30.7.15

NASCIMENTO, MORTE E RENASCIMENTO DA REVISTA ESPÍRITA (REVUE SPIRITE)




A Revista Espírita (Revue Spirite) foi fundada por Allan Kardec e teve seu primeiro número publicado em janeiro de 1858. Ela foi concebida por Kardec e discutida com os espíritos antes de sua primeira edição (Obras Póstumas, pág. 294 e 295). Nesta discussão, Kardec, entre outras coisas, é incentivado a fazer um número que contemplasse os interesses de cientistas e do vulgo, e que não dependesse de recursos financeiros de terceiros.

Seu primeiro subtítulo foi "Jornal de estudos psicológicos". Ele se justifica na medida em que foi delimitado como abordagem de "tudo quanto se liga ao conhecimento da parte metafísica do homem." Allan Kardec antevia a fusão do pensamento espírita às ciências que estudam o homem, como a psicologia e a antropologia. (Fonte: Revista Espírita, jan. 1858, p. 5 - Edicel)

A primeira edição foi feita às expensas do fundador, e a Revista foi bem sucedida. Apesar do trabalho intenso e dos dois empregos que Kardec tinha à época de sua fundação, ela foi regularmente publicada até 1869, época da desencarnação de seu fundador.

Após a desencarnação de Kardec, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas se recompôs sob a direção do Sr. Malet, com uma diretoria formada pelos Srs Levent, Canaguier, Ravan, Desliens, Delanne (pai) e Tailleur. O secretário gerente da Revue passou a ser o Sr. A. Desliens. A Sra. Allan Kardec cedeu os lucros do comércio das obras e da revista para a Caixa Geral do Espiritismo, mas passou a gerir todos os gastos gerais e a própria revista. (Fonte: Revista Espírita, mai. 1869, p. 152 - Edicel)

Há um período nebuloso, do qual não tenho fontes, que compreende os dois anos até a nomeação de Pierre-Gaëtan Laymarie à Sociedade (?) e ocupação dos cargos de redator-chefe e diretor da Revue Spirite. (Processo dos Espíritas, FEB, 1 ed. pág. 22) e que ocuparia por trinta anos, segundo J. Malgras (Os pioneiros do espiritismo, DPL Espírita, 2002). Neste período o subtítulo da Revue tornou-se "jornal de estudos psicológicos e do espiritualismo experimental", que condiz com a demanda de Flammarion pelo desenvolvimento da dimensão experimental do espiritismo, como se lê em seu discurso no túmulo de Kardec.

A Revue teve sua publicação contínua até a primeira guerra mundial, quando foi interrompida de 1914 a 1916. Neste ínterim, sabe-se que existiu uma Sociedade Científica do Espiritismo, dirigida por Leymarie, a quem Jean Guérin tentou doar sua fortuna após a morte, contudo, não logrou conseguir. "infelizmente essa sociedade, como todas as sociedades espíritas, não era reconhecida de utilidade pública, e caiu sob o golpe das leis sobre as associações, ela foi despojada no fim de alguns meses, por processos sucessivos, pouco mais ou menos completamente desse patrimônio, do mesmo modo que o de A. Kardec." (Malgras. Os pioneiros do espiritismo, DPL Espírita, 2002, p. 40). Houve também uma sociedade para a continuação das obras de Allan Kardec (antiga Sociedade anônima do espiritismo"), e a criação da União Espírita Francesa (1882), assim como de uma  Sociedade Francesa de Estudo dos Fenômenos Psíquicos (1889). (Bodier, Paul e Regnault, H. Gabriel Delanne: vida e obra. CELD, 1990) Todas estas instituições, de alguma forma, pleiteavam centralidade do movimento espírita francês, algo muito semelhante ao que aconteceu neste período no Brasil.



O terceiro grande momento da Revue Spirite deve-se a Jean Meyer. Este comerciante bem sucedido, tornou-se espírita após a leitura de livros de Kardec e Denis. Apoiado por Denis, ele adquiriu o título da revista e tornou-se seu editor de 1916 a 1931, quando desencarnou. Meyer fez por sucessor a Hubert Forestier, que manteve a linha editorial da Revue até setembro de 1971. Neste período, a Revue foi interrompida apenas durante a segunda guerra mundial. O papel da Revue associou-se ao da União Espírita Francesa e posteriormente ao do Conselho Espírita Internacional, o que é demonstrado com a mudança de seu subtítulo: “Órgão oficial do Conselho Espírita Internacional e da União Espírita Francesa e Francófona para o conhecimento dos valores morais e científicos da doutrina espírita”

Meyer é o mecenas das duas instituições que coexistiram durante muitos anos no movimento francês, o Instituto Metapsíquico Internacional e a Maison des Spírites, onde funcionava a União Espírita Francesa, a Federação Espírita Internacional, a Revue Spírite e as Edições Jean Meyer (RAMOS, Miguel La Revue Spirite. Hommage a Jean Meyer: mecene du spiritisme français. Paris: 4o. Trimestre de 2003, p. 4 a 6)

Este equilíbrio entre uma instituição de pesquisas e outra instituição de divulgação doutrinária e filosófica se manteve até pouco depois da desencarnação de Forestier. Em 1971, Andre Dumas se torna redator-chefe da Revue, e cinco anos depois ele abandonaria seu título por "Renaître 2000". Este período acompanha uma tentativa de extinção da União Espírita Francesa, transformada em União científica francófona para a investigação psíquica e o estudo da sobrevivência (USFIPES). Dumas e o presidente eleito desta nova instituição eram ao mesmo tempo membros do Conselho dos organismos de pesquisas parapsicológicas. Não posso senão levantar hipóteses, na falta de documentos e de entrevistas da época, mas ambos parecem crer que esta instituição e as teorias em conflito que compõem o corpus da parapsicologia seriam um avanço em relação ao pensamento espírita. Ele não poupou hostilidades verbais à época contra a Federação Espírita Brasileira, que se posicionou contra as transformações empreendidas na França e às rupturas para com o movimento espírita internacional.

Após sua "morte" simbólica, a Revue ressurgiu de um movimento de reação às mudanças no seio do movimento espírita francês. Roger Perez começa a publicar em 1985 uma Nova Revista Espírita, e vai ao tribunais em julho de 1987 para obter o título da revista fundada por Kardec. Dois anos depois, o tribunal decide que Dumas não é mais o dono da Revue Spirite, uma vez que ele próprio não explorava seus direitos de propriedade. Venceu o caráter democrático da legislação francesa.

Não causa estranheza que tenha surgido, dentro do  movimento francês, um ou mais grupos interessados nos estudos de fenômenos espirituais, psíquicos ou paranormais, mas o movimento que teve Dumas e Edmond Bernard como articuladores, visou uma espécie de expoliação dos bens do movimento espírita em causa própria, e, não bastasse, uma aquisição de revista para proibição da veiculação de suas ideias originais. Nem a santa inquisição teria feito algo mais nefasto à liberdade de crenças.

O movimento que teve Perez como um de seus expoentes conseguiu o título da Revista Espírita e passou a editá-la trimestralmente. Dialogando com representantes do movimento espírita de diversos países, criou-se um novo Conselho Espírita Internacional, que assegurou recursos para sua publicação no congresso de 1998 e que se tornou proprietária da Revue Spirite em 2007.

Desde 2010, a Revue Spirite tem como subtítulo "Órgão oficial do Conselho Espírita Internacional". Em seu novo período, findo o sparagmós dumasiano, a revista renasceu como órgão de divulgação do pensamento espírita.

27.7.15

COMUNICADO URGENTE SOBRE TAXA DE INSCRIÇÃO NO ECPE


Leitores do EC, repasso o texto abaixo que recebi da Coordenação Francesa e Brasileira do 1o.  Encontro de Cultura e Pesquisa Espírita - XII Colóquio França-Brasil


Prezados participantes do 1º. Encontro de Cultura e Pesquisa Espírita – XII Colóquio Brasil-França

Foi com alguma surpresa que vimos que nossa mídia impressa (cartazes e folhetos) saiu sem menção à taxa de inscrição do evento, estabelecida em 50 reais a inteira e 25 reais as meias entradas, em respeito à extensa legislação de meia-entrada vigente no Rio de Janeiro, que envolve, estudantes, idosos (acima de 60 anos), portadores de necessidades especiais e professores da rede pública

O objetivo da taxa de inscrição/investimento é apenas viabilizar o evento, que conta com despesas diversas envolvendo o transporte e estada dos convidados, aluguel do teatro, atividades de suporte, decoração, divulgação, entre outras despesas. Não há qualquer benefício para os organizadores, uma vez que eles próprios estão se inscrevendo no evento e recolhendo o valor da taxa.

As inscrições estão sendo feitas antecipadamente pela internet, no site http://www.1ecpe.com.br  ou pelos telefones (21) 4063 3747 . (11) 4063 3746
(21) 3026 5831 . (21) 2619 2448 Basicamente se pedem os dados de identificação dos inscritos e se aguarda que eles recolham a taxa no Banco Itaú ou fazendo transferência por internet banking, enviando o recibo da transação para obter um número de ingresso para cada pessoa inscrita. Temos interesse em efetuar todas as inscrições antes do evento, para evitar ou minimizar filas na porta do evento, antecipar a receita para honrar compromissos e atender da melhor forma possível cada um dos 900 participantes que estamos esperando no Teatro Odylo Costa Filho.

Como forma de agradecimento à participação, os inscritos receberão como contraparte o livro “Em torno de Rivail: o mundo em que viveu Allan Kardec” e mesmo os inscritos em meia-entrada poderão escolher um livro entre os títulos disponíveis para esta tarifa. Até o momento confirmamos o livro “Para entender Allan Kardec”, escrito por Dora Incontri, o livro “O Céu e o Inferno”, de Allan Kardec traduzido por Evandro Noleto Bezerra e “O espiritismo, as ciências e a filosofia”, organizado pela Liga de Pesquisadores do Espiritismo, em 2015.

Teremos também venda de livros a quem se interessar, com um extenso número de títulos, de diversas editoras, selecionados tendo em vista o tema do evento, que é a cultura e a pesquisa histórica do espiritismo e as relações entre o espiritismo francês e o brasileiro.

Contamos com a compreensão especial do movimento espírita e do público em geral e solicitamos que nos ajudem a divulgar a existência desta taxa de inscrição o mais amplamente possível, para informar melhor a todos os interessados no evento.

Atenciosamente,


Comissão Brasileira e Francesa do ECPE

10.7.15

REEDITADO UM CLÁSSICO DA REENCARNAÇÃO



Hermínio Miranda induziu algumas pessoas ao transe anímico, conseguindo imagens mentais reconhecidas como memórias de vidas passadas pelos seus sujeitos. Sua principal fonte bibliográfica, onde aprendeu a técnica de indução por passes, foi o livro de Albert de Rochas: As vidas sucessivas.

Èugene-Auguste Albert de Rochas nasceu em 1837, na França e desencarnou em 1914 em seu país natal. Ele foi oficial militar, chegando a Comandante de Batalhão e foi para a reserva como tenente-coronel. De Rochas publicou muito. A Wikipédia listou dezenas de artigos e livros de sua autoria, entre trabalhos sobre temas militares e relacionados aos fenômenos do magnetismo.

O livro “As vidas sucessivas” começa com uma revisão histórica de citações de autores da antiguidade e da modernidade que tratam do tema. Curiosamente, De Rochas não cita Allan Kardec, mas cita Léon Denis (como fonte secundária de autores antigos, como Orígenes e os Pais da Igreja). Ele cita Victor Hugo, Pezzani, Laváter, Voltaire, Oliver Lodge, Tolstoi e outros autores que ou eram espíritas/espiritualistas ou se interessaram no tema da vida após a morte. Contudo, a editora mostra em suas notas de pé de página, evidências da leitura de Allan Kardec, especialmente no capítulo final, “A religião do futuro”.

Na segunda parte, De Rochas coleciona diferentes tipos de evidências empíricas da reencarnação. Regressões por influência de acidentes sofridos, recordações espontâneas de vidas passadas e memórias obtidas pelo magnetismo (passes) são alguns dos temas que ele ilustra exaustivamente com casos, como era comum à época.

A quarta parte do livro é um debate com diversas hipóteses explicativas dos fenômenos. De Rochas apresenta a argumentação de Richet, que ateve-se às mudanças de personalidade por sugestão (hoje seria chamada de sugestão hipnótica). Depois atém-se à questão das comunicações mediúnicas, com o caso de Mireille. Segue-se o caso da Srta. Hélène Smith (estudada por Flournoy e considerada histérica), onde o autor francês se defende de uma acusação ainda usada pelos céticos: só ele teria obtido memórias de vidas passadas com seus experimentos. Ele responde, apresentando outros pesquisadores que hoje fazem parte da história, como Fernandez Colavida, Estevan Marata (catalão, menos conhecido) e Léon Denis! Ele sintetiza bastante os relatos de Smith sobre vidas passadas e lamenta que ela não tenha sido induzida ao transe através de passes.

É interessante a relação de De Rochas com o espiritismo. Ele escreve que jamais se ocupou com o espiritismo, mas escolheu comunicar uma série de experimentos com médiuns que não deram bons resultados. Contudo, em vez de rejeitar as ideias espíritas, escreveu:

“Se as relato aqui, é unicamente a fim de fornecer novos documentos ao processo que se desenrola diante da opinião pública, e não para condenar, de maneira geral, a teoria espírita, que me parece apoiada em bases sólidas e que é, em todos os casos, a melhor das hipóteses de estudo formuladas.” (p. 350)

Na sua conclusão, o pesquisador faz uma relação de afirmações que considera indubitáveis seguidas de hipóteses. Entre as indubitáveis, ele coloca “que, por meio de operações magnéticas, pode-se levar progressivamente a maioria dos sensitivos a épocas anteriores à sua vida atual.”


Na medida em que fui folheando o livro, fiquei pensando como seria importante para os espíritas interessados no conhecimento espírita, conhecerem autores como Albert de Rochas que, mesmo não se intitulando espíritas, estudaram e ousaram teorizar sobre os fenômenos espirituais. As casas espíritas precisam dar luz a obras importantes como esta, nem que seja apenas para despertar o interesse dos que a frequentam.

8.7.15

COBRAR PARA FAZER PRECE?




Há alguns anos uma mãe zelosa, preocupada com o filho e desejando que ele fosse atendido em um centro espírita, nos ligou. Havia ouvido falar no atendimento fraterno e explicou rapidamente o problema, expondo o interesse do rapaz em em procurar nossa instituição. Depois de tudo esclarecido, horários, procedimentos, não-promessa de curas, entre outros assuntos, ela me perguntou:

- E em quanto vai ficar? (referindo-se a dinheiro).

Fiquei surpreso, mas respondi:

- Em nada. Não se cobra por atendimentos em centros espíritas.

Ela insistiu:

- Ah, sim, mas você entende, né. Nos dias em que vivemos...

Eu também insisti:

- Minha senhora, se você for a um centro espírita que cobre por algum tratamento, passe, atendimento ou mediunidade, afaste-se dele.

Sempre entendi a gratuidade com as coisas espirituais como um pilar importante da ética espírita. Com certeza, as casas espíritas precisam de recursos financeiros para cobrir seus custos, mas eles são obtidos com eventos, contribuições dos sócios, venda de livros, lanchonete, parcerias com o poder público ou iniciativa privada, entre outros. Sempre me lembro de uma frase do evangelho, curiosa que diz: -"Onde houver o cadáver, aí se aproximarão as harpias".

Por estes dias recebi outro telefonema de uma amiga querida, que não é espírita mas sabe que sou espírita e tem alguma confiança nas minhas opiniões sobre o assunto.

- Uma amiga minha está pretendendo casar-se, e é espírita. Disse. - Ela olhou com uma pessoa para fazer o culto na hora do casamento, mas achou que ele está cobrando muito caro. Você teria alguém para indicar?
- Alice (nome fantasia), o espiritismo não tem rituais. Nós, espíritas, nos casamos no civil, apenas, sem qualquer cerimônia. O máximo que acontece é, no momento da reunião da família e dos convidados, alguém ligado aos noivos fazer uma prece, vinda do coração. Mas não há sacerdotes no espiritismo, e, definitivamente, não se cobra para fazer uma prece.

Ela riu, e perguntou ainda:

- Mesmo?

Eu insisti:

- Confesso que estou horrorizado em saber que alguém possa pedir dinheiro para fazer uma celebração em nome do espiritismo.

Ela gargalhou e entendeu.


Fiquei sem saber se a amiga de Alice era vinculada a algum culto afro e apenas confundia-se os nomes umbanda ou candomblé com espiritismo, afinal, são coisas diferentes e, portanto, com práticas, ética e costumes diferentes, mas fiquei pensando se realmente não haveria espíritas (kardecistas, como alguns gostam de dizer) realizando casamentos e cobrando por eles.

4.7.15

MEIA-ENTRADA NO ENCONTRO DA CULTURA E PESQUISA ESPÍRITA



Os estudantes, idosos e portadores de necessidades especiais terão direito à meia-entrada no 1o. Encontro da Cultura e Pesquisa Espírita - XII Colóquio França-Brasil, que ocorrerá no Rio de Janeiro, no auditório da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 360 lugares foram reservados para esta modalidade.

A programação foi publicada no Espiritismo Comentado:

Mais informações e inscrições http://www.1ecpe.com.br


Façam suas inscrições com antecedência. NÃO HAVERÁ INSCRIÇÕES NO DIA DO EVENTO.

3.7.15

O QUE É METAPSÍQUICA?




Uma das vantagens de se usar um leitor eletrônico é o acesso que se tem a livros que não são mais comercializados e só seriam encontrados em sebos, muitas vezes com qualidade duvidosa.

Navegando no Kindle, consegui obter o Tratado de Metapsíquica, um livro publicado em 1922 por Charles Richet, nos quais lança os princípios e fundamentos do que ele desejaria ser um novo ramo das ciências. Richet trabalhou com Gabriel Dellane, mas parece desenvolver seu trabalho numa rota de afastamento das ideias espíritas. O que pude observar até o momento, é que ele reconhece a existência dos fenômenos espirituais, mas põe em dúvida a autoria dos espíritos, neste livro.

Charles Richet propôs o nome metapsíquica, influenciado pela metafísica de Aristóteles, em 1905 à Society for Psychical Research. Ainda no primeiro capítulo ele resume em três palavras os fenômenos que seriam estudados por esta nova ciência:

1o. Criptestesia (chamada até então de lucidez) que significaria "uma faculdade do conhecimento que é diferente das faculdades de conhecimento sensoriais normais"

2o. Telecinesia, que significaria "uma ação mecânica diferente das forças mecânicas conhecidas, que se exerce sem contato, à distância, em condições determinadas, sobre os objetos ou as pessoas"

3o. Ectoplasmia (chamada até então de materialização), significando "a formação de objetos diferentes dos comuns, que parecem sair do corpo humano e tomar a aparência de uma realidade natural (roupas, velas, corpos vivos)"


Richet divide a metapsíquica em metapsíquica subjetiva e metapsíquica objetiva, com base no critério da percepção ou não dos fenômenos pelos órgãos dos sentidos dos observadores. Neste ponto, talvez haja uma forte influência da nomenclatura espírita de Kardec, que classificou os fenômenos espirituais em manifestações físicas e manifestações inteligentes (O livro dos médiuns, capítulos II e III da segunda parte).

A metapsíquica se institucionalizaria a partir da ação de um espírita francês notável, Jean Meyer, que fundou com seus próprios recursos o Instituto Metapsíquico Internacional (Institut Métapsychique International) em 1919, que estudou considerável número de fenômenos e médiuns (palavra que Richet não adotou, preferindo sensitivos). Meyer criou também, em 1923,a Maison des Spirites, onde parece ter funcionado a União Espírita Francesa. 

Hubert Forestier, discípulo e continuador de Jean Meyer, escreveu um artigo sobre o mestre na Revue Spirite de julho de 1955 onde mostra sua visão acerca das duas obras:

A Maison seria encarregada "da propaganda e do ensino filosófico apoiado em provas experimentais" o IMI faria a "pesquisa das provas científicas da sobrevivência e das conclusões que resultam dela."

O Instituto funciona até hoje, com alguma alteração de suas pesquisas em função da parapsicologia. O que aconteceu com a Maison? Esta é uma informação que gostaria de ter.