Margareth e Katie Fox
Barbara Weisberg fez a incursão que muitos de nós gostaríamos de fazer e publicou seu diário de viagens com o título “Talking to the dead: Kate and Maggie Fox and the rise of spiritualism” indevidamente traduzido para “Falando com os mortos: as irmãs americanas e o surgimento do espiritismo”, possivelmente para atingir o público espírita.
O passeio é generoso. Barbara consultou livros, revistas e documentos de diversos arquivos em busca das Fox. Discutiu seus manuscritos com muitos especialistas, procurou descendentes e nos ofereceu não apenas um trabalho biográfico, mas todo um cenário dos eventos sociopolíticos e culturais dos Estados Unidos e Inglaterra no período da vida das Fox.
A primeira pergunta que se faz quando se está diante de um trabalho biográfico polêmico como este é: qual é a visão da autora? Ela é espiritualista? Ela é cética? Ela é uma feminista escrevendo sobre mulheres do século XIX? Não tenho uma resposta. Seu texto oscila entre cada uma destas três tendências, ou, pelo menos, das duas últimas.
Um ponto positivo: ela se esforça para apresentar sempre as opiniões dos que creem nos fenômenos e dos que estão obsessivamente procurando pelos truques que Kate e Maggie Fox teriam produzido.
Apesar da simpatia que ela desenvolve por Kate e Maggie, talvez por percebê-las como mulheres ativas em um mundo extremamente limitado para a mulher, Barbara não oculta os fatos, nem os dissimula: relatórios favoráveis e desfavoráveis, o alcoolismo do pai e depois das duas irmãs, a prisão a que se submeteu Maggie Fox na esperança do amor, ou pelo menos do casamento de Elisha Kane, as fantasias, as declarações que elas fizeram de ter fraudado os fenômenos, seguida do desmentido de sua própria declaração, tudo isso é descrito e exaustivamente referenciado ao longo do seu texto.
O livro aponta para uma época esquizofrenicamente intolerante e interessada. As Fox sofrem ao mesmo tempo o assédio público e o repúdio, comum a muitas personalidades famosas dos dias de hoje, o que legou ao futuro controvérsias e versões sobre sua vida.
Um fato curioso e intrigante é um bilhete encontrado
ResponderExcluirno caderno de notas do médium americano Andrew
Jackson Davis, datada de 31/03/1848:
"Esta madrugada, um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, que me disse: 'Irmão, um bom trabalho foi começado. Olha!, surgiu uma demonstração vivente.'
Davis ainda anotou: "Fiquei pensando o que queria dizer aquela mensagem."
Nesta mesma data, na pequena cidade de Hydesville, começaram os fenômenos das irmãs Fox que culminariam com o enunciado da revelação da Doutrina Espírita em 1857.
(fonte: Andrew Jackson Davis wikipédia)
Yesno,
ResponderExcluirEsta citação se encontra no livro História do Espiritismo, escrito por Arthur Conan Doyle (autor inglês, criador do Sherlock Holmes, espiritualista).
Agradeço a lembrança.
Fraternalmente,
Jáder Sampaio