A médium Yvonne A. Pereira
escrevia na Revista Reformador com o pseudônimo de Frederico Francisco, nome
que emprestou do grande compositor Chopin. Estamos lendo o livro À luz do
consolador, publicado pela FEB, em nossa reunião mediúnica, que é uma coletânea
desses artigos.
Fiquei encarregado de ler e
comentar o texto intitulado “Panorama”, que originalmente foi publicado pelo
Reformador em 1970. Para minha surpresa, é um dos “textos indignados” da
médium.
Yvonne recebeu carta de um jovem
que se mostrava confuso em função de uma palestra que assistira na sua casa
espírita. Ele diz que o expositor defendia que não era necessário “o estudo
completo dos Evangelhos, bastando que apenas conheçamos os pontos esclarecidos
por Allan Kardec em “O evangelho segundo o espiritismo”. “ Disse ainda que o
estudo dos evangelhos é perigoso e que o estudo das parábolas é inútil porque
cada um as interpreta a seu bel-prazer. Concluindo, o jovem comunicou ter
ouvido que o estudo das epístolas é inútil porque “nem mesmo se sabe se Pedro e
Paulo existiram”.
Yvonne vai à carga, alegando que
o projeto do expositor é destrutivo e que ele nada repõe no lugar dos
Evangelhos que ataca. Questiona se poder-se-ia interpretar “A parábola do filho
pródigo”, do “Bom samaritano” e da “casa sobre a rocha” sob diversas óticas,
focalizando, assim, a mensagem central das mesmas.
Não vou me estender, deixando aos
interessados o link para que ele possa ler o artigo completo:
Yvonne fecha o texto focalizando
a importância dos evangelhos para os que sofrem, e recomenda a estes que
busquem a companhia de Pedro e Paulo “a fim de se consolarem meditando no
heroísmo deles a frente das penúrias suportadas, ao mesmo tempo que
aproveitando dos ensinamentos por eles deixados há dois mil anos aos corações
humildes e de boa-vontade.”
Quanto à existência ou não de Paulo e Pedro, a leitura que venho fazendo das cartas dos cristãos dos primeiros séculos é repleta de citações dos textos evangélicos. Vez por outra tenho comparado o texto dos documentos que leio com os da tradução da vulgata ou dos textos gregos contemporâneos, e são em sua grande maioria, iguais. Ou estaríamos diante de uma conspiração de ampla monta, na qual foram forjados os textos evangélicos em diferentes pontos do mundo, depois modificados em todos eles e apagados da história todos os documentos contrários, ou eles são o registro possível da experiência dos primeiros cristãos com Jesus.
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