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24.1.18

AFINAL DE CONTAS O QUE É A LIHPE E O QUE É O 14o. ENLIHPE?


Entrevista com a Coordenação Geral do 14o. ENLIHPE



Pergunta: A LIHPE é um grupo de pesquisadores espíritas ou inclui pessoas não espíritas com pesquisas sobre espiritismo?

Coordenação Geral: A Liga de Pesquisadores do Espiritismo – LIHPE, foi criada por Eduardo Carvalho Monteiro (SP) para aproximar pessoas interessadas na preservação da memória do espiritismo, em forma de rede. Depois o grupo ampliou a esfera de interesses para as mais diferentes áreas do conhecimento com algum  interesse comum com o espiritismo. 

Como foi criada por membros do movimento espírita, atraiu muitos espíritas inicialmente. Depois vieram pessoas do meio acadêmico interessadas no espiritismo, mas não necessariamente espíritas. Posteriormente publicamos trabalhos exclusivamente acadêmicos, tratando do espiritismo como movimento, da história de pessoas ligadas ao meio espírita, e de reflexões sobre o serviço social espírita. 

Acho que a resposta mais honesta é que estamos na fronteira entre o meio espírita e a universidade. Isso às vezes não é favorável, porque alguém da Universidade fica receoso de publicar seu trabalho em nossas formas de publicação e não ter reconhecimento acadêmico, ou um estudioso espírita fica receoso de submeter seu trabalho a um evento nosso e ele não atender aos critérios de pesquisa formal. Isso, contudo, não nos fez ainda migrar para um ou outro espaço institucional e permanecer apenas lá.


Pergunta: O que é o Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo – ENLIHPE?

Coordenação Geral: Como o contato dos membros da LIHPE era apenas pela internet, o próprio Eduardo sugeriu que organizássemos um encontro presencial de tempos em tempos. Ele próprio já havia organizado os dois primeiros, em Brasília e no interior paulista. O terceiro foi em Belo Horizonte, e depois dele Eduardo desencarnou. Com um espaço de alguns anos, voltamos a realizar o evento na instituição que ele fundou em São Paulo, o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo). Os dois últimos encontros foram na União das Sociedades Espíritas de São Paulo – USE.

Como os encontros são abertos, temos três grupos de participantes: os membros da LIHPE, espíritas interessados no tipo de debate que a LIHPE faz e pessoas do meio acadêmico interessadas no espiritismo. Já tivemos um doutorando italiano participando dos eventos e diversos graduandos e mestrandos querendo fazer doutorado que foram buscar ideias no ENLIHPE.


Pergunta: De que maneira os trabalhos da LIHPE têm contribuído com o avanço da dimensão científica do espiritismo?

Coordenação Geral: As publicações da LIHPE têm contribuído de diversas formas para a construção do conhecimento espírita. Allan Kardec não construiu uma doutrina dogmática e estática, mas propôs uma base teórica para o estudo dos espíritos desencarnados e suas relações com os homens. 

Cabe destacar, antes da resposta, que não há uma posição coletiva da LIHPE ante questões em geral. Eles são de responsabilidade dos seus autores, então, falando honestamente, o que vamos fazer é destacar algumas das contribuições dadas pelos autores que publicaram nos espaços da LIHPE.

Alguns trabalhos fizeram um levantamento da produção científica sobre o espiritismo no Brasil e constataram quase duas centenas de teses e dissertações defendidas há mais de dez anos. Já está na hora de refazer esta pesquisa para fins de comparação.

Temos analisado alguns conceitos e sistemas de pensamento que têm sido divulgado no meio espírita com feição científica ou filosófica, mas que são incoerentes com o pensamento espírita e até com as áreas de conhecimento a que se referem. Elas não visam a destruição de sistemas de pensamento, como, por exemplo, a física “espiritualista” de Amit  Goswani, mas indicar seus pontos frágeis na própria física e suas contradições com o espiritismo. Esta análise está no quarto livro da série, intitulado: O espiritismo visto pelas áreas de conhecimento atuais.

Temos discutido a construção do pensamento espírita, sua metodologia e técnicas de pesquisa, assim como sua interlocução com os avanços científicos e a contemporaneidade. Isso está ligado à comunicação e debate de conhecimento produzido no meio acadêmico sobre o espiritismo.

Temos interagido muito, e conhecido pesquisadores de todo o Brasil, espíritas ou não, que produzem sobre o espiritismo. A LIHPE divulgou, por exemplo, a chamada de trabalhos para o tema do Encontro Nacional de História das Religiões, facilitando a captação de trabalhos ligados ao espiritismo. O trabalho em rede facilita também que alunos de graduação e mestrado conheçam pesquisadores e que pesquisadores conheçam novas pesquisas que saíram em outras áreas do conhecimento que não a sua.

Como há estudiosos da administração na LIHPE, fizemos discussões sobre a administração das instituições espíritas, como organizações do “terceiro setor” e da aplicabilidade ou não de técnicas de gestão próprias de empresas ou do estado.

Com o formato de submissão aberta, criamos um espaço de análise e sugestões para os estudiosos de boa vontade, sem formação acadêmica em pesquisa, que fazem revisões de literatura, discutem questões próprias do espiritismo e fazem pesquisas de observação ou experimental. Nem sempre eles ficam felizes com as análises críticas, mas é assim que o conhecimento se sustenta e avança.

O diálogo direto entre espíritas, acadêmicos e espíritas e pesquisadores não espíritas tem sido, talvez, a marca dos encontros da LIHPE. Temas debatidos nos eventos têm sido objeto de publicações na imprensa espírita e têm gerado novas questões de pesquisa nas universidades.


Pergunta: Quem não é pesquisador pode participar dos encontros da LIHPE?

Coordenação Geral: Pode participar livremente, perguntar e interagir. Pode também  apresentar trabalhos, se estes forem aprovados pela comissão avaliadora. O que se pede é que os trabalhos tenham a forma estabelecida para artigos, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, e que trate um problema de pesquisa com referencial teórico, problema de pesquisa, método, resultado e conclusões. Os trabalhos podem ser de revisão de literatura, baseado em pesquisa experimental, ensaios teóricos ou ter outra forma/conteúdo aceito pelas ciências ou filosofia.

Os trabalhos que tratam de questões que exigem conhecimento específico, como a física ou a biologia, por exemplo, serão encaminhados preferencialmente para pareceristas com formação nessa área. Eles analisarão o conteúdo apresentado.

Pergunta: A apresentação de trabalho no ENLIHPE tem valor acadêmico?

Coordenação Geral: Pode ter, depende do tema apresentado e dos critérios dos departamentos ou faculdades às quais os participantes estão ligados. 

No caso da mera participação, recebemos e atendemos o pedido de alunos de graduação para que pudessem contar como carga horária em seus respectivos cursos.

No caso da apresentação de trabalhos, já constatamos que diversos autores inseriram seus capítulos de livro impressos no Currículos Lattes, que é um dos instrumentos de registro de produção acadêmica. Houve autores que organizaram eventos com os livros que são participantes em suas universidades.

Há que se considerar, contudo, que o reconhecimento da produção é geralmente feito pelos pares nas universidades, e que eles podem não aceitar, como já vimos não aceitarem determinadas revistas técnicas ou subvalorizarem o trabalho. As coletâneas, contudo, seguem as exigências geralmente feitas pela academia: blind review, avaliação por pares, revisão das críticas pelo autor, decisão final de publicação pelos organizadores que têm formação acadêmica.

Já aconteceu de trabalhos apresentados no ENLIHPE serem publicados pelo autor, depois em revistas técnicas de sua área de conhecimento. Nesse caso, eles pedem para não publicar junto com os demais, para que o trabalho que será submetido continue inédito.

Pergunta: Os trabalhos apresentados nos encontros estão disponíveis para o público em geral?

Coordenação Geral: Sim, de duas formas. 

As apresentações orais são gravadas e estão disponíveis através da internet no portal Espiritualidade e Sociedade, nosso parceiro. A página com os encontros gravados é: http://www.espiritualidades.com.br/liga.htm

Os trabalhos escritos são publicados na série Pesquisas Brasileiras sobre o Espiritismo. A publicação e comercialização têm sido feitas pelo Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro. Os livros relacionados à LIHPE estão na página http://www.ccdpe.org.br/categoria-produto/lihpe/


Pergunta: Temas filosóficos pertinentes ao Espiritismo, como as leis morais e a metafísica, também podem ser objeto de pesquisas científicas?

Coordenação Geral: A palavra moral foi usada no século XIX e por Allan Kardec com dois sentidos: o sentido de costumes e no sentido psicológico. Quando se fala em leis morais, o mestre francês está procurando regularidades que explicam o ser humano, individualmente e em sociedade. A psicologia e a sociologia moderna fazem isso também, embora saibam que nem sempre se encontram regularidades com facilidade, então praticamente abandonaram o termo lei, ainda usado na física, e preferem teoria, no sentido de um conjunto de explicações que possibilitam o entendimento ou a compreensão de determinado fenômeno psicológico ou social.

Com o passar do tempo viu-se que não se estuda psicologia ou sociologia exatamente com os mesmos métodos que se estudam as ciências naturais: a física, a química e a biologia. Então novos métodos foram aceitos como científicos, mas como eram diferentes dos até então usados, começou-se a falar em ciências humanas e sociais. Kardec esbarrou nessa questão, quando desenvolveu novos métodos para entender o que os espíritos diziam a ele.

Quanto à metafísica, o nome se deve a quem classificou a obra de Aristóteles. O espiritismo trata da metafísica com dois tipos de instrumentos, a argumentação filosófica e o estudo de questões em que os conceitos metafísicos são concebidos como melhor explicação plausível para fenômenos naturais ou psicológicos. Uma criança que se lembra de ter sido outra pessoa, e após estudo dá mostras de ter conhecimentos da vida desta pessoa, que teriam que ser aprendidos, é um destes pontos de contato entre as ciências e a metafísica. Se as explicações naturais forem insuficientes, o conceito de espírito e o de reencarnação passam a ser uma explicação convincente ao problema.

Há questões no espiritismo que não estão ao alcance das ciências, como a questão de Deus, e que são tratadas com argumentação filosófica. Ainda assim, o ponto de contato que tem sido usado para se pensar a possibilidade de Deus são as leis universais. Einstein questionou como pode a física clássica ter leis tão regulares, enquanto no mundo subatômico tudo é incerto e probabilístico. Nos dias de hoje essa forma de pensar é costumeiramente chamada de “design inteligente” do universo. Kardec defende a ideia de Deus com um axioma e suas implicações: se há efeitos inteligentes, a causa precisa ser igualmente inteligente. Ele supõe Deus a partir do próprio ser humano.


Pergunta: Explique sucintamente como o público não acadêmico poderia identificar as características de uma pesquisa de boa qualidade, de outra que não atenda aos critérios formais.

Coordenação Geral: É uma pergunta difícil até mesmo para quem tem formação em pesquisa, mas vou dar alguma dicas, sem ter a pretensão de esgotar o tema.

1. A boa pesquisa se baseia em livros e artigos rigorosos, se possível, revisto por pares ou escrito por autor com domínio da área. Faz um esforço para identificar estes autores. Ela distingue opiniões pessoais dos autores de argumentos fundamentados. Ela identifica uma questão ainda não explorada ou polêmica e tenta responde-la com fundamentação. A boa revisão de literatura abrange os autores que concordam e os que discordam da opinião inicial que o pesquisador tem sobre seu tema, e analisa os dois.

2. A boa pesquisa argumenta em cima das informações que conseguiu obter, não fazendo inferências ou incluindo opiniões do autor sobre outros assuntos. Se o artigo é sobre mediunidade e os dados colhidos são sobre o trabalho de um médium, as conclusões devem ficar nesta esfera e não serem ampliadas para o movimento espírita, por exemplo. Para se discutir o movimento espírita em bases de pesquisa, é necessário ter dados sobre ele, e não apenas impressões ou experiências pontuais.

3. Quando é uma pesquisa de observação, a descrição das informações obtidas deve ser detalhada, e o leitor deve entender como foi feita, quais os critérios de análise ou classificação, e o que exatamente se observou.

4. Uma boa pesquisa não generaliza além do que é capaz. Se foi estudado um médium ou um passista, não se pode concluir que todos os passistas ou todos os médiuns agem como ele. Para se ter uma generalização de base estatística, é necessário trabalhar com amostras representativas (número de pessoas que possibilitam falar do todo, com uma margem de erro pequena).

5. Uma boa pesquisa se detém em um problema de pesquisa bem definido. Ele geralmente contribui para um melhor entendimento teórico e pode ter relevância social. 

6. Uma boa pesquisa explicita seus pressupostos. São pontos teóricos que são tomados como certos e que não serão discutidos, por já terem sido antes. Os comportamentalistas, em psicologia, partem do pressuposto que a análise do comportamento é a via principal para o entendimento do homem, e criticam  o conceito de mente, por exemplo. Os psicanalistas partem da existência do inconsciente, do Édipo e de outros conceitos básicos considerados aceitos pela psicanálise, para dar sua contribuição.

7. Uma boa pesquisa faz um grande esforço para obter os artigos mais recentes sobre o tema que trabalha, apresentando o essencial para o leitor. É o que se chama de “estado da arte”.

8. Uma boa pesquisa, ao concluir, reponde seu problema de pesquisa (mesmo que a resposta seja “ainda não sabemos”) e se posiciona com relação aos autores que já publicaram sobre o assunto.

9. Há outras formas de pesquisa, como a recuperação do pensamento de um autor antigo. Geralmente se lê a obra ou os livros desse autor, em seu idioma original, o que já se escreveu sobre ele, e, se explica o autor e dialoga com seus outros leitores. Pode-se discutir a lógica interna do trabalho do autor, a interpretação que fizeram dele, as implicações do que ele fez para o futuro, por que não foi aceito em sua época, como pode contribuir hoje.

10. O bom trabalho é claro, para quem domina os conceitos básicos da área. Trabalhos cheios de expressões técnicas, mal definidas e mal empregadas, ou com um tom hermético (ele dá a impressão que só o autor entende do assunto e que mais ninguém na área é capaz de entender) costumam ser muito equivocados. Um bom autor consegue explicar suas ideias e deixar clara sua argumentação para quem tem uma base conceitual do que está escrevendo. Este tem sido um exercício utilizado nos programas de pós-graduação no Brasil, o de escrever trabalhos de divulgação.

Pergunta: Qual a relação da LIHPE com a história do espiritismo?

Coordenação Geral: Antes de responder esta pergunta é preciso distinguir memória de história. A memória a apresentação de fontes históricas, escritas, pictóricas e orais. Quando alguém escreve sobre o centro espírita que frequentou ou o evento em que foi, apresentando fotos, relatos, entrevistas e textos, ele está trabalhando como um memorialista. A LIHPE, desde o Eduardo Carvalho Monteiro, que era memorialista, mas não era historiador, tem valorizado a preservação da memória.

O historiador é um profissional da história, e além das fontes históricas ele constrói um conhecimento teórico compreensivo ou explicativo. Tem, portanto, um domínio de sua disciplina e é capaz de interlocução com seus pares. Há historiadores na LIHPE fazendo seu trabalho, como o Fausto Nogueira e o Marcelo Gulão, por exemplo, mas para se tornar historiador é necessária uma longa formação. Atualmente só podemos aproximar historiadores de memorialistas.

A instituição que o Eduardo criou para apoiar a pesquisa histórica do espiritismo foi o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, que ganhou seu nome após sua desencarnação. Eduardo colecionou milhares de obras espíritas, recuperou obras raras, e guardou documentos. O centro foi iniciado com seu acervo, e tem recebido outros acervos com o passar dos anos, trabalhando para classificar, preservar e deixa-los acessíveis aos pesquisadores e estudiosos interessados. O CCDPE-ECM não é a LIHPE, mas tem sido um parceiro muito próximo, publicando nossos livros e apoiando os eventos. Mais informações sobre o CCDPE-ECM podem ser obtidos em: http://www.ccdpe.org.br/


Pergunta: Como se associar à Lihpe?

Coordenação Geral: Basta enviar um e-mail para contato@lihpe.net O moderador do grupo irá solicitar dados de identificação e repassará as regras de funcionamento da LIHPE ao interessado.  


14o. ENLIHPE
Apoio: União Espírita Mineira


30.3.17

ESPIRITISMO NA UNIVERSIDADE?



Durante minha juventude ouvi os espíritas queixarem-se das universidades e centros de pesquisa não estudarem o espiritismo. Em nosso país, os recursos e infraestrutura para pesquisa em diversas áreas começaram nos anos 1940, mas foi com o aporte de recursos para o CNPq, nos anos 1970 e a criação de programas de pós-graduação que houve uma ampliação significativa deste tipo de atividade.

Quando fizemos o quarto encontro da Liga de Pesquisadores do Espiritismo em São Paulo, o professor Marco Milani traçou um "perfil da produção acadêmica brasileira com temática espírita", no período que compreende 1989 a 2006. Ele descobriu que havia 39 dissertações e 11 teses diretamente ligadas à doutrina espírita (se computados os trabalhos espiritualistas, o número cresceria bastante) Dois anos depois, o prof. Tiago Paz e Albuquerque fez um levantamento sistemático e classificou 130 teses e dissertações que tinham como tema central o espiritismo, e 246 que tratavam também como tema tangencial secundário ou de estudos comparados.

As professoras Nadia Luz Lima e Cléria Bittar Bueno saíram dos encontros com o firme propósito de fazer um livro com artigos que sintetizassem alguns desses trabalhos. Os autores, contudo, cheios de atribuições, não conseguiram atender a um calendário mínimo que tornasse o projeto viável. Questionou-se, então, por que não publicar as teses em uma coleção?

Conseguimos os recursos iniciais na Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, que possibilitou a publicação da tese Voluntários, e aos poucos foram saindo as demais. O sexto volume da coleção, o livro "Dá-me de comer", não é tese nem dissertação, mas o fruto de pesquisas do prof. Pedro Simões, da Universidade Federal de Santa Catarina, que estudou a assistência social espírita.

A Universidade de Franca foi parceira do projeto até o quinto livro, a partir do qual, uma equipe composta das criadoras da coleção, membros do CCDPE-ECM e membros da LIHPE tem se desdobrado para dar continuidade. Desde o primeiro livro, os direitos autorais e comerciais têm sido cedidos para o CCDPE-ECM, que tem por missão a manutenção de um acervo bibliográfico e documental espírita volumoso, doado por Eduardo Carvalho Monteiro, e tem administração não remunerada.

Hoje o Voluntários e o Fogo Selvagem, Alma Domada, tese de doutorado da profa. Nadia que trata da construção do Hospital do Pênfigo de Uberaba e de Dona Aparecida, estão quase esgotados, havendo alguns raros exemplares aqui e ali.

Os demais trabalhos estão à disposição do público e podem ser adquiridos na livraria do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro http://www.ccdpe.org.br/ ou em sua distribuidora parceira, a Candeia http://www.candeia.com/





18.3.17

LIVRARIA DA UNIÃO TEM LIVROS DA LIHPE



A Livraria da União Espírita Mineira está com todos os livros da Série Pesquisas Brasileiras sobre o Espiritismo para venda. Eles podem ser encontrados na Rua Guarani 313, no centro de Belo Horizonte - MG.

Esta série agrupa os trabalhos apresentados nos encontros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo e revistos por seus autores após avaliação.

Os espíritas mineiros têm agora mais facilidade de acesso aos livros da LIHPE!

9.12.16

REVISTA INTEGRAÇÃO EXPLICA COMO FOI O 12o. ENLIHPE





A maioria dos leitores do Espiritismo Comentado sabe que participo da LIHPE - Liga de Pesquisadores do Espiritismo, uma rede de estudiosos, ligados ou não à universidade, que, entre outras coisas, organiza um encontro anual (ENLIHPE) que já está em sua 12a. edição.

Por que promovemos este evento anual?

O movimento espírita já oferece muitos encontros, confraternizações, seminários e outros eventos públicos. Por que fazer mais um evento? Por diversas razões:

1. A LIHPE é uma rede virtual. Os participantes a acessam quando desejam comunicar algum trabalho que estão fazendo ou solicitar algum tipo de auxílio. Esta forma de comunicação é muito acessível, o que permite a participação de pessoas do mundo todo, contudo, não possibilita que estas pessoas estabeleçam um vínculo pessoal, se conheçam mais profundamente e tenham a oportunidade de interagir integralmente. O encontro é uma ação que contribui para que as pessoas possam se conhecer melhor, avaliar melhor os trabalhos umas das outras, interagir.

2. A maioria dos eventos do movimento são dirigidas a públicos amplos, de simpatizantes ou trabalhadores das casas espíritas. Por esta razão, no mais das vezes, os expositores conhecidos local ou nacionalmente são convidados. Pessoas com capacidade, mas sem notoriedade, geralmente são preteridas em muitos destes encontros. O ENLIHPE tem mostrado ser um espaço para identificação de novos talentos do movimento espírita.

3. Muitos trabalhos realizados nas universidades sobre o espiritismo e o movimento espírita ficam à larga dos jornais e dos espíritas em geral, por falta de comunicação. Há um número substantivo de pessoas, espíritas ou não em sua vida pessoal, que empreendem estudos sérios e importantes para o conhecimento espírita, mas que estão condenados a ser lidos apenas por um pequeno círculo de pessoas. O ENLIHPE se presta a dar visibilidade a este tipo de trabalhos, que normalmente não seriam conhecidos e a publicá-los sob uma forma mais acessível às pessoas, como capítulos de livro ou artigos. Isto já gerou mal entendidos da parte de pessoas do movimento que interpretaram erradamente que a LIHPE não valoriza autores espíritas consagrados. Não é verdade, tanto é que temos homenageado estes autores, ligados ao estudo filosófico ou científico do espiritismo, em todas as edições de nossos encontros. Contudo, fazemos eventos que trazem informações pouco veiculadas no movimento espírita para a cena, foi a nossa opção a fim de não fazer "mais do mesmo".

4. Nos último evento nós incentivamos os membros da LIHPE a estudar na literatura acadêmica os trabalhos produzidos sobre o tema Reencarnação. Para o 13o. ENLIHPE, estamos incentivando os membros da LIHPE e mesmo os interessados em geral a produzir trabalhos com base na produção acadêmica sobre o tema "Passe e curas espirituais", que ultimamente tem recebido muitas publicações da medicina, psicologia, história, filosofia e ciências biológicas, dentro e fora do Brasil.

Qualquer um pode apresentar trabalho?

Se abríssemos o espaço para qualquer pessoa, correríamos o risco de programar trabalhos de pessoas bem intencionadas, mas mal informadas, o que desmotiva e gera conflitos com os participantes, assim como de pessoas mal intencionadas.

O ENLIHPE, então, conta com um grupo de analistas, geralmente com formação acadêmica, além do conhecimento do espiritismo, que avaliam os trabalhos submetidos, recomendam ou não sua apresentação e fazem sugestões aos autores. Eles não conhecem o nome dos autores dos trabalhos que analisam, avaliam apenas seu conteúdo, da mesma forma que os autores também não ficam sabendo que pessoas analisaram seu trabalho, o que evita parcialidade e conflitos interpessoais desnecessários.

Respondendo à pergunta, qualquer um pode submeter um trabalho, mas só serão apresentados os trabalhos escolhidos pela comissão avaliadora.

A LIHPE é uma elite do movimento espírita?

Não, a LIHPE é uma rede voluntária de pessoas que desejam estudar e conhecer o espiritismo. Muitos de seus membros têm estudos acadêmicos avançados, o que possibilita uma contribuição mais efetiva na área de fronteira entre o pensamento espírita e as áreas de conhecimento acadêmicas. 

Da mesma forma que procuramos um cirurgião se temos dúvidas sobre realizar ou não uma cirurgia, porque sabemos que ele deve ter mais conhecimento e experiência com este procedimento, deveríamos ouvir espíritas que têm um conhecimento profundo em física, se nossos interesses se voltam a problemas na fronteira entre a física e o espiritismo. Um espírita com muito conhecimento doutrinário pode cometer erros elementares quando trata da física, se não a conhece. Da mesma forma, um físico sem conhecimento espírita, pode cometer erros elementares sobre o pensamento espírita quando analisa uma teoria espírita sobre um fenômeno de materialização. 

Com o avanço e gradual complexificação das áreas de conhecimento das ciências, determinadas questões que são postas ao pensamento espírita não podem ser bem equacionadas sem o conhecimento da área científica respectiva. Allan Kardec pensava assim. A LIHPE pretende apenas dar voz às pessoas que têm formação avançada em questões que lhes dizem respeito, sem a pretensão de verdade a priori. Cabe ao movimento espírita analisar estas contribuições e tirar suas próprias conclusões, fazer suas próprias escolhas.

É possível ler os trabalhos selecionados nos ENLIHPEs?


Os melhores trabalhos foram organizados em livros-coletâneas e publicados pela LIHPE, com o apoio financeiro e logístico do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo "Eduardo Carvalho Monteiro" - CCDPE-ECM. A coleção destes trabalhos se chama "Série Pesquisas Brasileiras sobre o Espiritismo" e já conta com sete volumes:

Pesquisas sobre o espiritismo no Brasil
A temática espírita na pesquisa contemporânea
O espiritismo visto pelas áreas de conhecimento atuais
O espiritismo na atualidade
O espiritismo nas ciências contemporâneas
O espiritismo, as ciências e a filosofia
Novos estudos sobre a reencarnação

Você pode adquirir os livros no site da Candeia:

http://www.candeia.com/J%C3%A1der%20dos%20Reis%20Sampaio

Ou diretamente na Livraria do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro.

http://www.ccdpe.org.br/livraria

Você também pode assistir as apresentações do ENLIHPE gratuitamente no site Espiritualidades e Sociedade:

http://www.espiritualidades.com.br/liga.htm






16.5.13

ADIADA A DATA DE INSCRIÇÃO DE TRABALHOS DO 9o. ENLIHPE



Atendendo a solicitação de alguns colegas para que a submissão de artigos completos pudesse ocorrer nos próximos dias, a organização do 9º ENLIHPE decidiu prorrogar a data final para envio de trabalhos (artigos e projetos) para todos os interessados.
Data prorrogada: 25/05


Informações sobre o 9o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo no site da LIHPE.

15.7.12

8o. ENCONTRO NACIONAL DA LIGA DE PESQUISADORES DO ESPIRITISMO

 


Chegamos à oitava edição do Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo - ENLIHPE. Este evento ganhou um perfil diferenciado dos encontros de divulgação do espiritismo por diversas razões:

1. É uma tentativa de aproximação e intercâmbio dos membros da LIHPE, que durante o ano apenas têm contato via internet.

2. Com o passar dos anos, tornou-se um espaço para apresentação de trabalhos desenvolvidos nas universidades ou com rigor acadêmico em sua concepção.

3. Como um congresso, os trabalhos são apresentados e discutidos brevemente pela assistência.

4. Como faz chamada de trabalhos, temos descoberto novos pesquisadores, novos trabalhos e novos talentos, que passam despercebidos ao movimento espírita ou ficam trabalhando isolados nas universidades.

5. Como um evento seminal, ele inspirou a criação da coleção "Espiritismo na Universidade", pelas Dras. Cléria e Nadia, da UNIFRAN (Universidade de Franca).

6. Ele possibilita uma reunião administrativa anual, na qual traçamos os objetivos de trabalho para o ano seguinte.

7. É possível conhecer o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro e seu acervo. Esta instituição cresce e se estrutura ao longo dos anos. http://www.ccdpe.org.br/

8. A livraria do CCDPE sempre se estrutura para receber os participantes com livros de interesse à pesquisa, publicados por diversas editoras. Há diversos livros que são difíceis de ser encontrados, como os que foram escritos por Eduardo Carvalho Monteiro e são cuidadosamente divulgados pela instituição que abriga o evento.

9. Anualmente temos conseguido lançar um livro com uma seleção dos melhores trabalhos apresentados do ano anterior. Este ano estamos trabalhando intensamente para o lançamento do livro "O espiritismo nas ciências contemporâneas: textos selecionados dos 3o. e 7o. Encontros Nacionais da Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE)"

10. O ENLIHPE tem atraído congressistas de diversos estados do país e do interior de São Paulo: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará, Goiás e Piauí são alguns dos estados que já prestigiaram o evento.

11. Geralmente o encontro é prestigiado pela imprensa espírita que participa ativamente, entrevista, questiona as mesas e conferencistas, grava e dá visibilidade ao trabalho.

12. Das áreas de conhecimento, temos recebido trabalhos na fronteira entre o espiritismo e a física, a psicologia, a educação, a história (que já tem um grupo muito forte no ENLIHPE), as letras, a comunicação social e as ciências sociais. Este ano teremos trabalhos relacionados à música, à medicina e a demografia, além de diversas das áreas já tradicionais. Em outras palavras, é um encontro temático e transdisciplinar, que promove o diálogo entre áreas de conhecimento estabelecidas em torno do espiritismo.

13. O ENLIHPE tornou-se também um espaço de referência para o lançamento de novos livros, para conseguir autógrafos com os autores e conversar com eles.

14. Infelizmente não é um evento gratuito, pelas despesas de organização que envolve e a dificuldade em conseguir patrocínio para um encontro desta ordem (embora haja esforços para tal). Ele demanda do participante uma taxa de inscrição e de almoço (que atende a onívoros e vegetarianos, com qualidade).

Transcrevo abaixo alguns dados publicados pelo site do CCDPE sobre o evento e peço ajuda de todos na divulgação do mesmo.



 

 8º Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

Data: 18 (sábado) e 19 (domingo) de agosto de 2012 – São Paulo – SP
Informações:
(11) 5561-5443 begin_of_the_skype_highlighting (11) 5561-5443 end_of_the_skype_highlighting - (11) 9983-8425 begin_of_the_skype_highlighting (11) 9983-8425 end_of_the_skype_highlighting (vivo) ou (11) 5135-7009 begin_of_the_skype_highlighting (11) 5135-7009 end_of_the_skype_highlighting (tim) c/ Márcia.
e-mail: 8enlihpe@ccdpe.org.br
Valor de inscrição e dados bancários:
Taxa de Inscrição: R$ 50,00 até o dia 15 de julho 2012, após R$ 60,00
O valor deve ser depositado na conta corrente CCDPE:
Banco Itaú – Agência 0745 – Conta corrente 60.000-7
O comprovante de pagamento você pode enviar por aqui ou para o e-mail 8enlihpe@ccdpe.org.br
Local:
Sede do CCDPE-ECM – Alameda dos Guaiases, 16 – Cep: 04079-010- Planalto Paulista – São Paulo – SP
Condução Gratuita:
Condução gratuita entre o Metrô Praça da Árvore e CCDPE.
Horários de saída: sábado e domingo: 7:30-8:00-8:30 e 9:00h
Fone motorista (11) 8229-0241 begin_of_the_skype_highlighting (11) 8229-0241 end_of_the_skype_highlighting
Almoço:
O valor do almoço será de R$ 15,00/por dia, por pessoa (bebida e sobremesa inclusas)