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1.6.16

ESPÍRITA FRANCESA CONTA HISTÓRIA DE REENCARNAÇÃO A ROCHAS


Foto de Rufina Neuggerath


O Coronel Albert de Rochas publicou um livro sobre recordações de outras vidas obtidas pelo magnetismo, chamado As Vidas Sucessivas. É um livro importante para o espiritismo, porque ele obtém através de meios empíricos, fenômenos que sugerem a existência da reencarnação, ainda que inconclusivos.

Em uma parte de seu livro encontramos uma carta escrita a ele por Rufina Neuggerath, conhecida como boa mãe dos espíritas, que mantinha um grupo mediúnico na segunda metade do século XIX, na França.

Rufina teve contato com os estudos de Rochas, e resolveu enviar um caso que ela teve contato para avaliação do estudioso, que o publicou.

O príncipe Wisznieuwski viajava com o príncipe Galitzin e encontrou uma moça em condição de mendicância, que lhes chamou a atenção. Eles resolveram adormecê-la (hipnotizá-la ou magnetizá-la) e o fizeram em um hotel, após pagar-lhe o jantar.

Em estado sonambúlico ela afirmou que havia morado na Itália, que era a Condessa de Y., morava em um castelo e era cruel. Ela empurrou o marido de um rochedo, o que foi visto pela cidade como um acidente, e permaneceu impune até a desencarnação.

Os nobres resolveram investigar o relato e foram ao local. A maioria das pessoas de lá não haviam ouvido falar no incidente, até que um camponês se recordou do evento, que havia ouvido falar quando era criança. Dispôs-se a mostrar o rochedo e afirmou que muita gente desconfiava da condessa, mas ela não foi condenada.

O caso chama a atenção, porque ainda no século XIX encontramos uma tentativa de verificação das informações de um sonâmbulo que alega recordar-se de vida passada. Se o relato do camponês for confiável, àquela época, há evidência que não se trata de fabulação ou ecmnésia, hipóteses psiquiátricas para as recordações alegadas de vidas passadas.

10.7.15

REEDITADO UM CLÁSSICO DA REENCARNAÇÃO



Hermínio Miranda induziu algumas pessoas ao transe anímico, conseguindo imagens mentais reconhecidas como memórias de vidas passadas pelos seus sujeitos. Sua principal fonte bibliográfica, onde aprendeu a técnica de indução por passes, foi o livro de Albert de Rochas: As vidas sucessivas.

Èugene-Auguste Albert de Rochas nasceu em 1837, na França e desencarnou em 1914 em seu país natal. Ele foi oficial militar, chegando a Comandante de Batalhão e foi para a reserva como tenente-coronel. De Rochas publicou muito. A Wikipédia listou dezenas de artigos e livros de sua autoria, entre trabalhos sobre temas militares e relacionados aos fenômenos do magnetismo.

O livro “As vidas sucessivas” começa com uma revisão histórica de citações de autores da antiguidade e da modernidade que tratam do tema. Curiosamente, De Rochas não cita Allan Kardec, mas cita Léon Denis (como fonte secundária de autores antigos, como Orígenes e os Pais da Igreja). Ele cita Victor Hugo, Pezzani, Laváter, Voltaire, Oliver Lodge, Tolstoi e outros autores que ou eram espíritas/espiritualistas ou se interessaram no tema da vida após a morte. Contudo, a editora mostra em suas notas de pé de página, evidências da leitura de Allan Kardec, especialmente no capítulo final, “A religião do futuro”.

Na segunda parte, De Rochas coleciona diferentes tipos de evidências empíricas da reencarnação. Regressões por influência de acidentes sofridos, recordações espontâneas de vidas passadas e memórias obtidas pelo magnetismo (passes) são alguns dos temas que ele ilustra exaustivamente com casos, como era comum à época.

A quarta parte do livro é um debate com diversas hipóteses explicativas dos fenômenos. De Rochas apresenta a argumentação de Richet, que ateve-se às mudanças de personalidade por sugestão (hoje seria chamada de sugestão hipnótica). Depois atém-se à questão das comunicações mediúnicas, com o caso de Mireille. Segue-se o caso da Srta. Hélène Smith (estudada por Flournoy e considerada histérica), onde o autor francês se defende de uma acusação ainda usada pelos céticos: só ele teria obtido memórias de vidas passadas com seus experimentos. Ele responde, apresentando outros pesquisadores que hoje fazem parte da história, como Fernandez Colavida, Estevan Marata (catalão, menos conhecido) e Léon Denis! Ele sintetiza bastante os relatos de Smith sobre vidas passadas e lamenta que ela não tenha sido induzida ao transe através de passes.

É interessante a relação de De Rochas com o espiritismo. Ele escreve que jamais se ocupou com o espiritismo, mas escolheu comunicar uma série de experimentos com médiuns que não deram bons resultados. Contudo, em vez de rejeitar as ideias espíritas, escreveu:

“Se as relato aqui, é unicamente a fim de fornecer novos documentos ao processo que se desenrola diante da opinião pública, e não para condenar, de maneira geral, a teoria espírita, que me parece apoiada em bases sólidas e que é, em todos os casos, a melhor das hipóteses de estudo formuladas.” (p. 350)

Na sua conclusão, o pesquisador faz uma relação de afirmações que considera indubitáveis seguidas de hipóteses. Entre as indubitáveis, ele coloca “que, por meio de operações magnéticas, pode-se levar progressivamente a maioria dos sensitivos a épocas anteriores à sua vida atual.”


Na medida em que fui folheando o livro, fiquei pensando como seria importante para os espíritas interessados no conhecimento espírita, conhecerem autores como Albert de Rochas que, mesmo não se intitulando espíritas, estudaram e ousaram teorizar sobre os fenômenos espirituais. As casas espíritas precisam dar luz a obras importantes como esta, nem que seja apenas para despertar o interesse dos que a frequentam.