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16.11.22

A AÇÃO HUMANITÁRIA SEM DISTINÇÃO DE RAÇAS E CRENÇAS É UM IMPERATIVO ÉTICO ESPÍRITA?





Faz 18 anos que defendi a tese Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor. Tive que voltar a ela e acessei o catálogo de teses e dissertações na USP, onde há uma cópia digitalizada. https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-24052007-160054/pt-br.php

Para minha surpresa, apenas nesse canal, foram 17.099 visitas e 9095 downloads; ou seja, quase dez mil pessoas acessaram a tese, e, segundo o Google Acadêmico, foram 54 citações diretas à tese publicada em forma de livro e 6 citações à tese citada em forma de arquivo pdf , e das citações indiretas, encontrei as seguintes:

O Maslow desconhecido: uma revisão dos seus principais trabalhos de motivação - 137 citações

A dinâmica de grupos de Bion e as organizações de trabalho - 25 citações

A gestão de pessoas e a motivação - 16 citações

Resgate da teoria de motivação de Joseph Nuttin - 7 citações

Motivação de voluntários em creche no terceiro setor - 5 citações

Ethos, sincretismo e identidade no espiritismo brasileiro - 2 citações

O livro da tese está na segunda edição e ainda no mercado. Como diria meu colega, Prof. Miguel Mahfoud, "o livro está vivo".

Para adquirir o livro, peça à distância em https://ccdpe.org.br/loja/

Vou retirar parágrafos que são muito contemporâneos hoje, mesmo tendo sido escritos há 18 anos, e ir publicando em formato de gotas no Espiritismo Comentado. Um tema polêmico, hoje, tem sido o trabalho social espírita. Ao tentar propor um ethos espírita na obra de Allan Kardec, escrevi:


"Enquanto ser-no-mundo, espírito encarnado, é dever ético do espírita o seu autoconhecimento (LE, q. 918-919), o seu autodesenvolvimento intelectual e moral (LE, q. 779-780), e a sua ação humanitária "sem distinção de raças, nem de crenças" (LE, q. 918), seja como membro da sociedade ou membro de uma instituição" 

Jáder Sampaio.

23.7.22

O PROBLEMA DO VOLUNTARIADO NO MUNDO E NAS CASAS ESPÍRITAS

 


Capa do Relatório de Atividades de 2021 do IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social

"Nenhuma violação do direito autoral pretendida."


Jáder Sampaio

 

Um convite para participar de uma entrevista em canal televisivo fez-me rever as estatísticas atuais do trabalho voluntário no mundo.


WORLD GIVING INDEX - WGI (ÍNDICE MUNDIAL DE DOAÇÃO)

Encontrei uma instituição internacional, de sede inglesa (e em outros cinco países, inclusive Brasil), que se dedica, entre outros trabalhos, à manutenção do WGI, Índice Mundial de Doações. Essa instituição chama-se Fundação de Ajuda a Organizações de Caridade (CAF, que é a sigla de Charities Aid Foundation). No Brasil seu escritório foi registrado como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) com o nome de IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

O WGI é construído com informações obtidas em 114 países (mais de 90% dos países do mundo, segundo o impresso da CAF) pelo Instituto Gallup. Ele mensura três indicadores que formam um índice geral, utilizado para colocar os países em ordem.

Eles perguntam aos participantes se:

    (1) Ajudou a um estranho ou alguém que você não conhece e que necessita de ajuda.

(2) Doou dinheiro a uma instituição de caridade

(3) Voluntariou seu tempo a uma instituição

A metodologia da pesquisa busca se orientar por uma amostra representativa, feita em áreas urbanas e rurais, público civil não institucionalizado com idade superior a 14 anos, amostras maiores em países mais populosos, mais de 121 mil pessoas entrevistadas em 2020, colhidos por telefone, com nível de confiança de 95% e arredondamento com o critério de número inteiro mais alto. Vamos considerar que os resultados são representativos e que as medidas obtidas se ajustam em uma distribuição normal, ou seja, podemos considerá-las iguais às medidas da população, com uma faixa de erro.

Os resultados do Brasil em 2020 o situou em 68º lugar dentre os 114 países, com cerca de 15% da população brasileira tendo voluntariado seu tempo a uma instituição no ano da pesquisa.


WGI X PESQUISA DE VOLUNTARIADO NA PNAD - IBGE

Causa estranheza a diferença de valores entre os resultados do IBGE, que tem uma série de indicadores de voluntariado construída a partir de dados do PNAD (Plano Nacional de Amostras por domicílio). Em 2019, na 5ª visita o indicador acusou apenas 6,6% de pessoas prestando serviços voluntários na população brasileira como um todo. Apesar de semelhante o conceito de voluntário nas duas instituições, como são feitos há muitos anos com séries relativamente congruentes, deve haver alguma diferença metodológica não identificada.

O primeiro lugar da pesquisa de voluntários da CAF foi a Indonésia, que computa 60% da população com mais de 14 anos de idade prestando serviços voluntários. A Indonésia ficou em primeiro lugar geral da pesquisa em 2020 e primeiro lugar nos indicadores de Doação de dinheiro a instituições e de serviços voluntários.

Curiosamente, em último lugar da pesquisa vem o Japão, que ofereceu apenas 12% de serviços voluntário, estando muito próximo ao percentual apresentado pelo Brasil, que se considerava um país comprometido com o voluntariado.


ANÁLISE DE PAULA FABIANI PARA O BRASIL

Analisando os dados, a CEO do IDIS, Paula Fabiani, destacou o impacto das políticas de lockdown, para o controle da COVID nos índices de voluntariado, com destaque para Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos que tiveram uma queda significativa de sua posição e sempre figuravam entre os dez primeiros países no ranking.

O Brasil teve seu recorde em “ajuda a um estranho” (63%), possivelmente em função da pandemia, como afirma Fabiani, mas posso arriscar que eventos como queimadas, enchentes e outros podem ter também auxiliado no impacto desse número. A doação a instituições de caridade também cresceu mais que nos cinco anos anteriores à pesquisa (31%).

O indicador de trabalho voluntário ficou inalterado com relação às pesquisas anteriores.


VOLUNTARIADO NAS CASAS ESPÍRITAS

Com o lockdown, a maioria dos centros espíritas fechou, segundo as instruções para o enfrentamento da COVID dadas por órgãos sanitários de Estado ou de Município. É natural que os quadros de pessoal tenham diminuído ou interrompido suas atividades de assistência e promoção social e que os trabalhadores que faziam a divulgação doutrinária à distância agora retomem atividades presenciais ou híbridas, e, por isso, haja a criação de novas funções e tarefas a serem feitas por voluntários ou profissionais nessa área. 

Vemos diversas casas espíritas em busca da reorganização dos quadros de voluntários, e, se possível, aprimorando essa relação com os trabalhadores contratados para atividades que demandam maior continuidade.


FONTE BIBLIOGRÁFICA.

CAF World Giving Index: 2021. A Global Pandemic Special Report. June 2021. Charities Aid Foundation, 2021. Disponível em https://www.idis.org.br/publicacoesidis/ranking-global-solidariedade-10-anos/ Acesso em 24/07/2022. 22 p.

[Observação: preencher nome, e-mail e organização e clicar em dowload. Texto em língua inglesa e gratuito.]

20.8.19

NOVA EDIÇÃO DE VOLUNTÁRIOS




No dia 30 de julho publicamos no Espiritismo Comentado uma matéria sobre os lugares em que se encontravam os livros Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização de terceiro setor". 

Dias depois recebi um telefonema da Dra. Júlia Nezu, presidente do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, com uma proposta direta: 

- Vamos reimprimir o livro?

Estávamos na reta final da impressão do livro "O espiritismo da França ao Brasil: estudos escolhidos", mas a oportunidade era clara. Haveria trabalho para a nova reimpressão, mas boa parte dele cabia ao editor, e a nós caberia responder prontamente às demandas.

Para minha surpresa, vinte dias depois, chega uma caixa de livros trazida por transportadora. Abri os livros e eles ainda traziam aquele cheirinho de recém-impresso, que tantas pessoas apreciam. Os trabalhadores de São Paulo não "brincam em serviço".

O "Voluntários" é nossa tese de doutoramento, defendida em 2004, diante de uma banca muito dedicada e a presença de muitos amigos do meio espírita, na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA-USP. 

Motivação, cultura organizacional, uma proposta de modelo para pesquisar a motivação de voluntários, como o espiritismo vê o mundo e o homem, a história da Creche Futuro, sua estrutura e organização no tempo, seus voluntários e o paradoxo da satisfação e sofrimento em seu trabalho são os principais temas do livro. 

Agora que estamos com os livros novamente no mercado editorial, quem sabe não teremos novos trabalhos acadêmicos e no meio espírita que darão sequência ao que se iniciou com esse livro?



Quem estiver no 15º Enlihpe, em Fortaleza-CE, terá acesso a este livro e ao livro com os trabalhos escolhidos do evento: O espiritismo da França ao Brasil

Título: Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor
Autor: Jáder dos Reis Sampaio
Organizadoras: Cléria Bittar e Nádia Marcondes Luz
Editora: CCDPE-ECM e LIHPE
Coleção: Espiritismo na Universidade
248 páginas
23 x 16 cm
35 reais

Pedidos: pelo e-mail contato@ccdpe.org.br e em breve pela internet no www.ccdpe.org.br


30.7.19

VOLUNTÁRIOS À VENDA! POUCOS EXEMPLARES.



Estive recordando da minha tese de doutorado, realizada em uma instituição espírita de Belo Horizonte para o 1º Encontro das Casas Espíritas do Entorno do Hospital Espírita André Luiz. 

Na parte teórica estudamos três gigantes dos estudos da motivação: Abraham Maslow, David McClelland e Josph Nuttin. Dos três capítulos, ainda hoje o mais citado é o de Maslow, porque mostramos que ele desenvolveu uma teoria muito mais ampla que as citadas em palestras motivacionais e manuais de administração. Bastou que tivéssemos lido todos os seus livros e artigos disponíveis.

A tese trata da motivação e sofrimento psíquico de voluntários e depois escrevemos sobre os mecanismos de defesa que eles desenvolvem nos grupos espíritas. Esse trabalho "virou" capítulo de livro e foi comunicado em congresso nacional.

Ela trata também da história da creche estudada, suas estruturas organizacionais ao longo do tempo, sua cultura e todas as atividades que se fazia àquela época. Isso foi a base para um diálogo de muitos meses com os dirigentes da mesma.

Aproveitamos para sintetizar as pesquisas que antropólogos realizaram sobre o movimento espírita no Brasil, as que falavam das atividades sociais espíritas,e propusemos um ethos e visão de mundo para o movimento espírita brasileiro. Eu nunca tentei publicar esse artigo em separado. Uma pena!

A tese tornou-se livro e esse esgotou-se em pouco mais de dois anos. Para minha surpresa, encontrei alguns lugares que ainda estão vendendo o livro novo e usado. Seguem os links desses lugares para quem se interessar:

Amazon do Brasil

https://www.amazon.com.br/Volunt%C3%A1rios-J%C3%A1der-dos-Reis-Sampaio/dp/8560114173

Estante Virtual

https://www.estantevirtual.com.br/livros/jader-dos-reis-sampaio/voluntarios

Livraria Universo Espírita

https://www.livrariauniversoespirita.com.br/livros/estudos-e-pesquisas/voluntarios-sampaio-jader-dos-reis/



2.10.14

OS INIMIGOS INVISÍVEIS DO VOLUNTÁRIO ESPÍRITA





Tenho ouvido muitas pessoas dizerem que com a modernidade acabou com o tempo para o voluntariado espírita. Permitam-me discordar desta explicação, porque o voluntariado nunca esteve tão em moda. A Copa do Mundo e as Olimpíadas do Rio de Janeiro atrairão milhares de voluntários, mesmo que todos saibam o quanto estes eventos arrecadam com publicidade. Quando motivados pela aprendizagem, muitos alunos não se importam em fazer estágios voluntários, certos da importância da experiência que irão adquirir em sua formação.

Outra contradição está dentro do próprio movimento espírita: somos todos voluntários. Dirigimos as casas voluntariamente, dirigimos reuniões voluntariamente, participamos de eventos para arrecadação de fundos voluntariamente (na verdade, até pagamos para participar), aplicamos passes voluntariamente, organizamos cursos e seminários voluntariamente... Nossa história na casa espírita é voluntária, ou seja, fazemos porque temos vontade.

Quando pensamos nos esvaziamentos de diversas atividades das casas, fico pensando qual é a sua razão. Nem sempre as pessoas têm coragem de dizer verdadeiramente por que se afastam de uma atividade voluntária. Evitando conflitos, dão respostas socialmente aceitas, como a famosa “estou sem tempo”. Ouvindo esta frase, o coordenador da equipe a repassa ao dirigente e este começa a teorizar: as pessoas estão sem tempo.

Acho que o voluntariado tem outros inimigos invisíveis, menos discutidos. Um deles é o desencanto. Uma pessoa procura uma atividade imaginando que será o que ela não é. Quantas pessoas pensam que trabalhar com crianças é apenas a alegria de brincar? Quando se apercebem que pode envolver cuidados, lidar com problemas, responsabilidades, exigências... perdem o entusiasmo.

E a rotina? Os grupos vão se preocupando apenas com as tarefas e se esquecem de outras coisas como o encontro, o relacionamento, as comemorações das realizações, a amizade. O voluntário sente-se como um mero trabalhador, com os ônus do trabalho, sem os bônus do encontro.

Outra coisa esquecida é o desenvolvimento do voluntariado, geralmente associado com a rotina. As pessoas não aprendem nada depois de algum tempo. Não conversam sobre o trabalho que fazem e alternativas para aperfeiçoamento. Não participam de cursos, de seminários. Não visitam outros trabalhos semelhantes para ver como realizar melhor. Não são incentivados a apresentar seu trabalho em espaços onde ele seria valorizado e discutido.

Em meio a tanto incentivo à disciplina (necessária, claro), às vezes se esquece do desejo. O que faz as pessoas felizes? Eu preciso ir a uma atividade porque me constranjo a tal ou há algo parecido como a hora de sair com o namorado (a) no trabalho voluntário que faço? Existe alegria no trabalho?

Como se dão as relações no trabalho voluntário? Elas são sempre marcadas pela crítica, muitas vezes imaturas e mal fundamentadas, calcada em estereótipos, ou são relações ricas de afeição e respeito?

Os colegas e coordenadores valorizam o trabalho realizado? Mostram os resultados do que se faz? Partilham as informações e percepções que mostram casos reais de crescimento das pessoas que são auxiliadas pelo trabalho?

Nas dificuldades há apoio? O voluntário tem a quem recorrer, às vezes apenas para desabafar, outras para ouvir quem já passou pelo problema que hora enfrenta? Alguém está disponível nas horas de dificuldades, ou o atendimento fraterno é apenas para o público externo que procura o centro espírita?

E você, que me lê, como voluntário? Como trata seus colegas, coordenadores e público? Que ambiente você cria com suas ações? O que pode melhorar?


Antes de pensar nestas e em outras questões que nos ocorrerão, é difícil aceitar a ideia que a pressa dos tempos modernos faz com que não seja possível contar com voluntários para o que quer que seja. É sempre possível aperfeiçoar o que se faz.

9.10.13

SER VOLUNTÁRIO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS




Ontem à noite enfrentei o trânsito pesado de Belo Horizonte e a chuva contínua e fria para um compromisso no auditório Prof. Bicalho, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. O Dr. Miguel Mahfoud e os doutorandos Yuri e Roberta organizaram um seminário com noite de autógrafos para conversarmos sobre o livro Ser Voluntário, Ser Realizado.

Como membro da mesa, li o livro com mais cuidado (até onde consegui). O livro é uma investigação fenomenológica em uma grande casa espírita da capital mineira, com foco em voluntários, para a construção de um entendimento sobre a experiência de ser voluntário.

A parte inicial é uma revisão teórica sobre a fenomenologia, e tem como boa surpresa a filosofia de Karol Wojtyla (que se tornaria papa, futuramente) e de Edith Stein. O Prof Paulo, um dos membros da mesa, destacou a importância da recuperação do pensamento destes dois autores para a fenomenologia brasileira.

Eu conhecia a casa espírita estudada, e as descrições feitas por Yuri me fizeram recordar André Luiz. Cuidadoso e meticuloso ele vai visitando, em seu texto, os departamentos e tarefas da casa, que se organizou de forma diferenciada da estrutura organizacional que normalmente vemos nas casas em Minas Gerais. O autor vai falando com detalhes, e as imagens da sociedade espírita rapidamente povoaram minha mente, pois já estive lá duas dúzias de vezes, pelo menos.

Depois o texto mostra a que veio, e relata a experiência voluntária de quatro pessoas, que o autor selecionou entre os milhares que encontrou, e entre as onze que realmente entrevistou. Eu me pergunto quando ele terá uma disponibilidade íntima para se debruçar sobre este material ainda não explorado e publicá-lo em forma de artigos, para irmos compondo uma massa crítica sobre a experiência voluntária em casa espírita.

O público de voluntários desta casa não é apenas espírita, há católicos confessos que se identificaram com o caráter cristão e sério dos trabalhos realizados e lá realizam suas tarefas e realizam-se.

A leitura da experiência voluntária é muito desafiadora (Miguel e Yuri gostam de usar o termo provocadora), Se vista à distância, como gostam de fazer os materialistas, parece empobrecida. Uma senhora lava pratos, outra prepara e distribui salada de frutas, outra coordena aulas de evangelização infantil e outra é responsável por dar banho em crianças. Recordei-me dos comentários maldosos, feitos por revolucionários, que diziam ser esta uma atividade burguesa, pobre, sem capacidade de transformação do mundo.

Yuri vai além das aparências e pergunta às pessoas como é o seu trabalho, ou algo semelhante. As histórias se multiplicam. Entre alguns schematas, aprendidos na casa espírita e na vida, há uma riqueza textual de vivências interiores, dificuldades superadas, emoções, mudanças interiores, que possibilitam a compreensão da experiência vivida dos voluntários. Nós leitores, ora nos admiramos, ora nos emocionamos, ora somos arrebatados à reflexão. O texto de Yuri parece repetitivo às vezes, mas vai nos fazendo refletir quase frase a frase a comunicação do sujeito.

Ele nos explicou que selecionou os entrevistados. Nem todos os voluntários conseguem passar da concretude do ato e resignificar o que fazem, mas não há limites de idade, crença, ou classe social para o que fazem.

O Prof. Paulo nos chamou a atenção para algo importante. Ele foi apresentado ao espiritismo não pela doutrina, mas pela experiência dos que participam do trabalho. Eu diria que é um retrato da "vita activa" do movimento espírita, e não de sua "vita contemplativa", que li em São Tomás de Aquino esta semana, ou em um de seus comentaristas, referindo-se a Pedro e a João, apóstolos como suas referências. Eu não caracterizaria os pensamentos e vivências dos voluntários como exclusivamente espíritas, mas indiscutivelmente são cristãs, por isso tocaram tanto o público presente. Não quero dizer que uma é mais importante que a outra, o que considero tolice, mas temos necessidade de reflexões profundas no movimento espírita sobre a "vita activa" de seus membros. Este tipo de análise nos faz ter uma nova perspectiva sobre o significado de tudo o que fazemos, em uma época cheia de relações temporárias e análises à distância.

O Prof. Miguel encerrou o encontro, após muitas questões do público presente e tentativas de resposta dos membros da mesa. Questões muito seminais, eu diria. Ele falou algo como: nesse momento a universidade tornou-se universidade. E é verdade, em meio a muitas visões de mundo, todos buscaram a verdade, sem temer apresentarem sua escolha religiosa, sua área de conhecimento ou qualquer outro elemento de sua identidade. E o diálogo respeitoso se fez, respeitadas as diferenças.


27.8.13

LANÇAMENTO DE SER VOLUNTÁRIO, SER REALIZADO


Um dos bons momentos do 9o. ENLIHPE este ano foi o lançamento do livro "Ser Voluntário, Ser Realizado", 5o. livro da Coleção Espiritismo na Universidade. 

Na foto vemos a apresentação da Dra. Nadia, que falou da coleção (o nosso Voluntários está esgotado), e que passou a palavra para o autor.

Yuri contou a história do trabalho, que explora de forma competente o significado de voluntariar-se, o mundo interno dos que se engajam no trabalho de um centro espírita da capital mineira. Sem limites de classes sociais, ele que hoje é um doutorando do programa de Psicologia da UFMG, mostra o que aprendeu na experiência de voluntariar-se e em contato profundo com os demais voluntários.

Parabéns, Yuri, e força Nadia. Antes que percebamos, estaremos publicando o número 30 desta coleção.

30.7.13

COLEÇÃO ESPIRITISMO NA UNIVERSIDADE LANÇARÁ QUINTO LIVRO NO 9o. ENLIHPE



Ser voluntário, ser realizado é o quinto livro da Coleção Espiritismo na Universidade, organizada pelas Dras Nadia Luz e Cléria Bueno, com direitos autorais doados para o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro; a Casa de Eduardo. Agradecemos à Universidade de Franca - UNIFRAN pela parceria neste projeto.

Trata-se da dissertação de mestrado de Yuri Elias Gaspar, doutorando do programa de pós-graduação em psicologia da UFMG. Ele estudou voluntários em uma casa espírita de Belo Horizonte, empregando a fenomenologia como abordagem teórico-metodológica.

Orientado pelo Dr. Miguel Mahfoud, conhecido autor da psicologia e da fenomenologia da experiência religiosa, editor da conceituada revista Memorandum.

O lançamento está programado para o 9o. ENLIHPE, em São Paulo, nos dias 24/25 de agosto. Posteriormente já está sendo agendado um lançamento na UFMG, em Belo Horizonte. Aguardem!

A foto da capa é do Prof. Rubens Romanelli, trabalhador espírita da União Espírita Mineira, e professor da saudosa Faculdade de Filosofia, Ciências Humanas e Letras da UFMG.

3.4.12

ESPIRITISMO COMENTADO NO RÁDIO?


A rádio Boa Nova entrevistou-nos para o programa Roteiro, que é realizado pelo simpático radialista Adriano Marques.

Conversamos sobre assuntos diversos: o voluntariado, que é o tema central, mas também a Liga de Pesquisadores do Espiritismo (LIHPE), o Eduardo Carvalho Monteiro, o Espiritismo Comentado e o movimento espírita, sempre com bom humor e simpatia.


A data é 01/03/2012.

Comentem! Critiquem! Ajudem a melhorar.

3.6.10

SAIBA ONDE COMPRAR O VOLUNTÁRIOS E O PESQUISAS EM BH


___________________________________
ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA CÉLIA XAVIER - AECX
Rua Coronel Pedro Jorge 314 - Prado -BH
Telefone: 31-3334-5787 (Altair ou Dirley)

GRUPO DA FRATERNIDADE IRMÃ SCHEILLA - GFEIS
Rua Aquiles Lobo 52 - Floresta - BH
Telefone: 31-3226-3911 (Madalena)

GRUPO DA FRATERNIDADE ALBINO TEIXEIRA - GEFRATER
Rua dos Aeroviários, 154 - Liberdade (Aeroporto)
Telefone: 31-3441-8545

GRUPO ESPÍRITA LARES UNIDOS - GELU
Rua Itália 174 - Nações Unidas. Sabará - MG

LIVRARIA QUIXOTE
Rua Fernandes Tourinho 274, Savassi - BH
Telefone: 3227-3077
__________________________________________________________


EM SÃO PAULO OU PELA INTERNET

___________________________________________________

CENTRO DE CULTURA, DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA DO ESPIRITISMO - EDUARDO CARVALHO MONTEIRO - Livraria Virtual
São Paulo - SP

EDITORA EME
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1080 - Vila Fátima
Capivari - SP
Telefone: 19-3491-7000


19.5.10

VOLUNTÁRIOS EM SÃO PAULO


No último final de semana fizemos uma viagem de divulgação do Voluntários em São Paulo.

O primeiro compromisso foi no CCDPE, que sediava a reunião da USE (União das Sociedades Espíritas de São Paulo) Regional São Paulo. Agradecemos ao Luiz Fernando (presidente) e ao Jeferson Betarello (diretor do Departamento do Livro) pela acolhida.



No domingo estivemos no Grupo Espírita Batuíra. A casa foi erigida por Spartaco Ghilardi, cuja influência era patente. Na foto acima vemos Pedro Nakano, Luiz Fernando, Geraldo Ribeiro, Jáder, Júlia Nezu e Marco Milani à frente da entrada do GEB.




A comunidade do Batuíra prestigiou o evento, e se interessou pela palestra que tratava do voluntariado espírita, tema de sua vivência cotidiana, dada a dedicação deste grupo para com as pessoas em geral.



Mais uma foto da comunidade do Batuíra.


No Seara Bendita fomos recepcionados pela direção, que se fez atuante e presente.


Uma foto dos seareiros, em pleno sábado à noite.
Os eventos foram importantes para sensibilizar o movimento espírita para o apoio devido ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, bem como para apresentar a proposta da Coleção Espiritismo na Universidade. Aguardemos o futuro.
Uma entrevista sobre o lançamento pode ser lida em http://www.espiritualidades.com.br/Liga/Liga_not_diversas/livro_voluntarios_lancamento_Jader_sp.htm

23.4.10

CORREIO FRATERNO COMEMORA 50 ANOS DO LAR DA CRIANÇA EMMANUEL - SÃO BERNARDO DO CAMPO


O jornal Correio Fraterno publicou uma edição especial em comemoração aos 50 anos do Lar da Criança Emmanuel, obra mantida pelo grupo sobre a qual já publicamos no EC.

A surpresa veio por conta da matéria sobre voluntariado, que dá visibilidade ao livro que lançamos recentemente. Confiram.

19.4.10

VOLUNTÁRIOS FOI LANÇADO EM BELO HORIZONTE


Lançar um livro de uma coleção intitulada Espiritismo na Universidade não deixa de ser um ato quixotesco, dado o medo que têm os acadêmicos de serem acusados de "misturar as coisas".



Passado o "frio na barriga" do início do evento, provocado pela pergunta assombrada (será que vem alguém?), a caneta nova começou a fazer seu serviço e a deixar suas marcas nas páginas iniciais dos livros, ainda com cheiro de gráfica.


O "Voluntários" remeteu as pessoas ao "Pesquisas", mas a maioria delas já o conhecia (trem danado de bom...)


Livros, fila de leitores, pão de queijo, sorrisos. Um lançamento é festa e também é reencontro. Sensação indescritível.



Tanta gente boa e feliz, em torno de um livro. Agradeço, humilde, a todos. Espíritas, estudantes de Psicologia, professores de ciências humanas e sociais aplicadas, amigos, curiosos...
O livro não é impresso porque existe o autor, ele é possível porque existe o leitor.
(Fotos: Thiago Machado, fotógrafo. thiagomail2@gmail.com)

14.4.10

VOLUNTÁRIOS SERÁ LANÇADO NA LIVRARIA QUIXOTE (SAVASSI) - BH

Tenho a satisfação de convidá-lo (a) para o lançamento do livro “Voluntários: um estudo sobre a motivação de pessoas e a cultura em uma organização do terceiro setor”, neste sábado, dia 17 de abril.

O livro é baseado na minha tese de doutoramento da USP, foi publicado a partir de esforços de diversos parceiros (FAPEMIG, Editora EME, Universidade de Franca – SP, Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – São Paulo). É o primeiro título da Coleção “Espiritismo na Universidade”, que visa publicar teses e dissertações que tratem do Espiritismo em fronteira com alguma área do conhecimento.

Ele trata de motivação e sofrimento de voluntários, cultura organizacional do terceiro setor, o ethos espírita brasileiro (com revisão de autores da Antropologia) e mostra os resultados de um estudo feito em uma creche espírita da capital mineira.

Em anexo segue a imagem da capa do livro. Por gentileza, repassem para suas redes de relacionamento, especialmente para os interessados no tema.

Local: Livraria Quixote
Data: 17/04/2010 (isto mesmo, neste sábado....)
Endereço: Rua Fernandes Tourinho 274, Savassi. Belo Horizonte – MG
Horário: das 11:00 às 14:00 horas
Preço: R$28,00

Prof. Jáder Sampaio
PSICOLOGIA UFMG – AECX - LIHPE

16.3.10

ONDE LANÇAR O VOLUNTÁRIOS?


O livro "Voluntários", primeiro volume da coleção "Espiritismo na Universidade" já está impresso com a ajuda de quatro organizações.
Pergunto ao leitor: onde e quando devo lançá-lo na cidade de Belo Horizonte?
Aguardo comentários.

27.2.10

À VENDA O PRIMEIRO LIVRO DA COLEÇÃO ESPIRITISMO NA UNIVERSIDADE


Há dois anos, no Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, o Prof. Marco Milani apresentou um trabalho que mostrava as teses e dissertações que tratavam de temas relacionados ao Espiritismo no Brasil, que ele pesquisou no banco de teses da CAPES. Como fossem dezenas e em diversos estados, elas sensibilizaram a Profa. Nadia, da Universidade de Franca, que voltou à sua cidade e encontrou respaldo em um grupo de professores para tentar realizar um projeto: criar a coleção "Espiritismo na Universidade".
Conseguido o apoio da Universidade de Franca, eles entraram em contato com acadêmicos que concordassem em ceder seus direitos autorais para o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, que seria beneficiário e articulador do projeto em parceria com a UNIFRAN, assim como o distribuidor dos exemplares.
Minha tese foi escolhida como a primeira a ser publicada, e começamos um trabalho de obtenção de apoio financeiro para a empreitada. Após a submissão do projeto por duas vezes, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, FAPEMIG, em reunião ordinária da Câmara de Saúde, Humanidades e Artes aprovou o recurso que viabilizava a impressão.
Neste ínterim, a equipe da Editora UNIFRAN já havia diagramado e orçado duas vezes o livro. Coube à Editora EME o melhor orçamento e o final da parceria, uma vez que ela desenvolveu a capa acima para o livro e a coleção.
No final de fevereiro, estava impresso e entregue o "abre-alas" da coleção, uma tese defendida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo que trata da cultura organizacional de uma sociedade espírita e da motivação de voluntários que operam em uma de suas atividades de promoção social.
A tese tem um capítulo inteiro dedicado ao movimento espírita brasileiro e ao ethos na obra de Allan Kardec. Ela compreende uma revisão da obra de três grandes estudiosos da motivação: Maslow, McClelland e Nuttin, assim como uma proposta de modelo teórico para o estudo de organizações do terceiro setor (autônomas, que não visam lucro, com grande efetivo de mão de obra voluntária, autogerenciadas).
A história da Creche Futuro (nome fantasia) se desdobra aos olhos do leitor, assim como os relatos de história de vida dos voluntários, a partir dos quais se pôde rever o modelo teórico de motivação desenvolvido até então.
O livro custa 28 reais e pode ser adquirido na livraria virtual do CCDPE (http://www.ccdpe.org.br) ou na da Editora EME (http://ww.editoraeme.com.br).

15.2.10

MAIS UMA DISSERTAÇÃO COM TEMÁTICA ESPÍRITA


O mestrando Yuri Elias Gaspar defende sua disertação de mestrado orientada pelo Prof. Dr. Miguel Mahfoud no dia 22 de fevereiro de 2010, na Universidade Federal de Minas Gerais.
O Dr. Miguel tem publicado e orientado trabalhos, geralmente com base metodológica da Fenomenologia, de temas ligados ao senso religioso e Psicologia.
Diferentemente do empirismo formal, a Fenomenologia privilegia o diálogo e a construção do sentido pelas pessoas pesquisadas, o que situa o pesquisador em uma esfera intersubjetiva.
Não tenho ainda maiores informações sobre o trabalho de Yuri, mas conheço a seriedade que ele dedica aos seus trabalhos, portanto, será recomendo a participação dos interessados, uma vez que as defesas são abertas ao público.

20.1.09

Associação Médica incentiva voluntariado.


O Jornal da Associação Médica de Minas Gerais publicou uma matéria sobre médicos voluntários. Ela mostra entrevistas com médicos que se voluntariam para realizar atividades ligadas à medicina e fora dela.
O Dr. Felipe Lessa, da Associação Espírita Célia Xavier, deu um depoimento sobre seu trabalho na organização de lanches e palestras relacionadas a saúde e cidadania para crianças na unidade Rosaneves, que fica no município de Ribeirão das Neves.
"Ser médico é gratificante diariamente, mas trocar vivências, entre novos e velhos amigos, gratuitamente, sem cobranças, sem receios, sem pressões e com uma tarefa tão simples não tem preço." Afirma o Dr. Felipe.