Na última matéria, tratamos de uma questão referente às diferenças de edições de A Gênese na época de Kardec. Estou publicando agora a tradução de um artigo de 1885 em resposta ao texto que saiu na revista "Le Spiritisme", assinado por Henri Sausse, intitulado "Uma Infâmia". Há um outro texto anterior a este que dá detalhes sobre a pesquisa feita por Desliens junto aos responsáveis pela montagem das placas de letras soltas pela sua transformação em placas permanentes de impressão. Quem quiser ler em francês, este outro texto está na Revue Spirite, 1884, Nº 24, 15 dezembro, pp. 753.
A Gênese de Allan Kardec
Tradução: Alcione Albuquerque
Consultor para a língua francesa: Pierre Joseph Marchet
Revue Spirite, 1885, 15 de março, n. 6, ano 28, pp - 169 – 71
Revue Spirite, 1885, 15 de março, n. 6, ano 28, pp - 169 – 71
Paris , 1º de março de 1885.
Senhores membros do conselho de fiscalização da Sociedade Científica de Espiritismo.
Tendo sido eu o secretário de Allan Kardec até a sua morte, muitos espíritas buscaram as minhas lembranças para constatarem se o Sr. Allan Kardec teria introduzido modificações na primeira edição de A Gênese segundo o Espiritismo; eu vos peço que insiram esta resposta nas demandas que me foram feitas pois ela é a expressão da verdade.
Devo vos confessar, antes de tudo, que, ainda que as minhas convicções continuem inalteradas em me atendo ao credo de nosso mestre (refere-se a Allan Kardec), não tenho sido militante da vida espírita há quatorze anos. Isto colocado , eis aqui algumas palavras que posso afirmar:
A primeira tiragem de A Gênese, dividida em três edições, segundo o costume, foi editada pela livraria A . Lacroix, Verboeckhoven e Cia, no Boulevard Montmartre, 15, vindo a público em 1o de janeiro de 1868.
No correr deste ano de 1868, os editores faliram e o que restou da primeira tiragem ficou naturalmente perdida para Allan Kardec. O que aliás propiciou o acordo feito com o Sr. Bittard, nesta época empregado da livraria Lacroix, que o mestre ali estabeleceria as bases para a fundação de uma livraria especial para a publicação e a venda das obras sobre o Espiritismo. Este projeto começava apenas a ser executado quando a morte o surpreendeu, no dia mesmo da abertura da livraria espírita, na rua de Lille , 7.
Antes mesmo de ter se esgotado a primeira tiragem de A Gênese, Allan Kardec autorizou uma nova publicação em 1868, que são as 4a, 5a e 6a edições, o que os impressores Rouge, Dusnon e Fraisné podem confirmar como sendo esta a matriz que serviu para as edições publicadas de 1869 a 1871 e em diante.
As modificações que foram introduzidas nesta nova edição são, evidentemente, as que se tornaram objeto de polêmica.
O que posso afirmar , da maneira mais nítida e clara possível ,é que até o mês de junho de 1871, a Sociedade Anônima de Espiritismo, seguia sendo administrada pelos Senhores Bittard, Tailleur e eu; e que o Sr. Leymarie esteve completamente alheio à redação da Revista , bem como na reimpressão de qualquer das edições. Posso afirmar, igualmente, que neste período, de 1o de abril de 1869 a 1o de junho de 1871, nenhuma modificação foi introduzida na redação de A Gênese e que a sua última edição datada de 1868, é semelhante, exatamente àquela da primeira tiragem realizada pelo mestre.
Todos sabem que a impressão de uma obra se faz através de letras avulsas, reunidas em formas que por sua vez constituem as páginas. Se a obra não tem futuro está destinada a uma única edição e a composição é destruída imediatamente após a impressão servindo as letras para novas obras. Mas se se trata de um livro importante e de onde o autor espera retirar um certo número de edições, as formas são conservadas durante um certo tempo para permitir a introdução, no texto original, de todas as modificações julgadas necessárias a uma edição definitiva.
Uma vez o texto revisto e corrigido, sua impressão é definida; (foi o que fez Allan Kardec com A Gênese) e em seguida destroem–se as letras soltas (placa provisória). O que se ignora em geral é a diferença entre uma marca , um relevo e um clichê (matriz da placa).O relevo não serve para a impressão, é como um molde, uma forma que conserva as marcas das letras e estas não podem ser reproduzidas senão através da sua fonte (clichê).
Isto é o que pode explicar como, as impressões tendo sido realizadas em 1868, seus clichês só foram fundidos em 1883. Se fontes parciais foram feitas neste intervalo, foram sem duvida destinadas a uma publicação à parte, em brochuras especiais, extraídas de certos capítulos da obra. Ora, se estas impressões foram feitas em 1868, estando vivo Allan Kardec, é incontestável que o mestre, e somente ele, pode introduzir as mudanças que existem nas edições realizadas posteriormente, utilizando–se dos clichês anteriormente fundidos .E saiba-se que o mestre pagou pelas placas matrizes a seus impressores.
Possa esta curta explicação ser suficiente para eliminar toda causa de desunião a família espírita.
Lembremo-nos dos preceitos de nossos mestres:
“Amemo-nos uns aos outros. Fora da caridade não há salvação.”
A. Desliens
Olá Jáder, tenho acompanhado suas publicações referentes a Gênese, gosto muito de Allan Kardec. Também possuo um blog espírita, se puder dê uma passada por lá também.
ResponderExcluirAbraço
É, parece que o texto de Desliens invalida as precipitadas alegações do artigo que critica a tradução de Guillon Ribeiro.
ResponderExcluirJáder, ainda não deve ter chegado ao seu conhecimento: a Editora do Centro Espírita León Denis (grande instituição aqui do Rio de Janeiro) publicou sua própria tradução das obras de Kardec, devidamente fac-similizadas. A edição francesa que serviu de base para a tradução deles foi a 4ª Edição. Logo, se a 4ª Edição fora a última verificada e modificada por Kardec, porque na tradução do "LD - Editora" constam todos os itens apontados pela tradução do Carlos Imbassahy?
ResponderExcluirAí está uma pergunta que eu gostaria que me explicassem...
Avaliemos as premissas:
1. Kardec modificou apenas a 4ª Edição.
2. A última edição revista por Kardec foi a 4².
3.A 4ª Edição francesa foi traduzida pelo "Centro Espírita León Denis - RJ", e também foi FAC-SMILIZADA, o que pode ser verificado nas três primeiras páginas.
4. Porque então VÁRIOS itens presentes na quarta edição francesa não estão presentes nas traduções brasileiras que tem por base a quinta edição francesa?
São perguntas que devem ser respondidas com lógica, porque até agora elas não foram.
Aí está minha fundamentação.
Com votos de trabalho e pesquisa,
Rodrigo Luz.
Kardec diz no n. 67 verdadeiro do cap. XV de A GÊNESE que o desaparecimento do corpo de Jesus no túmulo constitui assunto cuja solução é de interesse secundário, que nada acrescentaria aos méritos do Cristo nem aos fatos que atestam sua superioridade e missão divina. Assegura o mestre lionês, sobretudo, que nenhuma das opiniões sobre o fato havia recebido a sanção do seu "duplo controle": lógica rigorosa e ensino geral. Kardec aventa então que, "se a hipótese de um roubo clandestino for afastada, poder-se-ia encontrar, por analogia, uma explicação provável na teoria do duplo fenômeno dos transportes e da invisibilidade", recomendando a leitura de O Livro dos Médiuns, caps. IV e V.
ResponderExcluirEste número 67, porém, nas edições brasileiras, não foi incluído. O n. 67 de nossas edições é, na verdade, o n. 68. Portanto, não trazem o item mais importante, exceção feita à tradução (não publicada em livro) do Prof. Carlos de Brito Imbassahy, baseada na 3. ed. francesa, e à tradução editada pelo Centro Espírita Léon Denis, baseada na 4.ª edição francesa, por Albertina Escudeiro Sêco.
A tradução da F.E.B., conforme sua 43.ª edição de A Gênese, 2003, foi da "5.ª edição francesa, revista, corrigida e ampliada". Já na 14.ª ed. da F.E.B, 1962, menciona-se a "5.ª edição francesa" sem se falar em revisão, correção ou ampliação. Se a 5.ª ed. francesa teria sido ampliada, como lhe poderiam faltar trechos inteiros em relação à 3.ª e à 4.ª ed. francesa? Sobretudo o texto que expressa a opinião contrária de Kardec acerca de um ponto-chave para o rustenismo. Demais, quem teria revisado, corrigido e "ampliado" essa 5.ª ed. francesa? Kardec, morto em 31-03-1869, apenas viu publicada a 3.ª ed. e deixou preparada a 4.ª francesa.
Os rustenistas vivem jactando-se de que Kardec nunca oferecera solução para esse desaparecimento... Que só Roustaing o explicara... E que Kardec se propusera a elucidar o fato e simplesmente não se pronunciara em seu próprio texto...
Entretanto, ao lado do elogio ao trabalho do CELD (León Denis Editora), uma crítica construtiva.
Nessa edição do CELD, uma providência não me pareceu salutar: a atualização de termos do texto de Kardec... Algo como retirar a palavra "léguas" e colocar a palavra "anos-luz", ainda que explicando em nota...
Um texto Clássico não é passível de atualização... No máximo, se for de natureza fonético-fonológica, ou seja, quanto à grafia das palavras, mas nunca substituição destas por outras...
Bastaria, portanto, a nota explicando que as distâncias espaciais são agora em "anos-luz", mantendo-se porém a palavra "léguas" do texto original...
Acrescente-se a isto tudo o seguinte questionamento: e as demais assim ditas "traduções" de Kardec? Foram traduções mesmo? Ou apenas seguiram a cartilha da FEB produzindo antes meras versões em vez de traduções? Será que ninguém viu tais omissões afora a edição do CELD? Alguém se empenhou em traduzir de fato, ou seja, em confrontar originais franceses?
Que bagunça, meus amigos! e ainda querem criticar os corretores das versões bíblicas!!! Pois se fazem o mesmo com KARDEC...
Por isso tenho certeza que A Gênese de que falei acima está adulterada em sua digitalização, pois não contém os textos cortados por motivação ideológica rustenista... Mas se as três primeiras edições francesas são idênticas e os textos certamente se encontram na terceira, então já estavam na primeira... por que não constam da edição digitalizada da internet, que diz ser a 1. ed francesa? Cortaram. O interessante é que o pivô que sempre ou quase sempre está presente é o rustenismo... Daí a importância de estarmos alerta e termos a convicção de que não se está chutando cachorro morto, não. Ele não morreu. Está com a dentadura cravada nos tendões de Aquiles do futuro do Espiritismo. Um perigo que devemos exconjurar com toda a força de nosso trabalho nas casas espíritas, alertando todos nos moldes das conclamações do velho Herculano. O boletim da ADE-RJ neste mês vai jogar isso tudo no ventilador.
Rodrigo,
ResponderExcluirCom todo o respeito, mas você está discutindo três coisas ao mesmo tempo.
1. Desliens e os administradores da Revue Spirite e das sociedades que deram continuidade à SPEE após Kardec não merecem crédito. (Sem fundamentação)
2. Guillon Ribeiro escolheu a 5a. Edição de "A Gênese" por conveniência. (É uma inferência, vc também não tem evidências disto).
3. Há diferenças entre algumas edições de A Gênese (Você argumentou e apresentou sua fundamentação).
Vou me ater ao item 3.
a) Você me disse (e Desliens também) que houve alterações em A Gênese feitas por Kardec para a quarta edição (após a falência da editora das três primeiras edições)
b) Você também me disse que a tradução de Carlos de Brito Imbassahy (que tenho comigo) é igual à edição do Centro Espírita Léon Denis (que conheço há muitos anos, porque recebíamos o Prof. José Jorge em nossa casa de BH).
c) A tradução de Brito Imbassahy é da terceira edição francesa, a da CELD (que ainda não possuo, de fato) é da quarta edição francesa.
Que mudanças fez Kardec na quarta edição, então?
Seria interessante se obtivéssemos a resposta de "Le Spiritisme", publicado por Gabriel Delanne, após as explicações de Desliens, não acha?
Vc leu o artigo que apenas citei as referências, da Revue Spirite?
Cordialmente,
Jáder Sampaio
Confrade Jáder, eu não disse que as duas são idênticas. De fato, há pequenas alterações. Mas há itens inteiros que permanecem nas duas edições, mas que foram suprimidos na quinta edição francesa, à revelia do Codificador.
ResponderExcluirÉ nisso que precisamos nos ater.
Rodrigo Luz
Rodrigo,
ResponderExcluirTenho a impressão que já discutimos isso anteriormente (dejá vu).
Tenho a edição francesa de 1923 (Éditions de La B. P. S. - Rue Copernic, 8) e a tradução para o português da Sociedade Acadêmica "Deus, Cristo e Caridade", traduzida da oitava edição (e com comentários anti-rustenistas). Ambas têm 67 itens no capítulo XV, assim como a tradução da FEB.
Cordialmente,
Jáder
Jáder, então porque as traduções brasileiras não utilizaram a última revista por Kardec (4ª Edição)?
ResponderExcluirSegundo a confreira Alda Albuquerque, na Revista Internacional de Espiritismo, a última edição preparada pelo Codificador foi a 4ª. Porque não se valer dela para traduzir os textos Kardecianos?
Rodrigo Luz
Rodrigo,
ResponderExcluirApenas retomando minha tese central:
As diferenças de tradução são anteriores a Guillon Ribeiro.
As mudanças no texto precisam ser melhor esclarecidas, o que se faz com as comparações das fontes da terceira, quarta, quinta edições e posteriores, comparação entre diferentes editores e documentação da época.
Um abraço
Jáder
Rodrigo (Sérgio?),
ResponderExcluirVc já perguntou à FEB porque Guillon Ribeiro utilizou a quinta edição?
Jáder
Jáder, eu sou o Rodrigo Mesmo.
ResponderExcluirConheço o confrade Sergio Aleixo, mas estas palavras são o fruto das minhas próprias meditações. Falo da ADE-RJ porque é uma instituição responsável e que trabalha pela divulgação coerente do Espiritismo...
Eu já perguntei várias vezes à FEB (por e-mail), mas eles raramente respondem. E quando o fazem, enviam respostas prontas, como: "Nós trabalhamos com o texto original e mantemos fidelidade a ele."
Nunca responderam porque utilizaram a quinta edição, e não a quarta.
Veja bem: Guillon era partidário do Rustenismo, tendo escrito livros rustenistas que são vendidos até hoje na Livraria da FEB aqui no Rio. E pode-se observar nas demais obras da Codificação Espírita, vários momentos que ele adulterou passagens... Isso não somente se processa em "A Gênese". Será mesmo que ele não sabia que a quinta edição não tinha sofrido adulterações pelos continuadores dos trabalhos da Sociedade Espírita de Paris?
Abraços.
Rodrigo Luz
Rodrigo,
ResponderExcluirPerdoe pensar tratar-se do Sérgio. Já conversamos antes e os argumentos são muito parecidos.
No livro Allan Kardec: Pesquisa Biobibliográfica e Ensaios de Interpretação, Zêus Wantuil se queixa de não ter conseguido um exemplar das tiragens das primeira, segunda e terceira edições (página 290). Ele acata a tese dos espíritas franceses de que a quarta, quinta e sexta edições são iguais.
Se eu não tivesse um exemplar da quarta edição à época de Guillon Ribeiro (o que é factível, posto que em 1882 os espíritas da Sociedade Deus, Cristo e Caridade, que mantinham correspondência com os franceses não a obtiveram), e conhecesse o texto de Desliens, eu traduziria a partir da quinta edição, considerada igual (veja no mesmo livro o último parágrafo da página 290).
Além do mais, se a questão é Roustaing, nos dois textos Kardec critica a tese do corpo fluídico, como o próprio Zêus Wantuil reconhece.
Um abraço
Jáder
Eu conheço desde muito o texto de Wantuil.
ResponderExcluirIsso nada tem a ver com a predileção rustenista de Guillon. Naturalmente eu não tenho nada a ver com isso... Cada um crê naquilo que lhe convém. Mas o que parece é que a FEB ainda mantém acesa a chama rustenista e adiciona essa chama no discurso do velho presidente da Federação... Basta ver a mensagem "Ante o Pacto Áureo" publicada na Revista "Reformador" desse mês, onde no fim do seu discurso o Espírito de Guillon Ribeiro exalta a figura da "Virgem Maria" (segundo as próprias palavras do Espírito)... Se trata-se realmente de Guillon ou não, não sei. O que sei é que a mensagem foi publicada no órgão jornalístico mantido pelo organismo federativo. Tal apologia à VIRGEM MARIA é absolutamente alinhada ao pensamento rustenista, que parece ainda prevalecer nas mentes relacionadas ao ambiente federativo...
Nos dois textos Kardec refuta a tese do corpo fluídico, entretanto porque ambos não são conhecidos pelo Movimento Espírita? Uma coisa afirmo com exatidão: tal "correção" em "A Gênese" foi feita à revelia do Codificador.
Rodrigo,
ResponderExcluirRespeito sua opinião. Penso que as traduções do Evandro Noleto Bezerra fizeram conhecer as diferenças nas diversas edições das obras da codificação.
Pessoalmente, entendo que na dúvida voto em favor do réu...
Um abraço de Minas Gerais,
Jáder Sampaio
Bem, se o Desliens testemunha que os editores A.Lacroix, Verboeckhoven e Cia. fizeram apenas uma tiragem em três edições e faliram antes do final de 1868, e o CELD apresenta um fac-símile (apenas da folha de rosto) da quarta edição, destes mesmos editores, evidente que há engano. Mas, como ele cita sobras, tudo indica que Kardec aproveitou a primeira impressão (horrível, por sinal), até uma quarta edição. A quinta edição, já feita pela Livraria Espírita, na rue de Lille, 7, é a definitiva, corrigida por ele. Corrigida, sim, pois se pode ver pela tradução do CELD feita da quarta (acredito que o último lote deixado pelos falidos) alguns trechos que Kardec, em boa razão, nunca repitiria (talvez sejam até fruto de erros de impressão dos falidos). P.Ex.: No final do Cap. VI, "Uranografia Geral" (que a sra. Sêco, do CELD, num lance de total infelicidade traduz para "Astronomia Geral" - isso sim é adulterar!), existem dois itens que Kardec suprimiu para as edições posteriores (da quinta em diante), ali colocados como 59 e 60, onde, tudo indica, o Galileu sofreu um apagão, pois escreveu: "Um velho amigo de minha vida terrestre disse-me, recentemente, que uma peregrinação nos havia reconduzido à Terra, e nós, de novo, estudávamos moralmente este mundo." Ora, quem entende isso? Como "nós", se o outro é que conta o caso? E o 60, então, é de uma "abrobice" ímpar. Pois bem, Se Kardec não tivesse eliminado estes dois itens absurdos, não só o Guillon como qualquer pessoa de bom sendo deveria fazê-lo. E existem outros, como os itens 2 e seguintes do Capítulo IV, também suprimidos por Kardec, por pueris. Mesmo esses tais itens sobre o "corpo de Jesus": Kardec mudou porque estavam fracos. No afã de serem novidadeiros o pesoal do CELD serviu-se de uma edição REFUGADA por Kardec; e, mesmo essa, adulterou e mutilou à vontade e imoralmente o texto do autor, a pretexto de "atualizá-lo".
ResponderExcluirÉ que penso. Obrigado.
Olá, Jader!
ResponderExcluirEu consegui a 1ª, 3ª, 4ª e 5ª edições de "A Gênese" (estão todas disponíveis na internet ou posso enviá-las para você por e-mail, caso deseje). Ao contrário do que o Desliens afirmou, a 4ª edição data de 1868. Eu ainda não pude comparar "in tutum" as quatro primeiras edições; mas, pelo menos nos pontos mais polêmicos (levantados pelo Imbassahy), ela não sofreu qualquer alteração em se comparando com as edições anteriores. A 5ª edição (que não apresenta data, pode ser de 1869 a 1872) já apresenta as alterações. Ainda existem lacunas que não me permitem afirmar, com certeza, quem foi o autor dessas alterações (se Kardec, Leymarie, Desliens etc.), mas uma coisa resta comprovada: a tradução do Guillon Ribeiro, pelo menos nos pontos mais polêmicos, está rigorosamente igual à 5ª edição francesa, provando serem falsas as acusações do Carlos Imbassahy (filho).
Você menciona uma resposta da "Le Spiritisme" ao texto do Desliens. Como você soube dessa resposta? Talvez ela possa acrescentar e ajudar a preencher essas lacunas.
Abraços,
Felipe.
Oi Felipe! Eu tenho interesse nas versões 1ª a 5ª edições de a genese. Você poderia me enviar os arquivos? francescoreal@hotmail.com
ExcluirOlá. Se puder me mandar as versões citadas, ficarei muito grato.
Excluirfredson.espiritismo@gmail.com
Em tempo: Embora ainda existam lacunas e o assunto ainda não esteja esgotado, o companheiro João Donha está oferecendo uma excelente contribuição ao assunto (atualizada): http://donhaespirita.blogspot.com.br/2012/05/linha-do-tempo-esclarece-edicoes-da.html
ResponderExcluirFelipe,
ResponderExcluirEu não estou certo da origem, apenas do meu rigor com informações. Faz dois anos que realizamos esta discussão e eu teria que pesquisar novamente, mas iniciaria pela Revue de 1884 que foi citada e pela obra de Zêus Wantuil que traz um grupo de anexos sobre a questão.
Um abraço
Jáder
O que não se pode negar, e isso é fato,é o rustenismo febiano. Quanto as traduções pode ter ocorrido o que voces disseram.
ResponderExcluirAlexandre,
ResponderExcluirA simpatia da FEB, naquela época, por Roustaing é inegável. Não sei dizer dos dias de hoje.
Obrigado pelo comentário.
Jáder