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29.5.21

FESTA JUNINA RIMA COM PANDEMIA? E COM AÇÃO SOCIAL?

 

Um kit junino são duas sacolas de papel


Quem acompanha o EC já sabe que eu frequento a Associação Espírita Célia Xavier, associação que mantém quatro unidades, em Belo Horizonte, Betim e Ribeirão das Neves, e que mantém, em parceria com a prefeitura de Belo Horizonte o Lar Espírita Esperança, que dá educação e cuidado a crianças até 5 anos de idade, no bairro Salgado Filho.



Uma tradição nossa são as festas juninas. E fazíamos muitas, mas já devo ter publicado diversas vezes sobre a festa na qual uníamos os diferentes grupos da casa em um mesmo ambiente. Com a pandemia, não foi possível agrupar, nem no ano passado, nem nesse, infelizmente. Ainda faltam vacinas e sobram versões do mesmo vírus.


Não desejando deixar passar em branco uma comemoração tão importante para o grupo, a mocidade, com a ajuda do voluntariado da Casa de Célia, desenvolveu uma festa junina à distância. Como angariar recursos para as atividades sociais da casa, uma das finalidades dessa comemoração? Os organizadores da festa usaram a estrutura de cozinha industrial do Lar Espírita para fazer um "kit festa junina", contendo: doces típicos, caldo de feijão, canjica, galinhada e cachorro quente! Foram vendidos cerca de 400, a 50 reais a unidade. Para a entrega em casa, mais dez reais (que contou com motoristas voluntários) e para quem deseja economizar um sistema de "drive-thru" com todo o cuidado para não haver COVID, e muito menos contágio.

Doces "juninos"


Resolvido o problema dos "comes" e do recurso para as atividades sociais de nossa casa espírita, falta a interação, fundamental em qualquer festa. Mantivemos, então, o padrão desenvolvido no ano passado. Todo mundo (bem, na verdade, muitos) se veste "a caráter", em casa mesmo, e liga a televisão, se ela for "smart TV", ou outro aparelho com tela que permita acesso à festa a distância.


Canjica, caldo de feijão, galinhada e cachorro quente

Esse festão junino vai acontecer hoje, às 19 horas. Cada um se serve em casa e todos estaremos juntos de uma forma bem tecnológica, mas cheia de afeto.

Além de nos revermos, os que nos separamos por reuniões em dias diversos ou por diferentes unidades, conseguimos algum recurso para a creche, oficina de costura, enxovalzinho, serviço de urgência social, distribuição de cestas básicas (em Neves e Betim), campanha AECX-COVID, campanha de inverno, entre outras atividades.


20.4.18

NOVA LUZ: SÁBADO DE MANHÃ






Sábado pela manhã, 7:30 horas e o grupo que trabalha no Centro Espírita Nova Luz, em Rosaneves – Ribeirão das Neves, está chegando. Vão dando bom-dia ao Rommel, que já chegou à secretaria da sede da Associação Espírita Célia Xavier, cedinho, para receber a todos.

Voluntários jovens e adultos vão chegando e se cumprimentando. É uma equipe curiosa, composta de diferentes segmentos da casa de Célia Xavier. Cabelos que nunca viram tinta na vida ladeiam cabelos coloridos e fios naturalmente prateados, tingidos pelo tempo.

Nessa manhã vão evangelizar ou dar educação espírita para a vulnerável comunidade de uma das cidades mais pobres da grande Belo Horizonte. Estávamos próximos da páscoa, e ainda que nós, espíritas, não a comemoremos seguindo a tradição de outros cultos cristãos, uma alma boa deu mais de duas dezenas de ovos de chocolate para as crianças de lá. Não é páscoa, mas é caridade.

A menina de três anos, quando viu os ovos, comemorou.

- “Eu pedi ao coelhinho da páscoa um ovo com brinquedo dentro!” Falou em voz alta.

- “Acho que esse ovo não tem brinquedo, só chocolate!” Preveniu precavidamente a jovem da mocidade, para evitar desilusões pascoais...


- “Tem sim!” A garotinha de trancinhas reafirmou, confiante. “O coelhinho me prometeu.” Justificou, segura, sua crença na entidade criada pelos pagãos há bem mais de um milênio.



Foi dia de arte espírita, com uma convidada de fora, a Sarah. A coordenação dividiu as crianças em grupos heterogêneos, para quebrar um pouco a “cumplicidade para a desordem”. Placas de madeira, tampas de garrafas e outros materiais coloridos foram ganhando posição, cola e forma. O trabalho uniu, ganhou estética, afeto e orgulho. Orgulho coletivo, de equipe.


Depois de aula, chocolate e arte, o grupo volta meio cansado para Belo Horizonte. Quarenta minutos de van, dirigida pelo Seu João. Como teve arte, chegaram bem depois do usual, perto de uma hora da tarde.


Vale a pena o trabalho? Acho que os voluntários, olhando para sua quota, reafirmarão que vale sim, mas só saberemos daqui a muitos anos, quando as crianças que passaram pelos cuidados espirituais do grupo não forem mais crianças e essas experiências de pouco mais de uma hora semanal forem apenas memórias. Então saberemos se estas sementes de luz influenciarão ou não a vida dos nossos pequeninos e de suas famílias.

10.12.16

30 ANOS DE MEDIUNIDADE





Há trinta anos, José Roberto Maia Pimentel, João Campolina Ferreira e Antônio Carlos Cortez e Silva dirigiam a Associação Espírita Célia Xavier. A mocidade da casa precisava de mudanças, e José Roberto pediu a ajuda do ex-diretor, Ysnard Machado Ennes, para ajudar a repensar o grupo.

Ysnard entendeu que com o tempo a mocidade foi ficando com membros adultos que involuntariamente direcionavam o grupo para interesses válidos, mas cada vez mais distantes das necessidades dos jovens.

Então foram formados grupos mediúnicos a partir destes jovens com idades superiores a 20 e poucos anos. À época, a mocidade computava mais de duzentas pessoas em três ciclos, divididos por idades. O antigo diretor entendia que eles deviam partir para o trabalho. Pessoalmente, eu não defenderia uma intervenção como esta nos dias de hoje, embora seja um desafio para as casas espíritas integrar jovens egressos das mocidades espíritas, que vêm com bagagem de estudo sistemático e conhecimento doutrinário.

Foram diversos grupos, com coordenadores já experientes em reuniões mediúnicas. Eles ficaram algum tempo estudando mediunidade e funcionamento de reuniões mediúnicas antes de iniciarem as experimentações mediúnicas. Alguns grupos se modificaram com o tempo e um grupo surgiu posteriormente no horário do fim da tarde de sábado. A mudança foi implementada no segundo semestre de 1986.

Agora em dezembro reunimo-nos para comemorar os 30 anos de existência e de bom relacionamento entre os grupos. São três os remanescentes. Aproveitamos para lembrar dos que se foram antes de nós e recordar dos desencarnados que participavam da casa e hoje se comunicam conosco.

Acima está uma foto dos que hoje compõem os grupos, há filhos de fundadores, novos membros, mas, principalmente, muitas pessoas que estão juntas há trinta anos, na tarefa mediúnica. Repasso a todos a saudação dos espíritos ligados ao grupo, que desejam que o trabalho perdure por mais trinta anos...

8.7.16

SUSTENTABILIDADE DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL NAS SOCIEDADES ESPÍRITAS




Frequento a Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte-MG. Uma das atividades de cunho social que realizamos chama-se "Lar Espírita Esperança", que é uma creche construída especialmente para acolher crianças durante o dia e entregar a suas famílias no final da tarde. http://www.aecx.org.br/lar-espirita-esperanca-lee/




Durante anos, um convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte cobriu a mão de obra e parte da alimentação destas crianças. Nos últimos anos, a folha de pagamento ficou mais onerosa que o repasse de recursos da prefeitura, gerando déficits de orçamento. No convênio, os educadores são contratados pela Associação, ante o repasse de recursos da PBH, que são os princípios norteadores da parceria entre organização sem fins lucrativos e órgão público responsável pela educação infantil, segundo a lei de diretrizes e bases.

Diante do déficit, e da vontade de continuar mantendo e aprimorando os serviços prestados pelo Lar Espírita Esperança, o Célia Xavier lançou uma nova campanha de sócios, para aumentar o número e a arrecadação mensal dos mesmos. É o objeto deste vídeo que compartilhei com os leitores do Espiritismo Comentado.

Além disso, inseriu na internet um link para a realização de doações avulsas http://www.aecx.org.br/doacoes-avulsas/, no mesmo espaço em que apresenta seus demonstrativos financeiros.

Já tive notícias que outras sociedades espíritas que mantinham obras sociais em parceria com órgãos do governo foram atingidas pela crise de arrecadação fiscal que reduziu os recursos dos poderes públicos. Infelizmente, o contingenciamento atinge as políticas de combate à vulnerabilidade social, e mais ainda as parcerias com entidades filantrópicas, que ficam à deriva das vontades do executivo, sem qualquer mecanismo legal que lhes assegure os recursos mínimos para a consecução de seus objetivos.

Neste momento, gostaria de tornar públicos nossos esforços e promover de alguma forma uma reflexão sobre a sustentabilidade de nossas ações, para que as atividades de assistência e promoção social, tão importantes, não venham a prejudicar as demais tarefas e projetos dos centros espíritas, nem ser interrompidas por falta de continuidade das políticas públicas.

18.12.15

ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA CÉLIA XAVIER FARÁ SETENTA ANOS EM 2015

A casa que frequento há mais de três décadas está comemorando 70 anos de funcionamento neste mês. Para marcar esta data, estamos escrevendo uma série de artigos que está sendo publicada no nosso boletim digital, intitulado “Conheça Aqui”.

Da dor da perda de uma jovem filha, passando pela doação de terrenos e campanhas de obtenção de recursos, hoje a Associação Espírita Célia Xavier conta com quatro unidades localizadas em lugares diferentes da grande Belo Horizonte: Prado, Salgado Filho, Citrolândia (Betim) e Rosaneves (Ribeirão das Neves).

Conheça um pouco da história de cada uma destas realizações, que hoje possivelmente seriam consideradas não apenas como instituições religiosas, mas também como empreendimentos sociais.




 Criação da sede da Associação, no Prado – Belo Horizonte





Criação do Lar Espírita Esperança, no Salgado Filho – Belo Horizonte


Criação da Casa de Etelvina, em Citrolândia – Betim





Criação de Nova Luz, em Rosaneves – Ribeirão das Neves


13.11.15

EM BUSCA DA RECONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DA ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA CÉLIA XAVIER

Célia Xavier

A Associação Espírita Célia Xavier completa 70 anos de sua criação em dezembro próximo. Como parte das comemorações, uma das ações com que temos contribuído é a recuperação e publicação das memórias da casa. As matérias que ora focam nas instituições, ora em pessoas, tentam fugir da estrutura de necrológios, buscando eventos e situações interessantes, vivências, além das realizações das pessoas e das datas biográficas.

Até o momento já publicamos cinco matérias no Newsletter "Conheça Aqui". Estou deixando no Espiritismo Comentado para os companheiros da casa e para os interessados na trajetória do movimento espírita em Belo Horizonte, sem pretensão de fazer história, os links que possibilitam ler as histórias que selecionamos. Temos mais material que o publicado, mas a forma do veículo de divulgação exige um texto mais curto e objetivo.

Ainda temos mais de uma dezena de artigos a serem publicados, mas, com certeza, não conseguiremos falar de todos e de tudo, por maiores que sejam nossos esforços, por isso peço a compreensão e o apoio dos companheiros da casa, e reafirmo meu empenho pessoal para fazer este trabalho, prometido há mais de vinte anos à Assembleia Geral da Casa, em resposta ao pedido do Dr. Ysnard.



Criação da Associação Espírita Célia Xavier





Casa de Etelvina



Virgílio Pedro de Almeida





José Pedro e Orlanda Xavier





Martins Peralva




Ysnard Machado Ennes



7.9.13

O OBSERVADOR NO CÉLIA XAVIER


Na sexta-feira passada foi feita uma palestra sobre mediunidade e uma noite de autógrafos do livro "O observador e outras histórias", na Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte-MG. Nesta oportunidade estiveram presentes muitos espíritas e amigos do meio acadêmico, que nos trouxeram seu abraço e contribuíram com sua presença.

Explicamos o tipo de psicografia que possuímos (intuitiva) no texto de Allan Kardec e a forma de funcionamento do nosso grupo mediúnico nesta casa espírita.


Jô Drummond leu o capítulo "Tributo" e Pedro Machado leu o capítulo "O observador", que faz parte do título da obra.


Apesar do pouco tempo, foi muito gratificante conversar com os leitores que nos prestigiaram e autografar os livros.

Os textos que compõem o livro foram psicografados na AECX nos últimos dez anos. Quatro capítulos falam diretamente das atividades da casa: O visitante, O observador, Satisfação e Evangelização infantil.

25.1.13

POR QUE FAZEMOS UMA CAMPANHA DE NATAL NO CÉLIA XAVIER?



O ano de 2012 se foi, e com ele a campanha de natal da Associação Espírita Célia Xavier. A sociedade espírita que participo mantém uma carteira de ações de responsabilidade social, da qual esta campanha é uma pontinha.
 
Como ação social, ela não resolve o problema de segurança alimentar das populações envolvidas, mas sensibiliza todos os envolvidos. Penso que as ações mais resolutivas da AECX são a creche do Lar Espírita Esperança (em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte) e os cursos profissionalizantes de eletricista, mantidos na Casa de Etelvina, sem demérito aos demais trabalhos.
 
Diante de tanta propaganda do governo apontando para o aumento dos níveis de emprego e a ascensão de uma classe C, fica a impressão de que não há miséria no Brasil, que ainda é um país extremamente desigual. Após anos tropeçando na miséria pelas ruas e convivendo com pessoas honestas da comunidade que trabalham por uns trocados, penso que os brasileiros das classes mais favorecidas criamos defesas psíquicas para lidar com uma dor que não conseguimos resolver. Alguns preferem acreditar que se tratam de pessoas que não querem trabalhar, profissionais da mendicância (e talvez existam algumas assim), mas não se pode dizer que todos são assim.
 
Os fluxos migratórios trouxeram um grande número de pessoas trabalhadoras, mas com experiência voltada à realidade rural e geralmente subsistência, para as capitais e cidades de médio porte com oferta de emprego industrial. A incapacidade do poder público para receber, qualificar e tornar empregável este enorme contingente de pessoas, além de não apoiar o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais, gerou este pesadelo do qual ainda sofremos os efeitos. A falta de soluções partilhadas com a sociedade ficou crônica.
 
A imprensa, no seu desejo de cobrar ações concretas do poder público, muitas vezes marginaliza estas pequenas ações, mostrando, por exemplo, pessoas que abusam da generosidade alheia. Contudo, quantas famílias e crianças não se beneficiam legitimamente deste tipo de iniciativa? As denúncias de desvios de recursos multiplicam-se, mas e as instituições sérias, como a nossa? Podem ser enquadradas em denúncias de casos isolados?
 

 
Penso que uma campanha como esta, longe de adormecer a consciência das pessoas, como acusam alguns, as sensibiliza. Os jovens saem do circuito casa-escola-consumo de lazer, e vão usar seu tempo em benefício de quem podem passar a conhecer.
 
Do ponto de vista cristão, pedir é sempre um exercício de humildade, especialmente quando pedimos para terceiros que necessitam. Nos retira do confortável cotidiano que aos poucos construímos. Não é apenas doar o tempo para se fazer uma cesta de alimentos, mas reconhecer que nossa sociedade, apesar dos avanços, ainda se constitui de forma injusta, que podemos fazer sempre alguma coisa e conhecer quem são as pessoas honestas que vivem sob o império da necessidade, apesar das políticas públicas.
 
Em uma próxima publicação, pretendo apresentar alguns resultados da campanha e agradecer às instituições que nos auxiliaram com a gelatina, que foi um dos gêneros que compuseram a simbólica cesta.
 

29.7.12

RECORDAÇÕES DE ALCIONE MIANA MACHADO


Alcione Miana Machado


É muito comum escrever-se sobre líderes e expositores atuantes no movimento espírita que desencarnam. Hoje faremos diferente. Vamos escrever sobre uma trabalhadora espírita e pessoa de bem.

Alcione desencarnou recentemente, vítima de um acidente vascular cerebral hemorrágico e um mês de luta pela vida em centro de terapia intensiva. A família enfrentou com carinho e resignação, não sem tristeza, todo este período desgastante de idas, vindas e expectativas. Um belo gesto, às vezes incompreendido pelos espíritas menos esclarecidos, foi a oferta incondicional de doação de órgãos após o protocolo de confirmação da morte encefálica. Um último ato de caridade, que seguramente seria endossado por Alcione, se ela estivesse consciente.

Alcione ligou-se ao movimento espírita desde a infância, ao que sei. Embora de grupos diferentes dentro da mesma casa, frequentamos a mocidade da AECX e estivemos juntos em algumas atividades, como o Coral que a maestrina Anésia regia. Bela voz, um pouco tímida no início, Alcione transformaria a música em um de seus instrumentos de trabalho futuros.

Formou-se em Psicologia e foi atuar na Psicologia Escolar, no Lar Espírita Esperança. O Lar foi uma iniciativa de nossa casa espírita, uma instituição grande para o nosso fôlego, bem construída, mas carente de trabalhadores contratados e voluntários. Alcione tornou-se com o tempo a coordenadora-administrativa da equipe da creche, que passou a ser fruto de um convênio entre o Lar Espírita e a Prefeitura de Belo Horizonte.

Crianças, professores, pais, voluntários, todos passavam pelos cuidados gentis e criteriosos de Alcione. Ela praticamente abriu as portas e facilitou todo o trabalho de campo do meu doutorado. As crianças a abraçavam e respeitavam, sempre paciente e risonha. As professoras e pedagoga a tinham como referência e trabalhavam sob sua atenciosa diligência. Os eventos extra-creche, no Lar Espírita, sempre contavam com sua colaboração voluntária na organização e respeito às regras necessárias para que o espaço fosse utilizado sem criar qualquer risco para a saúde das crianças. Ela era a autoridade presente nos dias de funcionamento da creche, embora não fosse a superintendente.

Alcione estava presente também na organização e execução das reuniões de pais, ação importante para o fomento da participação da família das crianças na creche e solução de problemas diversos.

Fora do seu trabalho profissional, como voluntária, Alcione tornou-se um dos coordenadores da mocidade espírita da casa. Anos de dedicação aos adolescentes e jovens.  Mais que respeitada, tornou-se pessoa querida entre os jovens, e apesar de sua condição de adulta jovem, eram muitas as brincadeiras sobre seu tempo de participação no grupo, o que ela recebia com bom humor.

Voz cristalina, cantava com os jovens, organizava e incentivava orfeões infantis na creche, mais de uma vez organizou ônibus e excursões para que eles fossem cantar em diversos lugares.

Sem trabalhadores deste quilate, não há atividades espirituais. Fundadores podem conceber e até registrar em cartório, mas este tipo de colaborador funciona como os membros e o sangue do corpo laboral. Sem Alciones, os trabalhos definham e fecham-se. Ela não apenas contribuiu pessoalmente, "colocou a mão na massa", como serve de inspiração aos que mais se preocupam com seu próprio ego que com a continuidade, qualidade e funcionamento das atividades institucionais.

Sentiremos sua falta, Alcione. Lembraremos de você na alacridade dos jovens, nas festas das crianças do Lar Espírita, nas iniciativas de grupos musicais de nossa casa, e nos muitos espaços nos quais você deixou marcas. Lembraremos de você quando assistirmos as palestras do Pedro, com sua memória prodigiosa, quando encontrarmos a jovialidade da Anésia, e ao conversar com seus irmãos e sobrinhos, que são nossos amigos diletos e presentes. Você nos antecede, e empreende cedo a grande viagem, mas sua presença não se apagará com facilidade de nossas almas, posto que se acham marcadas com o perfume de suas ações.  



9.6.12

MEMÓRIAS DO LANÇAMENTO DO "CASOS E DESCASOS"

Participantes do lançamento do livro que se dispuseram a registrar o momento.

Sábado, 02 de junho. As reuniões de sábado  da casa de Célia Xavier uniram-se para confraternizar-se e lançar o livro "Casos e descasos na casa espírita", ditado por um espírito que identificamos apenas como Conselheiro.

Cinco ou seis reuniões foram criadas em agosto/setembro de 1986, oriundas de um grupo de mocidade que era composto de pessoas dos 18 aos 80. Com o tempo, alguns dos grupos se fundiram e hoje funcionam apenas três. Vinte e cinco anos, quase vinte e seis de atividades mediúnicas continuadas!

Muitas pessoas perguntaram: será apenas uma noite de autógrafos, regada a refrigerante? Claro que não! Era uma oportunidade ímpar de revermos juntos esta trajetória.

Durante a semana abrimos os álbuns de fotografias e conseguimos imagens da trajetória dos grupos. Cabelos fartos, penteados da moda, outros padrões de roupas, rostos lisos e sorridentes, colegas que já não mais participam conosco e membros que "mudaram de lado" na reunião e hoje são percebidos apenas pelos médiuns, tudo isso passou por nossos olhos em apenas 15 minutos de projeção de fotos e eventos que vivemos juntos.

Membros do grupo de sábado, no qual foram feitas as psicografias que compõem o "casos e descasos"

O poder da imagem é tão grande, que convidamos todos os presentes a registrarem esta hora tão especial, e logo, logo os três grupos se predispuseram a tirar fotos para marcar o encontro e, quem sabe, poder recordar no futuro que estivemos juntos comemorando uma realização coletiva.


Amigos-irmãos da casa, como o nosso eterno diretor Humberto Cerqueira, filho do histórico movimento espírita de Três Rios - MG.

Enquanto confraternizavam, o médium autografava os livros, o que é um momento igualmente de emoção. Encontram-se amigos que há muito não víamos, companheiros de jornada, membros da parentela espiritual, pessoas que vimos chegar jovens na casa espírita e hoje fazem parte da comunidade espírita local.


Autografando...

Foi como uma ventania! Após uma profusão de encontros e emoções, as pessoas se vão e ficam as memórias, nosso mais rico patrimônio.

27.5.12

TODOS CONVIDADOS PARA O LANÇAMENTO DO LIVRO CASOS E DESCASOS EM BH



Lançamento do livro em Belo Horizonte:

Local: Auditório da Associação Espírita Célia Xavier
Endereço: Rua Coronel Pedro Jorge 314, Prado. Esquina com rua Chopin.
Data: 02 de junho de 2012 - Sábado
Horário: 18:15 às 19:30 horas

Prestigie o evento

Visualizar A. E. Célia Xavier em um mapa maior

9.5.12

UM GRUPO DE JOVENS EM FUNCIONAMENTO HÁ 40 ANOS


Foto: Lar Espírita Esperança, 2008

Recordo-me de uma visita de um jovem, há muitos anos, que estava fazendo um estudo sobre as mocidades espíritas de Belo Horizonte. Ele trazia uma tese, a de que as mocidades estariam desaparecendo. Esta tese não fazia qualquer sentido para a nossa experiência, talvez fosse uma vivência pessoal que ele buscasse generalizar.

Esta foto é de 2008. Foi um evento que comemorava 40 anos da mocidade da Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte. Não me recordo com clareza, mas acho que esta reunião foi em um sábado, e a foto já foi no apagar das luzes. Raul Teixeira, ao centro, foi o palestrante do evento, que tinha por objetivo marcar muitos anos de contribuições, encontros, palestras, idas e vindas de Niterói.

Para os que não conhecem as pessoas, é apenas um grupo com membros de 8 a 80, mas, para nós, são as muitas gerações de jovens que se sucederam; são histórias vivas de superações e lutas, de dedicação e trabalhos diversos. Cada rosto traduz um imenso conjunto de experiências e afetos. Há lutas e desentendimentos, algum sofrimento, mas uma história de muita intimidade e realização.

Há famílias de duas ou três gerações presentes, algumas com os pais já desencarnados mas ainda presentes em nossas memórias pelo carinho com que nos trataram, pelos auxílios das mais diversas ordens que nos prestaram ao longo de suas contribuições, pela admiração que tínhamos por seus exemplos na assistência e promoção social, na mediunidade, nos estudos, e em muitas outras situações. Quem vê este grupo não tem a menor ideia do que significaram e significam para nós. Quem se atreve a falar do movimento espírita de fora, reduzindo a rica experiência que vivemos juntos ou não tão juntos assim aos estreitos jargões da alienação ou do controle social, definitivamente não têm qualquer noção do que escrevem.

Quando ouço um jovem nos dias de hoje repetindo as frases prontas dos anos 70, muitas vezes por desejarem trilhar o caminho das festas, relacionamentos brevíssimos e prazeres sem culpa aparente, só posso respeitar-lhes as escolhas e pensar comigo mesmo que eles não sabem o que fazem.

13.11.11

CAMPANHA DE NATAL: GELATINA


Olha só o que dá para fazer com gelatina!
(Colaboração: Júlia Sampaio)

Todos os anos, a Associação Espírita Célia Xavier realiza uma Campanha de Natal para a distribuição de cestas de alimentos para assistidos de comunidades em situação de risco nas regiões da zona oeste de BH, Citrolândia e Ribeirão das Neves.

Estas comunidades participam de diversas atividades de promoção social em seu próprio benefício, como cursos de gestantes, encontros com as famílias, oficinas profissionalizantes, entre outras. O Natal é uma época que escolhemos para comemorar juntos o ano que passamos e a cesta é um presente simbólico.

Em 2011, o Espiritismo Comentado entrou na Campanha e está tentando arrecadar pacotinhos de gelatina. Anualmente minha filha menor trabalha na confecção de cestas e seu trabalho é colocar dois pacotinhos de gelatina em cada uma. Como distribuiremos cerca de 500 cestas, a meta da AECX é receber donativos de cerca de 1000 pacotinhos. 

Vamos colaborar? Não vale doar gelatina de má qualidade...

As doações podem ser entregues na Associação Espírita Célia Xavier, situada à Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado. Belo Horizonte-MG. A secretaria recebe as doações, e você comunica que está participando da campanha pelo Espiritismo Comentado. 

A data limite para o recebimento das doações é o dia 14 de dezembro. Depois disso, haverá a confecção de cestas e a distribuição.

Vou divulgar ao longo da campanha outros postos de coleta, que talvez sejam mais fáceis ou próximos para vocês.

Vamos cobrir a meta?

6.2.11

AGENDA DE UMA MOCIDADE ESPÍRITA CONTEMPORÂNEA

Reunião de Abertura da Mocidade AECX em 2010


No início do século XX não havia mocidades espíritas no Brasil. As primeiras começaram a ser formadas na década de 1930, embora não haja dados seguros sobre isto. Em 1948, Leopoldo Machado tomou à frente da organização do 1o. Congresso de Mocidades Espíritas no Brasil, após a recusa da FEB em organizá-lo, que recebeu representantes de diversos estados e teve como efeito a disseminação deste novo tipo de reunião nas sociedades espíritas brasileiras.
Houve muitas transformações desde sua concepção aos dias de hoje. As poucas descrições na obra de Leopoldo Machado faziam parecer a mocidade uma espécie de grupo festivo, no qual havia um papel da arte associada ao Espiritismo, mas uma mentalidade de tratamento do jovem que se aproximava muito ao que dispensamos hoje às crianças.
Como se defendia a criação de um estatuto próprio para as mocidades, muitas se tornaram um "centro dentro de um centro", agindo à revelia das decisões, resoluções e diretrizes da casa que os acolhia. Eram eleitos presidentes de mocidades e juventudes espíritas, cargos diretivos, como se fosse um órgão estudantil dentro de uma escola, uma espécie de grêmio ou diretório. Neste formato podia ou não haver a figura do mentor, pessoa mais experiente que deveria orientar os jovens. Não é difícil perceber que este formato gerou muitos conflitos dentro das casas espíritas, em virtude da inexperiência nas relações instituicionais e interpessoais dos jovens e da desconfiança dos membros da casa para com uma organização que lhes soava estranha e às vezes ameaçadora.
Passados os anos, hoje as mocidades e juventudes são bastante aceitas pelo movimento espírita, recomendadas pelos órgãos federativos e muito material e experiência se desenvolveu em torno deste espaço instituicional espírita. Ainda há quem seja contra as mocidades ou os encontros de jovens espíritas e conceba a inserção do jovem na casa espírita pelos mesmos espaços criados para os adultos, mas são minorias no movimento.
Na capital mineira, hoje, grande parte dos grupos de jovens se acha integrado às sociedades espíritas com maior ou menor intensidade. Desde o surgimento da Confraternização das Mocidades Espíritas de Belo Horizonte - COMEBH, em 1983 (eu estive lá...) houve um grande aumento do relacionamento entre jovens de mocidades diferentes e um saudável trânsito entre as casas espíritas da Grande Belo Horizonte.
As COMEBHs se tornaram também uma espécie de incentivo a práticas que se disseminaram pelas mocidades: grupos de teatro, músicas criadas pelos participantes, instrumentos musicais, estudos com objetivos e metas, ações de integração, criação de material de apoio, entre outras iniciativas passaram a fazer parte do cotidiano do jovem no Centro Espírita.
Ontem fui convidado a assistir a reunião anual de abertura da mocidade da casa que frequento, 32 anos após tê-lo feito na condição de adolescente interessado. Algumas coisas mudaram, mas o essencial continua, sob novas formas.
Ainda se canta a canção "Sê bem-vindo" para os novatos. Ontem o regente enviou um vídeo da Alemanha, onde se encontra, com uma mensagem de acolhimento e "regeu" a cantoria.
Ainda se dão recados, com um ar despojado e alegre, convidando os participantes a ingressar nas muitas tarefas e eles estão cada dia mais criativos...
Ainda se projetam imagens, mas o velho projetor de slides, o flanerógrafo e o retroprojetor cederam lugar às mídias informatizadas.
O ingresso dos jovens que concluíram a evangelização infantil aumentou, assim como o interesse e a participação dos pais.
Para concluir, fiquei impressionado com a agenda de trabalhos do grupo de jovens. São diversos compromissos envolvendo a mocidade, a casa espírita e o movimento espírita municipal. A título de informação, transcrevo:
- Participação na campanha de inverno
- Participação na organização da festa junina da casa
- Organização das oficinas de mocidade (espécie de confraternização dos jovens da AECX)
- Encontros dos ciclos de mocidade (uma leitura comentada com atividades de recreação na casa de uma das famílias de membro)
- "Enturmão" semestral (encontro de avaliação)
- Participação na campanha do quilo
- Organização do Blog da Mocidade (http://aecx.blogspot.com/)
- Participação na campanha de natal
- Confecção das cestas de natal
- Reunião extra para os interessados de estudo sistematizado (este ano sobre o livro "O Consolador" de Emmanuel)
- Participação como expositores nos ciclos de estudo introdutórios de Espiritismo, que acontecem às segundas e sextas-feiras.
- Participação na organização da COMEBH e na promoção do Festival de Sorvete para angariar fundos
- Participação na evangelização infantil das quatro unidades que compõem a AECX, sendo duas situadas em municípios vizinhos.
- Grupo de música, que toca todos os sábados na reunião de mocidades e mediante convites em eventos espíritas.
- Visitas quinzenais ao hospital João XXIII
Isso foi o que anotei, estou certo que deve haver mais atividades e tarefas, mas estas já dão a dimensão da integração de um grupo de jovens na casa e no movimento espírita.

29.12.10

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA...

Rosaneves é um bairro de Ribeirão das Neves, cidade que integra a Grande Belo Horizonte. Neves, como a chamamos, guarda o perfil das cidades mineiras de interior, e tem cerca de 300 mil habitantes, sendo um terço desta população composta de crianças e adolescentes (Plano Diretor, 2006) e a proporção de cidadãos considerados pobres de 30,59%. Dos 853 municípios mineiros, Neves ocupa o 673o. lugar em PIB/Habitante.


O Plano diretor afirma que "a maioria das crianças e adolescentes de Ribeirão das Neves não tem o que fazer fora do período escolar, haja vista que o município não possui equipamentos públicos que promovam lazer, cultura, práticas esportivas e de convivência saudável, livre de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas."

Atento a esta necessidade, o grupo de estudos Joanna de Ângelis, da Asssociação Espírita Célia Xavier, fez uma pequena campanha e levou os jovens e crianças ligados à Evangelização Infantil para assistir o filme Nosso Lar. Programa completo, com transporte em ônibus, entrada, pipoca e refrigerante. Alguns dos jovens nunca haviam ido ao cinema. Eles capricharam no visual...

Após ver as fotos, o que posso dizer é que alegria na infância não tem preço e merece nossos esforços.

15.11.10

AGENDA NA MÃO: MITOLOGIA GREGA E ESPIRITISMO




EC está entrevistando Leosino Miranda Araújo, poeta, escritor, artista cênico, espírita, que organizou o seminário “Mitologia à Luz da Doutrina Espírita: Os Doze Trabalhos de Hércules – Uma Busca Interior”

EC: Leo, de onde surgiu a ideia de fazer um seminário focalizado na interpretação de um mito grego à luz do Espiritismo?
Leo: Estudando a Mitologia há alguns anos, percebemos que a função dos mitos não é somente “o relato de um acontecimento no tempo primordial, mediante a intervenção de entes sobrenaturais; lendas; narrativas de um povo”, conforme o emérito professor doutor de Língua e Literatura Grega e Literatura Latina (PUC-RJ), Junito de Souza Brandão, Mitologia Grega, vol. I. Os mitos podem se tornar muito mais significativos quando analisados à luz do espírito imortal, em sua busca incessante de si mesmo, de seu autodescobrimento, para um dia galgar o seu Eu Superior, como afirma o espírito de Joana de Ângelis em “Autodescobrimento”, psicografia de Divaldo Pereira Franco. No livro lançado pela União Espírita Mineira, em 2010, “Emmanuel Responde”, psicografia de Chico Xavier e Wagner G. da Paixão, na 2ª parte, Mitologia, o espírito de Emmanuel, questionado sobre a sabedoria das lendas antigas, afirma que, “quanto mais remontamos ao passado, mais entenderemos a necessidade de símbolos e mitos, com que os antigos encerravam verdades e princípios para os pósteros”. Cremos que essas verdades ocultas podem ser desvendadas pelo olhar crítico e racional que a Doutrina Espírita nos oferece, quando buscamos, por meio de estudos e análises sobre a necessidade de nossa Reforma Íntima, aliar aos mesmos diversos temas do conhecimento humano como a Poesia, a Literatura, as Artes e a Mitologia.

EC: Leo, além dos anos de estudo e trabalho espíritas e de sua produção literária, qual é a sua formação?
Leo: Além dos 27 anos de estudos e trabalhos espíritas, tenho no momento sete livros editados, além de mais dois em fase de conclusão. Sempre li muito. Somente para escrever o livro VIVA O BRASIL, li mais de cem livros. Tive oportunidade de estudar em três faculdades: Administração de Empresas, História e Letras, sem concluir nenhum dos cursos, por motivos diversos. No entanto, quando fazia Letras na UFMG, estudei grego e latim, que foram muito úteis para o aprendizado sobre Mitologia.

EC: O mito grego reflete crenças partilhadas pelos povos gregos da antiguidade, algumas em clara dissonância com o pensamento espírita, como é a noção do determinismo dos Deuses. Como você concilia isto em seu seminário?
Leo: São várias as discordâncias contidas nos mitos gregos em relação à Doutrina Espírita, se os analisarmos ao pé da letra. Entretanto, partimos do princípio no qual as histórias antigas revelam em sua base mais profunda uma realidade comportamental, em que a ingenuidade humana é confirmada pelas emoções rasteiras e reações mundanas dos chamados deuses, como as traições de Zeus, as vinganças de Afrodite e de Hera ou a rebeldia de Hércules, podendo compará-las às fragilidades inerentes à estrutura psicológica ainda vigente no homem terrestre, assim como os valores positivos desses deuses na sabedoria de Zeus, na sensatez de Hera ou na incrível persistência de Hércules. O determinismo demonstrado nos mitos tem relação com as crenças do passado, ou seja, com a fé cega, contrária à fé raciocinada que o Espiritismo ensina e esclarece. Questionar o mito em busca de respostas que vão de encontro ao nosso crescimento interior é, portanto, racionalizá-lo.

EC: Você cita diversos autores espíritas encarnados e desencarnados usados como fonte para o seminário. Fale como alguns deles foram utilizados.
Leo: Se observamos os mitos em sua linguagem simbólica, permitimo-nos fazer analogias sobre a realidade dos símbolos que eles representam, pautando-nos dessa forma em um tema relevante a partir dos mesmos. No livro “A Caminho da Luz”, Emmanuel/Chico Xavier, cap. XIV, “o Apóstolo João, desdobrado, lê a linguagem simbólica do invisível”, para então escrever “O Apocalipse”. No mesmo capítulo, Emmanuel interpreta alguns desses mitos simbólicos como a Besta (666), iluminando nossas consciências ao retirar os véus do desconhecido e desmitificando alguns conceitos fantasiosos do homem. Nos livros da série psicológica de Joanna de Ângelis, Divaldo P. Franco, em que os estudos são desenvolvidos à luz da Consciência Profunda, aproveitamos esses ensinamentos para melhor balizarmos os comportamentos dos heróis mitológicos que habitam em nós. Procuramos utilizar autores espíritas confiáveis, que possam iluminar o nosso caminho evolutivo com suas colocações conscientes e clarificadoras.

EC: O mito grego também foi utilizado por alguns autores de formação psicanalítica e analítica para ilustrar fenômenos psicológicos humanos, mas foram usados ora como metáforas, ora como figuras do inconsciente coletivo. Há alguma relação entre a psicologia analítica e sua abordagem espírita do mito?
Leo: Quando o professor Junito de Souza Brandão ministrava cursos regulares de Mitologia em São Paulo, na Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, falando sobre as tendências humanas contidas no inconsciente, representado pelo arquétipo atemporal, coletivo, e sobre o consciente, ego e suas finitudes, ele fertilizava a psicologia puramente conceitual, teórica, com imagens ricas em possibilidades e desenvolvimentos. O que nós pretendemos, então, é aproveitar ao máximo os ensinos de diversos estudiosos sérios como Junito e Joseph Campbell, entre outros não-espíritas, que se dedicaram com afinco à Mitologia, aliados a diversos autores espíritas, como oportunidade de novas reflexões do Espírito Imortal na sua jornada evolutiva. Não temos, portanto, quaisquer compromissos com as linhas da Psicologia Humana, principalmente aquelas eivadas de preconceitos e superficialidades, quando o tema se volta para a vida espiritual.

EC: Porque o seminário tem uma taxa de inscrição?
Leo: A taxa de inscrição será utilizada integralmente nas despesas de produção e pós-produção do filme “O 12º”, para pagamento dos serviços de profissionais não-espíritas envolvidos no Projeto. Estudo abordando o tema Mitologia já foi realizado na reunião de pais e em reuniões públicas na Associação Espírita Célia Xavier e em outras casas espíritas, não envolvendo ônus para a realização das mesmas.

EC: Fale um pouco de “O 12º.”.
Leo: Trata-se de um curta-metragem, com 15 minutos de duração, a ser gravado na cidade de Belo Horizonte. Será uma contribuição para a campanha lançada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2006, através do site da FEB (Federação Espírita Brasileira). O Ministério da Saúde divulgou um estudo inédito e iniciou uma ampla estratégia de prevenção, inclusive com a criação de um site na Internet. A FEB - que mantém uma campanha em Defesa da Vida - foi autorizada pelo Ministério a publicar os dados do estudo e informa sobre a visão espírita acerca do suicídio.
A história de “O 12º” relata uma série de conflitos vividos por Ricardo, um jovem empresário de 39 anos, casado, enfrentando as intempéries advindas da falência de sua empresa. Em acréscimo aos problemas na área dos negócios, Ricardo não encontra o apoio que esperava por parte da esposa que tanto ama.
O objetivo principal do filme é proporcionar profunda reflexão sobre valores existenciais e demonstrar, com base em uma história possível de ocorrer em nosso cotidiano, que apesar da vida apresentar obstáculos difíceis de serem transpostos, sempre há uma razão para continuar tentando encontrar um caminho que possa levar qualquer um à uma vida mais segura emocionalmente, e que o suicídio não seria, de forma alguma, uma alternativa real e sensata.

EC: O filme é uma produção espírita, ou uma obra de arte alinhada aos valores espíritas?
Leo: A linguagem do filme é carregada de terminologia Espírita. A cena que encerrará o curta-metragem mostra o livro “Memórias de um Suicida”, de Yvonne A. Pereira. Através de efeitos especiais, será perceptível a presença de um ser desencarnado, antes do desfecho da história. Considerando esses detalhes, podemos declarar que o filme é uma produção Espírita.

EC: O filme foi aprovado pela “malha fina” da Lei Rouanet; por que não conseguiu aporte de recursos da iniciativa privada? Ainda é possível a uma empresa patrocinar ou auxiliar o patrocínio do filme com dinheiro de seus impostos?
Leo: Como não houve patrocínio de empresas para a execução do Projeto, que foi aprovado integralmente pela Lei Rouanet, a Cris, idealizadora do mesmo, que tem formação na área cinematográfica, resolveu continuar com o Projeto, realizando eventos a fim de angariar fundos para a sua conclusão, como o Seminário de Mitologia à Luz da Doutrina Espírita, contando, a princípio, com o apoio da Associação Espírita Célia Xavier.

EC: Qual será o destino da renda do filme?
Leo: A renda do filme será destinada para a Associação Espírita Célia Xavier, que se encarregará de sua venda e distribuição.

EC: De volta ao seminário, como inscrever-se e onde será realizado?
Leo: O Seminário será realizado na AECX - Associação Espírita Célia Xavier, à Rua Coronel Pedro Jorge, 314 – Bairro Prado – Belo Horizonte/MG. As inscrições podem ser feitas na Secretaria da AECX, no endereço acima, telefone: (31) 3334-5787 ou com a Cris (31)8606-8815 e o Leo (31) 9950-3617.

EC: Que instituições estão apoiando sua iniciativa?
Leo: União Espírita Mineira, Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, Aliança Municipal Espírita de Contagem, Aliança Espírita Evangélica de Belo Horizonte, Associação Espírita Célia Xavier, Grupo da Fraternidade Eurípedes Barsanulfo e GAEV - Grupo Aprendizes do Evangelho.