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1.7.10

TIAGO PAZ ESTUDA A IMAGEM DE CHICO XAVIER EM TESE DE DOUTORADO


O mestre em Psicologia Social Tiago Paz Albuquerque, hoje cursando doutorado nesta mesma área na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está fazendo uma pesquisa sobre a imagem de Chico Xavier junto ao povo brasileiro.

Pelo que pude entender, seu interesse é atingir um número elevado de respondentes de todas as crenças para realizar o seu trabalho, razão pela qual ele pede que as pessoas respondam seu instrumento eletrônico.

O Espiritismo Comentado gostaria de apoiar a iniciativa e pede a seus leitores que respondam e indiquem a amigos e conhecidos a participação na pesquisa, dentro dos preceitos da ética e da responsabilidade da prestação de informações.

Segue o texto enviado pelo pesquisador na íntegra:


"Amigos e colegas,

Peço a colaboração de todos para responderem a um questionário que trata sobre a imagem de Chico Xavier junto ao público brasileiro. Esse questionário faz parte da minha pesquisa de doutorado em Psicologia Social, orientado pelo Prof. Dr. Celso Pereira de Sá, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ.

Para acessar ao questionário, basta clicar no link abaixo e responder.

http://pt.surveymonkey.com/s/pesq_quest

Se puderem, encaminhem esse e-mail para todos da sua lista de e-mails.
Obrigado,

Tiago Paz e Albuquerque
Aluno de doutorado
Programa de Pós-graduação em Psicologia Social
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Fone: 55 21 83544022
E-mail: tiagopaz@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9814411412881480 "

22.12.08

Espiritismo e Universidade: mais uma dissertação sobre organizações espíritas

Figura 1: Caldo Santo, sopa distribuída aos sábados por Dona Sônia do Centro Educacional Maria Salomé, em Santa Luzia, uma das organizações estudadas por Daniella


Daniella Francisca Soares e Silva defendeu hoje a dissertação de mestrado intitulada "Práticas de Funcionamento, Gestão e Fundamentos da Doutrina Espírita em Organizações do Terceiro Setor" na Fundação de Estudos Administrativos de Minas Gerais - FEAD-MG.

Ela estudou doze centros espíritas na região de Santa Luzia - MG, quatro organizações de cunho social criadas por eles e realizou ainda um estudo em profundidade em uma creche mantida por sociedade espírita em parceria com o estado.

Daniella escreveu um capítulo na fundamentação teórica no qual trata da história, estrutura e ação social do movimento espírita.

O estudo é muito rico em informações e apresenta problemas enfrentados por organizações de terceiro setor, a conexão entre o pensamento espírita e a ação social das organizações estudadas, questões de cunho legal e financeiro, problemas de preconceito por parte da comunidade local e a relação entre as organizações, cidadãos, funcionários, voluntários e outros públicos envolvidos nos projetos.

Parabéns a Daniella e à sua orientadora, Dra. Patrícia Gazolli. Aguardamos publicações de artigos.

20.12.08

4o. ENLIHPE: Entrevista com o autor do Espiritismo Comentado

As competentes Izabel Vitusso e Eliana Hadad "espremeram" o autor do Espiritismo Comentado logo após o ENLIHPE procurando entender como ele vê a relação entre o Espiritismo e a Universidade.



Apesar do avanço, muitos entraves acadêmicos




“A Universidade é conservadora, em matéria de conhecimento”(Jáder Sampaio)


Por Izabel Vitusso e Eliana Hadad



Foto 1: Jáder no 4o. ENLIHPE


Um dos assuntos amplamente abordados durante o IV Encontro da LIHPE – Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, realizado em São Paulo, nos dias 27 e 28 passados, foi a produção acadêmica brasileira com temática espírita.


Pesquisadores e historiadores presentes no evento destacaram os desafios e dificuldades enfrentadas ainda pela resistência acadêmica, advinda na grande maioria das vezes do preconceito e do desconhecimento do que seja realmente o Espiritismo, doutrina científica e filosófica de conseqüências religiosas, codificada pelo francês Allan Kardec, que em 1857 lançou a sua obra básica, O Livro dos Espíritos, contendo perguntas e respostas sobre assuntos que envolvem diretamente a existência e o destino do homem, a criação e a imortalidade da alma – a vida do Espírito.


Ao final do evento, o psicólogo Jáder dos Reis Sampaio, um dos moderadores do grupo que se comunica pela internet há pelo menos seis anos, concedeu a entrevista abaixo, na qual abordou com clareza a dificuldade da produção acadêmica sobre temas ligados ao Espiritismo.


Premiado pela Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração – ENANPAD, Jáder Sampaio concluiu o doutorado em Administração pela Universidade de São Paulo em 2004. Atualmente é professor-adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo publicado 11 artigos em periódicos especializados e 19 trabalhos em anais de eventos, participando de 57 eventos no Brasil. Atua na área de Psicologia, com ênfase em psicologia do trabalho e organizacional Também é consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - FAPEMIG, do Programa de Capacitação de Recursos Humanos – PCRH.


Entrevistadoras - Como você analisa a produção acadêmica com relação ao Espiritismo?


Jáder Sampaio - O assunto é mesmo complicado. Sobre a pesquisa na universidade, se você se declara espírita, ganha antipatia dos que se dizem marxistas, socialistas, ou seja de outras vertentes políticas e religiosas, o que costuma gerar também retaliações nos pedidos de pesquisa, ou na aceitação de nossos programas de pós-graduação.


Entrevistadoras - Você acredita que isso aconteça por puro preconceito?


Jáder Sampaio - Muitos acreditam que se tem escondido o propósito de fazer proselitismo sobre a Doutrina Espírita dentro da universidade.


Entrevistadoras - Mas o pesquisador não tem liberdade de pesquisar o que lhe seja de interesse de estudo?


Jáder Sampaio - Há um engano sobre isso. As pessoas ficam achando que o pesquisador tem liberdade, mas ele não tem tanto como imaginam. Não consegue recursos, tem dificuldade de desenvolver o projeto, de encontrar orientador que aceite seu projeto de pesquisa e acaba encontrando tantas outras dificuldades no dia a dia da universidade. Ele precisa ser muito corajoso e persistente para defender algumas teses.


Entrevistadoras - Há orientadores preparados para coordenar os trabalhos de defesa de tese sobre Espiritismo?


Jáder Sampaio - Há sim, nas mais diversas áreas, mas se você chegar com um tema, muitas vezes o orientador diz que não interessa orientar. Quando o tema do mestrando envolve o nome do orientador, ele fica cioso. Se ele aceita um tema relacionado ao Espiritismo e não faz uma crítica contundente, pode ficar mal visto pelos colegas e comunidade acadêmica. É mais seguro você escolher um tema já consagrado, aceito internacionalmente, e ficar produzindo o que já é aceito.


Entrevistadoras - Você acha que nas universidades, os acadêmicos ainda têm receio de defender temas como o Espiritismo?


Jáder Sampaio - Sim, e de temas novos de uma forma geral, especialmente os que possam ser considerados pseudociências ou ideologias. A Universidade é conservadora, em matéria de conhecimento e gregária em matéria de captação de recursos. De qualquer forma este receio é menor que no passado.


Entrevistadoras - O que você sugere para gerar o conhecimento espírita no mundo acadêmico?


Jáder Sampaio - Não sei se a melhor expressão é conhecimento espírita. Um dos papéis da universidade é gerar conhecimento. Os professores precisam ficar mais abertos para o estudo de temas que permitam discutir a existência do espírito, como o fizeram os intelectuais do século XIX. Na Inglaterra, por exemplo, a SPR oferece bolsas de estudos para jovens pesquisadores que desejam estudar temas ligados às ciências psíquicas. É necessário que os professores orientadores construam redes e promovam eventos com os resultados de seus trabalhos, aproximando colegas e comunidade. A imprensa espírita e em geral poderia ter uma atenção maior para cobrir os trabalhos concluídos, para que não se percam no esquecimento. Um segundo momento é construir redes internacionais e trazer pesquisadores do exterior que trabalham temas de interesse ao movimento espírita.


Entrevistadoras - Podemos vislumbrar mudanças com relação a essas posturas para um futuro próximo? Por quê?


Jáder Sampaio - Sim, porque em uma sociedade mais democrática, há mais possibilidade de voz para as minorias. Tenho acompanhado pela LIHPE e por outros canais de informação muitas iniciativas interessantes, como o estudo à base de exame de imagens que o Júlio Perez fez com médiuns nos Estados Unidos e o exemplar temático da revista de Psiquiatria da USP sobre espiritualidade, organizado pelo Dr. Alexander Moreira Almeida. No exterior existem revistas técnicas especializadas em parapsicologia e CAM - medicina alternativa e complementar, que têm apresentado resultados de trabalhos sobre passes e curas espirituais.


Entrevistadoras - Você, como acadêmico, percebe algum avanço para aceitação do Espiritismo, considerando-se seu tríplice aspecto – ciência, filosofia e religião?


Jader Sampaio - O Brasil tem deixado de ser uma sociedade exclusivamente católica para ser uma sociedade plural em matéria de religião. Não bastasse a diferença, o respeito entre os membros de religiões é maior. Uma vez aceito pela sociedade, esta passa a demandar uma visão do mundo acadêmico sobre o Espiritismo.


Entrevistadoras - Espiritismo não combina com o mundo acadêmico? Que ciência é essa?


Jáder Sampaio - É a ciência dos homens, que desejariam estar em um lugar terceiro, o lugar da verdade ou, pelo menos, do conhecimento rigoroso, mas que não conseguem superar seus medos e preconceitos na hora de fazer pesquisa.


São Paulo, 27/29 de setembro de 2008



Publicado originalmente em http://www.ccdpe.org.br/



20.2.08

Espiritismo e Universidade: 20 Casos Prováveis de Reencarnação


Vinte casos prováveis de reencarnação é um livro baseado em publicações realizadas nos anais da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, escrito por Ian Stevenson (leia sobre ele no site da Universidade de Virgínia, clicando no título deste "post") Ele selecionou casos estudados por sua equipe em países muito diferentes: Índia, Ceilão, Brasil, Estados Unidos (índios do Alaska) e Líbano.

A base de sua pesquisa são crianças pequenas com memórias espontâneas de outras vidas, que ele passa a investigar.

Suas conclusões são as seguintes:

1) A fraude é improvável, devido ao extenso número de testemunhas em muitos dos casos e a falta de motivação aparente.
2) A tese da criptomnésia (termo criado por Flournoy que significa memória inconsciente) explicaria alguns dos casos com menos evidências, mas é insuficiente para os casos de relatos mais detalhados, nos quais haveria uma identificação da criança com a personalidade recordada, antes dos sete anos de idade, sem qualquer sinal de alteração da consciência e com relato de informações muito íntimas.
3) Percepção Extra-Sensorial explicaria alguns dos casos, mas é uma tese muito tímida para cobrir todos os fatos dos casos mais detalhados. Ela explicaria o acesso, mas não a organização das informações pelas crianças, nem explica a apresentação de habilidades não desenvolvidas na vida presente, muito menos a identificação da criança com a personalidade do morto por anos a fio.
4) A tese da "possessão" (subjugação, em linguagem kardequiana), explicaria a apresentação de habilidades não aprendidas, mas não explica bem a sensação de relembrar que as crianças apresentam e relatam.
5) As marcas de nascença também depõem a favor da tese da reencarnação, embora em muitos dos casos elas não se apresentem.

Stevenson pesquisou centenas de casos ao longo de sua carreira acadêmica, o que se pode ler na autobiografia publicada por ele na Revista de Psiquiatria da USP, volume 34, suplemento 1, 2007.

O livro foi traduzido para o português na década de 70 (Herculano Pires?) e publicado anos a fio, até que a editora o retirou de catálogo.

14.2.08

Espiritismo e Universidade: A FEB sob a Análise Antropológica



As Universidades têm se interessado pelo Espiritismo em diversos aspectos. Uma das abordagens mais produtivas tem sido a antropológica. Contam-se às dezenas os livros e teses escritas sobre o movimento espírita no Brasil e na França.

Um dos trabalhos mais comentados, agraciado com o Prêmio Arquivo Nacional de Pesquisa de 1995 foi a tese, depois publicada como livro com o seguinte título: "O Cuidado dos Mortos: Uma História da Condenação e Legitimação do Espiritismo." Foi escrita pelo professor Emerson Giumbelli, hoje na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Fui presenteado pelo Milton Piedade, a quem agradeço de coração, e depois tive contato pessoal com o autor na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais.

O livro é muito rico para ser apresentado por uma publicação de "blog". Giumbelli fez um estudo histórico e etnográfico buscando compreender a delimitação de fronteiras e identidades entre o Espiritismo, tendo por objeto a Federação Espírita Brasileira, no período entre 1890 e 1950, no Rio de Janeiro, e o conflito com outras instituições, como a policial, a jurídica e a medicina.

Deixo o leitor com o parágrafo de justificativa do autor:

"A impressão a que se chega depois de uma incursão pela literatura antropológica, sociológica e historiográfica dedicada ao Espiritismo é a de sua insuficiência diante de sua importância cultural, social e histórica do assunto em questão. Estatísticas oficiais e outras estimativas apontam a existência de 2 a 4 milhões de adeptos espíritas no Brasil, reunidos em torno de milhares de centros de culto, sem contabilizar os outros milhões de pessoas que, mesmo não se identificando como tal, frequentam suas práticas. Sabe-se também do grande número de iniciativas e instituições filantrópicas organizadas e conduzidas por espíritas, cujos benefícios, ainda pouco avaliados, atingem um contingente significativo de pessoas. Conhece-se o extraordinário volume de publicações espíritas - desde periódicos até as mais diversas obras doutrinárias - que inundam mesmo as mais desconhecidas livrarias e o imenso prestígio e carisma que detém personagens como o "médium" mineiro Chico Xavier, cuja fama ultrapassa as fronteiras nacionais." (GIUMBELLI, Emerson. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1977. 326 p.)