da seguinte forma:

- Prazer! Meu nome é Nair Nunes Coelho, mas pode me chamar de Bidu.

E ela se transformou imediatamente na minha tia Bidu, cuja alegria e encanto nos permitiu ser aceito imediatamente na família.

_ “Quando eu era jovem, um circo passou por nossa cidade”. Ela contava.

- “Eu decidi, então, fugir com o circo. Procurei o encarregado e me ofereci para trabalhar com eles”. Ele me perguntou:

- “O que você sabe fazer?”

- “Eu canto, danço e sou melodramática!” E ria com a gargalhada mais gostosa do mundo, da ingenuidade da sua juventude.

Alma indomável, era irmã de uma católica superdevota, respeitada por todo o padroado de Valadares e caridosíssima. Bidu se tornou médium umbandista e dona de centro. Contudo, não abandonou a marca da família, e também era uma alma bondosa, querida por todos e capaz de ajudar a quem precisasse. Vez por outra o Juquinha, uma das entidades da umbanda, sabendo que eu não ia às reuniões, me mandava uma balinha, um bom conselho e uma palavra de incentivo. Ela sempre respeitou minhas convicções e nunca me cobrou nada, apenas acolheu e foi amiga.

Sempre me lembro da Bidu com as damas de Valadares. Um grupo de senhoras que parecia um colar de pérolas, dedicadas, empreendedoras, e a Bidu parecia um rubi no meio delas. As diferenças nunca impediram de trabalhar juntas pelo que consideravam bom e justo. E também se divertiam, viajavam juntas, Poços de Caldas, Caldas Novas...



Tia Bidu, cantando aos 81 anos, no aniversário da irmã.

Tia Bidu ficou toda entusiasmada quando recebi uma única mensagem de um espírito que se identificava como preto velho. Ele explicava por que assumiu esta imagem e qual era seu trabalho na umbanda. Pediu cópia e guardou o papel. Disse que queria mostrar para alguém. Nunca soube que fim levou esta mensagem.

Quando soube que eu andava psicografando, Bidu aproveitou uma conversa telefônica com meus sogros para dizer que queria comprar os livros. Eu mandei de presente o “Casos e descasos” e “O observador”. Criada da forma antiga, e sem acesso à internet, ela me telefonou de Valadares, o que era um ato e tanto, já que a situação financeira dela sempre foi regrada. Eu fiz a pergunta que todo médium ou autor deseja fazer ao seu leitor:

- E aí Bidu? Já deu tempo de ler algum deles? O que está achando?

Bem humorada, ela me respondeu:

- Jáder, seus livros são ideais para gente velha.

- Por que tia?

- Eles têm letras grandes e histórias pequenas! E ria gostosamente.

No ano que se passou, o seu companheiro de "cama, mesa e centro", o Tancredo, décadas de união estável, desencarnou. Alguns meses depois ela teve uma trombose mesentérica, que a levou de imediato à mesa de cirurgia e à UTI. Eu ainda acalentava o desejo de melhoras, já que ela estava animada para fazer uns consertos no seu apartamento na ilha e reconstruir sua vida, mas Deus lhe destinou um apartamento maior e a possibilidade de reencontrar com seu companheiro querido. Nós estamos em lágrimas, mas acho que ela irá gargalhar mais uma vez depois que se recuperar do lado de lá.

27.1.15

BOICOTE NA CASA ESPÍRITA


Seu centro espírita é um arquipélago?

Recentemente recebi uma consulta de um amigo de muitos anos, que atua em uma casa de Minas Gerais e tenta auxiliar a direção geral em seus propósitos. A atual diretoria, composta de pessoas com algum tempo de vida, na casa dos sessenta/setenta anos, tem superado as dificuldades pessoais, deixado o pijama no armário e tenta investir esforços para a realização de coisas necessárias para o centro como um todo.

Sempre que me entendi por gente no movimento espírita, talvez pela influência de autores como Chico Xavier (Emmanuel), Raul Teixeira, Divaldo Franco, Herculano Pires, Deolindo Amorim, Carlos Imbassahy e muitos outros cuja abordagem considero benéfica e relevante, entendo que o espiritismo tem um autor importante que desenvolveu a estrutura do pensamento espírita, que é Allan Kardec, e seu trabalho vem sendo desenvolvido ao longo dos tempos por diversos autores, encarnados e desencarnados, cuja obras convencionamos chamar de subsidiárias.

Esta forma de perceber o pensamento espírita parece-me muito semelhante à da filosofia, por exemplo, que demanda de todos aqueles que pretendem formar-se nesta área que dominem bem os gregos antigos, como Platão e Aristóteles. Não conheço físico que consiga estudar mecânica quântica, sem conhecer as leis de Newton. A psicanálise, nos dias de hoje, não prescinde da leitura de Freud cujas ideias podem até ser criticadas por autores contemporâneos, mas são a base de uma das escolas de pensamento psicológicas de hoje. Não tenho conhecimento enciclopédico, mas creio que poderia continuar falando de outras áreas do conhecimento. Seja estudando diretamente, seja indiretamente, todas têm seus clássicos, com ideias que funcionam como estruturas do pensamento, com o passar dos anos.

Herculano dizia que o espiritismo é “o grande desconhecido”, e vemos que a obra de Kardec, desenvolvida no contexto da Europa do século XIX, ainda é pouco estudada no movimento espírita. Acho que os espíritas do nosso tempo têm a ilusão, após um ou dois anos de centro espírita, que Kardec é fácil ou rápido de se aprender. Na verdade, o que penso que acontece é uma falta de programação de estudos das casas espíritas que faz com que os expositores falem sempre dos mesmos temas. Há muitos expositores, ainda, que estudam pouco, então se tornam repetitivos e aprendem apenas de oitiva, o que gera um círculo vicioso. Creio que “O evangelho segundo o espiritismo” e “O livro dos espíritos” são as obras mais lidas e comentadas em estudos de Kardec, mas os demais livros e a Revista Espírita, que contém o processo da construção teórica e prática do movimento espírita, ainda são conhecidos por poucos.

Perdoem se divaguei, voltemos à história do início da matéria. Sensíveis à necessidade de revitalizar em sua casa o conhecimento do pensamento de Allan Kardec, os dirigentes convocaram reuniões para sensibilizar os dirigentes para uma ação do centro como um todo, valorizando Kardec, e meu amigo surpreendeu-se com uma reação que ele não esperava na casa espírita: o boicote.

Na administração de casas espíritas, boicote seria um grupo, sob uma direção superior, se recusar a ter relações com os dirigentes que ele próprio escolheu, ou deixou escolherem. Geralmente é um boicote branco, ou seja, não se vai nem se faz representar nas reuniões convocadas, não se cumpre uma decisão coletiva, inviabilizando a gestão. Não é um conflito ou divergência, apenas indiferença. Nas casas maiores, formadas com muitos grupos, é cômodo ficar apenas no âmbito da sua reunião ou grupo de trabalho e fingir que os problemas da casa são dos outros, uma vez que quando uma casa cresce, seus problemas também crescem.

Ilhar-se dentro da casa espírita é uma forma de criar inúmeros grupos dentro de um centro, dificultando sua administração. Com o tempo, os grupos podem desenvolver idiossincrasias e podem ignorar as decisões tomadas pela comunidade, até mesmo as mais democráticas. Não há conflito nem discordância, mas aos poucos as pessoas começam a perceber, e as vezes comentar, as diferenças. Humberto de Campos falou deste problema em um conto intitulado “Bichinhos”.

O problema fica ainda maior quando uma casa com grande número de frequentadores se torna um “arquipélago”. A tentativa de empreender ações coordenadas e de obter apoio para realizações maiores é cheia de espinhos, fica difícil encontrar pessoas dispostas a ocupar cargos de direção, pelas seguidas frustrações impostas pelo “clima de boicote”.

Por esta razão, ouvi de um conhecido expositor espírita sobre a importância de se ter um espaço que congregue as lideranças da casa. Não é um espaço administrativo, apenas deliberativo ou informativo, mas uma reunião ou evento periódico, que possibilite que as lideranças se conheçam, se encontrem e estudem/trabalhem juntas, evitando a territorialização dos grupos espíritas. São necessários esforços para que haja uma convergência de atitudes e objetivos ou o centro se fragmenta.


Gostaria de deixar aos dirigentes de reuniões que leram heroicamente este artigo até o final algumas perguntas: Você tem apoiado a diretoria que elegeu? Sabe quais são os problemas da casa, que ela vem tentando solucionar? Você sabe quais são as tarefas da sua casa e incentiva seus colegas de reunião a auxiliar na sua realização? Ou será que você tem incentivado a todos a ficarem em uma ilha em um arquipélago que leva o nome de centro espírita?

8.1.15

OBRAS RARAS DA FEB



Mais uma vista da portaria de entrada da Federação Espírita Brasileira


Continuo exibindo as fotos da visita à Federação Espírita Brasileira em 2014. Este prédio redondo é o prédio Unificação, onde se encontram, entre outros espaços, a Biblioteca de Obras Raras e a sala de reuniões do Conselho Federativo Nacional.



Fui gentilmente recebido pela Cacá nas Obras Raras, que me apresentou pacientemente o acervo. 



As obras raras estão em uma sala redonda e climatizada. O ambiente é sóbrio, de bom gosto. 


As estantes semicirculares recheadas de livros e outras formas de publicação atraem a vista dos interessados no espiritismo.



Não dá para falar muito do acervo, então fotografei alguns livros. Abaixo se encontram obras de Camille Flammarion no original francês.



Aqui um livro autografado por Chico Xavier.


Na outra metade do semicírculo, encontramos uma exposição de imagens do fundador da revista Reformador e de todos os presidentes da Federação.




O que o leitor do Espiritismo Comentado acha de mais uma publicação mostrando as fotos da sala de reuniões do Conselho Federativo Nacional?

28.12.14

VISITANDO A FEB EM 2014 - MUSEU E EXPOSIÇÕES




Agradeço ao pessoal da Comunicação da FEB a acolhida para visitar a instituição no mês de setembro de 2014. Minha primeira ideia era levar ao leitor do EC algumas imagens pouco divulgadas da Federação. A frente do conjunto de prédios tem um gradil com placas como esta distribuídas regularmente. 



Esta foto mostra a fachada do primeiro prédio da FEB, chamado Administração. Nele se encontra a simpática funcionária que nos recebe e encaminha para o ponto desejado da Federação. Visitei também o grande e bem montado auditório, a livraria e um pequeno museu com mostras em dois pisos.



O Museu apresentava uma exposição sobre os 130 anos da Federação.




Um dos painéis mostra a linha do tempo ao centro. Acima os presidentes da Federação e abaixo, em vermelho, alguns eventos da época e fotos.




Poster da exposição tratando dos presidentes e das sedes da FEB.



Máquina da antiga oficina de impressão da FEB.







Edições antigas e raras dos livros psicografados por Chico Xavier e publicados pela FEB.




Painel com logomarcas da FEB.





Documento comemorativo do Pacto Áureo (acordo entre entidades representativas estaduais e a Federação Espírita Brasileira, que entre outras medidas criou o Conselho Federativo Nacional, órgão representativo de caráter propositivo e deliberativo envolvendo questões ligadas ao movimento espírita nacional).

Eu identifiquei muitas assinaturas de espíritas importantes: Armando de Assis, Antônio Lucena, Lauro Santhiago, Luciano dos Anjos, Carlos Jordão da Silva, Nestor Masotti, Umberto Ferreira, Maria Melo, entre outros e outras. 

Em uma próxima publicação vou mostrar um pouco o prédio Unificação e a biblioteca de Obras Raras da FEB.

24.12.14

O SOLSTÍCIO E O NATAL


Foto: No solstício de inverno, após a noite mais longa, o sol nasce entre as árvores.


Estamos na véspera do Natal, ou pelo menos da data que foi escolhida para comemorar o nascimento de Jesus Cristo. Parece que na história da igreja se escolheu o final de dezembro por ser a data do solstício de inverno europeu, a noite mais longa do ano.

Em Roma se comemorava o “Dies natalis invicti solis”, festa na qual os escravos agiam como se fossem homens livres. Nesta época também havia a Saturnália e uma festa que alguns autores consideram germânica e outros escandinava, o Yule. Nela o criador é representado como uma criança. Na exótica China antiga, uma cultura tão diferente da nossa, também se comemora a fertilidade.

No mundo católico, Júlio I ordenou que se fizesse uma pesquisa e decretou, no ano 350 que o 25 de dezembro seria a data do nascimento de Jesus. O imperador Justiniano, interessado no grande número de cristãos romanos, decretou feriado. Outra religião influente em roma o Mitraísmo, o culto do deus sol dos persas, que teria nascido no dia 25.

Não sou capaz de dizer quando teria sido o dia da manjedoura, o dia em que nasceu um mestre humilde, capaz de dividir a história apenas com suas palavras e ensinamentos. Ainda procuram algum fenômeno astronômico que pudesse explicar a estrela de Belém, mas prefiro me ater ao significado simbólico, de uma nova luz que se acende nos céus da humanidade. Há historiadores preocupados com o suposto censo decretado por César, que teria deslocado José e Maria, de Nazaré até Belém, a cidade do rei David de Israel, mas acho mais comedido entender que a realeza de Jesus não vem de Israel, mas do reconhecimento dos que aceitam sua mensagem como imperiosa, sem ser imperial. Também sou incapaz de avaliar a virgindade de Maria, semelhante às histórias antigas de mulheres que concebiam de deuses pagãos, então prefiro observar atentamente sua castidade interior e a angelitude de seus propósitos descrita pelo evangelista Lucas. Prefiro me ater à bênção da maternidade, uma instituição milenar na qual uma mulher passa a se dedicar ao filho de forma tão íntima e abnegada, que faz pensar em uma humanidade mais irmã e menos patroa.

Como o leitor pode ver, não sei muita coisa, mas sei que as famílias se reúnem, sei que as pessoas se saúdam, desejando felicidade umas às outras, que se faz um esforço para estar bem, uns com os outros. Vejo os carteiros levarem desejos de paz, saúde e até prosperidade. Vejo os telefones soando diferente, vencendo distâncias para levar uma palavra de alegria. Vejo as pessoas se acotovelando nas lojas para comprar presentes, mas vejo também que tentam encontrar algo que desperte um sorriso, que satisfaça a um pequeno desejo, que revele que eles se importaram.

E se nesta hora conseguimos, ainda que por um momento passageiro, construir uma experiência de paz e de trégua das coisas do mundo, vale a pena vivê-lo e compartilhá-lo. Os filmes contam histórias de pessoas que deixam de lado seus rancores e mágoas e tentam a reconciliação com antigos amores, parentes, pais, filhos, nesta época diferente. Quem sabe não seria uma oportunidade?

Como espírita, sei também que os mortos costumam aproveitar para falar de Jesus em nossos grupos e reuniões. Sei que à noite, mesmo no lar cristão mais simples, ergue-se uma prece em memória do filho de Maria. Sei que médiuns se emocionam, e que os grupos vivem uma experiência diferente. Quem sabe não encontramos um tempo em nossas assembleias para falar do Mestre? 

Em nossa casa já se distribuíram as cestas de natal, e se elas não mudaram a pobreza, acenderam uma luz fugidia nos olhos de quem sofre, e uma chama no coração de quem participou do milagre de sua construção e distribuição.

Desejo que todos os que leem esta crônica possam usufruir de um minuto memorável de encontro com Jesus, através do encontro amoroso e desinteressado com os homens.

10.12.14

A NOITE DE AUTÓGRAFOS DO LIVRO DA LIHPE FOI DELICIOSA

A noite de autógrafos iniciou-se com a apresentação musical do Grupo Asas, que esteve fantástico. Som e vozes encheram o salão da Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte.



A mesa de abertura composta por Waldemar Duarte (pela AME-BH), Marcos Aurélio (AECX) e Jáder (LIHPE), da direita à esquerda.



O professor Adilson Assis falou por cerca de 50 minutos sobre a LIHPE, o livro e o grupo de pesquisas Ciência do Invisível.



A mestra Daniella apresentando as conclusões do seu capítulo no livro sobre a gestão de organizações espíritas do terceiro setor de Santa Luzia.


Da direita para a esquerda: Alexandre Caroli Rocha, Adilson Assis, Daniella e Jáder


O carinho da equipe organizadora com os convidados


Adilson e Daniella autografando.


O livro!



Mais fotos: https://plus.google.com/photos/108133600195305874296/albums/6091151689238237681?banner=pwa


Agradecimento: a todos os trabalhadores que tornaram este evento possível.
Fotografias: Marcus Papa

8.12.14

MAIS UM ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE O ESPIRITISMO: ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO

Gismair


Gismair Teixeira, doutorando em letras pela Universidade Federal de Goiás, publicou na Revista Fragmento de Cultura o artigo “O intertexto mediúnico de uma dissertação de mestrado e a discursividade espírita.”

O autor parte de um relato envolvendo o renascentista Benvenutto Cellini, que teria participado de uma conjuração de mortos, tendo comunicado Giácomo Lorenzo Bembo, que se apresenta como um representante das trevas, que apareceria dentro de uma garrafa. Este episódio é empregado na literatura por Alexandre Raposo, escritor, no seu livro “Memórias de um diabo de garrafa”.

O trabalho de Gismair interessa a nós, por discutir outro episódio, a evocação de Cellini por Allan Kardec.. Ciente da história, Kardec evocou o espírito de Cellini na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas e publicou na Revista Espírita em 1859. Após a leitura do texto ao espírito, que não se recordava bem deste trabalho, o codificador perguntou o que haveria de verdadeiro na cena, ao que lhe foi respondido:

“O necromante era um charlatão, eu era romancista e Angélica minha amante.”

Gismair recorda o leitor da afirmação prepotente de Freud sobre o espiritismo no seu famoso texto “Futuro de uma ilusão”: “... Eles evocaram os espíritos dos maiores homens, dos mais destacados pensadores, mas todas as manifestações e notícias que deles receberam foram tão tolas, tão inconsolavelmente ocas, que não se pode acreditar em outra coisa senão na capacidade dos espíritos de se adaptarem ao círculo de pessoas que invoca.”

O autor do trabalho em resenha, contudo, aponta de forma surpreendente paradoxo claro entre o texto de Kardec e a opinião desfavorável de Freud sobre as evocações espíritas:

O contexto “apresenta a singularidade já mencionada de um paradoxo em que o sobrenatural (o fenômeno mediúnico) desmente o caráter sobrenatural de um acontecimento (a conjuração de demônios), sendo que este último é aproveitado no universo do imaginário literário para a composição de uma narrativa instigante.”


Recomendo a leitura do texto pelo leitor do EC em: 

3.12.14

NOITE DE AUTÓGRAFOS EM BELO HORIZONTE-MG



O evento terá a participação de Adilson Assis, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), coordenador do projeto “Ciência do Invisível” e do próximo Encontro Regional da LIHPE, em 2015. A entrada é gratuita. Participará também a autora Daniella Francisca Leite, mestre em administração pela FEAD.

O livro “O espiritismo, as ciências e a filosofia”, de diversos autores, é composto de duas partes. Na primeira se encontram trabalhos que mostram reflexões sobre as relações entre o pensamento espírita e o pensamento filosófico, especialmente o platonismo. Encontra-se também uma revisão dos métodos usados por Allan Kardec para a fundamentação epistemológica do espiritismo e uma síntese do impacto da obra de Herculano Pires na filosofia de sua época.


A segunda parte é composta de temas na fronteira entre o espiritismo e a ciências humanas e naturais como o trabalho social de casas espíritas, a geografia do “mundo espiritual” e a relação tumultuada de Machado de Assis com as ideias espiritas de sua época. Também são discutidos os conceitos da física usados dos livros espiritualistas “A Grande Síntese” e “A teoria corpuscular do espírito”. 

Agradecemos a contribuição voluntária do Grupo Asas, que cantará na noite de autógrafos.

Interessados em participar, favor apenas confirmar presença no facebook: https://www.facebook.com/events/1488826018048113/?ref_dashboard_filter=hosting

Noite de autógrafos do livro “O espiritismo, as ciências e a filosofia”
6 de dezembro
Associação Espírita Célia Xavier - Rua Coronel Pedro Jorge, 314, no Bairro Prado
Horário: 18h30
Editora: Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM)
322 páginas
Preço: R$ 30,00

26.11.14

JORNAL O GLOBO PUBLICA MATÉRIA SOBRE ESTUDO DE CARTAS DE JAIR PRESENTE, PSICOGRAFADAS POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER


O jornal O Globo publicou matéria em seu blog e entrevista com o Dr. Alexander da Universidade Federal de Juiz de Fora sobre um estudo conduzido pelos Drs. Alexandre Caroli Rocha e Denise Paraná. Ele pode ser acessado em http://oglobo.globo.com/sociedade/pesquisa-cientifica-avalia-veracidade-das-cartas-de-chico-xavier-1-14662863

Um artigo escrito a partir da pesquisa foi publicado pela revista Explore (Nova York) do grupo Elsevier (eles têm escritórios em 24 países e trabalham com a divulgação de publicações voltadas à ciência, saúde e tecnologia) e pode ser lido em inglês no seguinte link:


Segue uma tradução dos resultados apresentados no abstract do artigo.

"Identificamos 99 itens de informação verificável nestas treze cartas, 98% destes itens foram classificados como "de ajustamento claro e preciso" e nenhum item foi classificado como "sem ajustamento". Concluímos que explicações geralmente utilizadas para a acurácia da informação (ou seja, fraude, acaso, vazamento de informações, e leitura à frio) são apenas remotamente plausíveis. Estes resultados parecem dar suporte empírico para teorias não reducionistas da consciência."

25.11.14

COMO WALLACE TORNOU-SE UM ESTUDIOSO DOS FENÔMENOS ESPIRITUAIS?


Figura 1: Wallace e o espírito de sua mãe (1874): Fotografia obtida pela médium Sra. Guppy após aviso através de raps.

Alfred Russel Wallace foi um pesquisador de fenômenos espirituais na Inglaterra, que iniciou seus estudos com médiuns na década de 1860. Ele é bem conhecido como naturalista e publicou cerca de 750 trabalhos ao longo de sua vida, incluindo os que tratam de suas leituras e pesquisas com médiuns.

Passo a transcrever como um homem de ciência na Inglaterra vitoriana ousou interessar-se pelo estudo da vida após a morte:

"Quando voltei do exterior em 1862, li sobre o espiritualismo e, como a maioria das pessoas, achei que fosse tudo uma fraude, ilusão, estupidez. Encontrei pessoas aparentemente inteligentes e sadias que me asseguravam que haviam experimentado coisas maravilhosas (...) fiquei convencido que os fenômenos associados a ela (Sra. Marshall) eram perfeitamente genuínos. Mas levei três anos de investigações subsequentes para certificar-me de que eles eram produzidos por espíritos."

Continuo a tradução de seus textos espiritualistas para o português e acho que em breve teremos mais um rico trabalho em nosso idioma, no qual ele discute com os pesquisadores de sua época.

13.11.14

DA MANJEDOURA A EMAÚS



Na introdução de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Allan Kardec orientou seu leitor a conhecer o “estado dos costumes e da sociedade judia daquela época”. Ele destaca este trabalho para que se possa conhecer o sentido das palavras empregadas, das histórias contadas por Jesus, dos diálogos e das narrativas quem compõem o Novo Testamento. Seu trabalho na introdução foi modesto, resumindo-se à definição de alguns dos grupos sociais que compunham a sociedade judaica e das sinagogas.

No corpo do texto de O evangelho segundo o espiritismo encontram-se respingos, aqui e e ali, de outras informações que são úteis para uma explicação dos evangelhos, mais racional que espiritual.

Wesley Caldeira, após um longo período de elaboração, está publicando o livro “Da manjedoura a Emaús”, pela editora da Federação Espírita Brasileira. Ele colocou os manuscritos do livro nas mãos de muitos leitores, estudiosos dos evangelhos e do espiritismo, para ouvir suas análises, como o sugeriu o espírito Sorella a Léon Denis.

A leitura é deliciosa. As paisagens, costumes e pessoas que compõem o universo da Galileia e da Judeia à época de Jesus vão sendo descritos em um texto cativante, que rapidamente prende a atenção do leitor, apesar de não ser um romance. As impressões do senso comum que temos dos personagens evangélicos vão sendo desconstruídos suavemente. Descobre-se, por exemplo, que ao contrário da divisão de trabalho manual e trabalho intelectual que herdamos dos gregos e romanos, preocupados com a política e as armas, a carpintaria era uma profissão de prestígio na sociedade judaica. Uma nova visão da terra que acolheu Jesus se abre aos nossos olhos.

Wesley lança mão de autores de prestígio e influência à época de Allan Kardec, como Ernest Renan, clássicos como Suetônio e Flávio Josefo, contemporâneos, como Ariès, espíritas, como o próprio Kardec e os espíritos que ditaram obras a Chico Xavier e Divaldo Franco, Hermínio Miranda. Seu trabalho concilia um estudo cuidadoso da vida de Jesus sob a ótica espírita, sem perder-se em revelações místicas, nem em reinvenções radicais do Cristo, como têm feito alguns intelectuais, mais interessados no impacto das suas ideias que na reconstrução histórica do Rabi de Nazaré.


O natal se aproxima, e com ele, os símbolos do comércio, como o papai noel vermelho e gordo. A criançada se entusiasma com os presentes, os familiares se mobilizam para estar juntos e comemorar. Que tal trazermos também um pouco do aniversariante para nossos lares?

9.11.14

LIVROS DE LÉON DENIS PUBLICADOS PELA FEB




Léon Denis é um dos continuadores da obra de Allan Kardec  na França, cujos esforços lhe valeram a alcunha de "Apóstolo do Espiritismo". De fato, seu esforço para a divulgação do espiritismo no mundo ocidental assemelha-se ao de Paulo de Tarso com o cristianismo.

A Federação Espírita Brasileira tem publicado alguns de seus livros mais importantes. Alguns deles, como Depois da Morte é fruto de uma orientação aprovada no I Congresso Espiritualista (Paris) para "fazer uma publicação popular que resumisse a filosofia espírita."

Suas relações com o movimento espírita brasileiro e seu princípio de não receber dinheiro pelo trabalho de escritor devem ser considerados, além da qualidade do seu trabalho, no entendimento de sua grande influência no desenvolvimento do espiritismo em nosso país.



Figura 1: um mosaico com as capas de livros de Denis publicados no Brasil por diversas editoras

3.11.14

EM TAREFA




No último final de semana estive no GEAK, um núcleo pequeno incrustado em um bairro operário de Contagem. Foi uma grata emoção rever companheiros que conhecemos na COMEBH há três dezenas de anos na frente da gestão desta casa espírita.

Estou acostumado a fazer palestras em casas de porte médio e grande, às vezes em público com centenas de pessoas, mas não há nada mais grato à alma do que falar para um público menor, que acolhe e se interessa por cada palavra, cada história. Pude perceber que os presentes, independente de poder aquisitivo ou escolaridade, têm o espiritismo como uma joia rara, algo realmente importante para a vida. A relação familiar entre os presentes, o cuidado com as tarefas, a satisfação com cada realização da pequena casa são elementos tão importantes a um centro espírita que não podem ser substituídos pela ânsia de ampliação, pelos números.

Denis, Yvonne, Chico e outros personagens tão caros à história do espiritismo ressoavam nas almas ouvintes. Eu já estava ficando acostumado a ter que apresentá-los a um público iniciante que olha com estranheza e curiosidade, às vezes com indiferença. Este grupo, todavia, ouvia como quem recorda, e recorda com prazer. Os construtores do espiritismo que herdamos lhes eram familiares, e recebiam com alegria as poucas histórias que tive tempo de fazer lembrar.

No intervalo de trinta minutos entre as duas partes da palestra, não foi sem surpresa que recordamos juntos de outros trabalhadores comuns ligados a nós, do movimento mineiro. Manoel Alves, José Mário Sampaio (meu pai), Telma Núbia, Leão e Tiana, todos pareciam muito próximos em nossas memórias compartilhadas. A eles foi endereçado um sentimento de gratidão por terem sido professores, amigos, conselheiros, pessoas que dispuseram de tempo e afeto para com a geração que agora dirige e sustenta as casas espíritas. Eles não têm monumentos nem placas, mas sua memória continua viva nas almas com quem conviveram.

A palestra terminou e veio o passe. Recebi muito carinho e afeição da parte dos presentes, que partilhavam nosso entusiasmo com o texto de Léon Denis: potências da alma. Antes de sair não pude deixar de notar um jovem com dificuldade de locomoção, possivelmente por alguma doença degenerativa, que deixava a sala de passes rumo à saída. Certamente não estava lá em busca de cura, que os espíritas sérios não prometem, nem teria deixado nenhuma soma em dinheiro, porque o trabalho de passes é totalmente voluntário. Ele vestia uma camiseta branca, onde se lia impresso nas costas: “Fora da caridade não há salvação”.

1.11.14

CONHEÇA MAURICE LACHÂTRE




Já havíamos publicado no EC que estamos comemorando 200 anos do nascimento de Maurice Lachâtre, mais conhecido como o livreiro que encomendou e teve queimados livros e revistas espíritas na Barcelona do final do século XIX. 

Mais que livreiro, Lachâtre teve uma vida bem diversificada e produtiva, destacando-se como editor. Participou do episódio da Comuna de Paris e viveu intensamente sua época.

Na comemoração dos seus 200 anos, o Instituto Lachâtre publicou o livro "O espiritismo: uma nova filosofia." É composto de uma biografia escrita por um professor da Universidade de Rouen, François Gaudin, o prefácio assinado por Alexandre Rocha e dois trabalhos: um sobre o espiritismo e outro sobre Allan Kardec. 

No texto, Maurice não apenas sintetiza o pensamento de Kardec, mas introduz conceitos do anarquismo e do socialismo que devia considerar coerentes com o espiritismo. Como o assunto é polêmico e exige mais discussão, publiquei uma resenha crítica deste texto de Lachâtre no Jornal de Estudos Espíritas, que acaba de ser publicado digitalmente e está acessível a todos.


Quem quiser conhecer as demais publicações de 2014 do JEE clique no: https://sites.google.com/site/jeespiritas/volumes/volume-2---2014

Com a publicação deste documento temos mais um tijolo no edifício da preservação da história do movimento espírita. Recomendo a leitura a todos os interessados no tema.



O espiritismo: uma nova filosofia.
Autor: Maurice Lachâtre
Editora: Instituto Lachâtre
160 páginas
110 x 180 mm
Ilustrado
Preço: R$24,90