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25.1.14

SOFRIMENTO, MORTE, SOBREVIVÊNCIA E CORAGEM

Kübler-Ross e uma paciente


Acabo de ler, no meu Kindle, “A Roda da Vida”, de Elisabeth Kübler-Ross, uma autora suíça que ficou conhecida internacionalmente por seu livro “Sobre a morte e o morrer”. Fiquei profundamente tocado com a leitura.

O livro é uma autobiografia corajosa, na qual Elisabeth nos conta sua jornada em busca de si-mesma, do nascimento até o que poderia chamar decrepitude do corpo.  Considero a autora corajosa, porque ela não se preocupa muito com o que vão pensar dela. Ela relata suas vivências e experiências, suas escolhas, suas lutas, seus erros e equívocos e as crenças às quais se entrega, mesmo algumas que me soaram como ingênuas.

Esta franqueza clara de Elisabeth chocou o mundo em que viveu. Ela sempre viveu anos à frente de sua época, e apesar de sua péssima experiência com alguns cristãos, ela sempre viveu estritamente dentro da proposta do cristo.
Ela nos fala da frieza do coração dos homens, que ela enfrentou a vida toda, e começa com um pai controlador e rigorosíssimo, que ela aprendeu a compreender e amar, sem nunca deixar subjugar seus ideias superiores. Da Suíça, oásis de tranquilidade na Europa convulsionada pela segunda grande guerra, Elisabeth, ainda jovenzinha, vai se voluntariar para ajudar os poloneses e outros países destruídos pela insanidade dos governos europeus, sem ter nem um travesseiro onde recostar a cabeça.

Maydanek é um campo de extermínio, onde a Dra. Ross vai aprender sobre a sombra dos seres humanos com a judia Golda, que sobreviveu por um triz do holocausto. Golda ensina a ela que todos temos um lado negro, e que poderíamos estar no lugar dos que trabalharam sob ordens para a máquina da morte dos nazistas. A compreensão de Golda é uma grande lição para a humanidade, um foco de luz em um momento de profundas trevas.

Nas paredes das câmaras de gás, Elisabeth viu borboletas, imagem que  irá acompanhar o leitor ao longo de sua trajetória. Por que pessoas diante da morte resolvem desenhar borboletas nas paredes de seu local de execução?





Em alguns momentos, depois de enfrentar a intolerância de sua época, encontramos a Dra. Ross, que está à beira dos leitos dos moribundos, auxiliando-os a superar medos, ódios, problemas que os fazem sofrer. Dos leitos aos seminários, sempre mal vistos pelo tabu da morte, que apavora o imaginário dos médicos e hospitais, sempre preocupados em fazer viver o corpo, e muitas vezes negligentes com a alma-mente de seus pacientes, e com a deles própria.

Mais um pouco e vemos a Dra. Ross às voltas com pacientes que relatam experiências de quase morte, as que notabilizaram o Dr. Raymond Moody Jr. Mais um pouco e surgem as experiências mediúnicas e o projeto para lidar com a AIDS, no seu pior momento, em que ela foi percebida pelo povo americano como o “câncer gay”, e todos passaram a temer os aidéticos, da mesma forma que eram temidos os leprosos no tempo de Jesus (ou talvez pior).

O livro já está no mercado há muito tempo, e fiquei me perguntando por que ninguém fez uma resenha dele no Reformador, por exemplo. Pelo menos, não encontrei com os instrumentos de busca nada sobre a Dra. Ross.  Acho que os espíritas vão detestar (e com razão) a dependência dela com o cigarro, a mediunidade paga, as fraudes mediúnicas da qual é vítima, a crença em fadas, e muitas outras pequenas coisas que aparecem no livro. Contudo, acho que nenhum de nós deixará de admirar a posição dela contra a eutanásia, e a forma corajosa como ela ajuda as pessoas a entenderem o sofrimento como uma lição a ser aprendida, sua humildade, ao descobrir professores em todas as classes sociais, aprender com eles e ensinar suas lições, seu destemor ante o risco real da violência da Europa pós-guerra, das doenças e mesmo do sofrimento da morte. Admirei a forma com que ela lidou com a violência a que foi submetida sistematicamente, por pessoas que se auto-intitulavam cristãs, mas que se deixaram levar pelo medo e pelo preconceito. Ela é uma daquelas pessoas raras, que nos faz ter orgulho de sermos humanos. Adorei também a leitura que ela faz da supervalorização dada a conhecimentos científicos. Sem desmerecer a ciência (bem, sou ou fui cientista e gosto muito dela), ela nos mostra que há momentos em que as teorias e técnicas por si só não não têm respostas para os nossos problemas, como os cientistas podem ficar míopes, por apenas serem capazes de visualizar suas teorias e conhecimentos, frágeis ante novos desafios que surgem. Gostei também de sua indignação contra os burocratas, mesmo que seja exagerada em determinados momentos, o que é típico das pessoas obstinadas e cheias de energia como ela. Adorei também sua denúncia da cisão de comportamento de alguns religiosos, que, como dizia Jesus em seu tempo, dizem “Senhor, Senhor nas esquinas, mas devoram a casa das viúvas”.


Eu não quero contar mais sobre o enredo, porque ela escreveu um livro cheio de surpresas, similar a um romance de suspense, e quanto mais eu falar, mais atrapalho a experiência do leitor. Peço aos espíritas que se contenham para ler o livro, porque mesmo tendo coisas que vão de encontro aos nossos valores, e que não apoiamos, ele fala de uma grande e teimosa alma, digna da nossa admiração em um mundo contemporâneo cheio de relativismos vãos, consumismo e narcisismo.

1.6.11

TRATAMENTO DE SAÚDE E ESPIRITISMO

Na última sexta-feira o programa Brasil das Gerais, da TV Minas, os Drs. Alexander Moreira-Almeida, Angélica Silva e o Psiquiatra Roberto Lúcio discutiram com a simpática Roberta Zampetti a relação e fronteiras entre Psiquiatria e Espiritismo/Espiritualidade.

Vale a pena conferir.





Primeira Parte do Programa


Segunda Parte do Programa



Terceira Parte do Programa

29.5.08

Feminina Trata de Mediunidade



O Programa Feminina da TV Alterosa entrevistou três convidados sobre o tema mediunidade: Roberto Lúcio (psiquiatra e médium), Raul Marinuzzi (parapsicólogo) e Estêvão Albuquerque (ginecologista). (Para assistir à entrevista de 5 minutos, clique na imagem ao lado)



Roberto Lúcio apresenta um pouco da sua experiência pessoal como médium. Ele fala do surgimento e identificação da sua mediunidade e aborda rapidamente as fronteiras entre mediunidade e Psiquiatria.


Estêvão fala das pesquisas de Sérgio Felipe sobre a Pineal e de sua experiência clínica.

Raul apresenta seu conhecimento histórico sobre o tema.



Clique no link abaixo para assistir.


http://www.alterosa.com.br/html/noticia_interna,id_sessao=60&id_noticia=5788/noticia_interna.shtml