10.4.12

HERMÍNIO MIRANDA FAZ HOMENAGEM A OSMAR RAMOS FILHO



O jornal Correio Fraterno publicou um texto de Hermínio C. Miranda sobre Osmar Ramos Filho, que desencarnou em outubro de 2011. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/23/875-o-pesquisador-que-identificou-a-presenca-de-balzac. Como ele não era ligado ao movimento espírita, a notícia de sua desencarnação foi discreta nos veículos de mídia espírita.

Conheci Osmar através de seu texto erudito, "O avesso de um Balzac contemporâneo: arqueologia de um pasticho". É um denso estudo comparativo do texto de Balzac-espírito, via Waldo Vieira, presente no livro "Cristo espera por ti" e de sua extensa obra publicada originalmente na língua francesa e já traduzida para o português. Na primeira edição da Lachâtre, ele tem 594 páginas, um livro que vai na contramão do mercado, mas uma contribuição importante ao conhecimento espírita. Evitarei repetir o que o Hermínio já disse sobre o Osmar, com que privava um convívio pessoal e fraterno.

O trabalho de Osmar é técnico e de difícil leitura para as pessoas não familiarizadas com o conhecimento técnico da literatura, assim como quem escreve a vocês. Recordo-me de quando era responsável pela compra e venda de livros em um centro espírita da capital mineira. Fiz uma ordem de compra de um ou dois exemplares para que o nosso público, de quase duas mil pessoas por semana, pudesse conhecer o livro. Passados alguns meses, como não fossem vendidos, o funcionário responsável pela venda de livros ria, não sem ironia, ao ver o exemplar na estante.

Não me arrependo do pedido e da presença dos livros na livraria. Ela cumpriu seu parte de seu papel, mesmo que ninguém se motivasse a ler ou arriscasse conhecer. Arrependo-me, sim, de não ter dado mais publicidade ao trabalho, fundamental para despertar a curiosidade dos que poderiam e podem ainda lê-lo. Acho que me redimo com esta pequena matéria.

Há grandes obras e autores cuja sina é não ser reconhecidos em vida, porque não seguem as tendências e as multidões. Com a redescoberta do espiritismo pelas academias, e a nova onda de estudos sobre a mediunidade, sobre os espíritas do século 19 e sobre a literatura espírita, quem sabe não veremos este trabalho ser redescoberto e valorizado em um futuro próximo, por um público capaz de aproveitar todo o suor e dedicação que lhe foram dedicados?  

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