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29.4.16
VIRGÍLIO ALMEIDA NO AME MAIS
A Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte (AMEBH) publicou mais um número de seu jornal AME-MAIS. Neste exemplar tivemos a satisfação de ver publicada uma matéria sobre o Sr. Virgílio Pedro de Almeida, de nossa autoria. A memória deste homem deveria ser preservada e estudada pelo movimento espírita, dada a influência de suas ideias e ações.
Além deste trabalho foi republicado com pequenas modificações um artigo nosso sobre "O Livro dos Espíritos" que veio à luz há muitos anos na revista Reformador.
O periódico fala da campanha permanente de incentivo à leitura, promovida pelo Departamento de Apoio à Juventude da regional nordeste, um relato de Priscila Trevisani sobre as ações de comemoração à data de nascimento de Chico Xavier na capital mineira.
Sobre a promoção social, há uma descrição do trabalho de assistência espiritual em presídios feita por Heli Bruzadelli, uma descrição da visitação à penitenciária de mulheres feita por Rosely Issa.
A AME e o CEM noticiaram suas reuniões em duas matérias.
Há uma chamada para o Congresso Médico Espírita que será realizado no próximo mês de agosto (as vagas estão acabando...).
São diversas as notícias sobre arte espírita em BH e região. Uma reflexão sobre a dramaturgia espírita de Adriano Alves, uma chamada para o festival espírita 5 minutos, o lançamento do CD Modificação do Grupo Lírio Celeste, notícias sobre a campanha de popularização de arte espírita (Teatro da Maçonaria) e a participação de nossa região no II Encontro Nacional de Arte Espírita.
Prof. José Passini, de Juiz de Fora-MG, escreveu um artigo breve sobre a filosofia espírita no qual disserta sobre princípios do espiritismo.
Um artigo sem autoria indicada sobre pontos em destaque do livro "Brasil Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", uma mensagem de Bezerra de Menezes psicografada por Wagner Gomes da Paixão e um artigo de José Márcio de Almeida sobre a assertiva de Paulo na Carta aos Corínthios encerram esta parte de estudos da revista.
Cruzadinhas e uma tirinha fecham este número.
Interessaram-se por algum destes assuntos? Podem acessar diretamente no link abaixo.
https://drive.google.com/file/d/0By6-j12GeL-iYkU2azBvWUxGV3M/view?usp=drivesdk
28.4.16
MEDIUNIDADE: PESQUISA E HISTÓRIA É O TEMA DO 12o. ENCONTRO NACIONAL DA LIHPE
12º ENCONTRO NACIONAL
DA LIGA DE PESQUISADORES DO ESPIRITISMO
Tema central: “Mediunidade: pesquisa e história”
27 e 28 de agosto de 2016
São Paulo – SP
CHAMADA DE TRABALHOS
Apresentação
Nos
dias 27 e 28 de agosto de 2016, o Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do
Espiritismo (ENLIHPE) estará na sua 12ª edição. Os ENLIHPEs se tornaram
espaços, não somente de apresentação e discussão de trabalhos inéditos de
pesquisa sobre a temática espírita, mas também de encontros entre pessoas afins
ao propósito de desenvolvimento do aspecto progressista do Espiritismo. Neste
ano, o tema central será a MEDIUNIDADE, com foco no que seja pesquisar a
mediunidade, estudo de casos e aspectos históricos. Entretanto, esperamos
contar também com bons trabalhos de pesquisa espírita de temática geral e
desejamos que os participantes interajam entre si para formação de novas
parcerias e grupos de pesquisa para o futuro.
Instruções aos autores
A data final para submissão de
trabalhos é 31 de MAIO de 2016. A
confirmação do recebimento e o parecer da Comissão Científica sobre o artigo
serão enviados eletronicamente ao email do remetente. A avaliação será feita
utilizando-se o sistema Double Blind
Review, no qual o trabalho é avaliado anonimamente por 2 por membros da
Comissão Científica do encontro.
Todos os trabalhos deverão ser submetidos, exclusivamente,
por meio de endereço eletrônico.
Os
trabalhos poderão ser submetidos em forma de artigo científico, conforme
procedimentos definidos a seguir:
Artigo
científico
•O artigo deverá ser gravado em 2 arquivos:
ARQUIVO 1 – contendo o nome, o título do trabalho e o resumo;
ARQUIVO 2 – contendo o título e o texto integral do artigo sem qualquer
identificação de autoria. Ambos os arquivos deverão ser enviados anexados,
simultaneamente, para: enlihpe12@gmail.com colocando no ASSUNTO “NOME DO AUTOR - submissão ao
ENLIHPE 12”.
Formato do Trabalho:
Editor de textos: Word for Windows 6.0 ou Posterior
Número máximo de páginas: 15 (quinze)
Configuração das páginas
Margens:
superior 3cm; inferior 2 cm; esquerda 3cm; direita 2 cm.
Tamanho
do papel: A4 (largura 21 cm; altura 29,7 cm)
Fonte:
Times New Roman, tamanho 12
Formato
do parágrafo: Recuo especial: primeira linha 1,25 cm
Espaçamento:
antes 0 pt; depois 6 pt; entre linhas: simples.
Figuras, tabelas e gráficos: Fonte Times New Roman,
tamanho 8 a 12
Resumo:
Mínimo de 1150 caracteres (aproximadamente 10 linhas), máximo de 1750
caracteres (aproximadamente 15 linhas)
Revisão
ortográfica a cargo dos autores
Informações:
Sobre a apresentação dos trabalhos, acesse www.lihpe.net ou www.enlihpe12.wordpress.com ou envie
uma mensagem para enlihpe12@gmail.com
Local: USE (União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo), Rua
Dr. Gabriel Piza, 433 – Santana – CEP: 02036-011 – São Paulo – SP – Tel: 11
2950 – 6554 - http://www.usesp.org.br
21.4.16
DOCUMENTÁRIO ESPÍRITA SOBRE JESUS NO CINEMA
Segunda-feira passada foi a oportunidade de assistir "Nos passos do mestre", um documentário com orientação espírita sobre a vida e os ensinamentos de Jesus. Regina já me havia avisado que ele é rico de imagens das terras onde Jesus e seus discípulos viveram, que hoje estão em Israel e na Turquia. Elas são belíssimas, ainda hoje. Não sei se nos acostumamos a pensar na terra de Jesus focalizados em desertos e cidades poeirentas, mercê, talvez, dos filmes de Hollywood. Vale a pena prestar bastante atenção nas imagens do lago de Genesaré e na rica vegetação da região, que fez com que o mestre falasse em semeadores, figueiras, trigo, joio e tantas outras analogias envolvendo plantio e colheita.
O filme se parece com os documentários da History Channel ou da Discovery Channel, com episódios representados, filmagens de locações atuais e entrevistas com dois estudiosos espíritas do cristianismo: Severino Celestino e Adão Nonato. As análises e comentários deles são muito interessantes e alguns deles novos, como a proposta de tradução do Pai Nosso explicada por Celestino.
Confesso que não entendi algumas partes, como a passagem de Jesus com Pedro, em Cafarnaum, após sua morte, na qual se narra: - Pedro, filho de Simão, tu me amas? Nas diversas traduções que tenho acesso se escreve: "- Simão, filho de Jonas (ou João), tu me amas?" Seria uma alternativa de tradução
Um ponto que despertou meu interesse foram as interpretações originais de Celestino sobre a questão da reencarnação na Bíblia. Ele já havia tratado do tema no seu livro "Analisando as traduções bíblicas", que pretendo ler assim que puder.
Para os espíritas que se interessam pelos evangelhos, o documentário flui rapidamente e faz pensar. Foi uma tarde muito agradável. Pena que em Belo Horizonte o documentário esteja sendo exibido apenas em uma sala do BH Shopping, e hoje apenas no horário das 16:15 horas, dificultando o acesso do público. Se você se interessou, não deixe de conferir.
16.4.16
ARNALDO ROCHA APRESENTA SUAS MEMÓRIAS DA VIVÊNCIA COM CHICO XAVIER
Encontrei este vídeo que apresenta uma entrevista feita por Wagner Paixão e Haroldo Dutra com o conhecido espírita da capital mineira, Arnaldo Rocha. O entrevistado conversa de forma franca e pessoal, fala de suas impressões e baixa os olhos como quem recupera histórias do fundo da mente. Arnaldo às vezes ri, às vezes se emociona. Ele, em sua franqueza, é imensamente humano, não ocultando suas vergonhas, seus atos impulsivos, seus pequenos arrependimentos.
Além de Chico Xavier, que foi muito presente em sua vida, ele apresenta memórias das sessões com Yvonne Pereira, as sessões de materialização que ele presenciou, Rubens Romanelli, Clóvis Tavares, Peixotinho, entre outros.
A simplicidade de Arnaldo não consegue ocultar seu conhecimento do espiritismo e da obra psicografada de Chico, que aparece nos comentários e nas explicações. Esta entrevista pública nos mostra a relevância da história oral, capaz de perceber dimensões que não se encontram nos documentos, ainda que evidencie a forma peculiar das pessoas recordarem e narrarem o que vivenciaram.
13.4.16
O ERRADO QUE DEU CERTO
Antonina tinha como desafio fazer
uma aula sobre a páscoa, para seus quatro alunos. Como fazer uma aula dinâmica,
respeitando as diversas designações cristãs, mas apresentando a visão espírita
da páscoa?
Ela começou sua aula com um jogo
de forca, com a palavra Páscoa. Quase que a turma teve seu bonequinho
“enforcado”!
Depois focalizou nos eventos que
aconteceram ao redor da crucificação e enterro de Jesus. Como abordar a questão
que é interpretada como ressurreição por outras religiões?
Para que não fique apenas uma
história contada, em uma sala onde a monotonia possibilita trocas de tapas, ela
imprimiu os personagens em preto e branco, conseguiu palitos de picolé e de
churrasco e levou um grande isopor, para a história ganhar vida.
Os alunos começaram a colorir os
personagens. Como eram muitos, alguns alunos ficaram com preguiça e começaram a
rabiscar.
- Tia, o fulano rabiscou Jesus!
Que coisa feia!
O tempo foi sendo devorado. Não
ia dar tempo de fazer todas as coisas, mas a turma estava assentada e começou a
conversar sobre brigas. Antonina falou que eles não podiam brigar em sala de
aula e que não era certo bater uns nos outros.
- Mas se você apanha, tem que
bater! Redarguiu um deles.
Outro perguntou direto:
- Você nunca apanhou quando era
jovem?
Realidade diferente, claro que
não da forma que eles o faziam. Violência na escola, violência em casa,
violência nas ruas.
- Sim, eu apanhei! Ela respondeu.
- E não bateu de volta?
- Não, eu não podia. Quem me
batia era minha irmã menor.
- E você não batia nela?
- Não posso, ela é menor que eu!
É covardia!
- Vixe! Disse um dos meninos,
meio desolado. Então não vou poder bater em ninguém...
Chegou o passe e Antonina ainda
não tinha montado a maquete. Um olhar compreensivo e os passistas ficaram de
voltar um pouco depois.
Os personagens foram recortados e
sendo fixados na cartolina, enquanto a história corria, rápida.
- Tia, vai ter ovo de páscoa?
Perguntaram os meninos no final.
- Não. Nós não comemoramos a
páscoa desta forma. Por isso fizemos esta aula! Disse Antonina.
As atividades foram dimensionadas
errado, mas a aula deu certo. Foi possível conversar sobre a violência, de uma
forma tão natural, que fez pensar.
Lembrei-me do Prof. Mário
Barbosa, que advogava que trabalhássemos ao lado das pessoas em situação de
vulnerabilidade social, para que a influência fosse pessoal e profunda. Ele
sabia o que falava.
12.4.16
FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO PARANÁ DISPONIBILIZA GRATUITAMENTE OBRAS RARAS ESPÍRITAS
Um resultado inesperado, mas muito interessante, do debate que participamos na LIHPE (Liga de Pesquisadores do Espiritismo) foi conhecer a Biblioteca Espírita Virtual de Obras Raras. A Federação Espírita do Paraná está digitalizando obras raras e disponibilizando a quem interessar na internet.
O usuário pode baixar os livros sob a forma pdf, mas a Federação só publica virtualmente as imagens das páginas, para evitar os problemas de transformação em texto que os softwares costumam introduzir.
Os livros publicados estão em domínio público e são raros. Seria difícil ter acesso a eles e consultá-los em papel, pelo risco de dano. Assim, a Federativa dá publicidade a informação que interessa aos que desejam conhecer o espiritismo e sua história a fundo.
Os interessados podem acessar o site em http://www.bibliotecaespirita.com.br/. Quem nunca acessou deve clicar em cadastro/login, na régua superior à imagem acima e inscrever-se gratuitamente.
Esperamos que no futuro a FEP faça como o IPEAK (Instituto de Pesquisas Espírita Allan Kardec), disponibilizando o livro sob a forma de imagem e em forma de texto, para que possamos utilizar os instrumentos de busca para pesquisa, com o texto original em forma de imagem para tirar qualquer dúvida.
Com esta iniciativa aumenta-se o acesso à memória do movimento espírita. A FEP solicita que donos de obras raras do final do século XIX e início do século XX disponibilizem os livros para serem digitalizados e incluídos no acervo. Já existem 49 autores listados na BVE, e a maioria dos livros está em língua francesa, mas há raridades interessantes, como o livro do famosíssimo psicólogo Alfred Binet (considerado o criador dos testes de inteligência, a pedido do ministro de educação da França) que trata de fenômenos espíritas.
5.4.16
UM POUCO MAIS SOBRE MEDIANIMIDADE
O Livro dos Médiuns - Edição francesa de 1950
Na última matéria fizemos uma série de considerações sobre a palavra medianimidade e medianímico, usadas por Allan Kardec em "O Livro dos Médiuns". No texto fizemos algumas questões sobre a tradução para o português.
Aproveitamos para tirar as dúvidas com Evandro Noleto Bezerra, que fez um conjunto de traduções das obras de Kardec, inserindo notas sobre as mudanças que os livros sofreram ao longo das edições. Um trabalho de fôlego, que precisava ser feito há muito tempo.
Ele acolheu o Espiritismo Comentado com muita gentileza e autorizou que divulgasse a resposta.
EC: Vi que Kardec publicou em O Livro dos Médiuns o capítulo "Da
medianimidade nos animais" a partir da segunda edição. Por que você
preferiu manter o título traduzido por Guillon Ribeiro e outros, se
Kardec em seu vocabulário afirma que as palavras não são exatamente
sinônimas?
ENB: "É possível que tanto eu quanto o Guillon tenhamos escolhido o termo
mediunidade para evitar o neologismo "medianimidade", até hoje sem
sentido para nós. O que posso fazer, na próxima edição de minha
tradução, é aditar uma nota de rodapé na página do Livro dos Médiuns que
contém essa palavra, explicando a razão da nossa escolha ao traduzi-la
por mediunidade, e não medianimidade. Aproveito para dizer-lhe que,
decorridos mais de 150 anos, você não encontra tal verbete, nem nos
dicionários de francês, nem nos de português."
O Espiritismo Comentado agradece ao Evandro a atenção.
2.4.16
O QUE É MEDIANÍMICO?
Estamos estudando o livro “O
transe e mediunidade” de Lamartine Palhano Jr em um subgrupo da Liga de
Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE.
Uma palavra que chamou a atenção
desde a introdução é medianímico (adjetivo), cujo substantivo é medianimidade
(tradução de Evandro Noleto Bezerra), empregado como quase sinônimo de
mediunidade. Esta palavra se encontra no dicionário Laudelino Freire, definida
da seguinte forma:
“Medianimidade. s.f. Lat medius +
animus + dade. Estado ou propriedade de medianímico”
E por medianímico ele define da
seguinte forma: adj. Medius + animus + ico. Espir. 1. Que tem a qualidade ou a
faculdade de médium. 2. Relativo a médium."
Kardec define medianimidade como “faculdade
dos médiuns. Sinônimo de mediunidade. Estas duas palavras são, com frequência,
empregadas indiferentemente. Caso se queira fazer uma distinção, poder-se-á
dizer que mediunidade tem um sentido mais geral e medianimidade um sentido mais
restrito. Ele possui o dom da medianimidade. – A medianimidade mecânica”
(transcrito de O Livro dos Médiuns, ebook,
tradução de Evandro Noleto Bezerra).
Pelo que se pode entender, já se
usava no francês a palavra medianimidade, senão Kardec teria informado que ele
havia criado a palavra, assim como o fez em outras situações. Nesta definição,
ele parece querer usar com um sentido mais preciso, pouco distinto de mediunidade,
mas este texto é muito resumido para se ter clareza sobre o sentido das duas
palavras usado por Kardec.
Resolvi, então, pesquisar nos
originais franceses onde Kardec usa “medianimidade”. Logo encontrei um
problema, já conhecido pelo editor de Palhano.
Na primeira edição há um erro na
palavra “medianimique” e ela sai como “mediaminique”, erro que Kardec corrigirá
nas outras edições. (No site do IPEAK há a segunda, a sexta e a décima primeira
no original francês).
Na segunda edição, a palavra medianimidade aparece no capítulo
XXII, “Da Medianimidade dos Animais” (por que Noleto não traduziu o título
assim?) e fica apenas neste capítulo (curiosidade: Kardec não publicou este
capítulo na primeira edição de O Livro dos Médiuns).
Procurei, então a palavra
medianímico (fr. medianimique) que aparece na introdução e ao longo do livro (a
faculdade medianímica), no capítulo II, IV (poder medianímico), no capítulo V
(influência medianímica, aparelho eletromedianímico e fatos medianímicos, no
capítulo XVIII (via medianímica), no
capítulo XX (aparelhos medianímicos) da segunda edição do original francês. Observei
que Kardec não usa o adjetivo mediumnique, e observei que os tradutores da FEB
(Guillon Ribeiro e Evandro Noleto) traduziram a palavra medianimique por
mediúnico. Evandro Noleto, contudo manteve a palavra medianímico ao traduzir o
vocabulário com o texto da primeira edição (e apenas aí, curioso, não?), mas ao
longo do texto foi traduzindo por mediúnico toda palavra medianimique que
encontrou.
A que conclusões cheguei até
o momento? Kardec empregou as duas
palavras mediunidade (fr. médiumnité) e medianimidade (fr. médianimité)
praticamente como sinônimas. Não consegui identificar a leve diferença de sentido que
ele explicita no vocabulário, em seu texto. Outro ponto importante, que para as
duas palavras ele usou na segunda edição do francês o adjetivo “medianimique”,
que foi traduzido por mediúnico pelos tradutores da FEB, ou seja, não deveria
haver em português a palavra medianímico, que foi empregada diversas vezes por
André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade, senão como sinônimo de
mediúnico.
De volta ao Palhano, no capítulo
III ele define a palavra medianímico da seguinte forma: “Do latim medius – i =
medianeiro, intermediário; do francês âme = alma)” e reproduz a definição do
vocabulário. Vê-se que ele discorda de Laudelino Freire, que entende que a
palavra não é híbrida, mas totalmente originária do latim, contudo, isto é uma
questão menor. A questão maior é o sentido que ele imputa a Kardec e que não dá
para encontrar na obra dele. Em síntese, ele diz que Kardec agregou em uma
mesma expressão “os fenômenos anímicos associados aos mediúnicos”. A palavra animismo
não foi empregada por Kardec como é utilizada hoje pelos espíritas brasileiros.
Afirmar que ele já empregava que a influência do médium pode ser chamada de
animismo, por adjetivar médianimité e
médiumnité, com a palavra medianimique, é um equívoco, como tento
mostrar acima, e como entende também Laudelino Freire em seu dicionário tão abrangente.
Não se deve contudo, levar a
crítica além das palavras e seus sentidos. Sabemos que os fenômenos mediúnicos,
mesmo os mecânicos, sempre têm uma dose de animismo (ou seja, de intervenção do
próprio médium), que é a ideia principal que Palhano defende em seu capítulo
III.