O CSI – Codification Séances Investigation: Imagens e
Registros Históricos do Espiritismo encontrou um exemplar da quinta edição de
A Gênese - revista, corrigida e aumentada, publicada em 1869 - catalogado na biblioteca da Université
de Neuchâtel, na Suíça. Carlos Seth Bastos entrou em contato com o bibliotecário,
pedindo imagens dos dados bibliográficos do livro e recebeu o arquivo de imagem
em pdf acima.
As informações desse livro sugerem que foi Allan Kardec quem
fez as modificações que foram posteriormente publicadas em 1872, no que seria
uma espécie de reedição da quinta edição. Possivelmente, Simoni Privato não
encontrou a autorização dessa edição nos livros de registro franceses, uma vez
que considero como pessoas de boa-fé tanto as que concluíram que Leymarie
poderia ter feito as alterações quanto as que nos apresentam essa imagem. Cada uma concluiu com base nas informações que obteve.
Considerando correta a informação do bibliotecário suíço,
Kardec teria feito as anotações das modificações de A Gênese depois da
primeira edição, tendo um período de alguns meses para a revisão. Quando e como
foram modificadas as placas matrizes, não o sabemos.
Observe nas marcas da imagem que o livro já sai com o nome
da Livraria Espírita e de Ciências Psicológicas, na Rue de Lille, no. 7, para a
qual Kardec iria fazer sua mudança quando desencarnou.
Outra curiosidade: as notas tipográficas, na página anterior
à da folha de rosto, apontam que a tipografia que fez a quinta edição foi a
mesma que fez a primeira edição (e as outras três).
O leitor interessado pode acessar as páginas de Facebook abaixo para obter as informações sobre este novo capítulo da pesquisa de A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo, de Allan Kardec.
https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/ - Link do CSI
https://www.facebook.com/HistoriaDoEspiritismo/posts/650310282399424 Link da publicação sobre a pesquisa de A Gênese (5ª edição).
Acho que toda essa polêmica chamou a atenção do movimento
espírita para as mudanças realizadas por Kardec ao longo das edições de suas
obras, e também nos convida a sermos ainda mais prudentes com as fontes de informação
do passado.
Caro Jáder, sua ponderação sobre os pesquisadores é louvável, pois, pelo que sempre vemos no ME, ataques a eles virão com certeza. Há uma coisa que não entendi: se os livros deveriam ser registrados na França, Biblioteca Imperial, por qual motivo esse exemplar em questão foi registrado numa biblioteca na Suíça?
ResponderExcluirPaulo Neto, o exemplar foi encontrado como parte do acervo de uma biblioteca de uma universidade na Suiça (e não "registrado" lá). É possível que eles tenham comprado ou recebido como doação. A Biblioteca Nacional da Franca (BnF), antiga Biblioteca Imperial, além de funcionar como uma biblioteca, também era responsável, como função administrativa, por receber o depósito legal de todas as novas publicações feitas na frança (de autores nacionais ou estrangeiros) e as edições posteriores que contivessem alterações. O depósito legal também é obrigatório no Brasil e é a Biblioteca Nacional (do Brasil) que tem essa responsabilidade no nosso país. A BnF, como biblioteca, também guarda no seu acervo estes "livros de registro" antigos, que foram consultados por Simoni Privato e outros pesquisadores.
ExcluirHonestamente tenho muito medo de que aconteça com o Movimento Espírita o que vem acontecendo com as nossas opiniões políticas em geral, que se tornaram fanáticas e dividiram até mesmo famílias. Como sabemos, o Espiritismo é calcado em fatos, em ciência, e, dói muito dizer que comparando as duas constatações, a enxurrada dos argumentos sólidos de que A Gênese fora adulterada persiste com muito mais firmeza do que essas provas ou deduções sugestivas, bem como das explicações respeitosas, mas não suficientemente aproveitáveis de Cosme Massi. Acho válido o esforço em descobrir a verdade, mas é que os trechos modificados e a influência imensa da Igreja Católica até hoje infiltrada em nossas reminiscências terminam por nos postar em prol do roustainguismo (ou rustenismo), mesmo que não saibamos. As coisas estão umbilicalmente ligadas, e as provas demonstram nos trechos igrejistas tais como sempre se portou a maioria do Movimento, infelizmente ainda sufocando a verdade, por questões óbvias e aceitas (vide O Espírito e O Tempo, de Herculano Pires). Além de tudo existe ainda a avalanche de prova que promete abalar as estruturas cegas com os manuscritos de Canuto Abreu (preciso vê-los para confirmar, viajarei se for preciso...). Pois, com provas cabais, até o presente momento (é muito triste dizer isso...) A Gênese ainda resta adulterada para mim.
ResponderExcluirPaulo, o Carlos Seth encontrou um exemplar do livro publicado em 1869 em uma biblioteca suíça. Nenhum exemplar publicado em 1869 havia sido encontrado na, hoje, Biblioteca Nacional da França. Releia a explicação de Desliens, secretário de Kardec e seu sucessor na gestão da Sociedade até 1871 com dois outros colegas, sobre o que aconteceu com A Gênese. Essa carta havia sido considerada falsa e ignorada. https://espiritismocomentado.blogspot.com/2009/10/desliens-explica-o-que-aconteceu-com.html
ResponderExcluirE, Paulo, não é um registro para publicação. É um livro publicado em 1869 que fazia parte do acervo da Biblioteca de Neuchâtel.
ResponderExcluirGrato, pelo que estou vendo, a polêmica a respeito da adulteração acabará com essas novas informações.
ResponderExcluirJáder, vc já chegou a ler o artigo do Paulo Henrique constante deste link?: http://www.telma.org.br/artigos/sobre-a-5a-edicao-clandestina-de-a-genese-de-1869
ResponderExcluir