Foto 1: Fonte: Guimarães, Carlos. Carl Gustav Jung e os Fenômenos Psíquicos. São Paulo: Madras, 2004. p. 103.
"A relação médico-doente, principalmente quando intervém uma transferência do doente ou uma identificação mais ou menos inconsciente entre médico e doente, pode conduzir ocasionalmente a fenômenos de natureza parapsicológica. Muitas vezes me ocorreu esta experiência. (...)
(...) Quase à meia noite voltei ao hotel. Depois da conferência jantei com alguns amigos e fui logo deitar-me. Não conseguia dormir. Por volta das duas horas - tinha acabado de dormir - acordei espantado, persuadido de qua alguém viera a meu quarto; tinha também a impressão de que a porta se abrira precipitadamente. Acendi a luz, mas não vi coisa alguma. Pensei que alguém se enganara de porta: olhei no corredor, silêncio de morte. "Estranho", pensei, "alguém entrou no meu quarto!" Procurei avivar minhas lembranças e percebi que acordara com a sensação de uma dor surda, como se algo tivesse ricocheteado meu crânio. No dia seguinte recebi um telegrama me avisando que aquele doente se suicidara. Dera um tiro na cabeça. soube mais tarde que a bala se detivera na parte posterior do crânio.
Tratava-se, neste caso, de um verdadeiro fenômeno de sincronicidade, tal como se pode observar frequentemente numa situação arquetípica - no caso, a morte."
(JUNG, Carl. G. Memórias, sonhos e reflexões. 7 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d. Tradução de Dora Ferreira da Silva)
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