Mostrando postagens com marcador Francisco Cândido Xavier. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Francisco Cândido Xavier. Mostrar todas as postagens

6.3.10

LONGA METRAGEM DE NOSSO LAR ESTARÁ NAS TELAS EM SETEMBRO DE 2010

Nosso Lar é o nome do primeiro livro escrito por André Luiz através da dedicada mão de Chico Xavier. O teaser-trailer é bastante sugestivo. Confiram.

7.2.10

UM EPISÓDIO DA VIDA DE CHICO XAVIER


O centenário de Chico Xavier, no dia 02 de abril, já tem dois eventos: o lançamento do filme sobre a vida do médium e o lançamento de um selo pelos Correios homenageando a data.
A melhor biografia em circulação (perdoem-me os autores das que ainda não li) ainda é a do jornalista Marcel Souto Maior. Linguagem fácil e acessível, busca de fontes não espíritas para entender as diferentes visões sobre os acontecimentos, nenhuma mitificação do Chico apesar de uma simpatia discreta.
Um episódio interessante que ele recuperou detalha as inseguranças do grupo de Pedro Leopoldo e do movimento espírita no início da prática mediúnica do jovem Francisco de Paula Cândido. O jovem médium psicografava, as pessoas desejavam publicar mas não sabiam como fazê-lo. Escreveram para Inácio Bittencourt, diretor do jornal espírita Aurora, que recomendou que se publicasse os trabalhos assinando-os com F. Xavier. Não havia menção de médium ou mediunidade.
Narra Marcel, que um dia a poetisa potiguar Auta de Souza ditou a Chico o soneto abaixo:
Nossa Senhora da Amargura

Mãe da Dores, Senhora da Amargura,
Eu vos contemplo o peito lacerado
Pelas mágoas do filho muito amado,
Nas estradas da vida ingrata e dura.

Existe em vosso olhar tanta ternura,
Tanto afeto e amor divinizado,
Que do vosso semblante torturado
Irradia-se a luz formosa e pura;

Luz que ilumina a senda mais trevosa,
Excelsa luz, sublime e esplendorosa
Que clareia e conduz, ampara e guia.

Senhora, vossas lágrimas tão belas
Assemelham-se a fúlgidas estrelas:
Gotas de luz nas trevas da agonia.


Belo soneto, que foi publicado no "Novo Almanaque Luso-Brasileiro para 1932" em Lisboa, segundo os articulistas do Grupo de Estudos Avançados Espírita - GEAE.

Marcel diz que um poeta português escreveu a Chico elogiando-o, entusiasmado. O médium ficou envergonhado. Como ele poderia aceitar elogios de um poema que não lhe pertencia? Não seria errado publicar em seu nome algo que ele sabia ter sido criado por outra pessoa? A partir daí Chico Xavier não mais ocultaria a origem mediúnica de seus trabalhos.


25.12.09

BILAC: DE TARDE AO PARNASO

Figura 1: Olavo Bilac, desenho retirado do blog Achados e Perdidos
Muitos cursos de graduação têm como exigência a redação de uma monografia de final de curso para a concessão do título de bacharel de seus alunos. Alguns alunos fazem uma espécie de revisão de literatura com considerações, mas fui surpreendido recentemente com o trabalho de Benedito Fernando Pereira, intitulado “Psicografia e Autoria: Um Estudo Estilístico-Discursivo em Parnaso de Além Túmulo”.

Mesmo não tendo formação em Letras, como o autor, estou calejado com a leitura de trabalhos e monografias, uma das atividades cotidianas de um professor universitário.

Benedito impressiona pela originalidade e pela coragem. Ele dá mostras de conhecer as infindáveis regras do metro parnasiano, descreve à exaustão as características da poesia para realizar um trabalho até então incompleto e recorrente nas mentes que conviveram com a obra primeira de Chico Xavier: há uma assinatura poética dos autores que escrevem através de suas mãos? Há elementos identitários das personalidades dos poetas tão conhecidos?

Benedito escreveu em seu trabalho três capítulos cruciais. Inicialmente ele apresenta Chico Xavier ao seu leitor, usando principalmente Souto Maior, mas também Elias Barbosa e alguns dos autores que estudaram o médium no contexto acadêmico, como Bernardo Lewgoy. Ainda neste capítulo, ele retoma a obra de Olavo Bilac, que divide em dois momentos. O livro Tarde é escolhido como base para a comparação dos poemas de Bilac em Parnaso de Além Túmulo.

Pereira compara inúmeras características dos poemas: vocabulário, uso de adjetivos e verbos, de substantivos e de advérbios. Ele se detém no preciosismo de Bilac vivo e morto. Benedito Pereira analisa também o ritmo na palavra, no verso e na estrofe, discute o enjambement, a direção do movimento rítmico e a rima, as figuras de efeitos sonoros, a correção gramatical e as figuras de linguagem.

Neste ponto do trabalho já vemos que existe por trás um orientador rigoroso e um aluno dedicado. Quais seriam as conclusões finais? Bilac encarnado é o mesmo que ditou dez poemas do parnaso para Chico Xavier? Deixo a dúvida no ar, para que as pessoas queiram conhecer e ler o trabalho de Benedito Pereira, escrito em 2008 para a Universidade do Vale do Sapucaí, em Pouso Alegre-MG.


http://docplayer.com.br/15569611-Benedito-fernando-pereira-psicografia-e-autoria-um-estudo-estilistico-discursivo-em-parnaso-de-alem-tumulo.html

24.8.09

TERMINADAS AS FILMAGENS DE CHICO XAVIER

FIGURA 1: Foto da equipe que trabalhou em Chico Xavier, o Filme.

O blog que noticia a produção de Chico Xavier, o Filme, longa metragem dirigido por Daniel Filho, anunciou no dia 17 o final das filmagens. O filme entra agora em outra fase, a de edição. Fica a pergunta dos entusiasmados internautas que acessam nosso blog: Quando vai estar na telona? Estamos com muita vontade de comer pipoca e assistir a nova leitura da vida do médium mais importante do século XX na história do Espiritismo Brasileiro.


20.7.09

ACESSE O BLOG OFICIAL DO FILME CHICO XAVIER - BRASIL

Figura 1: Painel com fotos do Chico de 1931 a 1959 publicado no blog

As filmagens começaram e com elas um blog oficial que permite que os interessados vejam aos poucos a criação do filme que emocionará o país. Eu me senti como um fã de clube de futebol que vai ao treino com os amigos e procura uma brecha no alambrado para poder ver o time do coração jogar.
Brasileiro sabe jogar bola e sabe fazer cinema. O que atrapalha é o dinheiro, que cada vez mais controla estas duas nobres artes. Penso, ao ver tão belas fotos, que o vil metal perderá desta vez para o talento.
Aos que têm espírito brasileiro e não querem perder nenhuma cena ou fotografia, recomendo o http://www.chicoxavierofilme.com.br

19.3.09

MENSAGENS DE EMMANUEL TORNAR-SE-ÃO DOCUMENTÁRIO



Figura 1: Convite da apresentação no Centro Espírita Luiz Gonzaga

O Centro Espírita Luiz Gonzaga de Pedro Leopoldo-MG convida a todos para ouvir a leitura de mensagens de Emmanuel, lidas originalmente nos anos 50 por Clóvis Tavares.

Oceano Melo, colega da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas - LIHPE, remasterizou as fitas de rolo que foram cedidas por outro colega dileto, o médico Flávio Mussa Tavares, filho do Clóvis.

"O Clóvis Tavares antes de fazer suas palestras semanais na Escola Jesus Cristo, depois de ler um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, lia uma mensagem de Emmanuel "recém recebida por Chico Xavier em Pedro Leopoldo" , que lhe enviava.
Em seguida, Clóvis fazia uma prece lindíssima. Depois é que ele fazia a palestra.
Nós estamos produzindo um filme sobre a ligação Espiritual de Chico Xavier e Clóvis Tavares e o Centro Espírita Luiz Gonzaga (Pedro Leopoldo,MG, com a Escola Jesus Cristo, (de Campos, RJ.)", explica-nos Oceano.

Esse filme, junto com as mensagens serão lançados em 2010 durante as comemorações do Primeiro Centenário de Chico Xavier.

2.10.08

Espiritismo e Universidade: Tese de Doutorado na UNICAMP

Autor da Tese: Alexandre Caroli Rocha

Anote o link: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000443434

Ele vai levar você à tese "O caso Humberto de Campos : autoria literaria e mediunidade".

Leia o resumo: Entre 1937 e 1969, publicaram-se 12 livros que o médium Francisco Cândido Xavier atribuiu ao escritor Humberto de Campos e a Irmão X. O objetivo desta tese é estudar o funcionamento autoral desses textos. Ela foi dividida em cinco capítulos: uma apresentação de Humberto de Campos; um breve histórico da mencionada atribuição de autoria; uma análise da construção de um autor espiritual; uma leitura de cinco textos do conjunto mediúnico; e uma interpretação das noções autorais despertadas por tais livros

Read the Abstract: Between 1937 and 1969, the medium Francisco Xavier published 12 books that he attributed to Humberto de Campos and Brother X. The purpose of this doctoral thesis is to investigate the authorial functioning of this system. The present work is divided into five chapters: a presentation of Humberto de Campos; a short historical overview of the socalled authorship attribution; an analysis of the construction of a spiritual author; a critical reading of five texts taken from the mediunic set of writings; and an interpretation of the authorial notions suscitated by such books

29.9.08

Espiritismo e Universidade: Chico Xavier e a Antropologia


Bernardo Lewgoy publicou na Revista de Antropologia da USP o artigo "Chico Xavier e a Cultura Brasileira". Neste trabalho ele faz o seguinte destaque:

"O ponto mais importante na consideração do lugar de Chico Xavier na cultura e na religiosidade do Brasil do século XX reside na peculiar combinação que este realiza, através de sua biografia, entre o espiritismo kardecista com um catolicismo familiar e popular bastante tradicional." (LEWGOY, 2001, p. 62)

Lewgoy descreve com detalhes uma grande quantidade de pontos na obra de Chico Xavier que a aproxima ao catolicismo. Seu trabalho é bem fundamentado, contudo, ele supervaloriza o racionalismo em Kardec, esquecendo-se de textos importantes do codificador, como por exemplo o final de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (com o título como "A Prece Segundo o Espiritismo"), no qual o codificador defende idéias cristãs, ponto de contato entre o Catolicismo e o Espiritismo, como na passagem abaixo:

"Além do anjo guardião, que sempre é um Espírito superior, temos os Espíritos protetores que, embora menos elevados, são igualmente bons e generosos. Eles são, geralmente, parentes, amigos ou quaisquer pessoas que não conhecemos em nossa existência atual. Eles nos ajudam pelos seus conselhos, e muitas vezes intervindo nos atos de nossa vida."

No 4º ENLIHPE, a historiadora Míriam Hermeto apresentou um folheto de inauguração de um Centro Espírita de Belo Horizonte, que teve a presença de Chico Xavier. Na capa encontra-se impresso "Comemoração do Dia dos Mortos", e no seu interior uma mensagem de Emmanuel desconstruindo as prática então vigentes de comportamento nesta data, sob o argumento de que não há morte.
Penso que grande parte das passagens que Lewgoy utiliza para mostrar um sincretismo católico, são desdobramentos ou referências diretas ao pensamento kardequiano. Gostaria de, respeitosamente, remetê-lo ao capítulo 7 da minha tese no qual defendo um ponto de vista diferente do apresentado por ele.

Outra questão a ser levantada, que corrobora a tese da existência de algum sincretismo entre o Espiritismo Brasileiro e o Catolicismo vigente, espécie de "zeitgeist" de nossa cultura, são os textos de Telles de Menezes, no qual ele afirma não ver diferenças importantes entre o Espiritismo de Kardec e a Doutrina Católica e defende idéias como a da ressurreição dos corpos. Esta posição seria criticada elegantemente por Desliens (informação de Jorge Damas), ex-secretário de Kardec, na Revue Spirite.

Sugiro a Lewgoy direcionar seus para uma perspectiva histórica e que considere a ótica oposta em uma releitura da obra de Chico Xavier. É bem possível que se venha a chegar à conclusão de que, mesmo mantendo práticas católicas, grande parte da obra de Chico Xavier desconstrói práticas sociais e idéias católicas vigentes não apenas no meio espírita, mas em grande parte da sociedade brasileira.

Referência: LEWGOY, Bernardo. Chico Xavier e a cultura brasileira, Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 44, n. 1, p. 53-116, 2001.

29.4.08

Novo Céu e Nova Terra


A primeira vez que conversei sobre Nina Arueira, foi com a Dra. Ângela, da Fundação Getúlio Vargas. Eu havia apresentado um trabalho sobre construção de arquivos históricos espíritas, com a colega Míriam Hermeto, em um evento de História Oral. O nome não me era estranho, vinha à mente a psicografia do Chico e alguma obra social que levava o nome da "pequenina".
Depois, em conversa com o Alexandre Rocha, fiquei conhecendo rapidamente a vida, os amores e o pós-vida de Nina e Clóvis Tavares.
A história de Nina virou dissertação de mestrado, e como todo trabalho acadêmico é seminal, incentivou o Flávio Mussa Tavares, alma amiga a quem conheço apenas pela internet, a escrever mais do mesmo, talvez com uma outra visão.
O estilo do Flávio é delicioso. Uma vez iniciada a história que ele conta, não se tem vontade de parar.
É a história de uma jovem brilhante, que na flor da adolescência conhece o amor, a teosofia e a militância socialista. Longe de ser ambígua, ela constrói uma síntese pessoal, humanista, e se lança ainda na flor da idade a reconstruir a terra, através da escrita, das incursões no campo, da organização dos pobres. Como a maioria dos jovens honestos, ela é puro ideal, quase inconsequente, ovelha enviada em meio aos lobos.
Flávio enfatiza este lado das muitas Ninas, o lado que sua família e seus amigos de Campos conheceram, a jovem admirada por sua inteligência, por seu verbo, por seu coração, estas coisas que os advogados da "realidade" teimam em condenar, não importa sua orientação político-econômica.
Após o resumo biográfico que corre célere aos olhos do leitor, vêm os textos escritos por Nina encarnada. Ela realmente merece ser admirada pela sua ilustração, seu tirocínio, sua habilidade com as letras, sua tenacidade e seu destemor adolescente. Temas como a pobreza, o conformismo, a reforma da educação, Deus, o amor, o dinheiro, o utilitarismo e os céus preenchem sua poesia e sua prosa.
Na penúltima parte do livro, Flávio selecionou psicografias de Chico Xavier atribuídas a Nina. Certamente, o conteúdo mudou. Nina está mais cristã, mais evangélica, menos militante socialista, mas ainda militante humanista.
Penso que a militância socialista não deve perdoar esta mudança e considerá-la mito. Ameaça muito aceitar que uma de suas pérolas tenha revisto suas idéias ao se colocar de pé, ao lado do corpo frio e visualizar um novo céu, uma nova realidade. Será possível ser exatamente o mesmo após a experiência da morte? Penso que não. O lado humanista-cristão de Nina cresceu e floresceu.
Chamou-me a atenção as poesias ditadas por Nina a Chico. Nelas encontro mais proximidade do estilo que a pequenina utilizava quando encarnada.
A última parte do livro são poesias dedicadas a Nina Arueira, de espíritos, ora encarnados, ora desencarnados.
Cabe ainda uma palavra sobre a apresentação de Virgílio de Paula, seu instrutor em assuntos teosóficos em vida e seu protetor nas horas de perseguição. Não se pode ler o livro sem ler as palavras do amigo que ficou. Elas nos confirmam ainda mais a Nina sedenta dos conhecimentos do espírito e dos céus, inconformada com a versão vigente da religião oficial do Brasil do início do século passado e ansiosa por novas luzes para o problema da existência.
Belo trabalho o do Flávio. Ao colecionar e apresentar novas fontes, a História ainda há de reconhecer o seu valor.

6.3.08

Quem é o Espírita mais Querido de Minas Gerais?

Figura 1: Manoel Alves e Filhas. Da esquerda para a direita: Marilene, Maria Inês e Ismália.

Cemitério da Paz. Uma pequena multidão se aglomerava para prestar suas homenagens a Honório Abreu em um pequeno velório. Ao redor das edificações, em meio a jardins e corredores, espíritas que não se viam há muitos anos aproveitavam o momento para cumprimentar-se e rever-se. De muitas bocas eu ouvi a seguinte frase: Onde está Seu Manoel? Não posso deixar de vê-lo... Fiquei uns trinta a quarenta minutos ao seu lado, e espíritas dos mais diferentes centros espíritas e cidades paravam um minuto para cumprimentá-lo, abraçá-lo, receber ou dar notícias.
Quem é Manoel Alves? Como se tornou espírita?
Manoel Antônio Alves é natural de Belo Horizonte, da região do bairro Betânia, mas reside há muitos anos no Padre Eustáquio. Reencarnou-se em 18 de janeiro de 1925. Em 1951 foi diagnosticada uma esquistossomose. Os remédios para a doença eram trazidos da Alemanha e estavam sendo fornecidos para o Brasil de forma irregular, em decorrência do final da guerra.
Através do irmão de Chico Xavier, de nome André Luis, foi chamado a participar de uma reunião de tratamento com o médium de Pedro Leopoldo.
O Espírito Scheilla participou dos trabalhos de tratamento. Seu Manoel, com muito medo, ficou observando o Chico ajoelhado, fazendo uma prece, próximo a uma cama de solteiro com lençol branco.
Ele viu o surgimento de uma estrela luminosa, semelhante a uma estrela do mar, sobre a cama e o médium de Pedro Leopoldo falando ao irmão, com sotaque puxado ao alemão: "Manoelzinho vai morrer de medo!"
Ele relata que chegou a suar frio naquele primeiro contato com os espíritos.
Chico, mediunizado, saiu do quarto e colocou a estrela em sua mão. Era um objeto físico, tangível, envolto em uma substância luminosa. Em seguida, foram atendidas outras pessoas.
Manoel ficou curado da doença e das sequelas no fígado e no baço que começavam a apresentar sintomas. Em Uberaba, Scheilla ainda lhe indicou um medicamento para tratar prováveis lesões ainda existentes nos doís órgãos.
Após o tratamento, Manoel passou a estudar o Espiritismo e tornou-se um espírita convicto, atuante e, diga-se de passagem, rigoroso com o conhecimento espírita. Pessoalmente, é a criatura mais fácil de se afeiçoar, pelo bom humor, pelo tratamento gentil que dispensa a todos e o jeitinho mineiro de ser e de contar casos. Posteriormente, o Espiritismo Comentado vai apresentar mais da trajetória deste trabalhador da Doutrina nas terras mineiras.







16.12.07

Dissertação de Mestrado da UNICAMP trata do Parnaso

Foto 1: Alexandre Caroli Rocha, autor da dissertação.


Alexandre Caroli Rocha defendeu dissertação de mestrado sobre o conhecido livro psicografado por Francisco Cândido Xavier: Parnaso de Além Túmulo.

Em sua dissertação se encontra uma vasta revisão sobre a produção mediúnica, a interferência de espíritos e médiuns no texto, a similitude do estilo literário ao lado de uma intenção retórica dos espíritos e muitas outras características próprias ao texto mediúnico de médiuns conhecidos como o próprio Chico, Yvonne Pereira e Divaldo Franco.

É uma dissertação que merece ser lida, porque traz mais uma contribuição lúcida a uma literatura geralmente esquecida pela Universidade Brasileira e paradoxalmente muito lida pelo público brasileiro de espíritas e simpatizantes.

Quem desejar ter acesso ao texto completo basta acessar a biblioteca de teses eletrônicas da UNICAMP no endereço http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236698

23.10.07

Video Spirite Lança DVD Sobre Chico Xavier


A Versátil Home Vídeo lançou um documentário sobre Chico Xavier, gravado em 1983 e não divulgado nos meios de comunicação. Além do documentário, com o objetivo de preservar e divulgar a memória espírita, há diversos vídeos que foram inseridos como "extra" no conjunto de dois DVDs.
Como mineiro, emociona ver personagens de quem ouvimos falar ou com quem convivemos, na força da juventude ao redor do médium de Pedro Leopoldo: Rubens Romanelli, Martins Peralva, Dona Neném, Newton Boechat, Arnaldo Rocha, Badi Elias Cury, etc. As imagens do Colégio Precursor, que conheci na fase de decadência, são imponentes e explicam a importância que os espíritas de outras localidades deram à instituição.
Emocionei-me também com o discurso de Chico Xavier no Pacaembu, ao receber o título de Cidadão Honorário da Cidade de São Paulo. Apesar das compreensíveis falhas no vídeo, fruto de um armazenamento inadequado, as imagens e sons da voz rouca do médium brasileiro, vão marcando os presentes. Quanta erudição! Dados do nascimento da cidade vão surgindo em seu discurso, uma fala contra o absolutismo, que pode ser interpretada como uma alfinetada à ditadura militar, seguida da citação nominal das mulheres notáveis da cidade que não pára. Chico relembra sua amizade com Tarsila do Amaral, em um período no qual já pintava sobre cadeira de rodas. Espíritos e personalidades encarnadas se encadeiam na sua fala, que consolida a grande proposta do Espiritismo. Até mesmo o repórter que cobria o evento dá mostras de emoção no final do discurso, que revela a imensa capacidade intelectual do médium. Mão sobre o peito, olhar para o público que lotava o estádio, Chico fala sem nem uma página escrita nas mãos. O vídeo é uma fonte importante contra uma imagem social pejorativa que foi construída sobre a pessoa do médium mineiro.
O documentário em si é um pouco arrastado para os nossos dias, muitas entrevistas, algumas longas e sem muito conteúdo a acrescentar à biografia do médium, contudo, ressalto a intenção do diretor em resgatar o lado humano de Chico Xavier. Ele se detém nas pessoas que o circundavam, na cidade de Pedro Leopoldo, nas agruras da sua existência, dificuldades que hoje seriam consideradas criminosas e que o Chico enfrentou, num misto de tragédia e superação.
A visita de Pietro Ubaldi é curiosa e o olhar reticente do filósofo italiano, ao lado do entusiasmo explícito dos espíritas àquela época, estão abertos ao entendimento dos que se interessam pela obra de Ubaldi nos dias de hoje.
Recomendo que o leitor não espírita ou com pouco conhecimento sobre o movimento espírita mineiro, leia "As Vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto Maior, "Chico Xavier: Uma Vida de Amor", de Ubiratan Machado e "Trinta Anos com Chico Xavier" de Clóvis Tavares, antes do vídeo.