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13.2.09

Oficina de Teatro em BH


O INEDE - Instituto Espírita de Estudo e Divulgação do Evangelho - está promovendo uma oficina de teatro em Belo Horizonte - MG. Não tenho mais informações, mas os contatos são:

editora@inede.com.br
Rua Suassuí 266 - Carlos Prates, Belo Horizonte-MG
Telefone: 031-3278-2621

2.11.08

Grupo da Fraternidade Irmã Ló



Foto 1: Ló

Cláudio Galvão narrou-nos alguns dados do Grupo de Fraternidade Irmã Ló, em Belo Horizonte. Fizemos-lhes uma visita e fotos da pequena casa espírita no bairro de Santa Tereza, com as peças resultantes de reuniões de materialização, monumentos singelos de um período mediúnico anterior. Espiritismo Comentado irá publicar esta história a partir de hoje.

"Não se pode contar a história do Grupo Ló sem falar, inicialmente, de Elvira Barros Soares, tratada, carinhosamente pelo apelido de Ló e de seu marido, Jair Soares.

Por volta de 1945, iniciaram em seu lar, à Rua Paraisópolis, 658, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, reuniões espíritas.

O natal de 1948 encontrou a família Soares triste e apreensiva, sem a alegria costumeira, pois a Ló, esposa de Jair, se achava gravemente enferma, portadora de câncer de pulmão, cujo prognóstico médico era de poucos meses de vida.

Na madrugada do dia 10 de fevereiro de 1949, chovia torrencialmente, quando Jair, atendendo o soar da campainha se defrontou com dois senhores e uma jovem que, procedentes do Rio de Janeiro, perderam o trem que os levaria ao encontro de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo. Jair preparou-lhes a acomodação, pois a Ló já se recolhera.

Pela manhã, enquanto a Ló preparava o desjejum, Peixotinho a observava e, então vislumbrou o verdadeiro motivo de sua presença naquele lar. A tão almejada visita a Chico Xavier, em Pedro Leopoldo foi apenas um alvissareiro pretexto. Via a Irmã Scheilla com o rosto colado ao da Ló a dizer-lhe: “Esta é a minha irmã muito querida, precisando de urgente tratamento. Jesus vai permitir a sua cura. Peço-lhe não ir hoje a Pedro Leopoldo, pois há necessidade de se realizarem reuniões em benefício da enferma”.



Foto 2: Peixotinho

Além da reunião do dia 11-02-49, foram realizadas mais três, sendo que a do dia 12-02 aconteceu em Pedro Leopoldo, contando com a presença de Chico Xavier.

Pela primeira vez foram vistos Espíritos materializados e completamente iluminados. Scheilla envolta em tecidos de luz, resplandecia no silêncio e escuridão do ambiente e trazia nas mãos um aparelho de cor verde clara, emissor de radioatividade, instrumento desconhecido da Terra.

Foto 3: Receptáculo de chumbo feito pelos membros do grupo para receber o elemento radioativo


Ao término do tratamento, a Irmã Scheilla dirigiu a Jesus uma sentida prece de agradecimento pela graça alcançada e informou que a Ló não desencarnaria em conseqüência do câncer; fato que se comprovou vinte e dois anos depois, quando veio a falecer, vitimada por enfarte, em 18-01-71." (Texto de Cláudio Galvão)

20.7.08

AME-JF PUBLICA AULAS DE EVANGELIZAÇÃO


Figura 1: Borboleta e flor - criança de 6 anos (Júlia)


O Departamento de Evangelização da Criança da Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora publicou uma página com links para download de aulas de evangelização infantil para diversas faixas etárias. http://www.evangelizacaojf.ddfserver.com/

As aulas podem ser salvas no seu computador, mas necessitam de um programa descompactador para serem abertas (winrar ou winzip). Elas são constituídas de uma síntese, com material de fixação variado, bibliografia e uma grande variedade de informações para os evangelizadores.

Podem ser utilizadas de diversas formas, não se constituindo uma "camisa de força" ou desestimulando os evangelizadores a prepararem suas aulas tendo em vista as necessidades de seus alunos e suas peculiaridades regionais.


Foto 1: Criança do semi-árido baiano


A evangelização infantil, pelo seu público, necessita de rico material pedagógico, o que tem sido colocado em segundo plano nas últimas décadas pelo movimento espírita, com honrosas iniciativas, como a da AME-JF.

11.6.08

União Espírita Mineira Promove Seminário


Nos cem anos de sua existência, a União Espírita Mineira está realizando a VI Semana Espírita: Doutrina e Unificação. Ela será realizada no auditório da UEM à Rua Guarani 315, das 19:30 às 21:00 horas com a seguinte programação:

23/06/2008- Segunda-Feira

Tema: A Transformação do Ser Através da Doutrina Espírita
Expositor : Dalva Silva Souza
Vice-Presidente da Federação Espírita do Estado do Espírito Santo
Parte Artística: Meu Cantar

24/06/2008- Terça- Feira

Tema: Educar – Meta por Excelência
Expositor: Altivo Ferreira
Vice-Presidente da Federação Espírita Brasileira
Parte Artística: Tim e Vanessa

25/06/2008- Quarta-Feira

Tema: Jesus, o Comunicador por Excelência
Expositor: Manoel Antônio Alves
Conselheiro da União Espírita Mineira
Parte Artística: Cássio e Júnia

26/06/2008- Quinta-Feira

Tema: A Grande Proposta – Ide e Pregai
Expositor: Roberto Lúcio Vieira de Souza
Vice-Presidente da Associação Médica Espírita do Brasil
Parte Artística: Bento e Marília

27/06/2008- Sexta-Feira

Tema: A Evolução do Pensamento Espírita Nos Dias Atuais
Expositor: Jader dos Reis Sampaio
Associação Espírita Célia Xavier
Parte Artística: Cacau

28/06/2008- Sábado

Tema: Casa Mater - 100 Anos de Doutrina Espírita e Evangelho de Jesus
Expositor: Marival Veloso de Matos
Presidente da União Espírita Mineira
Parte Artística: Cia. Espírita Laboro

8.6.08

A Humildade de Deolindo

Foto 1: Capa do livro Espiritismo e Criminologia, publicado pelo CELD - RJ.


Década de 80. A Casa de Célia Xavier havia convidado Deolindo Amorim para fazer uma palestra na reunião de sexta feira. Deolindo veio com a companheira, Dona Delta e trajava terno com colete de lã, porque estava com um forte resfriado e o clima de montanha não lhe era favorável.

Eu não fui à conferência dele em nossa casa. Entristecido pela perda da oportunidade, recebi um convite irrecusável: viajei com um colega de mocidade, André, para Divinópolis, onde Deolindo falaria de Criminologia e Espiritismo. Palestra notáve. Mesmo em idade avançada, o fundador do Instituto de Cultura Espírita do Brasil falava como um jovem entusiasta. Se a memória não me falha, a palestra de Deolindo foi no Estudantes do Evangelho. Levei um exemplar comprado há anos do livro “Encontro com a Cultura Espírita” para autografar. Deolindo escreveu nesta coletânea um trabalho sobre Deus, e foi acompanhado por outros notáveis estudiosos do Espiritismo, como Altivo Ferreira, Jorge Andréa e Alexandre Sech. Ele não se achava digno de termos viajado para assisti-lo. Por dentro estávamos extremamente felizes de assistir pessoalmente a um trabalho de Deolindo.

Com a noite ganha, voltamos para Belo Horizonte. Não haveria outra programação para o final de semana. No domingo pela manhã, a rede de telefonemas começou a funcionar. Deolindo, mesmo incomodado pela enfermidade, pediu que lhe arranjassem “algum trabalho”. A mocidade foi convocada para uma palestra às 18:00 ou 19:00 horas. A palestra transformou-se em conversa, perguntas e respostas sobre temas quaisquer relacionados ao Espiritismo e ao Movimento Espírita.

Foi uma noite ainda melhor. Deolindo viveu momentos importantes do Espiritismo Brasileiro, incluindo o Pacto Áureo. Democrata, ele votou contra a incorporação da Liga Espírita do Brasil no sistema federativo, porque o tema foi encaminhado em assembléia de forma fechada, sem que se possibilitasse diálogo. Ele, contudo, afirmava que pessoalmente não era contrário ao Pacto Áureo, que deu nova feição ao movimento e fortaleceu a Federação Espírita Brasileira.

Deolindo exalava cultura e experiência. Foi o derradeiro encontro com ele, ainda encarnado. O Centro Espírita Léon Denis do Rio de Janeiro lhe fez justiça publicando sua obra em uma série de bom gosto editorial, com seus óculos, tão característicos, à capa, imortalizando sua contribuição ao pensamento espírita brasileiro. Se o pensamento for intenso o suficiente para atingi-lo, o que lhe diria é: “saudades, amigo”.

3.6.08

3o. Fórum Espírita de Juiz de Fora



Foto 1: Organizadores e Expositores. Da esquerda para a direita: Nara Coelho, Simão Pedro, Wander Lemos, Jáder Sampaio e Antônio Rubatino.



Quatrocentas pessoas da comunidade de Juiz de Fora se acomodaram confortavelmente no auditório do Ritz Hotel para passar o dia de sábado estudando a mediunidade.




Foto 2: Visão lateral do auditório (Fátima)


Iniciativa da AME-JF (Aliança Municipal Espírita de Juiz de Fora) o evento tem como objetivo divulgar o Espiritismo em um espaço neutro, facilitando o acesso de simpatizantes e interessados.



Bem organizado, o evento contou com o apoio de uma livraria itinerante que montou seus stands na madrugada do sábado para receber a todos os participantes.


Concomitante ao evento, no mesmo espaço, Lucy Dias Ramos autografava o seu livro recém publicado pela FEB, intitulado Recados de Amor. O livro alterna páginas de extrema sensibilidade com textos de estudo e explicação do Espiritismo.


O evento contou com os expositores Jáder Sampaio, Wander Lemos e Simão Pedro. Após exposições curtas de 45 minutos a 1 hora, o público enviava perguntas escritas para os expositores responderem.


Foto3: Mesa organizadora do evento: Da esquerda para a direita Antônio Rubatino, Conceição Muanis e Nara Coelho.

Juiz de Fora nos recebeu com muita atenção. Desejo sucesso nas próximas edições do fórum.

1.6.08

Entrevista com Maria Cerise, da Biblioteca AECX


Foto 1: Visão de Algumas Estantes da Biblioteca Aurélio Valente

Espiritismo Comentado esteve na Biblioteca Aurélio Valente, da Associação Espírita Célia Xavier e entrevistou sua funcionária, Maria Cerise, que dá detalhes aos interessados em utilizá-la.


EC: Maria Cerise, há quanto tempo você trabalha na biblioteca?

MC: Há cerca de 7 meses.

EC: Qual é o prazo de empréstimo de livros?

MC: 15 dias, renováveis por mais 15.

EC: Como pode ser feita a renovação dos livros?

MC: Na própria biblioteca ou por telefone, informando os dados do livro (código de registro)

EC: Quais são os problemas que você enfrenta hoje?

MC: A manutenção do acervo é o principal. Há usuários que escrevem nos livros, às vezes à caneta, marcam o texto com lumicolor, esquecendo-se de que o livro é para uso de todos. Já aconteceu de um livro ser devolvido faltando 65 páginas!

EC: O que é feito com os livros defeituosos?

MC: A biblioteca conta com o trabalho voluntário do Frederico, que procura os livros defeituosos semanalmente e os recupera.

EC: Que temas são mais procurados pelos usuários?

MC: Recentemente, livros que tratam sobre depressão, problemas psicológicos, drogas e família. Um livro muito procurado é "Nossos Filhos São Espíritos", de Hermínio Miranda.

EC: Existe um interesse maior pelos romances?

MC: Eles são muito procurados, mas depende do usuário. Há usuários que só procuram livros de estudos. Há muita procura para "O Evangelho Segundo o Espiritismo", de Allan Kardec.

EC: Há alguma relação entre as atividades da casa e o empréstimo de livros?

MC: Ano passado procurou-se mujito os livros "Obsessão, Passe e Doutrinação", de Herculano Pires e "A Terapia Pelos Passes " do Projeto Manoel Philomeno de Miranda. Esta procura foi concomitante ao Ciclo de Estudos sobre Passes. Muitas pessoas procuram a biblioteca orientadas pelos voluntários do Atendimento Fraterno.

EC: E os DVDs e VHSs?

MC: São muito procurados os DVDs da Semana de Célia e da Palestra que Raul Teixeira fez na Associação em 2006. Precisamos gravar as fitas de VHS em DVDs, porque cada vez menos as pessoas têm videocassete em casa.





Foto 2: Exposição de Foto de Léon Denis autografada para Leopoldo Cirne


A Biblioteca Aurélio Valente em Números:



4752 Itens de acervo

2700 Livros para empréstimo domiciliar

204 Autores espirituais cadastrados

43 DVDs

157 Fitas VHS

140 Livros infantis

1525 Livros espíritas para consulta na Biblioteca








Foto 3: Mostra de livros infantis na Biblioteca

25.5.08

Conheça "O Médium"


Figura 1: Capa da Revista "O Médium" de mar/abr 2008

A Revista "O Médium" é uma das media mais tradicionais de Minas Gerais. Foi fundado por Jesus de Oliveira, jornalista que mantinha uma coluna espírita no seu jornal da Zona da Mata. Há 75 anos, este ato não foi bem aceito pela sociedade de Juiz de Fora e ele sofreu ataques de diferentes segmentos da sociedade, alguns apenas verbais, outros violentos. Em um ato de coragem, Jesus resolveu criar um órgão totalmente espírita, que tornou-se "O Médium".


Mais recentemente a AME-JF deu nova diagramação e linha editorial à revista, sem perder as raízes. A revista apresenta uma linguagem moderna, quase cotidiana, é impressa em papel de boa qualidade, com ilustrações e fotos compondo uma diagramação agradável ao leitor. Os conteúdos são sérios e pertinentes, com uma preocupação ímpar em mostrar a memória e a contemporaneidade do movimento espírita de sua região.


A leitura é agradável, em formato pequeno, de fácil transporte. Em breve "O Médium" estará não apenas nas bibliotecas espíritas e nas mãos dos adeptos, mas ocupando as salas de estar dos consultórios, compondo o kit de periódicos que os cafés oferecem aos seus frequentadores e em outros lugares públicos, cumprindo o seu papel de disseminadora do pensamento espírita pela sociedade.

Irmão Frederico Organiza Jantar Dançante

O Grupo Espírita Irmão Frederico está organizando um Jantar Dançante no Círculo Militar de Belo Horizonte. Os recursos obtidos com o evento serão utilizados em suas obras assistenciais, segundo nos informa Robson Alves.



Será uma oportunidade de encontros e reencontros de muitas famílias espíritas de centros diferentes, rever amigos antigos e de fugir do cotidiano de compromissos e encargos profissionais da capital mineira.


Adquira uma mesa e vamos nos divertir juntos no final de junho.

20.5.08

Sugestões do Mundo



... e o mundo não nos hipnotizará!

Em vão nos abrirá as portas de seus cabarés

onde mulheres quase nuas

vivem as aberrações do sexo:

nelas apenas reconheceremos

nossas irmãs em provações

e, talvez, mais infelizes do que nós.

Inutilmente nos porá em contato

com a atmosfera contaminada de suas salas de jogo,

onde há fichas,

e o pano verde ... verde de esperança

e a possibilidade de loucura e suicídio:

recordaremos que

"a cada um será dado segundo as suas obras"

- E o que mereceremos vivendo assim?

Então nos falará de tesouros ocultos,

que durante séculos e séculos permanecem escondidos,

pintando-lhes com cores sugestivas o valor

e a história;

e responderemos:

- os tesouros passam,

só não passam o mérito do bem

e a infalível reparação do mal.

... e o mundo não nos hipnotizará!

Não nos hipnotizará porque teremos

um "não" para as coisas perecíveis

e um sim para as coisas eternas.

José Damasceno Sobral

Do Livro "Almas Eternas" - 1949

7.5.08

Programação da Semana da Família AECX


Psicólogos e médico com larga experiência clínica tratam de temas focalizados em problemas familiares contemporâneos. Reserve um horário na sua agenda e não perca.

24.4.08

Evento de Natal

Foto 1: Sede reformada da Associação Espírita Célia Xavier

Jáder Sampaio

Distribuição de cestas de Natal, Associação Espírita Célia Xavier, início da década de 80.

Comemorando o nascimento de Jesus, os membros da AECX se organizaram para oferecer uma festa aos assistidos e outros cidadãos de baixa renda.

Marlene Assis organizava o evento e distribuía atribuições entre os mais diferentes segmentos da casa espírita. Após uma campanha intensa com os associados, frequentadores, alunos do Reencontro Yoga e muitos membros da comunidade da capital mineira. O resultado foi um número superior a mil cestas, se não me falha a memória.

"- A cesta é apenas um presentinho nosso, uma lembrança", dizia Marlene aos grupos de mais de uma centena de pessoas que recebíamos no auditório da sede da Associação. "O mais importante é recebê-los."

Tornou-se uma tradição a mocidade da casa preparar um teatro sobre um tema evangélico. Muito amadorismo, mas muito boa vontade. As histórias impunham-se por si mesmas.

Voluntários revezavam-se ao longo do dia, alguns permaneciam horas e horas no período que compreendia as 8 da manhã e, não raro, as 10 da noite.

Marlene dava as boas vindas, fazia com que os participantes se levantassem, movimentassem, cantassem, descontraíssem. Alguns se emocionavam com as músicas, outros com a peça, alguns com as luzes. Alguns riam um sorriso com poucos dentes e muita gengiva.

A peça terminava e começava o adeus, sempre embalado por um orfeão desordenado composto de todos os voluntários que cantavam "Noite Feliz", até que o último convidado saísse do salão, colocasse sua lembrancinha às costas e voltasse para casa, cheio de algo incomum.

Neste ano em especial, foi-se formando uma pequena multidão ao redor da casa. Pessoas que não receberam convites souberam por conhecidos da distribuição de cestas e uma nuvem de descontentes ameaçava a integridade da casa.

Houve quem pensasse na polícia para conter as pessoas, mas o mal estar era iminente. Decerto que a iniciativa estava longe de resolver o problema social da capital mineira, que se manifestava.

Terminadas as festas e as "lembrancinhas", Marlene pediu que estimassem o número dos que estavam à porta. Más notícias. O número de cestas que havia sobrado era muito inferior ao número de pessoas.

Até hoje não sei que espírito a iluminou, talvez tenha sido mesmo a sua experiência e perspicácia. Marlene nos colocou a todos em fila dupla, entre as duas portas da AECX que existiam à época. Falou-se à massa que não havia cestas para todos, mas que cada um ganharia alguma coisa. Eles recebiam um pacote, ora de arroz, ora de feijão, ora de macarrão, sempre acompanhado de alguma coisa extra. Nós cantávamos, uma canção mais alegre, infantil, e cada um dos manifestantes passava igualmente sorridente em meio ao corredor de vozes que se formou O olhar antes desconfiado e amargo tornava-se infantil, vinha à tona alguma coisa perdida há muitos anos, do tempo da inocência.
Nós vimos, não sem algum assombro, a paz vencer por alguns momentos a violência.


12.4.08

Laboro lança nova peça no Congresso


A Companhia Espírita Laboro é uma das jóias da arte espírita em Minas Gerais. Ela inovou em termos de conceito, texto e qualidade, criando uma identidade própria, que lhe confere o brilho.



As peças que já tive a oportunidade de assistir deixam o público com gosto de quero mais. Elas associam um conteúdo doutrinário sólido, com a leveza da "arte clown", sem vulgarização. O figurino é colorido, sempre inusitado, belo. As peripécias descansam nossa alma, nos fazem ficar crianças novamente, sem esquecermos do adulto que pensa. É como se por um minuto vivenciássemos a experiência de ser um espírito com sua bagagem integral.



O terceiro elemento, também inspirado no movimento espírita jovem, é a música. Um violão e canto com vozes que brincam com a melodia, dividem-na, multiplicam-na, fazem-na triste e alegre, forte e suave, quase viva, como se um espírito se tornasse personagem e ator atuando em conjunto com a trouppe.



A Laboro não está presa aos palcos teatrais, apesar de suas criações ganharem mais cor, com os recursos da iluminação e a arquitetura própria à projeção da voz. Eles se criaram para serem ambulantes, poderem atuar nos tablados de oratória dos centros espíritas, aéreos, capazes de volitar de casa em casa, deixando seu perfume e sua cor. Assim como um espírito familiar, eles reacendem a alegria de viver, nos fazem esquecer as dores e sofrimento da vida, nos permitem ascender por um momento à alegria dos planos superiores.


A organização do quarto congresso foi não apenas feliz, mas justa. O Brasil espírita que visitou as Alterosas merecia conhecer o Laboro, viver momentos de paz e alegria após a longa jornada que fizeram para prestigiar o Espiritismo.


Encanta a sua identidade teatral, encanta a sua consciência artística, nos faz todos sentir uma ponta de orgulho por ter algo tão valioso fruto do trabalho espírita.



Conheça mais da companhia em http://arteespirita.com.br

8.4.08

Biblioteca Espírita Pública



Foto 1: Maria Cerise auxilia Lucilene Sá na procura de livros.


Durante anos a Biblioteca da Associação Espírita Célia Xavier ficou "hibernando". A estrutura antiga, que era constituída de dois armários com cerca de mil e quinhentos livros, em uma sala que servia de passagem para o acesso do interior da unidade, ficou sem condições operacionais após a doação do acervo pessoal de Aurélio Valente. Um segundo problema inviabilizava o funcionamento pleno da biblioteca: o voluntariado, cuja força de trabalho era incapaz de mantê-la aberta nos horários necessários.

Algumas ações simples modificaram este cenário: uma reforma na AECX que disponibilizou um espaço com dois cômodos, a contratação de pessoal para mantê-la aberta em um horário amplo, o desenvolvimento de um software para o controle do acervo, um mutirão para a organização dos livros e a triagem dos livros da biblioteca de Valente. O espaço destinado, mesmo usado com inteligência, já está pequeno para o acervo e a freqüência de usuários.



Foto 2: Placa da Biblioteca: Homenagem a Aurélio Valente

Hoje a biblioteca conta com quatro mil, setecentos e cinquenta e dois livros, sendo 2700 para empréstimo e os demais para a composição do acervo. Além dos livros há fitas VHS, DVDs, revistas e livros infantis e coleções de revistas espíritas encadernadas, como o Reformador, A Centelha e a Revista Internacional de Espiritismo, Enciclopédias, Dicionários e outras fontes de referência.

A biblioteca funciona como arquivo institucional, uma vez que tem sob sua guarda os registros em forma de filme dos principais eventos que promove: nos últimos anos a "Semana de Célia", a "Semana de Allan Kardec" e a "Semana da Família", além de palestras de pessoas importantes que passam pela casa.

O mais interessante do projeto: a biblioteca é pública, ela não é restrita aos frequentadores da casa. Qualquer cidadão de BH pode ter acesso aos produtos para empréstimo se trouxer identidade e comprovante de residência. No primeiro bimestre de 2008 já foram realizados quase 500 empréstimos. No ano de 2007 a procura chegou a cerca de 4000 livros. Os números falam por si. Espiritismo Comentado entrevistou Maria Cerise: aguarde!


5.4.08

Uma Mensagem Inesperada



Foto 1: José Mário (jovem)


Maio de 2003. Quinze anos se passaram da desencarnação de José Mário Sampaio. (Para quem estiver lendo este texto sem conhecer os personagens, José Mário Sampaio é meu pai, espírita atuante em Belo Horizonte, desencarnado em setembro de 1987.)

O Conselho Regional de Psicologia de MG havia me convidado para participar de uma mesa redonda no Seminário “Intervenção do Psicólogo na Saúde do Trabalhador”. A comissão organizadora passou por alguns apuros. Eles planejaram um evento para cerca de 300 pessoas, mas os colegas se interessaram e nas vésperas já havia 600 inscrições. O maior auditório do hotel foi conseguido às pressas e os profissionais que deixaram para a última hora tiveram que voltar para casa.


Alguns colegas espíritas estavam no público, mas, via de regra, os participantes não me conheciam ou conheciam apenas minhas credenciais. Talvez alguém tenha lido alguma de minhas
publicações em Psicologia do Trabalho, alguns haviam sido meus alunos na graduação ou pós-graduação, mas não trato de assuntos espíritas em sala de aula.


Após ter chegado e conversado brevemente com o outro membro da mesa, acertei a forma de projeção da apresentação com um funcionário do hotel e assentei-me. Por alguns momentos, durante a confecção do material e agora antes da atividade, recordei-me fortemente de meu pai. Quando ele desencarnou, eu ainda estava nos primeiros períodos do curso de Psicologia, após ter abandonado a graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Minas Gerais. Papai não interferiu na escolha dos cursos. Quando desejei fazer engenharia, ele não achava que aquele seria meu futuro. Uma vez, na intimidade, chegou a dizer que escolhesse o curso que eu quisesse, sem me preocupar com a remuneração do mercado de trabalho, porque eu sempre poderia me tornar professor na minha área de interesse. Fiquei pensando como é que ele havia acertado a minha incomum trajetória profissional. Quem sabe ele não havia me influenciado muito mais do que eu penso.


Ainda na espera de ser chamado para compor a mesa, por alguns minutos, pensei na satisfação que ele teria em ver o filho formado, apresentado o resultado de seus trabalhos para a sua
comunidade profissional. Foram apenas alguns instantes, e logo já estava à mesa, com um debate cordial, mas acirrado, que sucedeu as apresentações. O público encaminhava perguntas escritas em papel, que respondíamos na limitação do tempo reservado pela organização.
Terminada a mesa, fui conversar com alguns conhecidos presentes e, em meio à conversa, o mensageiro do hotel me trouxe, discreto, um papel dobrado.

- “A pessoa que escreveu não quer ser identificada.”Comentou.

Se não quer ser identificada, pensei, depois eu vejo do que se trata. Guardei no bolso e esqueci-me do papel, até chegar em casa. Trocando de roupa, vi o bilhete e desdobrei-o, curioso.
“Jáder, é um prazer conhecê-lo. Não me dirijo a você para fazer um questionamento, e sim, lhe enviando um grande abraço de um espírito totalmente iluminado que está ao seu lado, trazendo não só o abraço mas também se dizendo muito orgulhoso de seu trabalho. Ele se sente muito feliz em saber do quanto você tem caminhado.”
“Não sei se você acredita ou não em tudo isso... mediunidade, Espiritismo, sei lá o que é isso, porém cumpro meu dever com amor em te transmitir tal recado.”
“O nome dele é José Mário, foi médico e hoje no plano espiritual ele se dedica muito ao trabalho em busca de evoluir cada vez mais!” “Um abraço também meu. (preciso me manter no
anonimato)”

Fiquei surpreso, realmente. Seria uma brincadeira? Passados quatro anos, continuo sem conhecer o autor do bilhete. Que tipo de brincadeira é esta que ninguém se diverte? Seria farsa? Em um público seleto, tratando de um assunto técnico, e no anonimato, que interesse teria um psicólogo ou um funcionário de hotel em mantê-la? Os céticos diriam tratar-se de telepatia, mas que telepatia é esta em que o sensitivo capta o que não pensei, a profissão de papai, que por sinal está errada (papai era dentista), o que curiosamente remete a uma conversa que tínhamos em casa: o que faria um dentista após a desencarnação? Papai falava em tom de brincadeira, inicialmente, mas depois concluía, sério: - O conhecimento médico que temos deve ser útil no plano espiritual. No mais, o orgulho de pai, a satisfação com o progresso, faziam parte do que pensava. O tema da dedicação ao trabalho, que aparece na mensagem, dá seqüência aos seus anseios, segundo a mediunidade de Raul Teixeira e o conhecimento que eu tinha de sua personalidade enquanto encarnado. Este também não pode ter sido objeto de telepatia, a menos que os telepatas vasculhem os neurônios em busca de memórias do sistema pré-consciente, o que vai tornando a hipótese cada vez mais metafísica.


Curiosa a mediunidade, esta capacidade de médiuns diferentes perceberem o mesmo espírito com graus de profundidade distintos, mas com consistência de conteúdos.


Agradeço à corajosa e tímida médium (a letra parece ser feminina, se é que caligrafia tem sexo...) que espero poder sair um dia do anonimato após ler este pequeno depoimento. A propósito, e apenas para ela, acredito, sim, em mediunidade e Espiritismo.

29.3.08

Manoel Alves: Trajetória Espírita




Figura 1: Da esquerda para a direita: Álvaro de Castro, a esposa e Manoel Alves


Era noite e papai me levou à casa de Seu Manoel para conhecer o evangelho no lar que ele fazia. A casa era pequena, mas a meus olhos parecia enorme, decorada com gosto e simplicidade, com os toques de afeto das almas femininas que lá habitavam. Ficamos na sala, e após a prece, leitura e comentários, Seu Manoel me presenteou com uma caixa de frutas da época, em um gesto de polidez e fraternidade. Quando o visitamos ele era comerciante de frutas.

Esse "evangelho no lar" deve ter começado na residência de seu cunhado, Celso Belém Goulart, casado com Carmen, e teve início após o contato com o Chico. O grupo recém criado não ficou apenas nos estudos, mas trabalhou dedicadamente na assistência social, fazendo visitas aos hospitais de hansenianos, presídios, cheches, asilos e hospitais até 1968.

Em 1968, Seu Manoel participou de um curso de expositores promovido pela União Espírita Mineira, onde conheceu os participantes do Grupo Espírita Emmanuel. Ele tornou-se trabalhador da União Espírita, como expositor, especialmente do estudo do evangelho. Hoje Manoel Alves é conselheiro e continua expositor da União.


Foto 2: Manoel Alves faz exposição sobre Caridade no Auditório da União Espírita Mineira em 2007


A amizade que fez com José Damasceno Sobral, Honório Abreu e Oswaldo Abreu, vindo depois a conhecer meu pai, José Mário Sampaio, foi muito importante em sua formação espírita. Ele passou a frequentar o Grupo Emmanuel, na região do Padre Eustáquio, atividade que mantém até os dias de hoje.

Algumas vezes tive a alegria de acompanhar Manoel, Sobral, papai e Luizão (que foi apelidado pela sua estatura física) em viagens doutrinárias no interior de Minas Gerais. Os temas que eles desenvolviam era o passe, os princípios básicos do Espiritismo, o estudo do Evangelho e a mediunidade. Sobral, nas viagens de divulgação da doutrina era todo cuidados. Eles levavam cartazes (que costumavam chamar de gráficos) e faziam exposições didáticas, em linguagem simples mas sempre embasada. A obra de Chico Xavier era uma referência constante e autores como Emmanuel e André Luiz eram sempre utilizados, sem o abandono das bases kardequianas.

O bom humor, a linguagem simples e os casos são sua marca distintiva. Há quem o chame de "Manoel dos casos". Foi extensa a sua experiência com a mediunidade e o movimento espírita: ele sempre tem alguma vivência pessoal para ilustrar uma idéia ou princípio.

Manoel construiu um barracão nos fundos de sua residência, na Rua Cornélio Cerqueira, que passou a acolher os membros da reunião originalmente iniciada na casa do cunhado. Estavam dados os primeiros passos da criação do Grupo Espírita Irmão Frederico. Frederico era um dos espíritos considerado pertencente à equipe de Scheilla.

O grupo cresceu e formalizou-se. Ganhou sede própria e hoje funciona há mais de dez anos na Rua Redentor, 90. Bairro São José. Os filhos numerosos, em sua maioria tornaram-se espíritas atuantes no movimento, mas Seu Manoel, apesar da idade, não considera seu trabalho encerrado e continua dando sua contribuição ao Espiritismo Mineiro.

Amigo, desejo-lhe vida longa e virtuosa!

Agradecimentos: Ao Robson Alves, que entrevistou o pai e enviou as principais informações para esta matéria.

9.3.08

Exortação de Damasceno Sobral







Exortação










Oremos pelos que sofrem
física, moral e espiritualmente falando.
Oremos pelas prostitutas
que a sociedade desigualou e repeliu
Oremos por nós próprios
afim de esquecermos o passado
e nos resignarmos no presente.
Oremos pelos felizes,
pelos felizes, principalmente,
para que se lembrem de Deus...


Extraído de "Almas Libertas", escrito por José Damasceno Sobral, Divinópolis, 1949.

7.3.08

EC Entrevista: IV Congresso Espírita Mineiro


Espiritismo Comentado entrevistou a comissão organizadora do IV Congresso Espírita Mineiro. Com a palavra, Roberta Maria de Carvalho, em nome da comissão:

1) O Que é o IV Congresso Espírita Mineiro (CEM)?
É um grande encontro Espírita que acontecerá em Belo Horizonte, MG, no período de 03 a 06 de abril de 2008, com o objetivo de comemorar os 100 anos da União Espírita Mineira/UEM. Terá como tema central: Espiritismo: Amor e Educação
2) O que diferencia este congresso dos outros encontros espíritas que tem sido promovidos em âmbito regional ou estadual, na capital mineira?
Como se trata da comemoração dos 100 anos da UEM o congresso foi idealizado pelos componentes do Conselho Federativo do Estado de Minas Gerais/COFEMG, e pretende reunir espíritas de todo o estado de Minas Gerais e do País em torno desse objetivo.
3) Quem está organizando o IV CEM?
A Diretoria da União Espírita Mineira, que designou uma coordenação geral, formada por membros de sua diretoria e departamentos. Foram também criadas comissões, formadas por voluntários da UEM e outras entidades espíritas, quais sejam: 1) Acervo Histórico; 2) Apoio Médico e Espiritual; 3) Estudos; 4) Transporte e hospedagem; 5) Apoio ao congressista; 6) Promoção, Publicidade e Informação;
4) Haverá distribuição do material das palestras para os participantes? Que outras "surpresas" a comissão organizadora está preparando?
Todas as palestras e apresentações serão gravadas e, havendo interesse, a UEM poderá comercializar em DVD.
5) Quantas pessoas deverão participar do congresso? Quantos centros espíritas? Quantas cidades deverão ser representadas?
Foram convidados todos os centros espíritas do estado, os Conselhos Regionais Espíritas, Alianças Municipais Espíritas, todas as federativas dos estados brasileiros, a FEB e entidades que atuam no movimento Espírita em âmbito estadual e nacional. Além de ampla divulgação na mídia com o objetivo de alcançar todos os interessados. Esperamos 1700 participantes.
6) Nestor Masotti, presidente da FEB está apoiando o congresso?
O Presidente da FEB estará participando da abertura do evento, ocasião em que proferirá a palestra: “O Espiritismo e o seu papel Educativo no Terceiro Milênio”
7) A presença de Divaldo Franco está confirmada?
Sim, na abertura e na palestra de encerramento do Congresso.
8) O Minascentro tem limitação de público imposta pelas autoridades de governo, por razões de segurança. Vocês crêem que o número de vagas será suficiente para atender a todos os interessados?
O Minascentro tem, em seu auditório Topázio, 1700 lugares. Esperamos ocupar todas as vagas.
9) O III Congresso Espírita Mineiro realizou-se em 1958 e propôs a adesão ao novo desenho federativo que emergiu do Pacto Áureo, como, por exemplo, a criação do COFEMG. O atual congresso terá algum impacto na organização do movimento espírita do estado?
Esse encontro, desde que idealizado, inclusive pelo saudoso Honório Abreu, tem a intenção muito mais que informações esclarecedoras, mas principalmente, abordagens que toquem a intimidade da criatura, com vistas à sua renovação. Entendia ele que, nos dias atuais o Espiritismo está mais que difundido na mídia, em obras e outros meios de comunicação de massa e que o nosso grande desafio continua sendo a aplicação dos ensinamentos. Desta forma, o tema "Espiritismo: Amor e Educação" propõe uma reflexão sobre a necessidade da reforma íntima e do aperfeiçoamento moral e espiritual, nossos grandes desafios. Assim, esperamos sensibilizar os corações, fortalecendo a todos na ação contínua perante o Movimento Espírita de Minas Gerais, em benefício das AME, dos CRE no apoio constante às casas espíritas.
10) Haverá homenagens durante o congresso ou lançamento de livros?
Além das palestras e apresentações artísticas, os destaques serão: a exposição de acervos históricos da UEM e de Chico Xavier e, ainda, apresentação de vídeos destacando os Conselhos Regionais Espíritas-CRE e suas cidades sedes. Companheiros que se destacam nas diversas regiões do Estado serão também homenageados por indicação de cada CRE.

6.3.08

Quem é o Espírita mais Querido de Minas Gerais?

Figura 1: Manoel Alves e Filhas. Da esquerda para a direita: Marilene, Maria Inês e Ismália.

Cemitério da Paz. Uma pequena multidão se aglomerava para prestar suas homenagens a Honório Abreu em um pequeno velório. Ao redor das edificações, em meio a jardins e corredores, espíritas que não se viam há muitos anos aproveitavam o momento para cumprimentar-se e rever-se. De muitas bocas eu ouvi a seguinte frase: Onde está Seu Manoel? Não posso deixar de vê-lo... Fiquei uns trinta a quarenta minutos ao seu lado, e espíritas dos mais diferentes centros espíritas e cidades paravam um minuto para cumprimentá-lo, abraçá-lo, receber ou dar notícias.
Quem é Manoel Alves? Como se tornou espírita?
Manoel Antônio Alves é natural de Belo Horizonte, da região do bairro Betânia, mas reside há muitos anos no Padre Eustáquio. Reencarnou-se em 18 de janeiro de 1925. Em 1951 foi diagnosticada uma esquistossomose. Os remédios para a doença eram trazidos da Alemanha e estavam sendo fornecidos para o Brasil de forma irregular, em decorrência do final da guerra.
Através do irmão de Chico Xavier, de nome André Luis, foi chamado a participar de uma reunião de tratamento com o médium de Pedro Leopoldo.
O Espírito Scheilla participou dos trabalhos de tratamento. Seu Manoel, com muito medo, ficou observando o Chico ajoelhado, fazendo uma prece, próximo a uma cama de solteiro com lençol branco.
Ele viu o surgimento de uma estrela luminosa, semelhante a uma estrela do mar, sobre a cama e o médium de Pedro Leopoldo falando ao irmão, com sotaque puxado ao alemão: "Manoelzinho vai morrer de medo!"
Ele relata que chegou a suar frio naquele primeiro contato com os espíritos.
Chico, mediunizado, saiu do quarto e colocou a estrela em sua mão. Era um objeto físico, tangível, envolto em uma substância luminosa. Em seguida, foram atendidas outras pessoas.
Manoel ficou curado da doença e das sequelas no fígado e no baço que começavam a apresentar sintomas. Em Uberaba, Scheilla ainda lhe indicou um medicamento para tratar prováveis lesões ainda existentes nos doís órgãos.
Após o tratamento, Manoel passou a estudar o Espiritismo e tornou-se um espírita convicto, atuante e, diga-se de passagem, rigoroso com o conhecimento espírita. Pessoalmente, é a criatura mais fácil de se afeiçoar, pelo bom humor, pelo tratamento gentil que dispensa a todos e o jeitinho mineiro de ser e de contar casos. Posteriormente, o Espiritismo Comentado vai apresentar mais da trajetória deste trabalhador da Doutrina nas terras mineiras.