27.5.17

CONHECENDO A FORMAÇÃO DO TRABALHADOR DO GRUPO SCHEILLA EM BELO HORIZONTE-MG




Este mês, tive o prazer de apresentar um estudo sobre a classificação da mediunidade no Grupo de Fraternidade Irmã Scheilla (GFEIS), no bairro da Floresta, em Belo Horizonte.

O GFEIS tem uma experiência de décadas com a formação dos interessados no conhecimento da Doutrina Espírita. Eles não adotaram os trabalhos de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE, publicado pela FEB, mas têm um sistema de estudos em módulos, que é fruto do desenvolvimento de uma proposta de formação que foi primeiramente implantada na União Espírita Mineira (UEM) na década de 1970, salvo engano.

O módulo I trata de temas doutrinários, e apresenta 41 assuntos ligados ao pensamento kardequiano, que dão uma visão geral do que foi desenvolvido em "O livro dos espíritos". Cada assunto tem uma sugestão de objetivos, itens e bibliografia a serem desenvolvidos e/ou utilizados pelos expositores que participam deste trabalho. Ele pode ser acessado neste link: http://www.gruposcheilla.org.br/pages/acesso/acontece/2011/modulo1_caderno.pdf

O módulo 2 é uma seleção de temas sobre o evangelho e o cristianismo. Tem uma grande influência de "O evangelho segundo o espiritismo", de Kardec, mas como o módulo 1, encontra-se uma lista de fontes bibliográficas que vão dos livros do mestre francês até as chamadas "obras subsidiárias" contemporâneas, para o expositor preparar seu trabalho.  Há livros polêmicos, como o do roustainguista Antônio Luiz Sayão, mas eles não constituem escola ou ênfase na programação.

Encontrei uma programação antiga (2008) no seguinte link: http://gruposcheilla.org.br/pages/acesso/gerais/edu/programacao_mod2_2008.pdf

O módulo 3 trata da mediunidade, e tem temas de "O livro dos médiuns", de Kardec, mesclados com alguns temas desenvolvidos pelo espírito André Luiz pela psicografia de Chico Xavier e Waldo Vieira. Alguns temas (como o neologismo "vibracional"), ligados ao cotidiano da reunião mediúnica foram introduzidos com o passar do tempo ao programa original. A bibliografia sugerida também articula Kardec aos autores contemporâneos.

Encontrei uma programação de 2009 em: http://www.gruposcheilla.org.br/pages/acesso/modulo3.pdf

Posteriormente foi incluído um módulo IV, intitulado "O trabalhador espírita em ação", que trata das atividades da casa espírita. Reuniões públicas, evangelização no lar, formação de evangelizadores, integração fraterna, assistência social espírita, ação mediúnica e passes são os núcleos deste ciclo de estudos. 

Cada uma destas atividades é composta por diversas aulas, embora se trate de uma abordagem introdutória. As fontes bibliográficas são variadas, algumas polêmicas. No módulo de evangelização infantil, senti falta de fontes específicas sobre o trabalho do evangelizador. Ao longo do módulo, que é opcional, os participantes têm uma visão de todo das atividades do grupo, dos estatutos e da estrutura do movimento da fraternidade, chegando até mesmo a um pouco de história.


Uma leitura dos estatutos e regimentos mostra que os módulos 1, 2 e 3 são necessários para ser participante de reuniões mediúnicas e de passes, por exemplo. Cada atividade tem seu regimento que dispõe os critérios de participação, de coordenação e uma descrição do funcionamento, assim como situações que são vetadas. Estatuto e regimentos podem ser acessados publicamente a partir da página inicial: http://www.gruposcheilla.org.br/pages/acesso/ogrupo.html

A gestão do GFEIS proporciona aos seus participantes, pelo menos uma visão geral do espiritismo e dos autores espíritas, e ao mesmo tempo, exige deles esta formação mínima para participar de atividades que não poderiam ser realizadas apenas com boa vontade. Creio que décadas após a implantação deste projeto, a casa conta com um grupo de trabalhadores não apenas com uma visão doutrinária, mas também com uma visão do funcionamento da casa, das regras decididas ao longo do tempo por suas assembleias e direções, e do movimento espírita, em que pese a ênfase no movimento da fraternidade nos documentos que li e uma pequena citação da FEB e do movimento espírita federativo. Cabe deixar claro que o movimento da fraternidade é uma organização de grupos espíritas dentro do movimento espírita e não um movimento paralelo, pelo que se pode entender da leitura de seus documentos.


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