14.9.19

A TEORIA DA PRESCIÊNCIA EXPOSTA POR ALLAN KARDEC

O muro das lamentações, parte que sobrou "de um muro de arrimo que sustentava" o segundo Templo de Jerusalém


Jáder Sampaio


Estávamos discutindo o tema da transição , ao mesmo tempo falado e polêmico, em um grande centro espírita de Belo Horizonte, e retomamos os conceitos centrais do gênero apocalíptico, para argumentar em favor da existência de uma mentalidade apocalíptica existente em nossa cultura brasileira e cristã ocidental.

Os textos em que Kardec trata dos discursos apocalípticos de Jesus, geralmente conhecidos como o Sermão Profético, estão nos dois últimos capítulos do livro A Gênese. Para entendê-los, é necessário ler o capítulo 16, que trata da teoria da presciência.

Nesse capítulo em específico, Kardec não entende as predições como uma visão antecipada e detalhada dos fatos futuros, uma espécie de antevisão do que acontecerá. O vidente ou profeta não vê através do tempo segundo essa teoria. Allan Kardec faz uma imagem, de um homem que se encontra sobre uma montanha e é capaz de ver o caminho pelo qual um viajante irá trilhar. Ele é capaz de ver o que vem à frente, mas não é capaz de precisar exatamente quando o viajante chegará lá, porque o ritmo da caminhada depende do último. Dessa forma o fundador do espiritismo articula as ideias de livre arbítrio individual e presciência.

“... os detalhes e o modo de execução se encontram subordinados às circunstâncias e ao livre arbítrio dos homens, podem ser eventuais os caminhos e os meios” (cap. 16, item 14).

E para que não fique obscuro, Kardec exemplifica:

“É assim ... que os Espíritos podem, pelo conjunto das circunstâncias, prever que uma guerra se acha mais ou menos próxima, que é inevitável, sem, contudo, poderem predizer o dia em que começará, nem os incidentes pormenorizados que possam ser modificados pela vontade dos homens.”  (cap. 16, item 14)

E ao desenvolver essa questão, Kardec ainda reafirma:

“Por isso os Espíritos verdadeiramente sensatos nunca predizem coisa alguma para épocas determinadas, limitando-se a prevenir-nos do seguimento das coisas que nos seja útil conhecer.” (cap. 16, item 16)

Ao empregar o raciocínio da teoria da presciência para explicar a previsão de Jesus sobre a destruição do segundo templo de Jerusalém, se vê que possivelmente ele conhecia como agiam os romanos e como reagiam os judeus. Ele conhecia as histórias de resistência como a dos Macabeus contra a helenização do povo judeu por Epifanes Antíoco no século 2 a. C., mais que ninguém ele conhecia a esperança do surgimento de um messias guerreiro que salvaria o povo judeu da dominação romana, e também sabia que os romanos não perdoavam insurreições, destruindo, matando e repovoando os territórios com sua própria gente, geralmente militares que participaram das campanhas.

- Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada . (Mateus 24:2)


Como seria o segundo templo de Jerusalém

Disse Jesus sobre o Templo, talvez se referindo à civilização judaica nas terras da palestina.

Um participante da palestra reagiu.

- Isso não! Ele disse. Jesus sabia tudo!

Saber tudo, ou onisciência, seria uma qualidade de Deus, consequência de sua eternidade, segundo Fénelon, que julgamos, a partir do pensamento espírita, tratar-se de um ser distinto de Jesus e de todos os demais Espíritos. O opositor tem razão em nos questionar nossa capacidade de saber o que se passa ou não na mente de Jesus de Nazaré, mas se a teoria da presciência exposta em A Gênese, estiver correta, seria algo semelhante ao exposto que teria acontecido.

A divinização de Jesus é algo que dificilmente aconteceu na Judeia, tão ciosa de seu Deus Único. Possivelmente ocorreu na exposição do cristianismo à cultura romana, na qual a multiplicidade de deuses foi uma das formas encontradas para a consolidação do seu pacto civilizatório, e mesmo Jesus esteve próximo de ser aceito como Deus pelo senado romano.

- Eu fico com a minha ideia e você fica com a sua! Ele afirmou após uma tentativa de argumentação da minha parte. Só um reparo, não se trata da minha ideia, mas da teoria da presciência desenvolvida por Allan Kardec. No mais, ele ficará mesmo com sua ideia, graças à democracia e o laicismo do Estado brasileiro, que protege as crenças institucionalizadas e, ainda mais as crenças pessoais. Todavia, um exame rápido nos permite concluir que sua crença pessoal não é coerente com o pensamento espírita.

Estudar o espiritismo é aceitar a possibilidade de romper com o nosso passado atávico cultural e rever ideias à luz da razão e da evidência empírica. 

Referências:

FÉNELON. Tratado da existência e dos atributos de Deus: provas da existência de Deus. S.d., Salus, 2015. [Tradução de Roberto Leal Ferreira e comercialização sob a forma de e-book pela Amazon.com.br]

KARDEC, Allan. A gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo. Brasília, FEB, 2018. [Tradução da primeira edição francesa por Evandro Noleto Bezerra]

4.9.19

SENADO FEDERAL HOMENAGEIA BEZERRA DE MENEZES




O Senado Federal, a partir de iniciativa do senador Eduardo Girão e de parlamentares de orientação política diversa realizou uma sessão extraordinária para homenagear Adolfo (e não Antônio) Bezerra de Menezes, médico cearense, muito importante na história do espiritismo no Brasil.

Dois expositores espíritas trataram de Bezerra: Luciano Klein Filho, historiador e José Carlos de Lucca, juiz de direito.

Alexandre Caldini optou por falar do espiritismo para o público presente e a sociedade brasileira, escolhendo idéias básicas do pensamento espírita e expondo de maneira clara e fácil. Sua noção de religião é polêmica, mas se a religião for entendida como ele delimita o termo, o espiritismo não teria nada a ver com ela. 

Dois parlamentares, também falam rapidamente de Bezerra de Menezes, um deles se identificando com o espiritismo.

Recomendo aos leitores do Espiritismo Comentado que ouçam e reflitam sobre a homenagem prestada e a importância dos atos do homem que foi homenageado, bem como da imagem social que lhe é associada.

31.8.19

O ESPIRITISMO DA FRANÇA AO BRASIL


Capa do livro

Como foi escrito?

Os encontros nacionais da Liga de Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE são espécies de congressos, para os quais os membros da LIHPE submetem trabalhos escritos que são avaliados por pareceristas com formação acadêmica e conhecimento doutrinário, geralmente doutores e mestres em suas áreas de atuação, que recomendam aprovação, reprovação ou aprovação com correções. 

Para evitar viés e conflitos, os avaliadores não sabem quem escreveu o artigo que analisam e os autores não sabem quem avaliou. Esse sistema é conhecido como duplo-cego (blind review em inglês)

O tema de 2019 para o ENLIHPE foi "Allan Kardec: 150 anos depois". Ele visava obter trabalhos que tratassem como surgiu o espiritismo na França e como ele foi difundido pelo Brasil. Os trabalhos podem ser históricos ou de pesquisa, desde que bem escritos.

Os estudos escolhidos

Quatro trabalhos foram escolhidos para compor o presente livro e serem apresentados no 15º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo. 

O primeiro se atém às mudanças realizadas por Kardec em O livro dos espíritos, nas diversas edições que ele publicou ainda encarnado.

O segundo trabalho, ainda focalizado nos escritos do mestre francês, distingue reuniões mediúnicas de “auxílio ao próximo” de reuniões mediúnicas “voltadas para a pesquisa”. Ele descreve com detalhes o funcionamento do Grupo Lampejo, em Vitória – ES.

O terceiro trabalho tenta comparar textos ditados pelo espírito Camilo Castelo Branco, escritor português que se suicidou no século XIX, aos médiuns Fernando de Lacerda, Francisco Cândido Xavier e Yvonne A. Pereira. Detendo-se nas descrições que o escritor fez do próprio suicídio e suas primeiras impressões do mundo espiritual, o autor defende que dois médiuns que não se conheciam relatam eventos iguais, apesar de Yvonne escrever mais informações, e não há contradições.

O último trabalho nos leva ao último quartel do século XIX, e nos mostra as mulheres que participaram do início do movimento espírita no estado do Amazonas. Quem são? O que ficou registrado de sua ação no movimento espírita? Um início de um estudo de gênero no meio espírita, que possibilitará no futuro um entendimento do papel do movimento espírita na emancipação e atuação da mulher na sociedade.

Onde comprar?

O livro foi impresso a tempo do 15º ENLIHPE e já se encontra disponível para compra no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM).

Ele pode ser pedido pela internet na livraria do CCDPE-ECM no seguinte endereço: http://www.ccdpe.org.br/livraria/

Outro parceiro do CCDPE-ECM é a distribuidora Candeia, que vende e distribui não apenas esse mas todos os outros oito livros da Série Pesquisas Brasileiras do Espiritismo.

Ficha do Livro

Título: O espiritismo da França ao Brasil: estudos escolhidos
Organizadores: Jáder Sampaio e Marco Milani
Autores: Jáder Sampaio, Joselita Nobre, Lenara Nunes, Luana Poltronieri, Luís Jorge Lira Neto, Raphael Carneiro
Editoras: CCDPE-ECM, USE Estadual e LIHPE
128 páginas
Agosto de 2019
ISBN: 978-85-64907-10-2


30.8.19

O QUE ANDA FAZENDO O NUPES-UFJF?


O Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora mantém um espaço na internet para veicular entrevistas, informações e notícias chamado de TV NUPES. Esse espaço completou 5 anos e publicou acima uma análise das realizações do núcleo. O trabalho é expressivo, se considerarmos a produção universitária média brasileira. Orientações concluídas, trabalho interdisciplinar, parcerias institucionais e internacionais realizadas, professores internacionais trazidos ao Brasil, publicações, eventos... Vale a pena assistir por menos de quatro minutos para conhecer o que eles fazem.

O NUPES interessa ao movimento espírita por ter realizado trabalhos de pesquisa séria com médiuns, interessar-se pela questão da relação mente-cérebro e mais recentemente estar divulgando novos estudos sobre as novas concepções das relações entre ciência e religião.

27.8.19

BEZERRA E A ORQUESTRA DE ESCRAVOS


Ponte dos Jesuítas, na Fazenda Imperial Santa Cruz

Continuamos a leitura do livro A tragédia de Santa Maria em nossa reunião mediúnica, e mais uma surpresa nos aguardava. Minha esposa preparou o capítulo 5 da segunda parte, que trata da volta de Esmeralda ao Brasil, e das festividades preparadas para recebê-la. Não acontece muita coisa no enredo literário, mas, mais uma vez, Bezerra de Menezes se aproveita da narrativa para tratar de uma questão que lhe foi muito cara em vida: a abolição da escravatura.

A primeira surpresa do capítulo é a preparação de uma orquestra de escravos para receber Esmeralda. Orquestra de escravos? Nunca havia ouvido falar nisso, e parti para a internet em busca de informações. Qual não foi minha surpresa quando encontrei uma orquestra de escravos na região em que a história se passa.

O comendador Souza Breves, considerado o maior senhor de escravos do Brasil Imperial, mantinha uma orquestra de escravos em suas propriedades para tocar em suas festas. Souza Breves era dono de fazendas na região de Piraí - RJ, situada no Vale do Paraíba a uma altitude de 387 metros do nível do mar.


Comendador Souza Breves

Os dados biográficos do Comendador Souza Breves não o tornam candidato a ser o personagem do livro, mas a localização e a altitude de tornam a região bem passível de ser próxima da Fazenda Santa Maria, quem sabe vizinha das fazendas de Souza Breves.

Ribeiro e Nogueira (2016) escreveram um artigo para a revista "Anais do museu paulista: história e cultura material" (1) , na qual, coincidentemente, explicam que em uma fazenda chamada Santa Maria, da região de Campinas-SP, havia uma orquestra de escravos (p. 64),  dirigida pelo maestro, compositor e professor Sabino Antônio da Silva, que morou por cerca de três anos na referida fazenda.



Fazenda Imperial Santa Cruz

Outro exemplo da existência de orquestras de escravos no Brasil Colônia e no Brasil Império é a Fazenda Imperial de Santa Cruz, fundada em 1556, no Rio de Janeiro. Na Wikipédia se aponta o funcionamento de "uma Escola de Música, de uma Orquestra e de um Coral, integrados por escravos, que tocavam e cantavam nas missas e nas festividades quer na Fazenda, quer na Capital da Capitania"

Dá para ver que a novela de Bezerra de Menezes apresenta alguns detalhes pouco conhecidos de quando viveu, especialmente com relação à escravidão. Ela também retrata uma época e os costumes da sociedade fluminense em que viveu. Embora não se possa falar em prova, é uma boa pista que o autor espiritual deixa no texto indicando sua autoria.


(1) http://dx.doi.org/10.1590/1982-02672016v24n0202


20.8.19

NOVA EDIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS




No dia 30 de julho publicamos no Espiritismo Comentado uma matéria sobre os lugares em que se encontravam os livros Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização de terceiro setor". 

Dias depois recebi um telefonema da Dra. Júlia Nezu, presidente do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, com uma proposta direta: 

- Vamos reimprimir o livro?

Estávamos na reta final da impressão do livro "O espiritismo da França ao Brasil: estudos escolhidos", mas a oportunidade era clara. Haveria trabalho para a nova reimpressão, mas boa parte dele cabia ao editor, e a nós caberia responder prontamente às demandas.

Para minha surpresa, vinte dias depois, chega uma caixa de livros trazida por transportadora. Abri os livros e eles ainda traziam aquele cheirinho de recém-impresso, que tantas pessoas apreciam. Os trabalhadores de São Paulo não "brincam em serviço".

O "Voluntários" é nossa tese de doutoramento, defendida em 2004, diante de uma banca muito dedicada e a presença de muitos amigos do meio espírita, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA-USP. 

Motivação, cultura organizacional, uma proposta de modelo para pesquisar a motivação de voluntários, como o espiritismo vê o mundo e o homem, a história da Creche Futuro, sua estrutura e organização no tempo, seus voluntários e o paradoxo da satisfação e sofrimento em seu trabalho são os principais temas do livro. 

Agora que estamos com os livros novamente no mercado editorial, quem sabe não teremos novos trabalhos acadêmicos e no meio espírita que darão sequência ao que se iniciou com esse livro?



Quem estiver no 15º Enlihpe, em Fortaleza-CE, terá acesso a este livro e ao livro com os trabalhos escolhidos do evento: O espiritismo da França ao Brasil

Título: Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor
Autor: Jáder dos Reis Sampaio
Organizadoras: Cléria Bittar e Nádia Marcondes Luz
Editora: CCDPE-ECM e LIHPE
Coleção: Espiritismo na Universidade
248 páginas
23 x 16 cm
35 reais

Pedidos: pelo e-mail contato@ccdpe.org.br e em breve pela internet no www.ccdpe.org.br


10.8.19

YVONNE PEREIRA, AS IRMÃS DE SION E OS DETALHES DE SUAS NARRATIVAS



Estamos estudando o livro “A Tragédia de Santa Maria”, ditado por Bezerra de Menezes a Yvonne Pereira e publicado pela Federação Espírita Brasileira, em nossa reunião de sábado.

Fiquei encarregado do capítulo 4 da segunda parte, que, a princípio, seria apenas uma mera narrativa do encontro dos personagens Esmeralda e Bentinho, via correspondência em Portugal e pessoalmente na Suíça.

Inicialmente é a descrição de um piano Pleyel para concertos, que é o tipo tocado por Chopin, por exemplo. Segundo o site do fabricante, ele começa a ser fabricado em 1807 (pleyel.com), ou seja, é provável que fosse comercializado e disponível em Portugal nos anos 1880.



Ao ler com cuidado, observam-se alguns detalhes muito curiosos. Primeiro é a descrição de flores e árvores da Quinta Feliz, em Coimbra-Portugal. Tive a curiosidade de procurar uma por uma na internet, e todas elas são encontradas no país lusitano. Algumas são trazidas de outros lugares, e são encontradas lá na época dos eventos da novela.

Depois, quando os personagens vão à Suíça, passar férias, a vegetação descrita é diferente e muito coerente com altitudes maiores e clima mais frio. Não há nenhuma flor igual à da primeira descrição. Algo muito difícil de ser feito apenas com imaginação, especialmente por uma pessoa que nunca saiu do Brasil.

O mais curioso, no entanto, é uma pequena frase escrita por Bentinho. Ele havia sido informado que Esmeralda iria estudar no “Educandário das Freiras de Sion em Paris”. À primeira vista, pareceu-me muito estranho. Freiras de Sion? Lembrei-me inicialmente do Sionismo, que era um movimento para a formação do estado de Israel. Olhando no dicionário, vi que Sion é uma palavra que originalmente designava uma fortaleza próxima a Jerusalém e que passou a ser usada para significar “a terra prometida dos Judeus”.

O que algo Judeu teria a ver com a igreja? Freiras de Sion? Saí à procura da expressão “Nossa Senhora de Sion”, em busca de alguma ordem religiosa católica, e da explicação do nome. Deu para descobrir muita coisa.

Théodore Ratisbonne era um descendente de judeus da cidade de Estrasburgo que se converteu ao cristianismo em 1827, ano em que batizou-se. Os textos consultados apontam para uma conversão pessoal, simultânea à conversão de outros amigos. Posteriormente ele converteu também seu irmão Alphonse, estudou e foi ordenado padre em 1830.



Alphonse o convenceu a fundar um espaço para a educação (catecumenato, segundo alguns autores) de filhas de judeus convertidos, em 1842, ano em que se encontrava em Paris. Eles fundaram, então a ordem de Nossa Senhora de Sion, com o objetivo de converter judeus à fé cristã. A ordem foi reconhecida por Roma em 1842. 

Nesse ponto da história, estava achando que havia algum erro na narrativa do médico dos pobres-espírito. Esmeralda não era descendente de judeus, mas uma filha de latifundiário brasileiro em estudo na Europa. Por que ela estudaria em uma instituição dessa ordem?

Entre 1843 e 1884, a ordem foi crescendo e criou uma espécie de segundo objetivo. Criou 13 internatos de elite, em decorrência da reputação de Madre Rose Valentin. Os internatos lhe davam recursos para que ela pudesse dar consecução ao seu objetivo maior que era a conversão de judeus. (E assim o foi até o Concílio Vaticano Segundo, no século 20).

Bezerra de Menezes estava certo. Havia em Paris uma ordem das freiras de Sion e um internato para moças da elite!

Passados alguns anos, o governo francês promoveu reformas de laicização do ensino, especialmente o fundamental, que envolveu gratuidade e a obrigatoriedade do primário. Algumas das irmãs foram, então, convidadas a fundar uma instituição de ensino aos moldes franceses no Rio de Janeiro, pela nobreza brasileira com o apoio da princesa Isabel. Elas vieram em 1888.

Encontrei uma escola das Irmãs de Sion em Paris, mas parece ter sido fundada no século 20, em parceria com outra ordem religiosa. 

A questão dos detalhes da literatura produzida por Yvonne Pereira, em contato com os autores espirituais é impressionante. Autores contemporâneos que fazem literatura com temas históricos, como Ken Follet, têm um número enorme de consultores, que são especialistas em aspectos pontuais da história e que o permitem escrever sem cometer equívocos. Yvonne tinha apenas lápis, papel e a assistência dos espíritos que lhe contavam as histórias.

5.8.19

CONVERSANDO SOBRE O CONVERSANDO



Fui convidado pelo Lourenço para fazer o Seminário "Conversando com os Espíritos" no Cenáculo Espírita Thiago Maior. Interessado e responsável, meu amigo leu o livro, e foi lendo os demais que escrevi, organizei ou psicografei. Acho que ele se tornou um bom especialista do que escrevi.

Nas atividades de preparação, Lourenço fez uma lista de questões sobre o livro, bem interessantes, do tipo que faz pensar. Esbocei as respostas de cada pergunta e levei, mas quando iniciamos o seminário, ele se tornou uma espécie de simpósio, porque na primeira hora e meia o público presente me sabatinou. Parte do público havia lido o livro, parte não. Então a segunda parte ficou para uma exposição mais sistemática do conteúdo, e não deu tempo para tratar das perguntas do Lourenço.

Agora que praticamente passaram os encargos com a organização do 15º Enlihpe, vamos publicar aos poucos as perguntas "lourencianas" e nossas respostas e comentários. Espero que sejam úteis aos interessados em mediunidade e espiritismo.


30.7.19

VOLUNTÁRIOS À VENDA! POUCOS EXEMPLARES.



Estive recordando da minha tese de doutorado, realizada em uma instituição espírita de Belo Horizonte para o 1º Encontro das Casas Espíritas do Entorno do Hospital Espírita André Luiz. 

Na parte teórica estudamos três gigantes dos estudos da motivação: Abraham Maslow, David McClelland e Josph Nuttin. Dos três capítulos, ainda hoje o mais citado é o de Maslow, porque mostramos que ele desenvolveu uma teoria muito mais ampla que as citadas em palestras motivacionais e manuais de administração. Bastou que tivéssemos lido todos os seus livros e artigos disponíveis.

A tese trata da motivação e sofrimento psíquico de voluntários e depois escrevemos sobre os mecanismos de defesa que eles desenvolvem nos grupos espíritas. Esse trabalho "virou" capítulo de livro e foi comunicado em congresso nacional.

Ela trata também da história da creche estudada, suas estruturas organizacionais ao longo do tempo, sua cultura e todas as atividades que se fazia àquela época. Isso foi a base para um diálogo de muitos meses com os dirigentes da mesma.

Aproveitamos para sintetizar as pesquisas que antropólogos realizaram sobre o movimento espírita no Brasil, as que falavam das atividades sociais espíritas,e propusemos um ethos e visão de mundo para o movimento espírita brasileiro. Eu nunca tentei publicar esse artigo em separado. Uma pena!

A tese tornou-se livro e esse esgotou-se em pouco mais de dois anos. Para minha surpresa, encontrei alguns lugares que ainda estão vendendo o livro novo e usado. Seguem os links desses lugares para quem se interessar:

Amazon do Brasil

https://www.amazon.com.br/Volunt%C3%A1rios-J%C3%A1der-dos-Reis-Sampaio/dp/8560114173

Estante Virtual

https://www.estantevirtual.com.br/livros/jader-dos-reis-sampaio/voluntarios

Livraria Universo Espírita

https://www.livrariauniversoespirita.com.br/livros/estudos-e-pesquisas/voluntarios-sampaio-jader-dos-reis/



27.7.19

15º ENLIHPE: EURÍPEDES VELLOSO


Teremos nos dias 24 e 25 de Agosto, em Fortaleza-CE, na sede da Federação Espírita do Estado do Ceará o 15º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

Vamos divulgar no Espiritismo Comentado algumas das atividades, trabalhos e expositores que estarão presentes. Começarei a falar de Eurípedes Velloso de Mattos, conhecido na intimidade por Lipa.

Eurípedes é licenciado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e assessor responsável pelo Centro de Memória da Federação Espírita do Estado de Goiás.  

O Centro é uma expansão do Projeto Memória, que começou com a publicação de dois livros que recuperam registros, recordações, histórias e imagens do movimento espírita do estado de Goiás. Seus títulos são: Os Primórdios do Espiritismo em Goiás e Raízes Espíritas: Região Metropolitana, ambos publicados pela federativa. Já escrevemos sobre eles no Espiritismo Comentado em: https://espiritismocomentado.blogspot.com/search/label/Mem%C3%B3ria%20Esp%C3%ADrita%20do%20Estado%20de%20Goi%C3%A1s

Para nossa grata surpresa, Lipa acaba de publicar o livro A Peregrinação do Verbo, pela Federação Espírita do Estado de Goiás. Nesse livro ele faz referência à visão de Jesus no universo dos evangelhos de João: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós" (João 1:14). A peregrinação do verbo é a mensagem cristã, que circula pelo mundo depois de Jesus, seus divulgadores e sua expressão no meio espírita. Folheando o meu original, vejo que o autor trata das expressões do pensamento e da arte cristãs em diversos momentos da história, incluindo aí o movimento espírita na França e no Brasil. 


O que é e o quais são os projetos para o Centro de Memória em Goiás? Este é o desafio do seu assessor na mesa sobre instituições espíritas ligadas à memória e história, que se fará no final da tarde de sábado e que contará também com o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro e com o Instituto de Pesquisa Espírita do Ceará.

Os livros de Lipa estarão à venda e poderão ser autografados pelo autor no 15º ENLIHPE.

22.7.19

A HISTÓRIA DA PESQUISA DA EDIÇÃO DEFINITIVA DE "A GÊNESE"




Incorporei este post no Espiritismo Comentado para o participante que ainda não se inscreveu nas apresentações de Simoni Privato. Aqui ela nos mostra como foi a origem e a busca bibliográfica da pesquisa para responder a questão da edição definitiva de A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo.

16.7.19

15 ENLIHPE EM FORTALEZA-CE: SAIU A PROGRAMAÇÃO





15º ENLIHPE      

Tema central: Allan Kardec: 150 anos depois

PROGRAMAÇÃO – 24/08/19


Abaixo o link para inscrições gratuitas:



Sábado

08:00            Recepção, credenciamento e entrega de material

08:25 Abertura

Palavras iniciais:
Federação Espírita do Estado do Ceará
União das Sociedades Espíritas de São Paulo
Federação Espírita do Estado do Espírito Santo
Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro
Liga de Pesquisadores do Espiritismo

Trabalho 1 - Reuniões Mediúnicas voltadas à pesquisa espírita conforme orientações de Allan Kardec – Luana Poltronieri de Souza e Raphael Vivacqua Carneiro

Trabalho 2 – Os livros dos espíritos: uma análise comparativa entre a 1ª, 2ª e até a 16ª edições – Luis Jorge Lira Neto

Intervalo da manhã e autógrafo de livros: Os monumentos gêmeos: Allan Kardec entre Niterói e Lyon – Olivier Geneviève e Paulo Sérgio Manhães Peixoto e do livro “O espiritismo da França ao Brasil: estudos escolhidos” – USE-SP e LIHPE  (20 minutos)

Oficina 1: A cientificidade do trabalho de Allan Kardec – IPCE - Maurício Mendonça

Almoço

Palestra: “Em busca de Yvonne Pereira: o trabalho de recuperação da memória da médium fluminense” - Pedro Camilo

Trabalho 3- Comparando informações mediúnicas após Allan Kardec: o caso de Camilo Castelo Branco – Jáder dos Reis Sampaio

Intervalo da tarde e autógrafos: Livros sobre Yvonne Pereira de autoria de Pedro Camilo

Oficina 2: Busca e tratamento das fontes da história do espiritismo – Luciano Klein Filho e Samuel Nunes Magalhães

Homenagem: Deolindo Amorim

Mesa de instituições: Centro de Memória da Federação Espírita de Goiás, Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro, Instituto de Pesquisa Espírita do Ceará.

18:30 Encerramento das atividades do dia

Autógrafos: Livros da série Memória Espírita do Estado de Goiás - Eurípedes Veloso de Matos

18:45 Reunião presencial-administrativa da LIHPE





PROGRAMAÇÃO – 25/08/19

Domingo

8:00   Abertura

Conferência de Prof. Convidado: O que é e como funciona o Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da Universidade Federal de Juiz de Fora – MG – Alexander Moreira-Almeida

Oficina 2: Trabalhando com as fontes históricas de centros espíritas: um estudo de caso - Angélica Almeida

Trabalho 4 – As pioneiras: a atuação feminina nos primórdios do espiritismo do Amazonas Lenara Barros Muniz P. Nunes e Joselita Cármen A. A. Nobre

Intervalo e autógrafo de livros: O espiritismo em perspectivas.

Mesa sobre livro: Espiritismo em Perspectivas – Autores: Marcelo Gulão, Humberto Schubert, André Seal, Adriana Gomes, Angélica Almeida e Alexandre Caroli

11:55 Encerramento



Apoio institucional

Federação Espírita do Estado do Ceará
União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo
Federação Espírita do Estado do Espírito Santo
Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro


                        

4.7.19

DO TRATAMENTO DE UM CÂNCER À FORMAÇÃO DO MOVIMENTO DA FRATERNIDADE EM BELO HORIZONTE - MG





Marcelo Orsini entrevistou Ed Soares, filho de Jair e Ló, em 2017, em um vídeo de pouco mais de 40 minutos. Jair e Ló são personagens importantes, praticamente considerados fundadores do Movimento da Fraternidade. Ló tinha um diagnóstico de câncer, do qual teria sido curada pela Irmã Scheilla em reunião mediúnica de materialização. Além das curiosidades sobre as materializações que se iniciaram em sua casa, no bairro Santa Tereza, Ed fala pontualmente do surgimento e desenvolvimento do Movimento da Fraternidade.

Ed explica que Chico Xavier participou de algumas das reuniões do grupo, como assistente, e os espíritos assinam o verso de documentos da fundação do Hospital André Luiz. Talvez algumas das narrativas de livros como “Missionários da Luz” e “Nos domínios da mediunidade” façam referências a essas reuniões.

A entrevista remete aos dois livros com o mesmo título escritos por Ranieri e Dante Labate (Materializações Luminosas) sobre a fenomenologia e a memória dos grupos envolvidos.

É interessante a relação de tutela que se estabelecia entre a administração das casas espíritas e a espiritualidade, de cuja diminuição se queixa o entrevistado.

Este vídeo é uma fonte histórica muito interessante, porque reproduz não apenas os relatos, mas também a compreensão e a organização dos atores sociais dos anos 1950 e seguintes, possibilitando um entendimento maior da constituição do movimento espírita nos grupos que se filiaram ao Movimento da Fraternidade.

Agradeço ao Leandro Soares a divulgação dessa entrevista.

3.7.19

III CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICOLOGIA E ESPIRITISMO




A ABRAPE - Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas organizou este ano o III Congresso Brasileiro de Psicologia e Espiritismo: Psicologia, Espiritualidade e Ética nas Relações Humanas. A programação é variada e contém muitos trabalhos sobre religião e religiosidade. Há também abordagens psicológicas de temas espíritas.

A psicóloga Ercília Zilli, da ABRAPE, é mestre em ciência da religião, o que mostra esse empenho no diálogo interreligioso do evento. Por muitos anos a formação dos psicólogos, marcada pelo materialismo subjacente a instituições de ensino superior e pesquisa, não contemplava disciplinas sobre religião, religiosidade e espiritualidade, como se não fossem senão uma ilusão ou algo pouco relevante para o entendimento psicológico do ser humano. Mais recentemente, tanto na psicologia como na saúde em geral estas questões têm sido objeto de pesquisa e formação dos profissionais da área.

O congresso, portanto, é uma oportunidade de se aprender sobre o judaísmo, o cristianismo, o culto Iorubá e, obviamente, o espiritismo. Nesta perspectiva, ele interessa aos psicólogos em geral, não importa a filiação religiosa ou mesmo seu ateísmo.

Vamos tratar de alguns conceitos de psicologia humanista que vimos empregando no diálogo com espíritos desencarnados em reuniões mediúnicas, nos últimos 30 anos. Eles foram tratados no livro Conversando com os Espíritos, base dos seminários que temos realizado nas casas espíritas no último ano.

Penso que o evento é voltado aos psicólogos espíritas, mas é do interesse dos espíritas em geral. 

A organização agradece a divulgação do evento nas mídias sociais.

27.6.19

O LEGADO DE ALLAN KARDEC





Conheci a Simoni Privato inicialmente na leitura de seu livro em espanhol. Até onde sei, ela havia sido consultada pelo presidente da Confederação Espírita Argentina (CEA) sobre que edição do livro "A Gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo", de Allan Kardec, deveria ser publicada em espanhol. Um debate no movimento espírita francês, antigo, ocorrido no século XIX, justificava a questão.

Em vez de dar uma resposta rápida, considerando a seriedade da missão que lhe foi confiada, ela começou a estudar a história das diferentes edições de A Gênese, pesquisou documentos na Biblioteca Nacional da França e, de repente, se viu em meio a uma aventura intelectual: vasculhar no passado as migalhas de pão deixadas pelos documentos para recuperar a história de um livro e de um movimento intelectual francês do século XIX, após a desencarnação de seu fundador.

O livro dela, hoje publicado em português pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, em parceria com a USE-SP, não apenas fundamenta sua resposta à CEA, mas conta o que ela descobriu em meio à busca por livros, documentos, revistas e muitas outras fontes históricas que compilou.

Esta é a primeira de uma série de vídeos que ela deve fazer sobre sua aventura, e deve visar atrair os interessados a assistir e comentar tudo o que descobriu e deduziu. Nele ela fala um pouco de si mesma, apresenta de forma discreta suas credenciais, que mostram onde adquiriu expertise para fazer o que se propôs. Compartilha conosco um pouco de suas lutas e dificuldades e assegura o total desinteresse econômico de sua empreitada, realizada por amor e dedicação ao espiritismo e à importância que ela dá à doutrina para sua vida, e para a dos que desejam compartilhar sua ética.

Como gostei do trabalho, compartilho com os leitores do Espiritismo Comentado, que passam a poder acompanhar a exposição da pesquisa pela própria autora a partir de agora.

13.6.19

ESPIRITISMO NO SHOPPING CENTER




Todos nós sabemos que o principal lugar de espiritismo é o centro espírita. Todavia, para que o movimento espírita possa ter novos membros, são necessárias iniciativas de divulgação da doutrina para o público em geral. Como uma pessoa pode se interessar por alguma coisa que desconhece?

Por essa razão, cada vez mais o movimento espírita cria espaços de divulgação voltados ao grande público, seja via internet, seja organizando eventos em auditórios de escolas, teatros e hotéis, seja levando o livro espírita para além das livrarias em centros espíritas.

Tem muitos anos que frequento livrarias, e há uns trinta anos, os livros espíritas só eram encontrados em livrarias de centros espíritas e em sebos. Alguém dava uma “limpa” em casa, e alguns livros iam parar nas prateleiras empoeiradas. 

Aqui em Belo Horizonte, um dos lugares em que eu achava livros raros era o “sebo do Amadeu”, lugar obrigatório para os estudantes que tinham dinheiro a menos. Sempre conversava com ele, que conhecia os livros espíritas, e à época eu procurava o “História do Espiritismo”. Amadeu me dizia que todo mundo só conhecia os livros de Sherlock Holmes, escritos pelo Conan Doyle, mas que ele sabia que o livro que eu procurava existia. Comprei lá muitos livros de Leopoldo Machado, amarelados, hoje muito raros porque não houve reedição.

Há algum tempo, eu estava passeando com a família no Boulevard Shopping, em Belo Horizonte-MG, quando entramos na livraria Leitura. As meninas sempre têm alguma coisa para comprar na papelaria, e tanto eu como minha esposa gostamos de olhar os livros expostos, às vezes comprar algum. Encontrei a Maria, da editora Lachâtre, no meio das estantes com os livros na “vertical”. Não consegui me conter e perguntei:

- O “Conversando com os Espíritos” está exposto? 

Conversando com os espíritos, como os leitores do Espiritismo Comentado sabem, é o nosso último livro. Trata do atendimento ou diálogo com espíritos em sofrimento, através da mediunidade. Faz uma aproximação entre a relação de ajuda da psicologia humanista e a atividade que fazemos há muitos anos nas reuniões mediúnicas espíritas.



Incansável, a Maria consultou o sistema e informou que havia três na loja, mas que deviam estar no estoque. Terminamos as compras, despedimo-nos, e ela ainda estava às voltas com o livro.

À noitinha chegou a foto dos três livros na estante, no meio de livros espíritas e espiritualistas. 

Não sei se os frequentadores da Leitura “acham” meu livro na estante. Ele está escondidinho, no meio de muitos livros espíritas e “nem tanto”. Na verdade, quando vi, estava no meio dos “nem tanto”, o que deve causar uma má impressão inicial aos espíritas.

Ainda falta um pouco de boa vontade para nossos livros ficaram expostos na área nobre, ao alcance das vistas, reservada geralmente para os “best sellers”, romances, biográficos e clássicos.

Contudo, quando o leitor for ao shopping tomar um sorvete, assistir ao cinema, comer uma pizza, fazer compras ou simplesmente passear, acho que vai se lembrar que já existem muitos livros espíritas aguardando serem comprados nas grandes livrarias. Inclusive os nossos.

10.6.19

DESCARTES E KARDEC NA REVISTA REFORMADOR




A revista Reformador publicou este mês, junho de 2019, o nosso ensaio “René Descartes e Allan Kardec: conceito e atributos de Deus”. Esse trabalho argumenta que há um possível diálogo entre as ideias que Kardec trocou com os espíritos e alguns conceitos do “pai do racionalismo” francês.

Descartes parte do “cogito”, postulado principal de seu sistema filosófico, para concluir a existência de Deus, na segunda meditação cartesiana. O artigo trata também da questão 7 de O livro dos espíritos, cuja questão foi reescrita na segunda edição francesa, na qual Kardec discute uma questão antiga da filosofia que associa Deus ao conceito de infinito. 

Ainda nesse trabalho tratam-se das três substâncias (ousias) cartesianas existentes, como descritas pelo filósofo francês: a res infinita ou res divina (ou Deus, como afirma Kardec); a res cogitans (ou espírito, com e minúsculo, como pensa Kardec) e a res extensa (ou matéria, em Allan Kardec). 

A revista mensal publicada pela Federação Espírita Brasileira (Reformador) pode ser assinada em formato digital ou impresso. A anuidade atual da assinatura digital é de 50 reais e pode ser feita em https://www.souleitorespirita.com.br/loja2/ Mais informações no mesmo site. O formato digital pode ser lido em computadores, notebooks, smartphones e outros aparelhos digitais de imagem.

Mais informações em http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/contato/