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1.3.08
Bezerra de Menezes escreve no Reformador em 1895
Canuto Abreu transcreveu e comentou o editorial do Reformador escrito por Bezerra em 1895, período em que os espíritas se dividiam por questões de interpretação do caráter do Espiritismo. O tema dá o que pensar nos dias de hoje, por esta razão, passo a transcrever o editorial do então Presidente da FEB.
"É para lastimar que, tendo-se difundido admiravelmente no Brasil as idéias espíritas de modo a não haver ninguém que não as aceite, seja a sua propaganda feita sem ordem nem sistema.
Nos Estados há grupos dispersos... Na Capital as associações estão desligadas... Empregam-se, nos Estados principalmente, métodos inconvenientes, tudo à falta de unidade de vistas... Cada grupo tem sua orientação...
Tudo progride e parece-nos que já é tempo de entrar o Espiritismo, entre nós, em nova fase analítica de que deverá subir à sintética, que unificará o Espiritismo no Brasil com o de todo o mundo.
Para passarmos do estado de confusão, em que nos achamos, ao de ordem bem regulada, para chegarmos ao de sistema que será o último trabalho humano, faz-se mister uma séria e bem compreendida organização.
Sem harmonia de ação, sem o concurso harmônico dos grupos entre si, o Espiritismo não fará mais progresso no Brasil, não passará de uma crença sem base, variante de indivíduo a indivíduo.
A união faz a força. Organização e organização, é a palavra que parte de todos os lábios, é a idéia que paira em todos os pensamentos, porque é chegada a hora de passarmos da fase sincrética à fase analítica, como acima indicamos.
Aceitamos, pois, de boa vontade, como nos cumpre, as inspirações que nos dão os prepostos do Senhor, incumbidos de desenvolver o Espiritismo no Brasil. Organizemos.
Para organizarmos é preciso, primo, ligar em uma grande falange os trabalhadores: segundo, regularizar metodicamente o seu trabalho. No próximo número daremos o plano de organização."
(Extraído do livro Bezerra de Menezes: Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil até o ano de 1895. Escrito por Silvino Canuto Abreu. Edições FEESP)
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