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28.11.19

INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA DA MEDIUNIDADE




Uma companheira de trabalhos de Minas Gerais me escreveu explicando que é médium psicofônica, mas que as manifestações diminuíram bastante, chegando a ficar diversas reuniões seguidas sem obter comunicação. Ela questiona se isso é um problema.

Allan Kardec trata dessa questão em um capítulo no qual trata da perda e suspensão da mediunidade, em O livro dos médiuns. Está no capítulo 17, Da formação dos médiuns. A primeira coisa que fiz foi reler o capítulo e dá para perceber como ele é rico em informações.

A primeira coisa que nos deparamos ao ler, é que há diversas possíveis causas para a perda ou suspensão da mediunidade, mas a primeira coisa que os espíritos informam a Kardec é que muitas vezes se verifica uma “interrupção passageira”.

Recordei de Yvonne A. Pereira, que na introdução do livro Memórias de um suicida, informa que ficou quatro anos sem praticar a mediunidade, de forma involuntária. Uma mediunidade ostensiva como a de Yvonne, nos faz pensar que a faculdade mediúnica não funciona como os órgãos dos sentidos, sendo passível de descontinuidade no tempo.

Lembrei também dos comentários de alguns colegas de reunião, que viajam de férias, por exemplo, e faltam uma ou mais semanas à reunião. Ao voltar, comentam ao final de reunião uma dificuldade maior no exercício da mediunidade, o que volta com a regularidade da frequência das sessões.

No texto de Kardec, os espíritos levantam diversas possibilidades:
  1.  Não entendem que a perda esteja associada ao esgotamento do fluido. A essa questão respondem acentuando o desejo ou possibilidade de comunicação pelos espíritos.
  2.  Uso frívolo ou ambicioso das faculdades afasta os espíritos sérios.
  3.  Ao afastar-se, um espírito bom pode privar o médium da sua faculdade, para que entenda que não é algo que depende apenas dele.
  4.  Essa suspensão pode ser realizada pelo espírito como uma promoção de repouso necessário ao médium, e uma proteção para que espíritos inferiores não utilizem sua faculdade.
  5.  Alguns médiuns passam por um período de interrupção mesmo sem necessidade de repouso, trata-se de uma prova de sua perseverança.
  6.  A interrupção da faculdade mediúnica não significa necessariamente uma censura espiritual

Conclui-se, portanto, que se deve lidar com a mediunidade sem expectativa de comunicação contínua, em todas as reuniões, sendo normal e possível variações nos desempenhos de médiuns. Devemos evitar a expectativa de desempenho, que pode gerar algum constrangimento ou desejo de obter comunicação para atender ao grupo, acabando por incentivar fenômenos anímicos, ou seja, produções da própria mente do médium sem influência espiritual.

24.11.19

SINAIS DE NASCENÇA EM "A TRAGÉDIA DE SANTA MARIA"



Esmeralda fala a Barbedo que reencarnaria com uma mesma mancha de pele que tinha na vida passada.



Continuamos escrevendo sobre detalhes do livro “A Tragédia de Santa Maria”, ditado por Bezerra de Menezes e psicografado por Yvonne Pereira.

Na página 262 da terceira edição (capítulo quarto da quarta parte, com o título “E quando Deus permite!"), na trama da narrativa, o espírito Esmeralda comunica a seu pai, Barbedo, que vai reencarnar. Ela pede que ele examine o corpo físico da filha do casal de parentes em busca de um sinal de nascença que ela apresentava em sua encarnação passada, para certificar-se de que se tratava dela própria, reencarnada.

Os estudos sobre reencarnação são antigos, datam do início do século 20, mas o pesquisador que conheço ter tratado de marcas de nascença foi Ian Stevenson. Ele se popularizou no meio espírita brasileiro no final dos anos 60 com a tradução do livro "20 casos sugestivos de reencarnação" para o português. Ele publicou posteriormente um livro sobre reencarnação e biologia, no qual trata de forma cuidadosa da questão das marcas de nascença (birthmarks).

A pesquisa de Stevenson sobre memórias de vidas passadas em crianças, geralmente iniciadas entre dois e quatro anos, era muito dependente dos relatos feitos pelas famílias, às vezes muitos anos depois das primeiras lembranças. As memórias não são uma fonte muito segura, por que é sabido que esquecemos e nos enganamos sobre eventos acontecidos no passado, quanto mais distantes estamos do ocorrido. Stevenson desejava outras evidências de vidas passadas que pudessem ter sido registradas e verificadas de forma mais confiável.

Em 1961, em sua primeira visita ao Sri Lanka, ele estudou o caso de Wijeratne, que tinha um defeito de nascença severo associado a eventos de vida passada. Depois ele encontrou, no Alasca, os casos de Charles Porter e de Henry Elkin, que tinham marcas relacionadas a uma facada e um tiro ocorridos em suas vidas passadas. Apesar dos relatos, Stevenson diz que levou vários anos para perceber a importância dos registros, cujo insight o levou a colher muitos relatos como esses em um único trabalho, com mais fôlego[1].

Nesse trabalho, Stevenson disserta sobre os casos estudados, e fala dos diversos tipos de marcas, sinais ou defeitos de nascença. Embora sejam muito divulgadas as marcas de nascença correspondentes a feridas e lesões cirúrgicas em vidas passadas, no capítulo 8, Stevenson disserta sobre marcas de nascença correspondentes a outros tipos de feridas ou marcas de pessoas mortas.

Ele conta o caso de Santosh Sukla, que se recordava de ter sido Maya, na Índia. Os dois tinham listras vermelhas nos olhos, causados por arteríolas muito dilatadas na esclera, e não eram parentes, além de serem os únicos membros das respectivas famílias com essa característica física[2]. Stevenson fotografou Santosh aos 25 anos, ainda apresentando essa anormalidade.

Ele relata também o caso de John Rose, do Alasca, que nasceu com uma mancha branca no dorso da mão esquerda, lugar onde, na vida passada ele havia tatuado um lobo.

Stevenson relata casos de “fendas” de nascença onde havia piercings, que depois cicatrizaram, e locais de aumento de pigmentação, onde anteriormente havia pigmentação maior (pintas, onde haviam manchas, pelo que entendi). (p. 66)

Como se vê, o relato de Bezerra de Menezes parece antecipar a descoberta de Stevenson. Não tenho conhecimento da literatura de sinais de nascença associados à reencarnação, anteriores a esse pesquisador, o que daria uma bela pesquisa.

Mais uma vez encontramos uma contribuição interessante na psicografia de Yvonne Pereira, que normalmente passa despercebida  ao leitor da nossa época.




[1] STEVENSON, Ian. Where reincarnation and biology intersect. USA, Praeger Publishers, 1997. p. 2.
[2] STEVENSON, Ian. Where reincarnation and biology intersect. USA, Praeger Publishers, 1997. p. 63-64..


19.11.19

MULHERES E ESPÍRITAS





O informativo da Sociedade Mineira de Pediatria nº 57, publicado em maio/setembro de 2019, publicou uma matéria sobre o Grupo de Convivência da Mulher e Amparo à Maternidade, que acontece aos sábados no Grupo Espírita Luz e Paz – GELP.

A entrevistada da matéria, a médica-pediatra Juliana Goulart, diz que foi convidada por Andréa Lucchesi a participar. No grupo se fazem palestras de orientação de “nutrição, prevenção de doenças, cuidados com os bebês, direitos da mulher, etc.”

O grupo baseia-se em trocas, e não na antiga dualidade assistente-assistido. A Dra. Juliana se considera uma mulher como as demais, e destaca a importância de “fornecer um ambiente de acolhimento, amor e carinho” às crianças que também participam.

O projeto começou há mais de sete anos quando as mulheres eram gestantes. As participantes ganhavam os bebês, mas desejavam continuar participando, então ele foi se conformando a essa nova característica.

No dia 29 de outubro fazia uma palestra na Associação Espírita Célia Xavier sobre a transição planetária e surgiu o tema das contradições do nosso país. Discutíamos como nós nos acostumamos a achar normal bebês serem criados em caixas de papelão no centro da cidade por familiares, no meio da sujeira e fumaça, enquanto colegas europeus se comoviam às lágrimas.

O dirigente fez uma questão interessante, porque quando falamos em um problema dessa ordem, é normal sentirmo-nos impotentes diante dele. Comentamos então, que no meio espírita, pequenas iniciativas podem ter, com o tempo e a associação das pessoas, grandes ou profundas repercussões. O crescimento da nossa casa e das atividades que realizamos foi um exemplo lembrado naquele momento.

Agora, lendo o trabalho das Dras. Andréa e Juliana, e como após sete anos ele está sendo noticiado por um órgão oficial da Sociedade Mineira de Pedriatria, creio que temos mais um exemplo de pequenas inciativas que geram valores, cuidado, consciência de direitos e têm impacto social.

14.11.19

A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA AFETA O CÉREBRO?




Essa simpática cientista "em cima do muro", apresenta alguns resultados de ativação de diferentes áreas do cérebro em diferentes experiências religiosas. Ela mostra que diferentes religiões podem ter resultados satisfatórios para a vida das pessoas e que a experiência religiosa está associada a saúde mental e qualidade de vida, assim como as práticas nas comunidades religiosas, como música, meditação, ioga, dentro ou fora do contexto religioso, também o fazem.

Estamos diante de uma mudança de abordagem das religiões pelo meio acadêmico, outrora resistente a essa dimensão da vida humana por considerá-la opressora e alienante.

12.11.19

ORIGEM DA RESTRIÇÃO ÀS EVOCAÇÕES DE ESPÍRITOS NO BRASIL



Foto de Frederico Júnior, médium do Grupo Ismael


É sabido que Kardec usava as evocações como uma forma de obter informações sobre casos específicos que lhe chegavam às mãos. Contudo, ele não as recomendava como técnica universal e infalível na prática mediúnica.

As evocações nominais, segundo Kardec, demandam médiuns especiais, identificados por ele como flexíveis e positivos. [1] Os médiuns positivos, apresentados no capítulo 16 de O Livro dos Médiuns, segundo o próprio Kardec, são muito raros. Os médiuns flexíveis, que Kardec menciona apenas no capítulo 16, item 191, parecem ser o mesmo que os maleáveis, definidos acima. São capazes de dar comunicações de “diversos gêneros”, e ditadas por “quase todos os espíritos”.

Atento para com suas limitações ele advertia os espíritas para o risco de fraude por parte dos espíritos: “evoca um rochedo e ela te responderá. Há sempre uma multidão de espíritos prontos a tomar a palavra sob qualquer pretexto”[2].

Alguns autores atribuem a censura da prática das evocações a Chico Xavier. Eles geralmente se lembram da frase: o telefone toca de lá para cá. Honestamente, acredito que não seja verdade. Chico participava de reuniões onde ocorriam evocações mentais, nas quais parentes de pessoas desencarnadas pediam à espiritualidade a sua comunicação. Havia apelos mentais[3]. Tantos, que no livro Missionários da Luz, os espíritos em uma sessão de materialização recomendam que as pessoas cantem, para que se desligassem do petitório mental (p. 118). Isso significa que mentalmente se solicitava da espiritualidade a presença dos familiares, entre outros desejos, embora não se pudesse assegurar que eles estariam em condições de se comunicar, como vemos no capítulo 25 de O Livro dos Médiuns na pena de Allan Kardec: há diversos motivos para que os espíritos evocados não possam se manifestar. A explicação do Chico aos familiares, referindo-se ao telefone, é mais um eufemismo, visando preservá-los da dor da perda, mais uma vez revivida.

Estudando as informações publicadas sobre o Grupo Ismael, do Rio de Janeiro, encontrei algumas orientações dadas pelo “espírito guia” do grupo pela mediunidade de Frederico Júnior. Ele dizia:

“Não se ofereçam para evocações. Quando um centro não lhes parecer homogêneo, neguem-se ao trabalho, porque assim pouparão elementos do seu cérebro e não darão ocasião a divertimentos, a que muitos estão acostumados.
A sua linguagem deve ser esta:
Eu só trabalho quando meu guia esteja a meu lado, e desde que meus companheiros não me proporcionem a satisfação desta vontade, eu não trabalho: porque serei uma máquina sem maquinista, serei uma bússola sem agulha, serei um navio sem leme, e o meu estado é perigoso.” – Ismael via Frederico Júnior[4]

Creio que a orientação de Ismael se deve à época e aos conhecimentos do grupo. No Brasil ainda era muito comum a prática da mediunidade (e a de efeitos físicos também) para atrair adeptos. O grupo de Ismael era um dos primeiros a se dedicar ao exercício sistemático da mediunidade.

Se o público participante, que ignorava o espiritismo e os cuidados com a mediunidade, fosse incentivado a ir, movido exclusivamente pela curiosidade, os médiuns ficariam expostos a vexames públicos, às reações psicológicas dos assistentes da reunião e de outras consequências desagradáveis, diante da prática pública e oral de evocações. A prática mediúnica se tornaria uma espécie de espetáculo, onde as pessoas iriam querer que seus desejos e exigências pessoais fossem atendidos pelo médium. Muito diferente do ambiente de estudo criado por Allan Kardec na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Paris. Talvez por isso tenhamos a orientação restritiva do espírito que se identificava como Ismael.

O cuidado intransigente da presença do "guia" sugere fragilidade da direção encarnada da reunião mediúnica. O médium se orienta preferencialmente através do espírito que reconhece como guia. Sabemos que é uma atitude arriscada, porque nem sempre o médium é capaz de identificar esse espírito e outro espírito pode se passar por ele. Seria um cuidado próprio para a época e específico para o Grupo Ismael? Penso que sim.

Não há como afirmar sem dúvida que essa é a origem da restrição às evocações verbais nas reuniões mediúnicas brasileiras, mas é o que encontrei de mais antigo, e Chico Xavier ainda usava calças curtas.




[1]KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 40 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. [Segunda parte - Das manifestações espíritas. Capítulo 25 - Das evocações » Considerações gerais, item 269]
[2] KARDEC, Allan. Evocações dos animais in: O Livro dos Médiuns. 40 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. [Segunda parte Segunda parte - Das manifestações espíritas - Das evocações. Capítulo 25 - questão 283 - 36ª.]
[3] LUIZ, André. Materialização. in: Missionários da Luz. 13 ed. Rio de Janeiro: FEB, 1980.  p. 117-118
[4] RICHARD, Pedro. Frederico Pereira da Silva Júnior, Reformador, Rio de Janeiro, ano 32, n. 18, 16 set. 1914,  p. 319


5.11.19

EM LUZ



Domingo fomos ao teatro do Colégio Monte Calvário para assistir ao espetáculo “Em Luz” da cantora espírita Sandra Miramar. Sandra é estudiosa e expositora há décadas, mas tem ligações com a música desde a participação na Mocidade “O Precursor”, na União Espírita Mineira. Sandra participou do Coral “Pedro Helvécio” no final da década de 1970, ainda com Elcinho como maestro. Lá ela teve contato com James Marotta, que marcou época com suas músicas e arranjos vocais. 

Algumas criações do James se encontram no Soundcloud, no seguinte endereço: https://soundcloud.com/james-marotta

Abaixo está a música "Noite Igual", dele.




Outra influência que se encontra no CD que gravou foi do Toninho (Antônio Gonzalez), jovem músico da mocidade O Precursor e também maestro do Coral Pedro Helvécio por algum tempo. Sandra recuperou a música intitulada “Luz”, na oitava faixa.

Embora desejasse muito ser cantora, sob a influência da mãe iniciou sua carreira profissional na área de saúde mental. Sandra formou-se enfermeira de nível superior, trabalhou no Hospital Espírita André Luiz e no Instituto Raul Soares da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais-FHEMIG. Ela dirigiu a Escola de Formação  profissional da Fhemig, que foi incorporada à Escola de Saúde. Posteriormente ela foi coordenadora na Escola de Saúde de MG. Sandra exerceu docência e pesquisa na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Em seu trabalho, Sandra associava a música à saúde. Aprendeu violão para tocar para as hansenianas de Sabará, cidade histórica mineira que ainda sofria os efeitos de anos de segregação social dos portadores do mal de Hansen.

“- Elas ficavam alegres com a música! ” Disse-nos.

Nos hospitais psiquiátricos montou grupos de teatro e música, à época levava jovens das mocidades espíritas para cantar e representar peças teatrais voluntariamente.

Os anos se passaram e Sandra passou a levar seu violão nas palestras espíritas que fazia fora de Belo Horizonte para cantar alguma música. Os participantes perguntavam se ela não tinha um CD ou um lugar na internet em que pudessem acessar suas canções e ouvir sua voz. Ela sempre postergava, dizendo que quando aposentasse iria fazê-lo.

Veio a aposentadoria e com ela aulas de canto, contatos no meio musical, recuperação de músicas e a gravação do CD. Daí para o palco do teatro foi um passo.

O espetáculo foi composto de voz, de violão, de flauta, de violino e de cajón. Entre os convidados, estavam o cantor Tim, o grupo Lumiar e um conjunto de jovens da COMEBH.

Além das músicas que compõem o bom CD com o mesmo nome do show, Sandra escolheu algumas músicas com temática religiosa.

“- Vivemos tempos pesados! ” Ela nos disse.

“- Gravei o CD para que as pessoas possam ouvir uma música suave e desligar-se dos problemas da vida. ”

Músicas muito cantadas em nossas casas espíritas, como “Mensagem Fraterna” composta para a letra de Auta de Souza, psicografada por Chico Xavier, tiveram um arranjo diferenciado. Esta canção me lembrou “Scarborough Fair”, música medieval inglesa cuja regravação de Simon e Garfunkel tornou popular nos anos 1960-70.

Uma bela surpresa é a música “Amazing Grace”, de 1773, composta originalmente por John Newton, um traficante de escravos que se tornou pastor. Dizem que a canção era cantada pelas “peças” transportadas em “bocca chiusa” porque lhes era impedido falar ou gritar. Sandra gravou a canção com letra em português de James Marotta.

Outra escolha de canção muito divulgada por aqui foi “Fim dos Tempos”, de João Cabete (1919-1987). Cabete é um compositor espírita paulistano, que se tornou advogado e tabelião em São Bernardo do Campo. Tem mais de 200 músicas e influência em Belo Horizonte e região em função do Coral Scheilla. Procurei, mas não encontrei informações sobre a música. Algo me diz que deve ter sido composta em reação ao sofrimento proporcionado pela segunda guerra mundial.

Onde comprar?

Livraria da União Espírita Mineira
Rua Guarani 314 - Centro. Belo Horizonte-MG
(31) 3201-3038

Livraria Novos Rumos
Rua Rio de Janeiro 1212 - Centro. Belo Horizonte - MG
(31) 3224-0643
https://lojanovosrumos.com.br/