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5.1.11

LIVRO SOBRE DEPRESSÃO ESCRITO POR MÉDICOS ESPÍRITAS

Capa do Livro
Três médicos da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, conhecidos internacionalmente, publicaram pela AME-BRASIL o livro “Depressão: abordagem médico-espírita” (São Paulo: Associação Médico-Espírita do Brasil, 2ª. edição, 2006. 192 p.)

Trata-se de uma coletânea de textos sobre o assunto. Sua abordagem é interessante, porque baseia-se em revisões de literatura e publicações sobre o tema de duas fontes distintas: fontes de pesquisa médica e fontes espíritas. O livro emprega uma linguagem direta e clara, porque é voltado ao grande público, apesar de tratar de alguns temas técnicos.

Roberto Lúcio (psiquiatra) apresenta o diagnóstico, uma diferenciação conceitual entre depressão, tristeza e melancolia, as alterações orgânicas e neurofisiológicas, a abordagem cognitiva e as diferentes abordagens terapêuticas, incluindo a espírita, que considera a obsessão, os passes, o auto conhecimento e as atividades sociais.

Jáider (psiquiatra) trata da depressão e da ética.

Oswaldo Heli (cardiologista) faz uma dissertação breve sobre a associação entre depressão e doença cardíaca, e comenta muitos casos descritos pelo espírito André Luiz.

Percebo no livro a intenção de se discutir alguns mitos correntes no movimento espírita, oriundos do senso comum. Eles envolvem um desconhecimento sobre a visão psiquiátrica da depressão, que vai do seu conceito às fantasias sobre o tratamento com medicamentos “tarja preta”. Eles defendem a articulação entre o tratamento médico e as propostas do movimento espírita, sem fazer apologia destas.

O livro da segunda edição traz alguns erros de revisão, como é o caso da sigla FDA, que significa Food and Drugs Administration (uma agência pública Norte Americana da área de saúde), à qual antecediam reticências na publicação, possivelmente porque o autor queria pesquisar o nome correto da sigla.

Há certo desequilibro entre os autores. A maioria dos capítulos é de autoria de
Roberto Lúcio, e os trabalhos de Jáider e Oswaldo Heli são justapostos. O livro não tem uma linearidade do texto, os temas do diagnóstico e da terapêutica vão e vêm. É uma coletânea de trabalhos isolados sobre o tema.

A experiência dos autores e seu domínio técnico fazem do livro uma referência importante ao movimento espírita, especialmente às atividades de orientação (que aqui em Minas se chama de “atendimento fraterno”) do público que procura os centros espíritas para encontrar alternativas para seus problemas pessoais.