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3.7.07

ESPIRITISMO COMENTADO ENTREVISTA ANTÔNIO LEITE: O ESPIRITISMO EM NOVA YORK

O Blog Espiritismo Comentado fez uma série de entrevistas com Antônio Leite sobre o Espiritismo nos Estados Unidos. Elas serão publicadas durante o mês de julho.
(Foto 1: Palestra de Antônio no Spiritist Group of New York)



EC: Antônio, Você poderia se apresentar aos nossos leitores?
Antônio: Bem, meu nome completo é Antonio Cunha Lacerda Leite, mas aqui em Nova Iorque, bem como no meio espírita, e mais especificamente na internet, eu sou conhecido como Antonio Leite, apenas. Sou natural do Estado do Ceará, onde nasci, mas antes de completar dois anos de idade, a minha família mudou-se para o antigo Estado de Mato Grosso. Passei a maior parte da minha vida em duas cidades do atual Estado de Mato Grosso do Sul, Pedro Gomes e Campo Grande, a Capital do Estado. Vivi também entre os anos de 1970 a 1977 na cidade do Rio de Janeiro, onde ingressei na Faculdade Cândido Mendes, para cursar Administração de Empresas. Venho de família católica praticante, especialmente a minha mãe, que tinha como seu grande sonho, ter um filho padre. A propósito, eu sou um dos quatro filhos que estudaram no Seminário Diocesano de Campo Grande, o qual era de regime fechado à época, onde permaneci durante três anos e meio.
Por volta do ano de 1977, oportunidade em que retornei do Rio de Janeiro para a cidade de Campo Grande-MS, travei contacto com a Doutrina Espírita. Este incidente foi de grande importância na minha vida, pois eu vivia naquela constante insatisfação por não ter condições de obter respostas satisfatórias às minhas inquirições filosófico-existenciais. O meu contato inicial com a Doutrina Espírita, o que faço questão de enfatizar, deu-se mais diretamente por intermédio do estudo das obras básicas da codificação e autores espíritas clássicos, do que pela participação no movimento espírita. Como sempre fui um leitor voraz. Ao me deparar com os conhecimentos espíritas e a medida que lia e os estudava, aquilo fluía de maneira muito natural e agradável para mim, tendo a impressão de que já houvera tido contato com tudo aquilo anteriormente. Obviamente que depois de algum tempo de estudo, comecei a me integrar no movimento espírita. Anos depois me casei e introduzi o espiritismo para minha esposa, que também vinha de família católica. O nosso único filho foi também, muito cedo, levado a participar das aulas de evangelização.
Com o meu retorno da cidade do Rio de Janeiro para Campo Grande-MS, tomei a decisão de parar com o curso de Administração de Empresas e ingressei nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso, onde me graduei em Direito e passei a exercer a advocacia naquela cidade. Passados alguns anos na prática da advocacia e não me encontrando muito satisfeito com a profissão, decidimos dar uma guinada de trezentos e sessenta graus e vir morar em Nova Iorque, onde nos encontramos desde o mês de Julho de 1994.

Foto 2: O médium baiano José Medrado, João e Jussara Korngold (à direita), Antônio Leite e a secretária de Medrado em um evento promovido pelo SGNY e um grupo espírita de New Jersey, com a participação de mais de cem pessoas.

EC: Que sociedades espíritas você freqüentou em Nova York?
Antônio: Eu imaginava não existir centros espíritas por aqui. Qual não foi a minha surpresa ao chegar aqui e descobrir um pertinho da nossa casa, o Allan Kardec Doctrinal Society. Passamos a freqüentar as reuniões de estudos deste centro, aos domingos. Depois de alguns meses, a pessoa responsável pela condução desta reunião de estudos, a Norma Guimarães, resolveu fundar um novo centro com um grupo de amigos. Passamos a freqüentar esta nova casa, o Allan Kardec Spiritist Center, e em seguida nos envolvemos com as atividades de estudos espíritas dirigido aos jovens. Durante cinco anos, a minha esposa e eu, conduzimos os estudos com jovens na faixa etária entre 12 a 16 anos, o que foi uma maravilhosa experiência de aprendizado para todos nós. Um dos alunos da turma era o nosso filho, o qual tinha quase nove anos, quando viemos para os Estados Unidos. Dentre os estudos que desenvolvemos com esses jovens neste período, podemos mencionar o do The Spirits' Book [com a Introdução, inclusive], bem como o interessante livrinho do Sir Arthur Conan Doyle, The New Revelation, que todos gostaram muito. A menção dos títulos em inglês é proposital, para enfatizar que todos os estudos eram desenvolvidos na língua inglesa, o que parece ser o óbvio, mas nem todo mundo encarava a questão assim. Imagino que hoje isto seja um problema superado.
Em abril de 2001 nos unimos a um grupo de pessoas lideradas pelo casal Jussara & João Korngold, para iniciar um grupo espírita voltado para o público americano, ou seja, com atividades exclusivamente em inglês. Assim surgiu o Spiritist Group of New York, que tem feito desde a sua fundação um trabalho extraordinário, inclusive na área de traduções. Participamos ativamente das atividades e da direção deste grupo por um período de aproximadamente três anos, na condição de vice-presidente do mesmo. Ultimamente, não temos participado ativa e sistematicamente dos trabalhos semanais do grupo, o que fazemos esporadicamente, na medida das nossas possibilidades, neste e em outros grupos com os quais mantemos contatos. Recentemente, fizemos uma pequena palestra no SGNY, cujo tema foi: Spiritism, Spiritualism and The New Revelation.
No momento, o grupo espírita do qual eu participo ativa e sistematicamente de suas atividades, é o GEAE-Grupo de Estudos Avançados Espíritas. O GEAE é um grupo de estudos espíritas virtual, já com quase dezesseis anos de atividades ininterruptas, do qual sou um dos membros do Conselho Editorial e responsável pela elaboração, em conjunto com outros membros, do boletim em inglês, o The Spiritist Messenger.

EC: Que público geralmente frequenta o Spiritist Group of New York? Norte americanos ou latino americanos?
Antônio: No caso do Spiritist Group of New York e outros em que as atividades são todas em língua inglesa, eu diria que há uma participação de mais ou menos uns quarenta por cento de americanos. Nos centros espíritas em que as atividades são desenvolvidas em língua portuguesa, a quase absoluta maioria dos participantes são de brasileiros. Os norte-americanos que eventualmente comparecem aos encontros desses grupos, o fazem porque tem vínculos familiares ou afetivos com brasileiros e os acompanham, mas efetivamente não participam, pois não entendem a língua. O americano, com raras exceções, fala apenas o inglês. Já os latino-americanos participam em número um pouco maior, muito embora eles prefiram, por razões óbvias, participar de centros onde as atividades são desenvolvidas em espanhol.

EC: Que atividades são realizadas no Spiritist Group of New York?
Antônio: As atividades que se realizam semanalmente no grupo, o que pode inclusive ser checado no website do mesmo, são as seguintes: reunião mediúnica às segundas-feiras; reunião pública de estudos nas quintas-feiras, no momento, estudo de O Livro dos Espíritos (The Spirits' Book); reunião pública de estudos nos primeiros e terceiros domingos de cada mês, sendo que no momento estão sendo estudados, respectivamente, Os Mensageiros (The Messengers) de André Luiz, e o Evangelho Segundo o Espiritismo (The Gospel According to Spiritism).
Clique no título e acesse o site do SGNY. Continua.