27.2.20

AVALIAÇÃO DE REUNIÕES MEDIÚNICAS



No Seminário oferecido em Contagem-MG, em 2019, foi feita uma pergunta sobre avaliação de reuniões. Passamos a experiência do nosso grupo mediúnico:

Que você pode nos falar sobre as avaliações periódicas da reunião e dos médiuns?

Todas as sessões temos um tempo reservado à análise das comunicações e das percepções de todos os membros da reunião durante a parte mediúnica. Como ela é feita imediatamente após o encerramento das comunicações, ficou conhecida como “terceira parte” pelos membros do grupo, mas poderia ter outro nome mais formal.

Nessa parte da reunião, como realizamos comunicações simultâneas, as duplas médium-atendente narram de forma objetiva e resumida como foram as comunicações que aconteceram. Os médiuns podem falar ao grupo os sucessos e insucessos das escolhas do atendente durante sua atividade, os atendentes podem explicar o que não entenderam bem do relato durante a comunicação, outros membros podem falar de suas percepções enquanto a comunicação se dava e que podem estar associadas a ela, e, sem criar constrangimentos ou censurar, das sugestões para os participantes da reunião. Outra coisa que pode ser feita é o próprio médium falar ao grupo de suas inseguranças quanto à comunicação e das suspeitas de animismo ou do que consideram ser suas influências sobre a comunicação.

Se essa atividade não for realizada logo após as comunicações, passados alguns dias, tendemos a esquecer o que aconteceu, perder detalhes e falar de eventos que os demais membros não se recordam bem.

Além da “terceira parte”, fazemos avaliações mais amplas, semestrais ou anuais. Nessas avaliações colhemos a opinião dos membros do grupo para decidir a necessidade ou não de mudanças, seja de função, seja do ambiente material, seja da rotina da reunião (preces, leituras, estudos, parte mediúnica, terceira parte), seja da troca de funções na reunião (geralmente a troca de dirigentes), seja a análise de insatisfações e de aspectos positivos ou realizações importantes feitas pelo grupo. Os encontros de cunho social fora do centro espírita são discutidos nessas oportunidades, e a participação em campanhas da casa, atividades sociais e outras. Sempre realizamos mudanças, preferencialmente a partir de consensos do grupo.

24.2.20

PRIMEIRO CONTATO DE CHICO XAVIER COM O LIVRO MEMÓRIAS DE UM SUICIDA





Ontem estivemos conversando sobre a trajetória de Camilo Castelo Branco, desde sua vida em Portugal até sua notícia de reencarnação em um centro espírita da capital mineira. Entre outras coisas, apresentamos a comparação entre as descrições dadas por ele de sua desencarnação a Yvonne Pereira, a partir de 1926 e a Chico Xavier em 1936, que foi publicada no livro O Martírio dos Suicidas, da editora da Federação Espírita Brasileira - FEB, compilado por Almerindo Martins de Castro.

Na saída, Danilo chamou minha atenção para o livro Testemunho de Chico Xavier, escrito pela Suely C. Schubert, que analisa a correspondência entre o Chico e os dirigentes da Federação Espírita Brasileira. Foi muito boa a referência.

Encontramos duas cartas escritas pelo médium mineiro, que tratam da médium fluminense. As duas referem-se aos dois primeiros livros publicados pela FEB. 

A primeira carta escrita pelo Chico data de 28/11/1955. Ele recebeu um exemplar do livro Nas telas do infinitoassinado pela Yvonne, e ficou curioso quanto ao contato da médium com o espírito Léon Denis. O Chico confessa que não conhece o “estilo camiliano”, não se colocando em condições de analisar a pequena novela O tesouro do castelo, que é uma das duas narrativas que compõem o livro, mas gosta muito do conteúdo doutrinário do texto. Esta carta nos permite supor que ele não conhecia pessoalmente a médium, já que pedia notícias que poderiam ter sido dadas por ela, pessoalmente.

A segunda foi escrita em 12 de dezembro do mesmo ano e trata do livro Memórias de um suicida. Faz sugestões muito pontuais para o texto do livro, o que dá a entender que a FEB teria enviado uma prova do livro ou cópia do texto datilografado para obter as impressões do médium mineiro. Ele antevia o sucesso do livro, que realmente aconteceu.

Agradeço ao Danilo a lembrança que contribui com o trabalho que publicamos no livro O espiritismo, da França ao Brasil, ano passado. Mais uma evidência de que o Chico não conhecia pessoalmente Yvonne, nem teve acesso ao texto do Memórias quando psicografou Camilo Castelo Branco em 1936.

22.2.20

OS LIVROS SOBRE OS CRISTÃOS PRIMITIVOS


Fragmento de papiro do século 4, escrito em Copta, língua do antigo Egito. Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/04/12/sociedad/1397258047_321465.html

Um leitor interessado me pediu as fontes bibliográficas do seminário “Os cristãos primitivos e o espiritismo”, que fizemos no Cenáculo Espírita Thiago Maior. Confesso que a ressonância do trabalho foi muito maior do que imaginávamos. Atendendo aos estudiosos de plantão, sempre interessados em conhecer mais, vou fazer uma pequena lista das principais obras utilizadas.

Não estou apresentando livros cujo objetivo principal é a interpretação dos evangelhos, o que pode parecer desconhecimento ou restrição de autores importantes deste tipo de atividade, mas não é.

Como o leitor pode ver, não é uma lista feita por especialista para seus pares, mas um registro do percurso amador pela questão em estudo, feito por um espírita, compartilhada para um grupo de interessados.

Livros espíritas

Allan Kardec. O evangelho segundo o espiritismo. Diversas editoras.

Allan Kardec. A Gênese. Diversas editoras.

Allan Kardec. Revista Espírita. (1858-1869) Edicel.

Léon Denis. Cristianismo e espiritismo. FEB.

Hermínio Miranda. Cristianismo: a mensagem esquecida. O Clarim.

Hermínio Miranda. O evangelho de Tomé: texto e contexto. Arte e Cultura. (Publicado hoje pela Lachâtre com o título: O evangelho gnóstico de Tomé)

Hermínio Miranda. Os cátaros e a heresia católica. Lachâtre.

Wallace Leal V. Rodrigues. A esquina de Pedra. O Clarim.

Wesley Caldeira. Da manjedoura a Emaús. FEB.

José Lázaro Boberg. O evangelho de Maria Madalena. EME.

Severino Celestino da Silva. O evangelho e o cristianismo primitivo. Ideia.

Cairbar Schutel. Vida e atos dos apóstolos. O Clarim

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. Quando voltar a primavera. Leae.

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. Luz do mundo. Leae.

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. Primícias do reino. Leae.

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. Há flores no caminho. Leae.

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. Trigo de Deus. Leae.

Amélia Rodrigues psicografada por Divaldo Franco. A mensagem do amor imortal. Leae.

Humberto de Campos psicografado por Chico Xavier. Boa Nova. FEB.

Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Paulo e Estêvão. FEB.

Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Há dois mil anos. FEB.

Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Cinquenta anos depois. FEB.

Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Ave Cristo. FEB.

Mauro Camargo. Ombra e Lutz (Romance) Lachâtre (Trata dos cátaros)
Pinheiro Martins. História da formação do Novo Testamento. CELD.

Canuto Abreu. O evangelho por fora. Edições LFU.

A Editora da Federação Espírita Brasileira publicou recentemente uma coleção de livros intitulada “O Evangelho por Emmanuel”. É uma compilação de todos os textos publicados, encontrados pela equipe. Foi organizada por Saulo Cesar Ribeiro da Silva e cada livro do Novo Testamento é precedido por informações históricas, literárias e hermenêuticas. Às informações encontradas em livros acadêmicos seguem-se as informações encontradas em livros ditados por espíritos, a maioria deles citados acima.

Emmanuel psicografado por Chico Xavier. Interpretação dos textos sagrados. In: Caminho, verdade e vida. FEB.


Autores de Filosofia Patrística (Pais da Igreja)

Eusébio de Cesareia. História eclesiástica. Paulus.

Diversos autores. Padres apologistas. Paulus. (Inclui a Carta a Diogneto, de autor desconhecido).

Diversos autores. Padres Apostólicos. Paulus. (Inclui as epístolas de Clemente Romano, as de Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, O pastor – atribuído a Hermas – Carta de Barnabé e Didaqué).

Orígenes. Tratado sobre os princípios. Paulus.

Orígenes. Contra Celso. Paulus.

Philip Schaff. The early church fathers collection: the ante Nicene Fathers. (Tertulian, Minucius Felix, Commodian, Origen). (e-book)

Autores diversos

Da Terra aos Povos: A difusão do cristianismo nos primeiros séculos. Mostra arqueológica em painéis. Centro Cultural Presença.

Elaine Pagels. Os evangelhos gnósticos. Cultrix.

Henry Virkler. Hermenêutica avançada. Vida acadêmica.

Paul Veyne. Quando o nosso mundo se tornou cristão. Texto & Grafia.

Tim Dowley. Os Cristãos: uma história ilustrada. Martins Fontes.

Tim Dowley. Atlas da Bíblia e da História do Cristianismo. Vida Nova.

Bart D. Ehrman. Quem foi Jesus? Quem Jesus não foi? Ediouro. (e-book)

Bart D. Ehrman. Jesus existiu ou não? Agir. (e-book)

Henry Percival. The seven ecumenical councils. (e-book)

Flavius Josephus. Complete Works. Annotated Classics. (Translated by William Whiston). (e-book)

The gnostic gospels of Thomas, Mary and John. Dancing Unicorn Books. (e-book)

Carlos Verdete. História da igreja: das origens ao cisma do oriente (1054) Paulus. (e-book)

Giovani Reale e Dario Antiseri. História da filosofia: patrística e escolástica. Paulus.

Cassiano Floristán Samanes e Juan-José Tamayo-Acosta. Dicionário de conceitos fundamentais do cristianismo. Paulus.

Simone Resende Mendes. Paulo e a Ekklesia de Corinto: conflitos sociais e disputas de autoridade no período paleocristão. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em História da UFES.

Bíblias

O novo testamento. (Tradução do grego para o português de Haroldo Dutra Filho) Edicei.

A Bíblia de Jerusalém. (Tradução por equipe de tradutores do Hebraico e do Grego para o português). Edições Paulinas.

Bíblia do Peregrino. (Edição Brasileira) Tradução original e notas de Luis Alonso Schökel. Paulus.

A Bíblia Sagrada (Edição Brasileira) Tradução de João Ferreira de Almeida. Imprensa Bíblica Brasileira.

Bíblia Sagrada. (Traduzida da Vulgata e anotada pelo Padre Mattos Soares). Edições Paulinas.



17.2.20

OS TEXTOS CRISTÃOS NOS TEMPOS DE PAULO DE TARSO, SEGUNDO EMMANUEL.




No último dia 09 de fevereiro, oferecemos o seminário “O espiritismo e os cristãos primitivos” no Cenáculo Espírita Thiago Maior, em Belo Horizonte-MG. 

Como o tema é vasto, escolhi alguns assuntos e autores que são pouco lidos pelo movimento espírita local, como Léon Denis, Hermínio Miranda, Wallace Leal Rodrigues, os autores de origem acadêmica e os autores da filosofia patrística, além, claro, dos Evangelhos que compõem o cânone que gerou a vulgata, alguns textos que fizeram parte do cânone e textos antigos considerados heréticos ou pseudoepígrafes ao longo da história da Igreja. Tudo isso sem esquecer de Allan Kardec.

Sobre a origem dos textos, especialmente os que foram reconhecidos por São Jerônimo, criando a Vulgata, há informações precisas no livro Paulo e Estêvão, que nosso amigo Carlos Malab teve o cuidado de separar e nos enviar. 

Percebendo que poderíamos ter exposto de forma mais clara as posições de Emmanuel, passo publicar no Espiritismo Comentado os recortes feitos pelo Malab. 

1. Sobre a autoria do Evangelho Segundo Mateus, e a hipótese de este ter sido escrito por alguém ligado a ele, e não por ele.

“Por dois dias ali permaneceu, em suave embevecimento. Sem revelar-se, procurou Levi, que o recebeu de boa-vontade. Mostrou-lhe sua dedicação e conhecimento do Evangelho, falou da oportunidade de suas anotações. O filho de Alfeu alegrou-se ao contágio daquela palavra inteligente e confortadora. ”

(Emmanuel. Paulo e Estêvão. FEB, página 241 do ebook publicado pela Amazon.com).

Nessa citação fica claro que Emmanuel entende que Mateus (Levi) era alfabetizado, sabia escrever e fez anotações que foram lidas por Paulo. Essas anotações podem não ser o texto que hoje temos com o nome de Evangelho Segundo Mateus, mas com certeza vão além de meras fontes orais que alguns especialistas consideram ser a origem dos textos dos quatro evangelhos. Essas anotações podem compor o que alguns especialistas denominam de Q (do alemão quelle, que significa fonte) e que teriam sido consultadas pelos autores do Evangelho Segundo Marcos, que hoje é considerado pela maioria dos especialistas como o primeiro evangelho a ser publicado.

2. Sobre a existência de textos sobre Jesus consultados por Paulo. Na narrativa de Emmanuel, Paulo e Barnabé são assaltados em viagem.

“Reparando nos pergaminhos do Evangelho que os missionários consultavam à luz da tocha improvisada, um dos ladrões interrogou desconfiado e irônico:

- Que documentos são esses? Faláveis de um príncipe opulento... Ouvimos referências a um tesouro... Que significa tudo isso?

Com admirável presença de espírito, Paulo explicou:

- Sim, de fato estes pergaminhos são o roteiro do imenso tesouro que nos trouxe o Cristo Jesus, que há de reinar sobre os príncipes da Terra.

Um dos bandidos, grandemente interessado, examinou o rolo das anotações de Levi.”

... “Os ladrões guardaram o Evangelho cuidadosamente”

... “nos subtraíram também as anotações evangélicas que possuíamos. Como recomeçar nossa tarefa?”

Paulo desabotoa a túnica e diz a Barnabé:

“- Enganas-te, Barnabé – disse com um sorriso otimista - , tenho aqui o Evangelho que me recorda a bondade de Gamaliel. Foi um presente de Simão Pedro ao meu velho mentor, que, por sua vez, mo deu pouco antes de morrer.” 

(Emmanuel. Paulo e Estêvão. FEB, páginas 312 - 313 do ebook publicado pela Amazon.com)

Nesta narrativa de Emmanuel temos diversas informações. Ele nos mostra que as anotações foram feitas em pergaminhos. Mostra também que Paulo e Barnabé sabiam ler, o que é considerado dúvida por estudiosos não espíritas, como Bart Ehrman. Emmanuel chama as anotações de Evangelho, mas se refere a elas também como anotações evangélicas, o que sugere que podem não ser um exemplar do Evangelho Segundo Mateus, mas as anotações realizadas por Levi, que podem ter a forma de logia, como supõe Hermínio Miranda (Cristianismo, a mensagem esquecida, O Clarim, 1988, p. 159-160).

Imagino que o tema seja polêmico, mas me admiro ainda mais com o texto psicografado por Chico Xavier e sua precisão, como falei no seminário. Que possamos continuar estudando sobre os evangelhos sem fanatismos.

6.2.20

CARIDADE NÃO É ESMOLA





Vídeo da União Espírita Mineira, inspirado na SAPSE, distingue caridade de esmola. 

Kardec distingue a caridade material da moral, em O Evangelho Segundo o Espiritismo. Em "O Livro dos Espíritos", sem reprovar a esmola, publica a seguinte orientação espiritual:

O homem condenado a pedir esmola se degrada física e moralmente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseia na lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que haja para ele humilhação. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa-vontade de alguns. (LE, questão 888)

Há uma imensa diferença entre esmola e inclusão social. A inclusão é um esforço para que pessoas e grupos que ficariam à margem da sociedade, possam fazer parte dela. Não apenas ajudar a cuidar, alimentar ou vestir, mas também ajudar a estudar, obter trabalho e ser membro da sociedade.

Ser membro da sociedade é conhecer seus códigos e costumes, partilhar seus valores dentro da esfera da diversidade, ter acesso aos direitos e compromisso com os deveres de cidadão. Um morador de rua alimentado, continua à parte da sociedade. O pão que lhe damos ainda é uma forma de esmola.

Como ajudar as pessoas que desejam a serem autossuficientes? Este ainda é um desafio para a comunidade espírita em geral.


4.2.20

SENSAÇÕES DE ESPÍRITOS COMUNICANTES




Reunimo-nos em Contagem - MG para o seminário "Conversando com os espíritos". Após a parte de diálogo, foram feitas perguntas sobre o tema e nem todas puderam ser respondidas. Hoje publicaremos a resposta de duas das questões.

1. O que fazer em uma reunião na qual se manifesta um espírito que se considera morador de rua, queixa-se de frio e pede ajuda?

O que entendemos com base nas explicações de Allan Kardec é que a sensação de frio e outras sensações orgânicas são recordações de experiências vividas pelos espíritos quando encarnados. A sensação em si não é problema para o espírito comunicante. A questão que nos preocupa é um espírito desencarnado não ser capaz de entender sua condição, o que sugere uma perturbação espiritual. O papel do atendente é inspirar confiança e conversar para que o comunicante possa entender o que aconteceu consigo e ser capaz de perceber o mundo espiritual e sua condição imediata de espírito comunicante.

Muitos atendentes creem que seu papel é diminuir o desconforto do comunicante, e atuam fazendo sugestões, preocupados com a sensação de frio. Isso pode tranquiliza-lo momentaneamente, mas não é a contribuição mais relevante que o atendente pode dar.

Fazendo uma comparação, é como se déssemos um medicamento antitérmico (dipirona, paracetamol...) para uma pessoa que se queixa de febre, mas que é portadora de uma doença infecciosa. O remédio diminuirá momentaneamente o sintoma, e pode mascarar para o paciente a necessidade de tratar sua doença.

2. Considerando que os espíritos mantêm sensações orgânicas, é legítimo que os mesmos recebam tratamentos (até mesmo alimento ou água) para suas necessidades apresentadas?

Da mesma forma que a pergunta anterior, as sensações orgânicas como fome e sede não são o objeto central do atendimento espiritual. Cabe ao atendente escutar o espírito para que ele seja capaz de contar sua história pessoal e como chegou à condição em que se encontra. Na medida em que ele reflete o que aconteceu com ele, consequentemente a influência das memórias de sensações orgânicas passa para um segundo plano, tornam-se menos urgentes.

É necessário cuidado com o entendimento de que o papel do atendente é apenas tratar das necessidades imediatas que os espíritos apresentam via médium, mesmo porque, não sabemos se realmente somos capazes de “oferecer água” a quem relata uma sensação de sede. É apenas uma sugestão, no sentido próximo ao da hipnose.


Agradecimentos: a Lourenço e Waldemar K. Duarte pela troca de ideias.