Ontem estivemos conversando sobre a trajetória de Camilo
Castelo Branco, desde sua vida em Portugal até sua notícia de reencarnação em
um centro espírita da capital mineira. Entre outras coisas, apresentamos a
comparação entre as descrições dadas por ele de sua desencarnação a Yvonne Pereira,
a partir de 1926 e a Chico Xavier em 1936, que foi publicada no livro O
Martírio dos Suicidas, da editora da Federação Espírita Brasileira - FEB, compilado por Almerindo Martins de Castro.
Na saída, Danilo chamou minha atenção para o livro Testemunho
de Chico Xavier, escrito pela Suely C. Schubert, que analisa a correspondência
entre o Chico e os dirigentes da Federação Espírita Brasileira. Foi muito boa a referência.
Encontramos duas cartas escritas pelo médium mineiro, que
tratam da médium fluminense. As duas referem-se aos dois primeiros livros
publicados pela FEB.
A primeira carta escrita pelo Chico data de 28/11/1955. Ele
recebeu um exemplar do livro Nas telas do infinito, assinado pela Yvonne, e ficou curioso quanto ao contato da
médium com o espírito Léon Denis. O Chico confessa que não conhece o “estilo camiliano”,
não se colocando em condições de analisar a pequena novela O tesouro do
castelo, que é uma das duas narrativas que compõem o livro, mas gosta muito do conteúdo
doutrinário do texto. Esta carta nos permite supor que ele não conhecia
pessoalmente a médium, já que pedia notícias que poderiam ter sido dadas por
ela, pessoalmente.
A segunda foi escrita em 12 de dezembro do mesmo ano e trata
do livro Memórias de um suicida. Faz sugestões muito pontuais para o texto do
livro, o que dá a entender que a FEB teria enviado uma prova do livro ou cópia
do texto datilografado para obter as impressões do médium mineiro. Ele antevia
o sucesso do livro, que realmente aconteceu.
Agradeço ao Danilo a lembrança que contribui com o trabalho
que publicamos no livro O espiritismo, da França ao Brasil, ano passado. Mais
uma evidência de que o Chico não conhecia pessoalmente Yvonne, nem teve acesso
ao texto do Memórias quando psicografou Camilo Castelo Branco em 1936.
Thank you! Be welcome!
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