12.4.16

FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO PARANÁ DISPONIBILIZA GRATUITAMENTE OBRAS RARAS ESPÍRITAS



Um resultado inesperado, mas muito interessante, do debate que participamos na LIHPE (Liga de Pesquisadores do Espiritismo) foi conhecer a Biblioteca Espírita Virtual de Obras Raras. A Federação Espírita do Paraná está digitalizando obras raras e disponibilizando a quem interessar na internet.

O usuário pode baixar os livros sob a forma pdf, mas a Federação só publica virtualmente as imagens das páginas, para evitar os problemas de transformação em texto que os softwares costumam introduzir. 

Os livros publicados estão em domínio público e são raros. Seria difícil ter acesso a eles e consultá-los em papel, pelo risco de dano. Assim, a Federativa dá publicidade a informação que interessa aos que desejam conhecer o espiritismo e sua história a fundo.

Os interessados podem acessar o site em http://www.bibliotecaespirita.com.br/. Quem nunca acessou deve clicar em cadastro/login, na régua superior à imagem acima e inscrever-se gratuitamente.

Esperamos que no futuro a FEP faça como o IPEAK (Instituto de Pesquisas Espírita Allan Kardec), disponibilizando o livro sob a forma de imagem e em forma de texto, para que possamos utilizar os instrumentos de busca para pesquisa, com o texto original em forma de imagem para tirar qualquer dúvida.

Com esta iniciativa aumenta-se o acesso à memória do movimento espírita. A FEP solicita que donos de obras raras do final do século XIX e início do século XX disponibilizem os livros para serem digitalizados e incluídos no acervo. Já existem 49 autores listados na BVE, e a maioria dos livros está em língua francesa, mas há raridades interessantes, como o livro do famosíssimo psicólogo Alfred Binet (considerado o criador dos testes de inteligência, a pedido do ministro de educação da França) que trata de fenômenos espíritas.



5.4.16

UM POUCO MAIS SOBRE MEDIANIMIDADE



O Livro dos Médiuns - Edição francesa de 1950


Na última matéria fizemos uma série de considerações sobre a palavra medianimidade e medianímico, usadas por Allan Kardec em "O Livro dos Médiuns". No texto fizemos algumas questões sobre a tradução para o português. 

Aproveitamos para tirar as dúvidas com Evandro Noleto Bezerra, que fez um conjunto de traduções das obras de Kardec, inserindo notas sobre as mudanças que os livros sofreram ao longo das edições. Um trabalho de fôlego, que precisava ser feito há muito tempo.

Ele acolheu o Espiritismo Comentado com muita gentileza e autorizou que divulgasse a resposta. 

EC: Vi que Kardec publicou em O Livro dos Médiuns o capítulo "Da medianimidade nos animais" a partir da segunda edição. Por que você preferiu manter o título traduzido por Guillon Ribeiro e outros, se Kardec em seu vocabulário afirma que as palavras não são exatamente sinônimas?

ENB: "É possível que tanto eu quanto o Guillon tenhamos escolhido o termo mediunidade para evitar o neologismo "medianimidade", até hoje sem sentido para nós. O que posso fazer, na próxima edição de minha tradução, é aditar uma nota de rodapé na página do Livro dos Médiuns que contém essa palavra, explicando a razão da nossa escolha ao traduzi-la por mediunidade, e não medianimidade. Aproveito para dizer-lhe que, decorridos mais de 150 anos, você não encontra tal verbete, nem nos dicionários de francês, nem nos de português."

O Espiritismo Comentado agradece ao Evandro a atenção.

2.4.16

O QUE É MEDIANÍMICO?




Estamos estudando o livro “O transe e mediunidade” de Lamartine Palhano Jr em um subgrupo da Liga de Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE.

Uma palavra que chamou a atenção desde a introdução é medianímico (adjetivo), cujo substantivo é medianimidade (tradução de Evandro Noleto Bezerra), empregado como quase sinônimo de mediunidade. Esta palavra se encontra no dicionário Laudelino Freire, definida da seguinte forma:

“Medianimidade. s.f. Lat medius + animus + dade. Estado ou propriedade de medianímico”

E por medianímico ele define da seguinte forma: adj. Medius + animus + ico. Espir. 1. Que tem a qualidade ou a faculdade de médium. 2. Relativo a médium."

Kardec define medianimidade como “faculdade dos médiuns. Sinônimo de mediunidade. Estas duas palavras são, com frequência, empregadas indiferentemente. Caso se queira fazer uma distinção, poder-se-á dizer que mediunidade tem um sentido mais geral e medianimidade um sentido mais restrito. Ele possui o dom da medianimidade. – A medianimidade mecânica” (transcrito de O Livro dos Médiuns, ebook,  tradução de Evandro Noleto Bezerra).

Pelo que se pode entender, já se usava no francês a palavra medianimidade, senão Kardec teria informado que ele havia criado a palavra, assim como o fez em outras situações. Nesta definição, ele parece querer usar com um sentido mais preciso, pouco distinto de mediunidade, mas este texto é muito resumido para se ter clareza sobre o sentido das duas palavras usado por Kardec.

Resolvi, então, pesquisar nos originais franceses onde Kardec usa “medianimidade”. Logo encontrei um problema, já conhecido pelo editor de Palhano.

Na primeira edição há um erro na palavra “medianimique” e ela sai como “mediaminique”, erro que Kardec corrigirá nas outras edições. (No site do IPEAK há a segunda, a sexta e a décima primeira no original francês).

Na segunda edição,  a palavra medianimidade aparece no capítulo XXII, “Da Medianimidade dos Animais” (por que Noleto não traduziu o título assim?) e fica apenas neste capítulo (curiosidade: Kardec não publicou este capítulo na primeira edição de O Livro dos Médiuns).

Procurei, então a palavra medianímico (fr. medianimique) que aparece na introdução e ao longo do livro (a faculdade medianímica), no capítulo II, IV (poder medianímico), no capítulo V (influência medianímica, aparelho eletromedianímico e fatos medianímicos, no capítulo XVIII (via medianímica),  no capítulo XX (aparelhos medianímicos) da segunda edição do original francês. Observei que Kardec não usa o adjetivo mediumnique, e observei que os tradutores da FEB (Guillon Ribeiro e Evandro Noleto) traduziram a palavra medianimique por mediúnico. Evandro Noleto, contudo manteve a palavra medianímico ao traduzir o vocabulário com o texto da primeira edição (e apenas aí, curioso, não?), mas ao longo do texto foi traduzindo por mediúnico toda palavra medianimique que encontrou.

A que conclusões cheguei até o  momento? Kardec empregou as duas palavras mediunidade (fr. médiumnité) e medianimidade (fr. médianimité) praticamente como sinônimas. Não consegui identificar a leve diferença de sentido que ele explicita no vocabulário, em seu texto. Outro ponto importante, que para as duas palavras ele usou na segunda edição do francês o adjetivo “medianimique”, que foi traduzido por mediúnico pelos tradutores da FEB, ou seja, não deveria haver em português a palavra medianímico, que foi empregada diversas vezes por André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade, senão como sinônimo de mediúnico.

De volta ao Palhano, no capítulo III ele define a palavra medianímico da seguinte forma: “Do latim medius – i = medianeiro, intermediário; do francês âme = alma)” e reproduz a definição do vocabulário. Vê-se que ele discorda de Laudelino Freire, que entende que a palavra não é híbrida, mas totalmente originária do latim, contudo, isto é uma questão menor. A questão maior é o sentido que ele imputa a Kardec e que não dá para encontrar na obra dele. Em síntese, ele diz que Kardec agregou em uma mesma expressão “os fenômenos anímicos  associados aos mediúnicos”. A palavra animismo não foi empregada por Kardec como é utilizada hoje pelos espíritas brasileiros. Afirmar que ele já empregava que a influência do médium pode ser chamada de animismo, por adjetivar médianimité e médiumnité, com a palavra medianimique, é um equívoco, como tento mostrar acima, e como entende também Laudelino Freire em seu dicionário tão abrangente.


Não se deve contudo, levar a crítica além das palavras e seus sentidos. Sabemos que os fenômenos mediúnicos, mesmo os mecânicos, sempre têm uma dose de animismo (ou seja, de intervenção do próprio médium), que é a ideia principal que Palhano defende em seu capítulo III. 

28.3.16

O QUE UM PAPEL KRAFT TEM A VER COM DEUS?




A segunda aula de Antonina foi um desafio. O programa indicava “atributos da divindade” como tema. Como ensinar um tema tão filosófico e tão abstrato a um grupo de meninos que ainda estava no pensamento operacional-concreto?

- Que tal fazermos alguma atividade lúdica e física para abordar o tema? Pensou Antonina.

O planejamento da aula ficou assim: os atributos da divindade foram escritos em fichas, com letras grandes, e as crianças brincariam de “corre-cutia”.

Quem ficasse com o papel, tentava explicar o significado da palavra.

Depois uma atividade igualmente lúdica para ver se haviam apreendido as palavras novas. Um grande caça-palavras, em uma folha de papel Kraft foi feito.

Começou a aula. Os alunos já traziam a ideia repetida nos anos anteriores de que “Deus é nosso pai e Jesus é nosso irmão”, e sabiam que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas (criador).

Antonina perguntou:

- Vocês conhecem uma brincadeira chamada “corre cutia”?

Um aluno replicou de imediato:

- Ih, tia! Tem um tempão que a gente não brinca disso!

Acendeu o sinal amarelo. Isso podia significar que a brincadeira é de meninos pequenos e que eles não aceitariam fazê-la. Infelizmente, foi isso mesmo que aconteceu. Eles começaram, mas não queriam continuar com o jogo.

Nestes momentos, um pouco de intuição, na falta de um plano B, é muito importante. Em vez de insistir e confrontar, Antonina aceitou o que sinalizou a turma.

- Já que vocês não querem, então vamos sentar e ver uma a uma as fichas que eu trouxe.

Deu certo! Apesar das provocações contínuas, uns com os outros, os alunos se interessaram pelas palavras e seus significados. Não deu, e era esperado, para fazer as demonstrações que Allan Kardec faz em O livro dos espíritos e A gênese. Demandaria lógica e noções de filosofia. Pedir demais para crianças na segunda infância.

Parte final da aula. A evangelizadora abriu um grande papel kraft, contendo todas as palavras estudadas, na vertical e horizontal, ocultas. Cada aluno ganhou um pincel atômico de uma cor, e passaram todos a tentar descobrir no mesmo caça-palavras, os atributos da divindade.

Não havia como consultar as palavras. Eles teriam que pelo menos reconhecer e recordar para conseguir identifica-las. Algumas delas, como onipotente e onisciente eram totalmente desconhecidas antes da aula. De repente, começou uma nova brincadeira, desta vez criada por eles.

Meninos desta idade são competitivos. E eles começaram a disputar quem achava mais palavras. As reações foram interessantíssimas.

- “Nu, véi!” Que palavra grande!

As palavras inteligência suprema ocupavam uma linha inteira do caça-palavras, de um lado a outro.

Os atributos foram sendo desvendados, um a um. A evangelizadora não interferiu, nem ajudou. As palavras eram recordadas, como se fossem objetos preciosos. Aos poucos a disputa ficou entre dois dos alunos. Quem ganharia?
Uma das palavras foi descoberta pelos dois ao mesmo tempo! Antonina virou árbitro. Então ela disse:

- Os dois descobriram ao mesmo tempo. Então a palavra vai ficar com as cores dos dois, ambos a circularão.

A última palavra era como um saci. Escondida! Ninguém achava. Ela poderia empatar ou desempatar a disputa recém criada.

Deu empate. Mas não teve revolta, o resultado foi justo.


Antonina saiu surpresa com a turma. Eles aprenderam novas palavras e eram capazes de dizer quais eram os atributos de Deus.

21.3.16

UMA HISTÓRIA DE AMOR E MÚSICA







Plínio Oliveira é um músico que tem usado seu talento para causas sociais e espirituais. A influência de Chico Xavier e de Divaldo Franco aparecem em suas palavras e escolhas. 

Já publicamos no Espiritismo Comentado um vídeo com uma das canções da sinfonia que ele compôs e apresentou com orquestra em homenagem a Chico Xavier. http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2013/01/sinfonia-do-amor.html

A sinfonia também foi utilizada para o musical "No céu da vibração", que também noticiamos aqui. http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2015/06/no-ceu-da-vibracao.html

Espero que gostem da história e da música.

18.3.16

ESPIRITISMO DE OITIVA?




Estamos estudando ainda o livro “À luz do consolador”, de Yvonne Pereira, que é constituído de artigos que ela publicou na revista Reformador, entre as décadas de 1960 e 1980, a maioria sob o pseudônimo de Frederico Francisco.
Ela escreveu o seguinte:

“Está-nos a parecer, pois, que determinados leitores desprezam o verdadeiro estudo doutrinário, preferindo aceitar o espiritismo por ouvirem dele falar.” (PEREIRA, 2014, p. 145)

Lembrei-me  de um expositor que trabalhava em nome de uma federativa. Fiquei muito amigo dele e o estimava muito, mas ele só falava de oitiva. Quando alguém perguntava ou questionava algo, ele dizia: fulano disse assim, ou é a opinião de beltrano.

Uma vez alguém tomou a liberdade de falar com ele que ele deveria ler, para conhecer a origem e o sentido claro daquilo que ele falava. Ele redarguiu:

- Tenho um filho pequeno que exige minha atenção, por isso não posso ler.

Fiquei pensando como alguém pode expor sem estudar, com todo o respeito à dedicação do companheiro.

Uma das primeiras críticas que recebi na vida acadêmica veio de uma professora muito experiente, que analisou meu texto e questionou se algumas coisas que eu houvera escrito não eram “de oitiva”. Tive que rever e citar corretamente as fontes das partes do texto analisado.

O espiritismo não pode ser conhecido apenas por “ouvir falar”. No Brasil o movimento espírita sempre promoveu a divulgação do livro impresso, montou livrarias, criou bibliotecas, inventou “feiras do livro espírita”, fez edições populares para dar acesso aos que tinham poucos recursos financeiros. Nosso grupo de mocidade tinha um “mimeógrafo” à tinta, onde se imprimiram muitos textos de apoio aos estudos, apostilas, jornaizinhos entre outros.

Yvonne tem razão. É preciso que os centros espíritas prezem o incentivo à leitura, principalmente dos clássicos, cujo tempo tornou a linguagem mais distante da empregada hoje, para que o movimento não fique à mercê de opiniões.


15.3.16

O QUE UMA BOLA TEM A VER COM O ESPIRITISMO?



Jáder Sampaio

Mais um ano letivo se iniciou para a evangelização em uma das cidades satélite de Belo Horizonte, num bairro de classe média baixa. A jovem professora ia trabalhar pela primeira vez com a turma de alunos de 9 e 10 anos de idade. No primeiro dia, apenas duas crianças na sala, o que fez com que a turma se unisse à de 11 e 12 anos.

As professoras encontraram três crianças assentadas com a cabeça baixa, desviando o olhar em sinal de vergonha.

- Bom dia. Eu me chamo Antonina! Qual é o seu nome?

As respostas eram como um resmungo triste, um sussurro cheio de vergonha.
Preocupada, Antonina tirou sua arma secreta. Uma bola vermelha, meio rosa, de plástico, comprada por dois reais.

Os meninos ergueram o olhar e perguntaram assombrados:

- Mas já??

A monótona organização das aulas geralmente tem formato fixo. Prece, música, exposição dialogada e atividade de fixação. Quanto maior a dificuldade na escola, maior a dificuldade com a exposição, especialmente se não for interativa. Talvez uma história possa chamar a atenção, mas nada pior para uma criança de nove anos que ser confundida com uma de cinco.

O objetivo da aula era fazer uma avaliação diagnóstica das crianças. O que elas eram capazes de fazer? Quem eram? Onde moravam? O que gostavam/não gostavam de fazer? Com estas e muitas outras respostas, poder-se-ia planejar melhor as atividades do futuro.

Antonina respondeu:

- Aqui é assim. Viemos para brincar e aprender!

Fizeram uma rodinha, talvez um pentágono, já que eram apenas cinco (três alunos e duas evangelizadoras). Feita uma pergunta, a pessoa que tinha a bola respondia e escolhia outra para responder, para quem a lançava. Atividade simples, mas os olhos brilhavam.

As informações foram surgindo. Primeira descoberta bem verbalizada: eles não gostavam de ficar sentados ouvindo! Sinal amarelo para uma exposição que não fosse dialogada. Moderação com os slides de powerpoint.

Segunda descoberta: eles gostavam de massinha! Achei meio extemporâneo, mas não é hora de psicologia do desenvolvimento, e sim, de valorizar o interesse dos meninos.

A escolha das cores, como eram todos meninos, já estava irremediavelmente associada às camisas dos seus times de futebol preferidos. Quando se falou da família, outra vergonha apareceu; alguém morava com os avós. Avós, irmãos mais velhos, apenas mãe e irmãos, não ter mãe e pai faz com que se considerem pessoas menores. Sinal amarelo para as aulas comemorativas da família, baseadas apenas na família nuclear. Talvez seja preciso fazer um poema da gratidão, semelhante ao de Amélia Rodrigues, para se valorizar que eles tenham um avô ou avó, um irmão mais velho que cuida, até um vizinho.

As mais de quinze perguntas foram se esgotando rapidamente, e veio a pergunta que não queria calar: podemos brincar com a bola?

Assim terminou a história, ou quase. Na outra semana, quando Antonina chegou, os meninos perguntaram:

- Hoje vai ter bola?

Bola não teve, mas teve massinha. Esta história eu conto depois.

11.3.16

ESPIRITISMO COMENTADO FAZ NOVE ANOS!



Há nove anos, na mesma hora da publicação desta matéria, saía a primeira página do Espiritismo Comentado. O blog havia sido criado apenas para divulgar o site com o mesmo nome, mas a acessibilidade fez o blog crescer e o site desaparecer. 

Aprendemos a escrever textos menos extensos e mais diretos com linguagem mais clara e cotidiana. Durante sua trajetória, foi criado um grupo no facebook com o mesmo nome, que tornou mais fáceis as participações e diálogos com os participantes. Ate o momento já foram 922 publicações, com uma média de 650 leituras por matéria (calculado por baixo)!

Quero agradecer aos 1700 leitores os que mantiveram acesa a luz da motivação para esta modesta realização. Se desejarem dar um presente ao projeto, convidem algum amigo espírita ou simpatizante para seguir o blog ou o grupo no facebook.

10.3.16

AMEBH PUBLICA AME MAIS





A Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, órgão federativo que congrega as casas espíritas da capital mineira, publicou recentemente o Jornal Ame Mais, onde dá notícias de eventos da capital, divulga textos de escritores espíritas, trata da memória, publica textos psicografados e quadrinhos, com os personagens Leo e Amélia, criados por Adriano Alves.

O jornal pode ser gratuitamente acessado no endereço: https://drive.google.com/file/d/0By6-j12GeL-ib1h1UFhQNU5Rc1k/view?usp=sharing 

Ele é um dos primeiros frutos da nova direção da AMEBH, e dá mostras de disposição para diversas realizações. Recomendo a leitura da matéria sobre a nova diretoria. Entre outros objetivos, há a intenção de construir uma sede própria para a AMEBH.


5.3.16

APRESENTAÇÃO DE TRÊS TRABALHOS DO REFORMADOR



Leitores do Espiritismo Comentado,

Na revista Reformador de março de 2016 foram publicados três artigos de participantes da LIHPE (Liga de Pesquisadores do Espiritismo):
1. Atualidade do termo fluido ao espiritismo (Alexandre Fontes da Fonseca)
O termo fluido deveria ser substituído pelo termo campo, citado por André Luiz no livro Mecanismos da Mediunidade?
2. Antônio Schiliró (Júlia Nezu)
Desencarna aos 98 anos um dirigente espírita importante para o movimento espírita do estado de São Paulo
3. Uma história esquecida: Fernando de Lacerda, Camilo Castelo Branco e Silva Pinto. (Jáder Sampaio)
O espírito de um suicida português começa a enviar diversas mensagens a um amigo encarnado, tentando ser identificado e tentando defender a ideia de que o suicídio é um equívoco. Por que ele estaria insistindo tanto?
O Reformador pode ser lido impresso ou em formato digital. Informações:http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/

29.2.16

LER OU NÃO LER OS EVANGELHOS?





A médium Yvonne A. Pereira escrevia na Revista Reformador com o pseudônimo de Frederico Francisco, nome que emprestou do grande compositor Chopin. Estamos lendo o livro À luz do consolador, publicado pela FEB, em nossa reunião mediúnica, que é uma coletânea desses artigos.

Fiquei encarregado de ler e comentar o texto intitulado “Panorama”, que originalmente foi publicado pelo Reformador em 1970. Para minha surpresa, é um dos “textos indignados” da médium.

Yvonne recebeu carta de um jovem que se mostrava confuso em função de uma palestra que assistira na sua casa espírita. Ele diz que o expositor defendia que não era necessário “o estudo completo dos Evangelhos, bastando que apenas conheçamos os pontos esclarecidos por Allan Kardec em “O evangelho segundo o espiritismo”. “ Disse ainda que o estudo dos evangelhos é perigoso e que o estudo das parábolas é inútil porque cada um as interpreta a seu bel-prazer. Concluindo, o jovem comunicou ter ouvido que o estudo das epístolas é inútil porque “nem mesmo se sabe se Pedro e Paulo existiram”.

Yvonne vai à carga, alegando que o projeto do expositor é destrutivo e que ele nada repõe no lugar dos Evangelhos que ataca. Questiona se poder-se-ia interpretar “A parábola do filho pródigo”, do “Bom samaritano” e da “casa sobre a rocha” sob diversas óticas, focalizando, assim, a mensagem central das mesmas.

Não vou me estender, deixando aos interessados o link para que ele possa ler o artigo completo:



Yvonne fecha o texto focalizando a importância dos evangelhos para os que sofrem, e recomenda a estes que busquem a companhia de Pedro e Paulo “a fim de se consolarem meditando no heroísmo deles a frente das penúrias suportadas, ao mesmo tempo que aproveitando dos ensinamentos por eles deixados há dois mil anos aos corações humildes e de boa-vontade.”

Quanto à existência ou não de Paulo e Pedro, a leitura que venho fazendo das cartas dos cristãos dos primeiros séculos é repleta de citações dos textos evangélicos. Vez por outra tenho comparado o texto dos documentos que leio com os da tradução da vulgata ou dos textos gregos contemporâneos, e são em sua grande maioria, iguais. Ou estaríamos diante de uma conspiração de ampla monta, na qual foram forjados os textos evangélicos em diferentes pontos do mundo, depois modificados em todos eles e apagados da história todos os documentos contrários, ou eles são o registro possível da experiência dos primeiros cristãos com Jesus.

25.2.16

O QUE PENSA O ESPIRITISMO DO TERRORISMO?




Tenho recebido e lido com satisfação os exemplares da Revue Spirite. A revista em francês é atualmente o “órgão oficial do Conselho Espírita Internacional” e apresenta uma boa variedade de assuntos, que compreendem os diversos aspectos do espiritismo.

A Revue tem influência do movimento espírita brasileiro, mas definitivamente não se reduz a ele, o que me parece fruto do amadurecimento das relações entre movimentos espíritas de diferentes países.

No último carnaval fui convidado a tratar de religião e sociedade no encontro do GELPE e pude me servir do excelente trabalho intitulado “Reflexões espíritas após os atos terroristas recentes”, assinada por Charles Kempf e pelo comitê de redação da revista.

O texto  inicia-se com o pensamento de Kardec, aos moldes dos atuais artigos de pesquisadores franceses, que se movem sobre um ou mais autores de referência para desenvolver depois seu pensamento. Kardec aparece como um filósofo, o espiritismo como filosofia, racionais, bem fundamentados e fundantes para as reflexões que serão desenvolvidas.

A análise parte de uma explicitação sobre violência, fé e fanatismo, liberdade e livre arbítrio, moral, educação e laicidade. Os eventos e posições atuais estão contextualizados e os autores efetivamente fazem uma análise espírita de um problema sério e contemporâneo que os tem afetado na Europa.

O texto surge do atentado contra o Charlie Hebdo, evita jargões e faz propostas para a sociedade francesa calcadas no pensamento espírita. Ele se posiciona com relação ao grave problema social.


Ver o pensamento espírita vivo, para mim, é uma satisfação imensa. Ver autores competentes em outros países, mais ainda. Pena que grande parte dos brasileiros hoje não conheça a língua francesa, para poder acompanhar os novos números da Revue. Se eu puder, continuo dando boas notícias oriundas desse belo órgão de divulgação espírita.


Jáder Sampaio

22.2.16

CANÇÃO DA ALEGRIA CRISTÃ

Cheguei quase no horário do início da reunião. Já havia estado naquela sala no mesmo dia, lendo as atas escritas pela mocidade da casa nos anos 70. Alguns dos personagens, cujos estudos estavam sintetizados brevemente, já estão no plano espiritual.

Passados os estudos, iniciou-se a parte da prática mediúnica. O silêncio imperava, alguns passes foram indicados pelo dirigente. Um espírito começou uma comunicação e no meio da fala pediu o médium que cantasse a música de Leopoldo Machado e Oli de Castro, Canção da Alegria Cristã. Inibindo a sugestão ele começou a recitar a letra, mas tropeçava nos versos. O espírito comunicante insistia que a música fosse cantada, mas o médium não tomava a inciativa. De repente, um dos membros, não se contendo, começou a cantar. Uma voz puxa a outra. Daí a pouco homens e mulheres presentes se alternavam fazendo uma bela “segunda voz” como nos tempos da mocidade.

De repente percebemos que era uma das músicas que cantávamos com o arranjo que surgiu, espontâneo, há trinta anos, nas reuniões de jovens da casa. A canção ergueu-se, bela, pela sala. Uma comunicação emocionada surgiu. O sentimento de profunda harmonia foi compartilhado por todos.


Os médiuns com alguma percepção haviam visto alguns dos personagens da leitura da manhã e alguns outros, ligados à casa e à mocidade, desde o início da reunião. Deixo então esta interpretação coletiva da canção da alegria cristã para sua apreciação. Aconteceu na comemoração dos 98 anos do nascimento de Leopoldo Machado, no Lar de Jesus, instituição fundada por um ele e por sua esposa na baixada fluminense, com a presença de trabalhadores notáveis da história do movimento espírita do estado do Rio de Janeiro.




17.2.16

FILME POLONÊS "BODY" CITA DIVALDO FRANCO

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A Rede Boa Nova está divulgando este filme polonês que trata de luto e mediunidade. Se você estiver em São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, está em cartaz. 

Agradeço a dica à Regina K. Duarte.

Filme polonês “Body” cita Divaldo Franco | Jornal Nova Era: Longa que retrata o espiritismo prossegue em cartaz em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

13.2.16

AME BRASIL SE POSICIONA COM RELAÇÃO AO ABORTO DE CRIANÇAS COM RISCO DE MICROCEFALIA POR VÍRUS ZIKA.






A Associação Médico-Espírita do Brasil produziu um texto coletivo e instigante sobre a questão do aborto a partir dos últimos eventos de microcefalia no Brasil e em outros países, associados ao vírus Zika.

Os argumentos oriundos principalmente do ensino dos espíritos, como a questão da reencarnação a partir da concepção, não foram empregados, como pude observar. O texto é bem informativo e apresenta em linguagem fácil as alternativas médicas de tratamento e as incertezas sobre o desenvolvimento de portadores de microcefalia.

Outra perspectiva, já conhecida, mas oportuna, são os estudos sobre depressão após o aborto, e sua não associação com as crenças religiosas das mulheres que se submeteram a este procedimento. É uma outra perspectiva da saúde da mulher que normalmente não é discutida pelos partidários da legalização do aborto.

Entendo que este texto pode ser objeto de uma boa discussão entre os interessados no tema.

Boa leitura.

Jáder Sampaio - pelo Espiritismo Comentado


Zika Vírus e o Aborto

Associação Médico-Espírita do Brasil

Os que defendem a legalização do aborto encontraram na associação do aumento da microcefalia com o surto de zika vírus uma oportunidade para retomar a discussão da liberação do aborto no Brasil.

Recentemente foi noticiado que grupo liderado pela Débora Diniz, do instituto de bioética Anis, prepara uma ação no STF para a liberação do aborto em casos de microcefalia. É o mesmo grupo que propôs a ação para interrupção da gravidez de anencéfalos, acatada pelo STF em 2012.

A bióloga e feminista Ilana Löwy, numa entrevista para a Revista ÉPOCA, vê no surto de zika vírus uma oportunidade para se debater o direito de decisão da mulher de ter ou não o bebê, como aconteceu com a epidemia de rubéola no Reino Unido. Interessante é que a Rubéola hoje em dia é uma doença totalmente controlável e passível de prevenção através da vacinação, deixando de ser um risco epidêmico, usado como justificativa para a liberação do aborto na Europa.

Os argumentos utilizados se baseiam na liberdade da mulher poder escolher o que é melhor para si, esquecendo que existe uma vida a qual se está negando o primeiro e mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida.

Cabe ressaltar que os fundamentos utilizados para liberar o aborto dos fetos anencéfalos não se aplicam nesses casos.

O diagnóstico da microcefalia é tardio, em torno da 28ª semana, diferentemente da anencefalia, que é feito a partir da 12ª semana de gestação.

As lesões da microcefalia geralmente aparecem na ultrassonografia depois da 24ª e não são incompatíveis com vida, como nos casos de anencefalia.

Além disso, o diagnóstico ecográfico de lesão neurológica não é 100% seguro, já que depende da análise de um profissional passível de equívocos. Existem inúmeros relatos de erros em fetos com diagnóstico de mal-formações neurológicas e que nasceram perfeitamente normais.

No entanto, os que argumentam em favor do aborto querem transformar o diagnóstico de microcefalia em atestado de morte para todas as crianças das mães que contraíram o zika vírus e que optarem pela interrupção da gravidez, mesmo com possibilidades de nascerem normais ou com poucas sequelas neurológicas.

Com o avanço da medicina fetal e da genética médica, hoje é possível a detecção, ainda no útero, de várias anomalias fetais. Diversas técnicas como ultrassom morfológico, ultrassom de terceira dimensão, a biópsia de vilos coriais, a amniocentese, a cordocentese, o desenvolvimento da técnica citogenética molecular permitem o diagnóstico intrauterino de várias doenças. O diagnóstico permite iniciar o tratamento antes do nascimento, como cirurgias intrauterinas para correções de más-formações, assim como a preparação psicológica dos pais para o enfrentamento das graves anomalias.

Querer selecionar apenas as crianças saudáveis com direito à vida é retomar a prática da eugenia feita na Grécia antiga e pelo nazismo, abrindo um precedente para a liberação do aborto em outros casos de microcefalia como as causadas por hipóxia neonatal, desnutrição grave na gestação, fenilcetonúria materna, rubéola congênita na gravidez, toxoplasmose congênita na gravidez, infecção congênita por citomegalovírus ou em doenças genéticas como Síndrome de Down, Síndrome de Cornelia de Lange, Síndrome Cri du Chat, Síndrome de Rubinstein – Taybi, Síndrome de Seckel, Síndrome de Smith-Lemli–Opitz e Síndrome de Edwards.

Nesses casos pessoas como Ana Carolina Dias Cáceres, moradora de Campo Grande (MS), hoje com 24 anos e formada em jornalismo, e tantas outras crianças em situações parecidas, não teriam direito à vida.

Ao saber da iniciativa de alguns em defender o aborto de fetos com microcefalia, Ana Cáceres veio a público dar seu depoimento a BBC do Brasil em defesa dos portadores de microcefalia.

Nos casos microcefalia não se pode falar na opção de abortamento, pois não se trata de patologia letal que inviabilize a vida extrauterina. Embora as limitações que possam surgir, a expectativa de vida das crianças com microcefalia não são diferentes das outras crianças, exigindo, no entanto, estimulação e cuidados especiais para melhorar a sua qualidade de vida.

A discussão do aborto em casos de microcefalia retrata bem o momento pós-moderno em que vivemos, o que Bauman, um dos maiores pensadores da atualidade, chama de modernidade líquida. Na modernidade líquida os indivíduos não possuem mais padrões de referência, nem códigos sociais e culturais que lhes possibilitem, ao mesmo tempo, construir sua vida e se inserir dentro das condições de classe e cidadão.

A modernidade líquida trouxe descentramento do homem, do sujeito, produzindo identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura do efêmero, da destruição criativa, “tudo que é sólido desmancha no ar” na imagem trazida por Bauman.

Para a maioria dos autores, a pós-modernidade é marcada como a época das incertezas, das fragmentações, do narcisismo, da troca de valores, do vazio, do niilismo, da deserção, do imediatismo, da efemeridade, do hedonismo, da substituição da ética pela estética, da apatia, do consumo de sensações e do fim dos grandes discursos.

A educação recebida dos pais e das escolas, os valores morais que orientam as boas relações sociais, o fortalecimento da família e a busca do bem comum está perdendo espaço para novas formas de comportamento regidas pelas leis do mercado, do consumo e do espetáculo.

Existe uma crise de valores com perda de referenciais importantes em detrimento de uma vida superficial e de um discurso liberal.

Na sociedade pós-moderna predomina o ter acima do ser, o prazer pelo prazer, o prazer acima de tudo, a permissividade que justifica que tudo é bom desde que me sinta bem, o relativismo no qual não há nada absoluto, nada totalmente bom ou mau e as verdades são oscilantes, o consumismo, se vive para consumir, e o niilismo caracterizado pela subjetividade, a paixão pelo nada, numa indiferença assustadora.

Renata Araújo descreve muito bem o sujeito pós-moderno:


“A pós-modernidade nos apresenta um sujeito imediatista, fragmentado, narcisista, desiludido, ansioso, hedonista, deprimido, embora também informatizado, buscando independência, autonomia e defesa de seus direitos. Mas, a supervalorização e autonomia geram um individualismo, um egocentrismo, uma ênfase na subjetividade, sendo o outro apenas para a consecução de seus objetivos pessoais.” (ARAÚJO, p. 1 e 2)

Vive-se numa época de grande competitividade e de pouca solidariedade. Em nome dessa nova ideologia, os indivíduos se permitem agir passando por cima de valores fundamentais.

A coisificação da vida e o predomínio dos interesses pessoais em detrimento do coletivo são bem característicos dessa fase em que vivemos.

Entretanto, aprendemos com a genética que a diversidade é a nossa maior riqueza coletiva. E o feto anômalo, mesmo o portador de grave deficiência, como é o caso da microcefalia, faz parte dessa diversidade. Deve ser, portanto, preservado e respeitado.

Necessário se faz proteger também a gestante, dando a ela apoio em sua gravidez e proporcionando tratamento ao seu futuro filho.

Reconhecemos que a mulher que gera um feto deficiente precisa de ajuda psicológica por longo tempo; constatamos, porém, que, na prática, esse direito não lhe é assegurado.

O aborto provocado é um procedimento traumático com repercussões gravíssimas para a saúde mental da mulher e que geralmente aparecem tardiamente.

O aborto produz um luto incluso devido à negação da ocorrência de uma morte real, mas esse aspecto é totalmente desconsiderado.

As mulheres sofrem uma perda e suas necessidades emocionais são relegadas ou escondidas. Elas não conseguem vivenciar o seu luto e lidar com a culpa. Esse processo vai gerar profundas marcas e favorecer o surgimento da Síndrome pós-aborto (PAS).

Psiquiatras e psicólogos especializados em atender mulheres que abortaram alertam para o aumento dos transtornos emocionais causados pelo aborto provocado. Eles afirmam que os efeitos psicológicos do aborto são extremamente variados e não são determinados pela educação recebida ou pelo credo religioso. Esclarecem que a reação psicológica ao aborto espontâneo e ao aborto involuntário é diferente, está relacionada com as características de cada um desses dois eventos. O aborto espontâneo é um evento imprevisto e involuntário, enquanto o aborto provocado interrompendo o desenvolvimento do embrião ou do feto e extraindo-o do útero materno contempla a responsabilidade consciente da mãe. As mulheres que se submeteram ao aborto afirmam que a culpa não é gerada de fora para dentro, infundida nelas por outras pessoas ou pela religião, ao contrário, ela surge e cresce em seu mundo íntimo a partir do ato abortivo.

Os problemas emocionais gerados pelo aborto são tão graves, que em muitos países onde ele é legalizado, foram criadas, pelas próprias mulheres vitimadas pelo aborto, associações como a Women Exploited by Abortion (Mulheres Exploradas pelo Aborto) nos EUA, e a Asociación de Víctimas del Aborto (Associação de Vítimas do Aborto) na Espanha, que orientam e alertam sobre as consequências prejudiciais do aborto.

O aborto não é definitivamente uma "solução fácil" como afirmam muitos, mas um grave problema, um ato agressivo que terá repercussões contínuas na vida da mulher.

As consequências danosas provocadas pelo aborto à saúde mental nos países onde ele foi legalizado é tão grave como a depressão profunda, que o Royal College of Psychiatrists (associação dos psiquiatras britânicos e irlandeses), alertaram que a mulher deve ser comunicada para os graves riscos emocionas que se submete caso opte pela interrupção da gravidez.

Portanto, aborto nunca será uma solução, sempre um lado ou ambos serão prejudicados. Não é dando a mulher autonomia para matar seu filho dentro de seu ventre que resolveremos os problemas sociais. Isto não passa de demagogia. É necessário investir na educação das massas para prevenção da gravidez indesejada, mas jamais matar uma criança inocente. Os fins não podem justificar os meios.

A sociedade que apela para o aborto declara-se falida em suas bases educacionais, porque dá guarida à violência no que ela tem de pior, que é a pena de morte para inocentes. Compromete, portanto, o seu projeto mais sagrado que é o da construção da paz.

A Associação Médico-Espírita do Brasil reitera seu posicionamento contra qualquer forma de violência a uma nova vida que não põe em risco a vida materna e que surge aguardando o auxílio de braços fortes e sensíveis que lhe ampare em sua fragilidade.

Concitamos a todos os colegas das AMEs para continuarmos firmes em defesa da vida e da paz.


AME-Brasil
REFERÊNCIAS
1) ARAÚJO, Renata Castro Branco. O Sofrimento Psíquico na Pós-Modernidade: Uma Discussão Acerca dos Sintomas Atuais na Clínica Psicológica. Trabalho de Conclusão do Curso de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. Disponível em:http://www.psicologia.pt/artigos/textos/TL0311.pdf Acessado em 09/02/2016.
2) BAUMAN, Zygmunt. Ética Pós-moderna. São Paulo: Paulus Ed., 1997.
3) BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
4) BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2007.
5) BAUMAN, Zygmunt. Cegueira Moral. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2014
6) BERMAN, Marshall. Tudo que é Sólido Desmancha no Ar. São Paulo: Schwarce ed., 1986.
7) CÁCERES, Ana Carolina Dias 'Existo porque minha mãe não optou pelo aborto', diz jornalista com microcefalia. Disponível em:


8) LÖWI, Ilana. A rubéola levou à legalização do aborto no Reino Unido. O zika fará o mesmo no Brasil? Disponível em:http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/02/rubeola-levou-legalizacao-do... Acessado em 09/02/2016.
9) RAZZO, Francisco. Um novo nome para uma velha fantasia. Disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/um-novo-nome-para-uma-vel... Acessado em 09/02\/2016.