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23.4.13

OS BORGES: DO CLUBE DA ESQUINA À UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA.


Salomão Borges, irmão de Henrique Kemper Borges


Estava lendo o livro "Diretrizes de segurança", de Divaldo Franco e Raul Teixeira. Este livro tem um significado especial para mim, porque eu assisti o livro sendo feito. Foi na década de 80, no Colégio Tiradentes da Santa Tereza - BH. A Aliança Municipal Espírita, com a colaboração da saudosa Telma Núbia, organizou as questões e os dois médiuns e oradores espíritas se dispuseram a responder de forma concisa, para que o seminário fosse gravado e transcrito.

Encontrei uma das referências típicas do Divaldo: uma menção a um espírito que se apresentava como Henrique Kemper Borges, que houvera sido militar e médium na capital mineira. Imediatamente lembrei-me do novo presidente da União Espírita Mineira, que deve ser filho do espírito percebido (ele se chama Henrique Kemper Borges Júnior). Fui procurar mais informações na internet, e encontrei o depoimento abaixo no site do Museu do Clube da Esquina, feito por Salomão Borges, pai do conhecido músico mineiro, Lô Borges, e membro de uma família muito ligada ao Milton Nascimento e ao Clube da Esquina.



"O nome Magalhães é o seguinte: meu pai e minha mãe eram pioneiros do espiritismo kardecista aqui em Minas Gerais. Aliás, por isso eles foram muito perseguidos. É bom que se diga isso, que eles sofreram muitas perseguições, porque naquele tempo a intolerância era uma coisa medonha. Mas meu pai foi fundador de um centro espírita que existe até hoje, em condições precárias mas existe. É o Centro Espírita Luz, Amor e Caridade. Meu pai fundou esse centro e, na primeira reunião pública do centro, eles receberam lá um espírito que se ofereceu para ser um diretor, o guia espiritual do centro. O nome desse espírito era Salomão Magalhães, que era o nome de um jovem médico de Bagé, Estado do Rio Grande do Sul. E meu pai, em homenagem a esse médico, me deu esse nome de Salomão Magalhães, além do Borges dele. E teve uma reunião pública muito tumultuada nesse centro espírita. E foi contra vontade de meu pai que essa reunião se efetuou, porque ainda era cedo pra uma reunião pública, pela fluência de maus espíritos em grande quantidade, e foi exatamente o que aconteceu. Então o pau quebrou lá, muita gente foi tomada de espírito mau e começaram a quebrar as coisas, tamboretada. E meu pai descreve isso num livro manuscrito que ele não chegou a publicar. E o Salomão Magalhães, que era o guia espiritual, não conseguiu segurar a barra dos espíritos maus que estavam lá conturbando a sessão. Foi quando apareceu então o Henrique Kemper – um outro irmão que recebeu esse nome de Henrique Kemper –, que tinha sido professor de medicina do Salomão Magalhães. E o Henrique Kemper então debelou a rebelião dos espíritos e acalmou todo mundo. Então meu pai, em homenagem ao Henrique Kemper, deu ao meu irmão o nome de Henrique Kemper Borges".


As informações do médium baiano são corretas, e o Kemper-pai tornou-se militar, como se pode ver no transcorrer da entrevista. O Luz, Amor e Caridade está revitalizado, mantido por um grupo de trabalhadores oriundos da União Espírita Mineira, dentre eles o Geraldinho Lemos, muito conhecido nos dias de hoje pelo seu trabalho de recuperação da memória de Chico Xavier.