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23.8.17

TOQUE TERAPÊUTICO NA CICATRIZAÇÃO DE PELE DE RATOS





Souza e outros (2017) publicaram um artigo na revista Explore para comunicar o resultado de estudos sobre a influência do passe na cicatrização de ratos. Ele tem por objetivo “investigar os efeitos do toque terapêutico na contração da área da ferida e na proliferação de fibroblastos durante a cicatrização da pele em ratos”.

A cicatrização passa por três fases: inflamatória (da ferida a três dias), proliferativa (após a inflamatória e dura em média de duas a três semanas) e maturação (em aproximadamente 1 ano, 70 a 80% da pele fica intacta). A segunda fase é marcada por “epitelização, angiogênese, granulação da formação de tecido e deposição de fibras de colágeno”.

Os estudos sobre influência de imposição de mãos (energias curativas), segundo os autores, iniciou-se com o Dr. Bernard Grad, da universidade Mc Gill, no Canadá, nos anos 1960. Foram feitos estudos com um curador chamado Oscar Estebany. Como resultados ele obteve após dois meses uma incidência menor de bócio nos animais tratados e mostrou que as feridas dos animais cicatrizavam-se mais rapidamente. Como hipótese explicativa, o pesquisador entendia que havia uma aceleração das atividades celulares e enzimáticas com a imposição de mãos.

Os autores vão mostrando a evolução dos estudos, que mostram os seguintes efeitos:

  1. Aumento da reação enzimática da tripsina
  2. Obtiveram-se resultados sem a presença de um “curador”, ou seja, qualquer pessoa que conhece a técnica e desejar agir bem obteve resultados, o que foi chamado de toque terapêutico
  3. O toque terapêutico tem sido estudado e se constatou que influencia na “proliferação de fibroblastos, na resposta inflamatória, na aceleração do processo de cura, que tem efeitos no limiar das dores e que aumenta os níveis de hematócrito e hemoglobina”


Método

Fizeram feridas cirúrgicas em ratos anestesiados, do mesmo tamanho. Eles foram guardados em caixas, e tratados com água filtrada e sabão neutro. Uma vez ao dia uma enfermeira aplicava toque terapêutico impondo as mãos a cinco centímetros dos animais do grupo de tratamento.

Foram realizados dois tipos de medidas: a da área das lesões e a do número de fibroblastos. A primeira foi feita com fotografias digitais e um programa específico, com as medidas em mm2, e a segunda com amostras de tecido colhidos na região da lesão para contagem do número de fibroblastos.

Foram feitas análises estatísticas comparativas das médias dos grupos experimental e controle no quarto e sétimo dias após a lesão. Usou-se o teste Shapiro-Wilk para normalização e o t de Student bicaudal para teste de hipóteses.

Resultados

A diminuição da área ferida foi maior (p = 0,03) no grupo de tratamento, ou seja, ele cicatrizou mais rapidamente, e, ao mesmo tempo, o número de fibroblastos foi maior neste grupo (p = 0,026)
Seguem fotos comparativas de uma lesão para cada grupo.





Visualmente se pode ver que a ferida do rato do grupo de tratamento cicatrizou bem mais que a do grupo controle, e que o número de fibroblastos (os pontinhos escuros da amostra de tecido) é bem maior no rato do grupo de tratamento que no rato do grupo controle.

Discussão

O toque terapêutico (técnica semelhante à imposição de mãos e aos passes) influenciaram a cicatrização da pele e aceleraram o reparo dos tecidos, o que se constatou ao ver um maior número de fibroblastos no sétimo dia de tratamento.
O estudo corrobora as descobertas de Grad e Smith sobre Toque Terapêutico. Eles afirmam que a técnica aumenta as reações enzimáticas, especialmente as que envolvem as proteases.

Comentários


Este estudo mostra a utilidade do uso dos passes como terapia complementar para pacientes que sofreram cirurgias ou acidentes e que se encontram em processo de cicatrização. 

Novos estudos devem ser feitos em seres humanos, com controle de efeito placebo e um entendimento do processo em nível biofísico deve ser estudado.


Souza, Andre Luiz T., Rosa, D. P.C., Blanco, B. A., Passaglia, P., Stabile, A. M., Effects of therapeutic touch on healing of the skin in rats, Explore: the journal of science and healing, 2017. http://dx.doi.org/10.1016/j.explore.2017.06.006



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