Páginas

26.2.11

UM EVENTO ESPÍRITA EM BOSTON


Os espíritas da "Allan Kardec Spiritist Society of Massachusetts" estão promovendo o Seminário "Transição Planetária" nos dias 25 e 26 de março de 2011. O expositor convidado é Divaldo Franco, e pelo que pude entender, eles estão comemorando 20 anos de visitas de Divaldo àquela cidade. A programação é a seguinte:
Dia 25 - 19:00 às 22:00 horas - Jantar
Dia 26 - 14:00 às 17:00 horas - Seminário.
Locais, telefones de contato e outras informações podem ser vistas no folder publicado acima.

24.2.11

CHEGAMOS EM 82 PAÍSES!

Figura 1: Novo mapa do Flag Counter

Ucrânia, Eslováquia, Coréia do Sul, Afeganistão, Indonésia e Guiana são alguns dos países em que se encontram nossos novos visitantes. Com o tempo, saberemos se os acessos foram fortuitos ou se o blog despertou o interesse e passou a ser acompanhado por pessoas interessadas no Espiritismo nestes países.
Os temas espíritas (como mediunidade intuitiva, por exemplo) têm sido procurados por pessoas em diversos países, o que aponta para uma difusão dos brasileiros por outros países, mas também para o interesse que os novos produtos da mídia internacional despertaram sobre alguns dos temas espíritas e para o poder dos novos meios de comunicação como os blogs, que disponibilizam instrumentos ainda limitados de tradução, mas que já possibilitam alguma compreensão do nosso idioma.
Agradeço aos leitores, nossos comentaristas, sua participação, co-responsável pelo sucesso deste projeto.

21.2.11

O ENTERRO DE ANTOINE COUSTEAU

Figura 1: Foto atual do Cemitério de Montmartre, nos arredores de Paris, tirada por Tonya Ricucci
"Antoine Cousteau era um membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que desencarnou em 1863. Não tinha posses, era um calceteiro (trabalhador que calça as ruas com pedras) que estava sendo enterrado em vala comum.
Os membros da sociedade estavam presentes e o Sr. Canu, antes materialista, fez um breve mas emocionado discurso:
"Caro irmão Costeau: Faz alguns anos, muitos dentre nós, e eu em primeiro lugar, não viríamos ante este túmulo aberto, que representaria apenas o fim das misérias humanas, e depois o nada, o pavoroso nada, isto é, onde não existia nem alma para merecer ou expiar, e, conseqüentemente, nem Deus para recompensar, castigar, ou perdoar. Hoje, graças à nossa santa Doutrina, divisamos aqui o termo das provações, e para vós, querido irmão, cujos despojos baixam à terra, o triunfo dos labores e o início das recompensas a que fizeram jus a vossa coragem, resignação, caridade, as vossas virtudes, e, acima de tudo isso, a glorificação de um Deus sábio, onipotente, justo e bom.
"Sede, pois, caro irmão, o portador das graças que rendemos ao Eterno por ter permitido dissiparem-se as trevas do erro e da incredulidade que nos assoberbavam. Não há muito tempo, e nestas mesmas circunstâncias, com a fronte abatida e o coração lacerado, em desânimo, nós vos diríamos:
- ‘Amigo, adeus para sempre'. Mas hoje vos dizemos, de fronte erguida, radiante de esperanças, e com o coração repleto de amor e de coragem: - ‘Caro irmão, até breve, orai por nós."
Inesperadamente, um dos médiuns da Sociedade entrou em transe e possibilitou uma última fala do desencarnado, ainda mais bela:

"Obrigado, amigos, obrigado. O meu túmulo ainda nem mesmo de todo é fechado, mas, passando um segundo, a terra cobrirá os meus despojos. Vós sabeis, no entanto, que minha alma não será sepultada nesse pó, antes pairará no Espaço a fim de subir até Deus!
"E como consola poder-se dizer a respeito da dissolução do invólucro: Oh! eu não morri, vivo a verdadeira vida, a vida eterna! O enterro do pobre não tem grandes cortejos, nem orgulhosas manifestações se abeiram da sua campa...
"Em compensação, acreditai-me, imensa multidão aqui não falta, e bons Espíritos acompanharam convosco, e com estas mulheres piedosas, o corpo que aí jaz estendido.
"Ao menos todos vós tendes fé e amais o bom Deus!
"Oh! certamente não morremos só porque o nosso corpo se esfacela, esposa amada! Demais, eu estarei sempre ao teu lado para te consolar, para te ajudar a suportar as provações. Rude ser-te-á a vida, mas repleto o coração com as idéias da eternidade e do amor de Deus. Como serão efêmeros os teus sofrimentos! Parentes que rodeais a minha amantíssima companheira, amai-a, respeitai-a, sede para ela como irmãos. Não vos esqueçais nunca da assistência que mutuamente vos deveis na Terra, se é que pretendeis penetrar a morada do Senhor.
"Quanto a vós, espíritas, irmãos, amigos, obrigado por terdes vindo a esta morada de pó e lama, a dizer-me adeus. Mas sabeis, e sabeis muito bem, vós, que minh'alma imortal vive, e que algumas vezes vos irá pedir preces que jamais lhe recusareis para auxiliá-la na vida magnífica que lhe descortinastes na vida terrena.
"A vós todos que aqui estais, adeus. Nós nos podemos rever noutro lugar que não sobre este túmulo. As almas me chamam a conferenciar. Adeus, orai pelos que sofrem e até outra vista.



Fico imaginando a emoção da esposa, a surpresa dos amigos e muito mais a dos que enterravam o corpo sem vida, desconhecedores do Espiritismo e da Mediunidade. Igualmente me tocou o carinho que os membros da Sociedade dedicaram ao companheiro e a sua família, independente de suas posses ou projeção social. É uma mensagem poderosa aos espíritas, quase um século e meio depois.

19.2.11

ESPIRITISMO COMENTADO EM MUITAS LÍNGUAS


Figura 1: Mapa do Mundo de 1780


O Espiritismo Comentado agora tem um novo aplicativo: um tradutor para oito idiomas (chinês, francês, alemão, italiano, japonês, inglês, russo e espanhol). Sei que este recurso ainda é rudimentar e que as frases saem truncadas, mas facilita o acesso aos interessados que falam outros idiomas ao conteúdo do blog.
Aguardemos o diálogo com espíritas e espiritualistas de outros continentes.

18.2.11

MARÍLIA CONVIDA OS ESPÍRITAS A AGIREM CONTRA A LEI DE ABORTO

O conhecido jornal Correio Fraterno apresenta em seu último número uma entrevista exclusiva com a advogada Marília de Castro, coordenadora da Rede Brasileira do Terceiro Setor e coordenadora, por São Paulo, do Movimento Nacional em Defesa da Vida.
Entre outras explicações, Marília discute o conhecido argumento materialista, muito usado pelos defensores da lei de aborto que diz que a mulher tem direito de decidir sobre o seu próprio corpo. Ela faz um paralelo entre este argumento e o utilizado pelos donos de escravos no Brasil, que defendiam o direito de tortura e morte do negro escravo por ele ser propriedade do seu senhor. Marília mostra que uma das evidências de que o feto não é o corpo da mãe é o próprio DNA. O feto tem um DNA diferente do DNA materno, trata-se, portanto, de um outro corpo em gestação.
A advogada também mostra que muitas vezes o desejo de abortar tem por trás o interesse do pai, que pressiona sua parceira para não ter que arcar com as despesas da criação de um filho.
Ela convida a todos participarem das marchas e atos públicos em favor da vida, e manifestarem sua opinião junto aos representantes federais do povo, deputados e senadores, para que o Projeto de Lei não venha a regulamentar em nosso país a morte assistida dos que não tem como se defender.
Marília defende que os espíritas não exponham sua posição apenas nas Sociedades Espíritas, mas que participem da Marcha em Defesa da Vida, no dia 26 de Março e que manifestem sua opinião junto ao legislativo federal, que está discutindo o Projeto de Lei 1135/91.

14.2.11

AS MÃES DE CHICO XAVIER

As Mães de Chico Xavier é o novo longa metragem que estará no circuito a partir de primeiro de abril de 2011. Nelson Xavier faz novamente o papel do médium mineiro, mas a trama se desenvolve em torno de algumas mães que perderam seus filhos e o procuram em busca de informações. Baseado em fatos reais, o filme tem tudo para ser um novo sucesso de bilheteria, dado o interesse que o Espiritismo tem despertado na população brasileira e na qualidade da produção. Acho que o filme que deve levar aos cinemas um público de pelo menos dois milhões de expectadores. E você, leitor, o que acha?

12.2.11

CORAL PEDRO HELVÉCIO E MEU CANTAR

A música composta por espíritas com belos arranjos, canto coral e criatividade acompanhou minha juventude. Apesar de muito se ter perdido, a riqueza de melodias e a variedade das letras fizeram-me um apreciador de boa música.
Uma das instituições que impressionava era o Coral Pedro Helvécio, da União Espírita Mineira. Fiquei meio de luto ao saber que foi encerrado no ano 2000.
Um de seus compositores era o maestro James Marotta, que tem belas canções e arranjos pessoais, diferentes dos que encontrávamos nos corais de sociedades espíritas.
Acabo de descobrir que o grupo "Meu Cantar" (http://www.arteespirita.com.br/index.php?option=com_muscol&view=artist&id=1) fez uma homenagem ao Coral Pedro Helvécio, gravando em quinteto de vozes algumas das músicas mais apreciadas, com o arranjo inconfundível do P.H. Eles gravaram o CD "Para ter a vida"
Aproveito para dividir estas jóias com os apreciadores do Espiritismo Comentado.

8.2.11

DELÍRIO, ALUCINAÇÃO E FENÔMENO MEDIÚNICO

Roberto Lúcio - Psiquiatra da AMEMG

O site Espiritismo BH (http://www.espiritismobh.com.br) é uma iniciativa de voluntários que têm publicado principalmente entrevistas com profissionais, expositores e trabalhadores espíritas da capital mineira sobre temas relacionados à Doutrina Espírita e a vida contemporânea. Já se pode acessar mais de uma centena de vídeos e ouvir a dezenas de pessoas que têm dado sua contribuição ao movimento espírita.
São entrevistas de cerca de uma hora, sobre questões que exploram diversas nuances do tema em estudo.
Aproveito o ensejo para recomendar a entrevista com o psiquiatra Roberto Lúcio de Souza, que trata de um tema polêmico: a distinção entre delírio, alucinações e fenômeno mediúnico. Acesse o site, clique em "mais vídeos" e escolha o tema ou o expositor no instrumento de busca.

6.2.11

AGENDA DE UMA MOCIDADE ESPÍRITA CONTEMPORÂNEA

Reunião de Abertura da Mocidade AECX em 2010


No início do século XX não havia mocidades espíritas no Brasil. As primeiras começaram a ser formadas na década de 1930, embora não haja dados seguros sobre isto. Em 1948, Leopoldo Machado tomou à frente da organização do 1o. Congresso de Mocidades Espíritas no Brasil, após a recusa da FEB em organizá-lo, que recebeu representantes de diversos estados e teve como efeito a disseminação deste novo tipo de reunião nas sociedades espíritas brasileiras.
Houve muitas transformações desde sua concepção aos dias de hoje. As poucas descrições na obra de Leopoldo Machado faziam parecer a mocidade uma espécie de grupo festivo, no qual havia um papel da arte associada ao Espiritismo, mas uma mentalidade de tratamento do jovem que se aproximava muito ao que dispensamos hoje às crianças.
Como se defendia a criação de um estatuto próprio para as mocidades, muitas se tornaram um "centro dentro de um centro", agindo à revelia das decisões, resoluções e diretrizes da casa que os acolhia. Eram eleitos presidentes de mocidades e juventudes espíritas, cargos diretivos, como se fosse um órgão estudantil dentro de uma escola, uma espécie de grêmio ou diretório. Neste formato podia ou não haver a figura do mentor, pessoa mais experiente que deveria orientar os jovens. Não é difícil perceber que este formato gerou muitos conflitos dentro das casas espíritas, em virtude da inexperiência nas relações instituicionais e interpessoais dos jovens e da desconfiança dos membros da casa para com uma organização que lhes soava estranha e às vezes ameaçadora.
Passados os anos, hoje as mocidades e juventudes são bastante aceitas pelo movimento espírita, recomendadas pelos órgãos federativos e muito material e experiência se desenvolveu em torno deste espaço instituicional espírita. Ainda há quem seja contra as mocidades ou os encontros de jovens espíritas e conceba a inserção do jovem na casa espírita pelos mesmos espaços criados para os adultos, mas são minorias no movimento.
Na capital mineira, hoje, grande parte dos grupos de jovens se acha integrado às sociedades espíritas com maior ou menor intensidade. Desde o surgimento da Confraternização das Mocidades Espíritas de Belo Horizonte - COMEBH, em 1983 (eu estive lá...) houve um grande aumento do relacionamento entre jovens de mocidades diferentes e um saudável trânsito entre as casas espíritas da Grande Belo Horizonte.
As COMEBHs se tornaram também uma espécie de incentivo a práticas que se disseminaram pelas mocidades: grupos de teatro, músicas criadas pelos participantes, instrumentos musicais, estudos com objetivos e metas, ações de integração, criação de material de apoio, entre outras iniciativas passaram a fazer parte do cotidiano do jovem no Centro Espírita.
Ontem fui convidado a assistir a reunião anual de abertura da mocidade da casa que frequento, 32 anos após tê-lo feito na condição de adolescente interessado. Algumas coisas mudaram, mas o essencial continua, sob novas formas.
Ainda se canta a canção "Sê bem-vindo" para os novatos. Ontem o regente enviou um vídeo da Alemanha, onde se encontra, com uma mensagem de acolhimento e "regeu" a cantoria.
Ainda se dão recados, com um ar despojado e alegre, convidando os participantes a ingressar nas muitas tarefas e eles estão cada dia mais criativos...
Ainda se projetam imagens, mas o velho projetor de slides, o flanerógrafo e o retroprojetor cederam lugar às mídias informatizadas.
O ingresso dos jovens que concluíram a evangelização infantil aumentou, assim como o interesse e a participação dos pais.
Para concluir, fiquei impressionado com a agenda de trabalhos do grupo de jovens. São diversos compromissos envolvendo a mocidade, a casa espírita e o movimento espírita municipal. A título de informação, transcrevo:
- Participação na campanha de inverno
- Participação na organização da festa junina da casa
- Organização das oficinas de mocidade (espécie de confraternização dos jovens da AECX)
- Encontros dos ciclos de mocidade (uma leitura comentada com atividades de recreação na casa de uma das famílias de membro)
- "Enturmão" semestral (encontro de avaliação)
- Participação na campanha do quilo
- Organização do Blog da Mocidade (http://aecx.blogspot.com/)
- Participação na campanha de natal
- Confecção das cestas de natal
- Reunião extra para os interessados de estudo sistematizado (este ano sobre o livro "O Consolador" de Emmanuel)
- Participação como expositores nos ciclos de estudo introdutórios de Espiritismo, que acontecem às segundas e sextas-feiras.
- Participação na organização da COMEBH e na promoção do Festival de Sorvete para angariar fundos
- Participação na evangelização infantil das quatro unidades que compõem a AECX, sendo duas situadas em municípios vizinhos.
- Grupo de música, que toca todos os sábados na reunião de mocidades e mediante convites em eventos espíritas.
- Visitas quinzenais ao hospital João XXIII
Isso foi o que anotei, estou certo que deve haver mais atividades e tarefas, mas estas já dão a dimensão da integração de um grupo de jovens na casa e no movimento espírita.

5.2.11

MOEDAS DO EVANGELHO: ÓBOLO E LEPTO



Figura 1: Óbolo de bronze


Os evangelistas Marcos (12:41) e Lucas (21:2) narram o episódio de uma viúva pobre que doou "duas pequenas moedas que valiam um quadrante". Jesus valoriza mais a doação desta viúva que a dos demais doadores por ser capaz de doar o que lhe faria falta, enquanto os demais doavam o que lhes sobrava.

Figura 2: Óbolo de prata

Haroldo Dutra (O Novo Testamento) entende que esta moeda seria o lepto, que seria "a menor das moedas judaicas", feita de cobre com valor estimado em 1/8 de centavo.

Figura 2: Lepto de bronze (frente)


Há contudo uma moeda grega com o nome de óbolo (do grego ὀβολός), com valor equivalente a 1/6 de dracma. O óbolo era feito de prata e posteriormente de cobre. O texto de numismática que consultei afirma que o óbolo era colocado sob a língua dos mortos gregos para que pudessem pagar a Caronte, o barqueiro da mitologia, a travessia do Estige, rio que separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos. (http://numismaticabentes.wordpress.com/2010/02/16/introducao-a-numismatica/ )

A passagem dos dois evangelistas foi denominada como o óbolo da viúva. Cabe comentar que a palavra óbolo tem também o significado de pequeno donativo.

A moeda denominada quadrante, citada no texto de Marcos, parece ser uma moeda em cobre, Romana, do período do império, de baixo valor. Pode-se ler um pouco sobre as moedas romanas no site http://www.angelinicoins.com/Hist/ImpRomano/MundoRom.html