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8.1.19

COMO FOI E VEM SENDO CONSTRUÍDO O MOVIMENTO ESPÍRITA NO ESTADO DE SÃO PAULO?





Recebi da USE-SP, ano passado, esse livro que é um trabalho de recuperação da memória da instituição.

O organizador, Rubens Toledo, deixa ao leitor um texto fácil de ler, que vai apresentando uma linha do tempo que vai do surgimento do Espiritismo no Brasil, passando pelos congressos, decisões e eventos que constituíram a USE. É uma história interessante de se ler, os olhos de um mineiro, porque o estado de São Paulo teve pelo menos quatro instituições disputando a representatividade das casas espíritas.

O texto é ilustrado, e reconhece desde pessoas famosas no movimento, como Herculano Pires, até outros trabalhadores que dedicaram-se sem notoriedade pública, realizando atividades que devem ser feitas sem muita exposição ao público.

Não é uma narrativa chata, daquelas de listas de nomes e datas infindáveis, que após dez minutos de leitura não se tem nada em mente. Rubens conseguiu dar protagonismo aos espíritas paulistas e paulistanos, e àqueles que, mesmo sendo de fora, passaram a participar da comunidade espírita de São Paulo. O leitor vê as coisas acontecerem, as instituições se formarem, os presidentes e seus projetos, as realizações em nascimento, curso e, às vezes, morte. 

A segunda parte do livro trata das regionais, descrevendo-as e fazendo justiça ao que fizeram mais recentemente.

Vivemos um momento em que há muitas críticas pessoais e mal fundamentadas, dirigidas às casas espíritas, de dentro do próprio meio espírita. Críticas voltadas mais ao culto do ego do crítico que às reformas institucionais, por vezes necessárias. Algumas são pessoais e ferinas, outras sem fundamento que não a opinião pessoal ou eventos reais isolados, tratados como se fossem regra. Críticas vazias de evidências, arrogantes... 

A contribuição desse tipo de trabalho não deve ser subestimada, mas devidamente examinada e valorizada. Quiçá difundida por outras regiões do Brasil e do exterior.

Título: USE 70 anos: Passado, Presente e Futuro em Nossas Mãos
Organizador: Rubens Toledo
Edições USE
Junho de 2017
304 p.

9.8.12

LIMA DUARTE FALA DE SUAS MEMÓRIAS DO ESPIRITISMO NO TRÂNGULO MINEIRO E INTERIOR DE SÃO PAULO



A página da Rádio Espiritismo BH trouxe-nos a entrevista feita com o ator Lima Duarte, que fará o papel de Dimas no filme baseado no livro homônimo "E A Vida Continua", de André Luiz.

Lima Duarte fala de sua infância e juventude, do movimento espírita no triângulo mineiro, de sua iniciação no mundo das artes ainda no movimento espírita, da mediunidade de sua mãe e de muitas outras coisas importantes à memória espírita, além de curiosas e interessantes.

Quem diria que um ícone do teatro, televisão e cinema brasileiros teria tantas marcas deixadas pelo espiritismo?


http://espiritismobh.net/index.php?option=com_content&view=article&id=297:Depoimento%20de%20Lima%20Duarte&catid=58:Videos%20Extras&Itemid=118


16.4.11

VANDIR, CHICO E A POBREZA.


Foto: Vandir Dias e Chico Xavier



Acho que já contei aos leitores que quando era universitário procurei o DA do Instituto de Ciências Exatas para pedir ajuda para fazer uma campanha de natal. A reação já era esperada: os representantes discentes disseram que não queriam "amansar o cordeiro".


Olhei com estranheza. Eles esperavam que as pessoas se indignassem com sua condição e fizessem uma revolução político-econômica no Brasil. Lembrei dos assistidos da casa de Célia, às voltas com a sobrevivência e a violência, o alcoolismo e o abandono, abandonando a escola por não ter dinheiro para comprar cadernos. Lembrei das crianças escaldadas pelos pais, da mãe que não queria tomar o remédio do médico que a atendeu em 2 minutos exatos, dos filhos de muitos pais desconhecidos, e de toda a luta que principalmente as mães empreendiam por seus filhos.


O discurso de "ensinar a pescar" já existia no movimento espírita e nossa casa tinha algumas frentes de promoção social ligadas a algumas frentes de assistência social.


Há alguns meses recebi o livro abaixo, presente do Sr. Carlos a pedido do Dr. Ademir Xavier. Coloquei-o na fila, curioso, mas com muitas atividades por fazer. Há uma ou duas semanas pude começar a lê-lo e não parei mais.





Capa do Livro: Vandir Dias: Voluntária do Amor



A autora, uma jornalista, escreve de forma clara e direta. Vandir é uma jovem da região de Monte Carmelo, franzina e doente, que tem contato com o Espiritismo e com Chico Xavier, ainda solteira.


A dor a atraiu ao meio espírita e ela apreendeu como ninguém a paradoxal lógica da caridade do médium mineiro.


Tendo mudado para Campinas, no interior paulista, com dificuldades financeiras e família em formação, ela inicia seu trabalho alimentando os pobres.


Uma frase de Chico parece tê-la marcado: "não basta doar, é preciso ir onde estão os pobres". Vandir resolve criar uma sopa na região do Grameiro, à época uma grande ocupação de migrantes de todo o Brasil, sem qualquer infra-estrutura ou ação do governo.


Vera Longuini foi muito feliz ao recuperar as notícias da época e descrever o Grameiro. Eu revi nesta leitura a população do Bairro Cabana nos anos 70/80 em nossa capital, especialmente os trechos de ocupação.


Neste ponto o livro é uma aula de política. Um europeu veria no Grameiro uma cena de guerra, mas nós já estamos acostumados com a pobreza, e só vemos um lugar inóspito e sem higiene. Por muito menos as pessoas se organizam em mutirões para socorrer quem perde a residência por causa de uma chuva ou intempérie, mas ninguém se incomoda com quem nunca teve onde morar.


Os pobres de Vandir necessitavam de tudo. Sem terra, sem casa, sem comida, sem estudo, sem nada. Sub-cidadãos; sub-humanos. Uma tarefa muito superior às costas de uma frágil esposa de classe média, cujo único recurso são os amigos, o verbo e a disposição para realizar.


Vandir chegou a montar uma estrutura no meio da favela do hoje próspero município, distribuindo sopa a duas mil pessoas, roupas e medicamentos. Seu trabalho era a demonstração cabal da incapacidade do estado e da indiferença da sociedade. Aos poucos, como uma Madre Tereza, ela agrupa ao seu redor toda uma comunidade de simpatizantes, pessoas que se importam, e que com suas possibilidades e compromissos, vão construindo o Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa (nome de um espírito que se comunicava por Vandir), que tem na escolha do nome a mão de Chico.


A autora não esconde as dificuldades, a violência, as relações com o poder público, as transformações que Campinas vai sofrendo e aponta o deslocamento da miséria nos anos 70. Vandir é uma mulher perceptiva, vai entendendo as mudanças e alterando sua ação no passar do tempo. Desloca-se do Grameiro para o Jardim Campineiro. Os casos emocionam e fazem pensar.


É impossível não admirar esta pequena grande mulher, esta andorinha, como a alcunhou o amigo Eduardo Carvalho Monteiro. Ela não solucionou os problemas da comunidade de Campinas, mas mudou a trajetória de muitas famílias, mais que isso, ela fez com que muitas pessoas se importassem.


Não desejo escrever muito para que o leitor do EC se interesse pelo livro. Ele descreve uma das heranças que Chico Xavier legou ao Brasil, que o tornou merecedor da indicação ao Nobel da Paz.


Mais um dado, o MAE Maria Rosa mudou. Ele acompanhou o surgimento dos postos de saúde nas comunidades atendidas, das escolas públicas e de outras ações sociais que os governos brasileiros implementaram nas últimas décadas, redimensionando suas ações e suas finalidades.


Os interessados podem acessar o site do MAE Maria Rosa, hoje no http://www.maemariarosa.org.br/ e neste mesmo site encomendar o livro, que está sendo vendido por apenas quinze reais. Pedidos para maemariarosa@gmail.com, aos cuidados de Ademir Xavier.

3.11.10

ESPIRITISMO EM FRANCA - SP 2


Fachada do Centro Espírita Judas Iscariotes

O segundo lugar que escolhi para falar do Espiritismo em Franca é o Centro Espírita Judas Iscariotes, fundado por José Russo.
A fachada do casarão inaugurado em 1956 mostra por si o fôlego do fundador e de seus colaboradores.
Vista lateral da organização

Informou-nos o historiador Adolfo de Mendonça Júnior que o fundador vendeu a própria casa e subiu as paredes do centro, habitando em suas instalações.


Placa de inauguração
O nome da sociedade espírita causou (e ainda deve causar) espécie em Franca. Há uma tradição religiosa que vê o apóstolo como traidor, condena-lhe o suicídio e justifica a tradição de "malhar o Judas", onde um boneco é agredido e queimado pelos participantes (esta última prática da tradição popular não me parece muito cristã).
Na sociedade de sua época, certamente Judas era percebido pela maioria da população como uma "persona non grata".

Vista interna do salão

O pensamento espírita, de uma forma geral, vê de forma diferenciada o papel e o equívoco deste discípulo de Jesus.
Humberto de Campos, espírito, escreveu dois trabalhos sobre Judas: o primeiro no livro Crônicas de Além Túmulo (1935) onde dá a entender que Judas poderia ser Joana D'Arc, e mostra que Judas entendera que a política seria o caminho da libertação de Jerusalém. No livro Boa Nova (1940) ele retoma o tema, compondo uma narrativa articulada com os principais personagens do evangelho.
Todos sabemos que Joana D'Arc foi um dos espíritos que acompanhou Léon Denis, e lemos sobre a visão do discípulo de Kardec sobre ela em "Joana D'Arc, Médium".´
Vinícius (Pedro de Camargo), advogado e espírita, publicou em 1944 o texto Reabilitação de um Culpado, inserido em seu "Na Escola do Mestre", no qual age como defensor do apóstolo equivocado, colocando seu delito sob a ótica do cristianismo e das vidas sucessivas.
José Russo afirmou a visão espírita evolucionista e reabilitou a memória de Judas Iscariotes, com seu ato incomum. Aguardamos que os espíritas francanos recuperem o quanto antes a bela construção, colocando-a novamente viva, a serviço do movimento espírita.

19.5.10

VOLUNTÁRIOS EM SÃO PAULO


No último final de semana fizemos uma viagem de divulgação do Voluntários em São Paulo.

O primeiro compromisso foi no CCDPE, que sediava a reunião da USE (União das Sociedades Espíritas de São Paulo) Regional São Paulo. Agradecemos ao Luiz Fernando (presidente) e ao Jeferson Betarello (diretor do Departamento do Livro) pela acolhida.



No domingo estivemos no Grupo Espírita Batuíra. A casa foi erigida por Spartaco Ghilardi, cuja influência era patente. Na foto acima vemos Pedro Nakano, Luiz Fernando, Geraldo Ribeiro, Jáder, Júlia Nezu e Marco Milani à frente da entrada do GEB.




A comunidade do Batuíra prestigiou o evento, e se interessou pela palestra que tratava do voluntariado espírita, tema de sua vivência cotidiana, dada a dedicação deste grupo para com as pessoas em geral.



Mais uma foto da comunidade do Batuíra.


No Seara Bendita fomos recepcionados pela direção, que se fez atuante e presente.


Uma foto dos seareiros, em pleno sábado à noite.
Os eventos foram importantes para sensibilizar o movimento espírita para o apoio devido ao Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo, bem como para apresentar a proposta da Coleção Espiritismo na Universidade. Aguardemos o futuro.
Uma entrevista sobre o lançamento pode ser lida em http://www.espiritualidades.com.br/Liga/Liga_not_diversas/livro_voluntarios_lancamento_Jader_sp.htm

15.5.09

FOLHA ESPÍRITA PUBLICA ENTREVISTA SOBRE PESQUISA ESPÍRITA NO BRASIL

Foto 1: Marco Milani
Marco Milani, espírita e doutorando da USP responde a uma entrevista sobre a pesquisa espírita no Brasil. Ele fala um pouquinho da LIHPE. Acesse
http://www.folhaespirita.com.br/v2/?q=node/347 e leia diretamente na Folha Espírita.

17.6.08

Correio Fraterno está em Campanha!


O Jornal Correio Fraterno está em campanha para aumentar o seu número de assinantes. A assinatura se faz diretamente no site, sem complicação. Clique no título desta publicação para ser redirecionado para o site do jornal e conheça-o.

1.11.07

Visita ao Centro de Cultura

O Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo Eduardo Carvalho Monteiro, situado na capital paulistana, abriu as portas gentilmente para uma visita em setembro.








O Centro foi criado a partir da iniciativa do Eduardo, hoje desencarnado, que dedicou sua vida à construção de um acervo de livros, documentos impressos e digitais referentes ao Espiritismo e outros assuntos.

Há mais de um ano a equipe assumiu o desafio e inicialmente transferiu, higienizou e está catalogando o acervo doado.




O acervo ocupa um andar inteiro do prédio e estará aberto a consultas após a catalogação e registro. Entre livros, documentos e outras fontes ele foi estimado em mais de 40.000 objetos.

Outra frente de trabalhos do CCDPE é a publicação das obras do Eduardo e de outras obras para a preservação da memória e história espíritas no Brasil. Com o selo do CCDPE já foram publicados "Marechal Ewerton Quadros: Primeiro Presidente da Federação Espírita Brasileira", "O Espiritismo na Bíblia", "Cem Anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo" e "Auto de Fé de Barcelona". Este último encontra-se resenhado no site Espiritismo Comentado.



Outros livros do Eduardo também são encontrados como "História da Dramaturgia com Temática Espírita (1850-1950)", "Anália Franco - A Grande Dama da Educação Brasileira", "Maçonaria e Espiritismo: Encontros e Desencontros", além dos três volumes do "Anuário Histórico Espírita" editados a partir dos trabalhos dos membros da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas.

Com infra-estrutura montada para cursos e reuniões, o Centro de Cultura vem ocupando seu lugar bandeirante na construção de um espaço novo e oportuno no Movimento Espírita Brasileiro.






Agradecemos à gentileza da Júlia Nezu, da Izabel Vitusso e do Geraldo que nos receberam de coração aberto. Desejamos à equipe muito sucesso nos seus sensatos empreendimentos em prol da divulgação e pesquisa da cultura espírita.



2.10.07

Visita ao Lar da Criança Emmanuel em São Bernardo

Manhã de sexta-feira. Graças à atenção simpática da Izabel, chegamos ao Lar da Criança Emmanuel em São Bernardo do Campo. É uma creche quase cinquentenária, que atende a quase 200 crianças da região. (Clique no título deste post e conheça mais sobre ela) Foi fundada no meio de uma mata fechada, fruto da doação de uma chácara.


Foto 1: Vista frontal do Centro Espírita Pátria do Evangelho, no complexo do Lar da Criança Emmanuel

Uma turminha brincava no parquinho da creche. Areia, aparelhos e monitoras atentas à energia que os pequenos gastavam, sem se importar com o clima ou o sol. Crianças bem vestidas, bem alimentadas, saudáveis, diferentes da imagem miserável que minha geração guarda na memória das crianças de creche popular de trinta/quarenta anos atrás.


Foto 2: Crianças brincando no parquinho


Passados alguns minutos e a câmara atraiu todas as crianças, que desejavam ser fotografadas e ver-se no visor. Egocentrismo da primeira infância, diria minha antiga mestra de Psicologia do Desenvolvimento, sinal de saúde mental e mais preocupação para as monitoras.


Foto 3: Crianças, Crianças e Crianças...


Além de brincar, comer. Uma cozinha quase industrial funciona sob as regras de higiene e cuidado, para repor as energias das pequenas e dos funcionários.

Foto 4: Funcionária antiga da creche, Tia Lolô (Leonor) trabalhando ativamente com as refeições

Em alguns minutos, as crianças estão em fila, servindo-se sob os olhares cuidadosos da funcionária. A seguir assentam-se nas muitas mesinhas, da sua altura, para almoçar.



Na hora do almoço a máquina fotográfica já não faz muito sucesso, mas ainda atrai as crianças da fila.


Foto 5: Crianças servindo seu prato.



Depois de comer, dormir. Um segundo andar repleto de crianças no horário da soneca, deitadas nos colchões à meia luz, nos fez andar nas pontas dos pés. Os sapatinhos guardados ao longo dos corredores, um do lado do outro, da mesma forma que as meias de Natal, esperando o presente de Papai Noel, encantam os visitantes. Nesta hora, nenhuma foto para não atrapalhar o sono...



Foto 6: Sapatinhos...

Apesar dos avanços, as paredes da creche guardam seus segredos. Histórias de falta, de tristeza, de medo, de violência, de abandono e desconfiança. Histórias mil, ocultas por detrás de algumas horas de infância por dia. Passados os anos e apesar das aparências, o Lar é um oásis para a infância que hoje habita a selva de asfalto e solidão da periferia dos grandes centros urbanos. Um local de refazimento em um curto, mas importante período da vida.



Foto 7: Afresco....


O Lar da Criança é realmente da criança. Móveis adequados, lavatórios à altura dos clientes, afrescos com temas infantis por todos os lados demarcam o território da infância. Visto a olhos rápidos, de viajante, o lar parece a materialização de uma oração psicografada por Chico Xavier há muitos anos, intitulada "Oração da Criança ao Homem". Deus e seus agentes no mundo os conservem.