Foto 1: Nova Capa do Livro de Denis
O discípulo de Kardec distingue três dimensões da consciência: o "sensorium", o "criterium" e a "consciência subliminar".
Um dos pais da Psicologia moderna, William James, ao estudar a experiência religiosa postula a existência de uma consciência profunda, e propõe que o nosso campo do conhecimento a estude. Denis entende que ao propor isto, ele aponta para a existência da alma. Ilustra seu argumento com a história de Hellen Keller, que ficou muito conhecida. Uma menina surda,muda e cega de nascença, que aprende a entrar em contato com o mundo a partir da influência. Apenas com o tato, uma professora consegue comunicar-se com ela, alfabetizá-la e ela desenvolve-se, tornando-se poetisa e sendo considerada filósofa e psicóloga. O espírita de Lyon entende que "o caso de Helen prova que, por trás dos órgãos momentaneamente atrofiados, existe uma consciência desde muito familiarizada com as noções do mundo."
A terceira parte do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", chama-se "As Potências da Alma". É um trabalho sobre a Psicologia do Ser Humano, ampliada pelas pesquisas e contribuições dos pesquisadores que trataram o que hoje se convencionou chamar recentemente de estados alterados de consciência.
Quando Denis trata da consciência ele desenvolveu um modelo muito interessante, que só não se perdeu no tempo porque seus livros continuam sendo publicados e lidos.
O discípulo de Kardec distingue três dimensões da consciência: o "sensorium", o "criterium" e a "consciência subliminar".
Sensorium
"Faculdade de concentrar as sensações externas, coordená-las, defini-las, perceber-lhes as causas e determinar-lhes os efeitos". É a relação entre os cinco sentidos e a consciência.
Criterium
"Faculdades de entendimento". Denis parece situar nesta categoria o que hoje se costuma denominar como habilidades cognitivas.
Consciência Subliminar
Um dos pais da Psicologia moderna, William James, ao estudar a experiência religiosa postula a existência de uma consciência profunda, e propõe que o nosso campo do conhecimento a estude. Denis entende que ao propor isto, ele aponta para a existência da alma. Ilustra seu argumento com a história de Hellen Keller, que ficou muito conhecida. Uma menina surda,muda e cega de nascença, que aprende a entrar em contato com o mundo a partir da influência. Apenas com o tato, uma professora consegue comunicar-se com ela, alfabetizá-la e ela desenvolve-se, tornando-se poetisa e sendo considerada filósofa e psicóloga. O espírita de Lyon entende que "o caso de Helen prova que, por trás dos órgãos momentaneamente atrofiados, existe uma consciência desde muito familiarizada com as noções do mundo."
Além de Keller, Denis apresenta o pensamento de Kant, o caso de Ella Hopkins, os experimentos de Lombroso sobre transposição de sentidos, o trabalho de Albert de Rochas com "Mireille", os detalhes da produção escrita de Walter Scott, uma declaração de J. J. Rousseau e, por fim, a mediunidade de Andrew Jackson Davis.
Léon Denis fez em sua época algo que é fundamental nos dias de hoje: colocou o Espiritismo para dialogar com os cientistas consagrados, analisou fatos documentados e publicou para o movimento espírita e para o público em geral.
Oi Jáder: sempre acompanho seu blog com interesse, mas acho que essa é a primeira vez que faço um comentário. Não sou espírita, sou apenas um pesquisador da obra de Kardec e um apreciador de Léon Denis (autor que tem ficado bem esquecido no movimento espírita, diga-se). No entanto, fiquei pensando sobre o exemplo da Helen Keller a que você se refere. O fato de ela ter se desenvolvido apenas após o trabalho de sensibilização e comunicação tátil, não demonstra na verdade que a consciência apenas se desenvolve através da experiência sensível?
ResponderExcluirUm abraço!
Augusto,
ResponderExcluirÉ muito apropriado o seu comentário.
Após a reencarnação, quando ocorre o esquecimento do passado, a experiência sensível e social são fundamentais ao desenvolvimento da pessoa.
O que causa admiração é o grau de desenvolvimento que Hellen Keller conseguiu atingir tendo apenas o tato como "janela para o mundo". Sem os demais sentidos, como ela conseguiu aprender a discutir filosofia e a fazer poesia?
Denis dá algum detalhamento sobre as conquistas obtidas por ela em seu texto. A conclusão do espírita lionês é que ela não apenas aprendeu, mas acessou aquisições antigas, dada a limitação de seu corpo atual.
O que acha disso?
Um abraço
Jáder
Acabo de conhecer seu blog e neste momento estou lendo ávidamente os arquivos! Parabéns pelo esforço não só na divulgação dos elevados conceitos da Doutrina dos Espíritos, mas principalmente pelo seu trabalho na Evolução do pensamento espírita!
ResponderExcluirA academia (mundialmente) está prestes a se curvar à realidade do dualismo humano, e trabalhos como os seus, no Brasil, fazem parte deste enorme esforço da espiritualidade na implantação da Fraternidade Universal!
Um grande abraço,
O Espirito
http://oespirito.wordpress.com
Olá Jáder:
ResponderExcluirMuito obrigado por sua resposta!
Você me pergunta o que eu penso acerca do posicionamento de Léon Denis, no caso Helen Keller. Bem, eu devo confessar que para um posicionamento mais acertado eu deveria conhecer melhor o caso em questão. E, para ser honesto, apenas o conheço das descrições de Ernst Cassirer, em "Ensaio sobre o Homem"; e de Denis no livro que você comenta.
Em princípio o que posso dizer é que ambas as interpretações me parecem razoáveis. A de Cassirer: de que Keller adquiriu seu desenvolvimento mental a partir do momento em que se estabeleceu uma linha de comunicação dela com o mundo exterior por meio do tato (dentro de sua filosofia das formas simbólicas e não como empirismo puro e simples). E a de Denis: de que a mínima experiência, através de um único sentido funcional, despertou lembranças e conhecimentos de vidas anteriores.
No entanto, como disse, eu precisaria conhecer melhor o caso - ler os escritos de Helen Keller, quem sabe - porque se é verdade que ela teve acesso a livros, ainda que apenas via tato, não seria surpreendente que ela desenvolvesse seu intelecto caso(como afirma Cassirer)ela tivesse uma saúde mental e intelectual normal.
Você conhece o livro de Cassirer? É bem interessante...
Augusto,
ResponderExcluirEu já li um artigo do Ernest Cassirer, mas não conheço o livro. Concordo com você: a dúvida é uma boa posição na falta de um conhecimento mais substancial do caso.
Um abraço
Jáder
Agradeço ao leitor com o nick de oespirito as palavras de incentivo. O objetivo do EC é divulgar um lado pouco conhecido do Espiritismo e dialogar com os autores contemporâneos que lidam com teses relacionadas ao Espiritismo. Vez por outra fazemos uma incursão em temas evangélicos, mas cada vez mais temos leitores interessados no estudo do Espiritismo de forma ampla.
ResponderExcluirUm abraço
Jáder