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9.8.17

A POESIA TRANSCENDENTE DE PARNASO DE ALÉM TÚMULO



Texto exclusivo de Alexandre Caroli Rocha para o Espiritismo Comentado

Parnaso de além-túmulo, primeiro livro de Chico Xavier, é uma antologia poética psicografada que, em 1932, era composta por 60 poemas atribuídos a 14 autores. Ao longo de suas edições, o livro foi crescendo, até que, em 1955, estabilizou-se com 259 poemas atribuídos a 56 poetas brasileiros e portugueses.
Entre esses, encontram-se nomes consagrados, como Fagundes Varela, António Nobre, Júlio Diniz, Castro Alves, Olavo Bilac etc.; nomes pouco conhecidos, como Cornélio Bastos, Albérico Lobo, Lucindo Filho etc.; e mesmo poetas anônimos, como A. G., Alma Eros, Marta e Um desconhecido.

Em minha dissertação de mestrado (Letras, Unicamp, 2001), estudei mais detidamente os poemas atribuídos aos portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro e aos brasileiros Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos. Na pesquisa, utilizei importantes estudos a respeito desses poetas, a fim de verificar se particularidades descritas pelos críticos também fazem parte dos versos psicografados.

Notei que, em grande medida, características formais e temáticas dos autores estudados também estão presentes nos versos mediúnicos. A constatação nos permite inferir: quem concebeu os poemas, além de possuir diversas habilidades poéticas, conhecia muito bem singularidades sutis daqueles autores, as quais foram apreendidas e explicitadas nos estudos críticos em que me apoiei.

Durante os 23 anos que se passaram entre a primeira e a edição definitiva de Parnaso, a cada nova edição o volume ia crescendo; novos poemas e novos autores eram acrescentados, e alguns poemas foram suprimidos. Havia também revisões, igualmente atribuídas aos autores espirituais; era uma obra em construção.

Esse processo sugeria que alguém estava encaminhando a antologia para alguma direção, visto também que, no mesmo período, outros livros de poemas psicografados por Chico Xavier foram publicados. Haveria, assim, um planejamento particular ao Parnaso, que demorava tanto para chegar a sua forma definitiva? Ou se tratava de um acúmulo aleatório de poemas?

Ao analisar o histórico das edições, cheguei à conclusão de que sua versão final teve como propósito abranger, sob a forma poética, todos os principais temas de O livro dos espíritos, de Allan Kardec. Na dissertação, mostro o alinhamento temático que a antologia de Chico Xavier estabelece com o livro de Kardec.
A dissertação está disponível aqui:

http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/269864

9.7.17

HOMENAGEM AO PARNASO DE ALÉM TÚMULO





A União Espírita Mineira promoveu ontem, em sua Sede Federativa, um evento comemorativo dos 85 anos de publicação de Parnaso de Além Túmulo, o primeiro livro publicado por Chico Xavier.

Falou-se de poesia, do Chico e do livro. Marival Veloso de Matos, 83 anos, ex-presidente da federativa, além de fazer a palestra, declamou de memória partes de "O Livro e a América" de Castro Alves. Como a idade confere experiência e generosidade a alguns, Marival compartilhou a tribuna com um colega advogado, convocado de improviso, que falou sobre o estilo de Augusto dos Anjos, o que fez com clareza e desenvoltura.

Há muitas informações interessantes, como, por exemplo, como foram se fazendo as alterações das ordens dos poemas e de como se inseriram novas poesias no livro. Fiquei curioso para ler a poesia Deus, de Antero de Quental.

A variedade de estilos e poetas no livro impressiona a quem estudou alguma coisa de poesia. Haja vista a fala de Monteiro Lobato:

"Se Chico Xavier produziu tudo aquilo por conta própria, então ele merece ocupar quantas cadeiras quiser na Academia Brasileira de Letras."

Ou o depoimento de Raymundo de Magalhães Júnior, da ABL.

"Se Chico Xavier é um embusteiro, é um embusteiro de talento. Sua facilidade de imitar seria um dom especialíssimo, porque ele não imita apenas Antero de Quental, Olavo Bilac e Humberto de Campos, mas Alphonsus de Guimaraes, Artur Azevedo, Antônio Nobre, etc."

E apesar da fala negativa de João Dornas Filho, da ABL, hoje há monografias com texto menos apaixonado, se opondo ao que ele escreveu abaixo:

"Olavo Bilac, um homem que no estágio de imperfeição nunca assinou um verso imperfeito, depois de morto ditou a Chico Xavier sonetos inteirinhos abaixo dos medíocres."


Voltando a Marival, ele encantou a assistência com sua capacidade de lidar com os improvisos e com seu bom humor. Cantou um pouquinho e declamou uma poesia que escreveu ao Chico Xavier: Cisco de um cisco.

A pesquisa merece ser conferida. Para o leitor que deseja ir direto à palestra, ela inicia-se aos 34 minutos e 25 segundos.

16.12.07

Dissertação de Mestrado da UNICAMP trata do Parnaso

Foto 1: Alexandre Caroli Rocha, autor da dissertação.


Alexandre Caroli Rocha defendeu dissertação de mestrado sobre o conhecido livro psicografado por Francisco Cândido Xavier: Parnaso de Além Túmulo.

Em sua dissertação se encontra uma vasta revisão sobre a produção mediúnica, a interferência de espíritos e médiuns no texto, a similitude do estilo literário ao lado de uma intenção retórica dos espíritos e muitas outras características próprias ao texto mediúnico de médiuns conhecidos como o próprio Chico, Yvonne Pereira e Divaldo Franco.

É uma dissertação que merece ser lida, porque traz mais uma contribuição lúcida a uma literatura geralmente esquecida pela Universidade Brasileira e paradoxalmente muito lida pelo público brasileiro de espíritas e simpatizantes.

Quem desejar ter acesso ao texto completo basta acessar a biblioteca de teses eletrônicas da UNICAMP no endereço http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236698