6.3.11

ESPIRITISMO BH PUBLICA ENTREVISTA SOBRE SINCRETISMO RELIGIOSO


O site Espiritismo BH publicou no último sábado uma entrevista conosco sobre Sincretismo. Deolindo Amorim foi recordado, assim como seus livros "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" e "Africanismo e Espiritismo". Assista no site http://www.espiritismobh.com.br.

Outra dica: a entrevista sobre métodos anticoncepcionais com Janete Reis está muito interessante.

5.3.11

LUZ E TREVAS


A luz foi empregada pelos iluministas como símbolo da razão, base de um conhecimento não dogmático. A Idade Média chegou a ser considerada a "idade das trevas", pelo predomínio da fé em detrimento da razão.

Sabemos da influência do pensamento iluminista e francês na formação de HLD Rivail, que transparece em seus textos.

Uma descoberta interessante que fizemos na leitura de "O Céu e o Inferno" foi o emprego do termo trevas e luz diferente do que temos feito no movimento espírita.

Observo o emprego de "espíritos das trevas" para espíritos inferiores em geral (escala espírita) e "espíritos de luz" para espíritos superiores. Há também o emprego de trevas como sinônimo de espíritos que se associam para praticar o mal e a partir da leitura de André Luiz (Nosso Lar, cap. 44), muitos leitores utilizam as trevas como uma espécie de lugar "geográfico" do plano espiritual onde se congregam espíritos em condição pior que os do Umbral (que seria um ambiente de sintonia de espíritos em estado de sofrimento). Penso que este último sentido é uma espécie de atavismo do pensamento católico, que aproxima a compreensão do mundo espiritual das velhas ideias de céu, purgatório e inferno, muito criticadas por Kardec no livro em questão.

Allan Kardec emprega em alguns momentos o termo luz como entendimento ou consciência do plano espiritual.

Na comunicação de Sanson (pág. 181) ele pergunta o que o espírito viu quando seus olhos se abriram à luz, e o espírita recém-desencarnado explica que passado o período de perturbação, recuperadas as faculdades, ele reconheceu seus amigos e espíritos protetores.

Samuel Filipe (pág. 193) tece consideração semelhante: "Pouco a pouco as minhas idéias adquiriram mais lucidez, a luz que entrevia, por denso nevoeiro, fez-se brilhante; e eu comecei a compreender-me, a reconhecer-me, compreendendo e reconhecendo que não mais pertencia a esse mundo."

O diálogo mais expressivo que demarca esta compreensão, envolve São Luís, e Allan Kardec, na análise do caso Claire, que é um Espírito sofredor. O diretor da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas pergunta a São Luís o que se devia entender por trevas; se seria o sentido bíblico.

O Espírito responde que se tratava de uma alegoria, que deve-se entender por trevas "uma verdadeira noite da alma, comparável à obscuridade intelectual do idiota" (p. 291), "uma inconsciência daquele e do que o rodeia, a qual se produz quer na presença, quer na ausência da luz material". Ele diz que é comum acontecer em meio aos que acreditavam no nada após a morte, e reafirma "coisa alguma percebe em torno - nem coisas, nem seres; somente trevas..."

O assunto não se encerra e Kardec adiciona novas explicações. Ele compara o Espírito a um fósforo, capaz de produzir sua própria luz, proporcionalmente à sua pureza. (p. 292) e teoriza sobre a irradiação de "fluidos luminosos pelos Espíritos superiores".

A afirmação mais importante vem a seguir: "primeiro, porque nem todos os Espíritos inferiores estão em trevas; segundo porque um mesmo Espírito pode achar-se alternadamente na luz e na obscuridade; e terceiro, finalmente, porque a luz também é castigo para os Espíritos muito imperfeitos." (pág. 293)

Ele argumenta: "Se a obscuridade em que jazem certos espíritos fosse inerente à sua personalidade, essa obscuridade seria permanente e geral para todos os maus Espíritos, o que aliás não acontece." (pág. 293)

"Às vezes os perversos mais requintados vêem perfeitamente, ao passo que outros, que assim não podem ser qualificados, jazem temporariamente, em trevas profundas." (pág. 293)

Parece que temos um novo sentido para espíritos iluminados e espíritos em trevas (e não das trevas), mas este é apenas um primeiro ensaio que precisa ser analisado com mais profundidade na obra de Allan Kardec.

26.2.11

UM EVENTO ESPÍRITA EM BOSTON


Os espíritas da "Allan Kardec Spiritist Society of Massachusetts" estão promovendo o Seminário "Transição Planetária" nos dias 25 e 26 de março de 2011. O expositor convidado é Divaldo Franco, e pelo que pude entender, eles estão comemorando 20 anos de visitas de Divaldo àquela cidade. A programação é a seguinte:
Dia 25 - 19:00 às 22:00 horas - Jantar
Dia 26 - 14:00 às 17:00 horas - Seminário.
Locais, telefones de contato e outras informações podem ser vistas no folder publicado acima.

24.2.11

CHEGAMOS EM 82 PAÍSES!

Figura 1: Novo mapa do Flag Counter

Ucrânia, Eslováquia, Coréia do Sul, Afeganistão, Indonésia e Guiana são alguns dos países em que se encontram nossos novos visitantes. Com o tempo, saberemos se os acessos foram fortuitos ou se o blog despertou o interesse e passou a ser acompanhado por pessoas interessadas no Espiritismo nestes países.
Os temas espíritas (como mediunidade intuitiva, por exemplo) têm sido procurados por pessoas em diversos países, o que aponta para uma difusão dos brasileiros por outros países, mas também para o interesse que os novos produtos da mídia internacional despertaram sobre alguns dos temas espíritas e para o poder dos novos meios de comunicação como os blogs, que disponibilizam instrumentos ainda limitados de tradução, mas que já possibilitam alguma compreensão do nosso idioma.
Agradeço aos leitores, nossos comentaristas, sua participação, co-responsável pelo sucesso deste projeto.

21.2.11

O ENTERRO DE ANTOINE COUSTEAU

Figura 1: Foto atual do Cemitério de Montmartre, nos arredores de Paris, tirada por Tonya Ricucci
"Antoine Cousteau era um membro da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que desencarnou em 1863. Não tinha posses, era um calceteiro (trabalhador que calça as ruas com pedras) que estava sendo enterrado em vala comum.
Os membros da sociedade estavam presentes e o Sr. Canu, antes materialista, fez um breve mas emocionado discurso:
"Caro irmão Costeau: Faz alguns anos, muitos dentre nós, e eu em primeiro lugar, não viríamos ante este túmulo aberto, que representaria apenas o fim das misérias humanas, e depois o nada, o pavoroso nada, isto é, onde não existia nem alma para merecer ou expiar, e, conseqüentemente, nem Deus para recompensar, castigar, ou perdoar. Hoje, graças à nossa santa Doutrina, divisamos aqui o termo das provações, e para vós, querido irmão, cujos despojos baixam à terra, o triunfo dos labores e o início das recompensas a que fizeram jus a vossa coragem, resignação, caridade, as vossas virtudes, e, acima de tudo isso, a glorificação de um Deus sábio, onipotente, justo e bom.
"Sede, pois, caro irmão, o portador das graças que rendemos ao Eterno por ter permitido dissiparem-se as trevas do erro e da incredulidade que nos assoberbavam. Não há muito tempo, e nestas mesmas circunstâncias, com a fronte abatida e o coração lacerado, em desânimo, nós vos diríamos:
- ‘Amigo, adeus para sempre'. Mas hoje vos dizemos, de fronte erguida, radiante de esperanças, e com o coração repleto de amor e de coragem: - ‘Caro irmão, até breve, orai por nós."
Inesperadamente, um dos médiuns da Sociedade entrou em transe e possibilitou uma última fala do desencarnado, ainda mais bela:

"Obrigado, amigos, obrigado. O meu túmulo ainda nem mesmo de todo é fechado, mas, passando um segundo, a terra cobrirá os meus despojos. Vós sabeis, no entanto, que minha alma não será sepultada nesse pó, antes pairará no Espaço a fim de subir até Deus!
"E como consola poder-se dizer a respeito da dissolução do invólucro: Oh! eu não morri, vivo a verdadeira vida, a vida eterna! O enterro do pobre não tem grandes cortejos, nem orgulhosas manifestações se abeiram da sua campa...
"Em compensação, acreditai-me, imensa multidão aqui não falta, e bons Espíritos acompanharam convosco, e com estas mulheres piedosas, o corpo que aí jaz estendido.
"Ao menos todos vós tendes fé e amais o bom Deus!
"Oh! certamente não morremos só porque o nosso corpo se esfacela, esposa amada! Demais, eu estarei sempre ao teu lado para te consolar, para te ajudar a suportar as provações. Rude ser-te-á a vida, mas repleto o coração com as idéias da eternidade e do amor de Deus. Como serão efêmeros os teus sofrimentos! Parentes que rodeais a minha amantíssima companheira, amai-a, respeitai-a, sede para ela como irmãos. Não vos esqueçais nunca da assistência que mutuamente vos deveis na Terra, se é que pretendeis penetrar a morada do Senhor.
"Quanto a vós, espíritas, irmãos, amigos, obrigado por terdes vindo a esta morada de pó e lama, a dizer-me adeus. Mas sabeis, e sabeis muito bem, vós, que minh'alma imortal vive, e que algumas vezes vos irá pedir preces que jamais lhe recusareis para auxiliá-la na vida magnífica que lhe descortinastes na vida terrena.
"A vós todos que aqui estais, adeus. Nós nos podemos rever noutro lugar que não sobre este túmulo. As almas me chamam a conferenciar. Adeus, orai pelos que sofrem e até outra vista.



Fico imaginando a emoção da esposa, a surpresa dos amigos e muito mais a dos que enterravam o corpo sem vida, desconhecedores do Espiritismo e da Mediunidade. Igualmente me tocou o carinho que os membros da Sociedade dedicaram ao companheiro e a sua família, independente de suas posses ou projeção social. É uma mensagem poderosa aos espíritas, quase um século e meio depois.

19.2.11

ESPIRITISMO COMENTADO EM MUITAS LÍNGUAS


Figura 1: Mapa do Mundo de 1780


O Espiritismo Comentado agora tem um novo aplicativo: um tradutor para oito idiomas (chinês, francês, alemão, italiano, japonês, inglês, russo e espanhol). Sei que este recurso ainda é rudimentar e que as frases saem truncadas, mas facilita o acesso aos interessados que falam outros idiomas ao conteúdo do blog.
Aguardemos o diálogo com espíritas e espiritualistas de outros continentes.

18.2.11

MARÍLIA CONVIDA OS ESPÍRITAS A AGIREM CONTRA A LEI DE ABORTO

O conhecido jornal Correio Fraterno apresenta em seu último número uma entrevista exclusiva com a advogada Marília de Castro, coordenadora da Rede Brasileira do Terceiro Setor e coordenadora, por São Paulo, do Movimento Nacional em Defesa da Vida.
Entre outras explicações, Marília discute o conhecido argumento materialista, muito usado pelos defensores da lei de aborto que diz que a mulher tem direito de decidir sobre o seu próprio corpo. Ela faz um paralelo entre este argumento e o utilizado pelos donos de escravos no Brasil, que defendiam o direito de tortura e morte do negro escravo por ele ser propriedade do seu senhor. Marília mostra que uma das evidências de que o feto não é o corpo da mãe é o próprio DNA. O feto tem um DNA diferente do DNA materno, trata-se, portanto, de um outro corpo em gestação.
A advogada também mostra que muitas vezes o desejo de abortar tem por trás o interesse do pai, que pressiona sua parceira para não ter que arcar com as despesas da criação de um filho.
Ela convida a todos participarem das marchas e atos públicos em favor da vida, e manifestarem sua opinião junto aos representantes federais do povo, deputados e senadores, para que o Projeto de Lei não venha a regulamentar em nosso país a morte assistida dos que não tem como se defender.
Marília defende que os espíritas não exponham sua posição apenas nas Sociedades Espíritas, mas que participem da Marcha em Defesa da Vida, no dia 26 de Março e que manifestem sua opinião junto ao legislativo federal, que está discutindo o Projeto de Lei 1135/91.

14.2.11

AS MÃES DE CHICO XAVIER

As Mães de Chico Xavier é o novo longa metragem que estará no circuito a partir de primeiro de abril de 2011. Nelson Xavier faz novamente o papel do médium mineiro, mas a trama se desenvolve em torno de algumas mães que perderam seus filhos e o procuram em busca de informações. Baseado em fatos reais, o filme tem tudo para ser um novo sucesso de bilheteria, dado o interesse que o Espiritismo tem despertado na população brasileira e na qualidade da produção. Acho que o filme que deve levar aos cinemas um público de pelo menos dois milhões de expectadores. E você, leitor, o que acha?

12.2.11

CORAL PEDRO HELVÉCIO E MEU CANTAR

A música composta por espíritas com belos arranjos, canto coral e criatividade acompanhou minha juventude. Apesar de muito se ter perdido, a riqueza de melodias e a variedade das letras fizeram-me um apreciador de boa música.
Uma das instituições que impressionava era o Coral Pedro Helvécio, da União Espírita Mineira. Fiquei meio de luto ao saber que foi encerrado no ano 2000.
Um de seus compositores era o maestro James Marotta, que tem belas canções e arranjos pessoais, diferentes dos que encontrávamos nos corais de sociedades espíritas.
Acabo de descobrir que o grupo "Meu Cantar" (http://www.arteespirita.com.br/index.php?option=com_muscol&view=artist&id=1) fez uma homenagem ao Coral Pedro Helvécio, gravando em quinteto de vozes algumas das músicas mais apreciadas, com o arranjo inconfundível do P.H. Eles gravaram o CD "Para ter a vida"
Aproveito para dividir estas jóias com os apreciadores do Espiritismo Comentado.

8.2.11

DELÍRIO, ALUCINAÇÃO E FENÔMENO MEDIÚNICO

Roberto Lúcio - Psiquiatra da AMEMG

O site Espiritismo BH (http://www.espiritismobh.com.br) é uma iniciativa de voluntários que têm publicado principalmente entrevistas com profissionais, expositores e trabalhadores espíritas da capital mineira sobre temas relacionados à Doutrina Espírita e a vida contemporânea. Já se pode acessar mais de uma centena de vídeos e ouvir a dezenas de pessoas que têm dado sua contribuição ao movimento espírita.
São entrevistas de cerca de uma hora, sobre questões que exploram diversas nuances do tema em estudo.
Aproveito o ensejo para recomendar a entrevista com o psiquiatra Roberto Lúcio de Souza, que trata de um tema polêmico: a distinção entre delírio, alucinações e fenômeno mediúnico. Acesse o site, clique em "mais vídeos" e escolha o tema ou o expositor no instrumento de busca.

6.2.11

AGENDA DE UMA MOCIDADE ESPÍRITA CONTEMPORÂNEA

Reunião de Abertura da Mocidade AECX em 2010


No início do século XX não havia mocidades espíritas no Brasil. As primeiras começaram a ser formadas na década de 1930, embora não haja dados seguros sobre isto. Em 1948, Leopoldo Machado tomou à frente da organização do 1o. Congresso de Mocidades Espíritas no Brasil, após a recusa da FEB em organizá-lo, que recebeu representantes de diversos estados e teve como efeito a disseminação deste novo tipo de reunião nas sociedades espíritas brasileiras.
Houve muitas transformações desde sua concepção aos dias de hoje. As poucas descrições na obra de Leopoldo Machado faziam parecer a mocidade uma espécie de grupo festivo, no qual havia um papel da arte associada ao Espiritismo, mas uma mentalidade de tratamento do jovem que se aproximava muito ao que dispensamos hoje às crianças.
Como se defendia a criação de um estatuto próprio para as mocidades, muitas se tornaram um "centro dentro de um centro", agindo à revelia das decisões, resoluções e diretrizes da casa que os acolhia. Eram eleitos presidentes de mocidades e juventudes espíritas, cargos diretivos, como se fosse um órgão estudantil dentro de uma escola, uma espécie de grêmio ou diretório. Neste formato podia ou não haver a figura do mentor, pessoa mais experiente que deveria orientar os jovens. Não é difícil perceber que este formato gerou muitos conflitos dentro das casas espíritas, em virtude da inexperiência nas relações instituicionais e interpessoais dos jovens e da desconfiança dos membros da casa para com uma organização que lhes soava estranha e às vezes ameaçadora.
Passados os anos, hoje as mocidades e juventudes são bastante aceitas pelo movimento espírita, recomendadas pelos órgãos federativos e muito material e experiência se desenvolveu em torno deste espaço instituicional espírita. Ainda há quem seja contra as mocidades ou os encontros de jovens espíritas e conceba a inserção do jovem na casa espírita pelos mesmos espaços criados para os adultos, mas são minorias no movimento.
Na capital mineira, hoje, grande parte dos grupos de jovens se acha integrado às sociedades espíritas com maior ou menor intensidade. Desde o surgimento da Confraternização das Mocidades Espíritas de Belo Horizonte - COMEBH, em 1983 (eu estive lá...) houve um grande aumento do relacionamento entre jovens de mocidades diferentes e um saudável trânsito entre as casas espíritas da Grande Belo Horizonte.
As COMEBHs se tornaram também uma espécie de incentivo a práticas que se disseminaram pelas mocidades: grupos de teatro, músicas criadas pelos participantes, instrumentos musicais, estudos com objetivos e metas, ações de integração, criação de material de apoio, entre outras iniciativas passaram a fazer parte do cotidiano do jovem no Centro Espírita.
Ontem fui convidado a assistir a reunião anual de abertura da mocidade da casa que frequento, 32 anos após tê-lo feito na condição de adolescente interessado. Algumas coisas mudaram, mas o essencial continua, sob novas formas.
Ainda se canta a canção "Sê bem-vindo" para os novatos. Ontem o regente enviou um vídeo da Alemanha, onde se encontra, com uma mensagem de acolhimento e "regeu" a cantoria.
Ainda se dão recados, com um ar despojado e alegre, convidando os participantes a ingressar nas muitas tarefas e eles estão cada dia mais criativos...
Ainda se projetam imagens, mas o velho projetor de slides, o flanerógrafo e o retroprojetor cederam lugar às mídias informatizadas.
O ingresso dos jovens que concluíram a evangelização infantil aumentou, assim como o interesse e a participação dos pais.
Para concluir, fiquei impressionado com a agenda de trabalhos do grupo de jovens. São diversos compromissos envolvendo a mocidade, a casa espírita e o movimento espírita municipal. A título de informação, transcrevo:
- Participação na campanha de inverno
- Participação na organização da festa junina da casa
- Organização das oficinas de mocidade (espécie de confraternização dos jovens da AECX)
- Encontros dos ciclos de mocidade (uma leitura comentada com atividades de recreação na casa de uma das famílias de membro)
- "Enturmão" semestral (encontro de avaliação)
- Participação na campanha do quilo
- Organização do Blog da Mocidade (http://aecx.blogspot.com/)
- Participação na campanha de natal
- Confecção das cestas de natal
- Reunião extra para os interessados de estudo sistematizado (este ano sobre o livro "O Consolador" de Emmanuel)
- Participação como expositores nos ciclos de estudo introdutórios de Espiritismo, que acontecem às segundas e sextas-feiras.
- Participação na organização da COMEBH e na promoção do Festival de Sorvete para angariar fundos
- Participação na evangelização infantil das quatro unidades que compõem a AECX, sendo duas situadas em municípios vizinhos.
- Grupo de música, que toca todos os sábados na reunião de mocidades e mediante convites em eventos espíritas.
- Visitas quinzenais ao hospital João XXIII
Isso foi o que anotei, estou certo que deve haver mais atividades e tarefas, mas estas já dão a dimensão da integração de um grupo de jovens na casa e no movimento espírita.

5.2.11

MOEDAS DO EVANGELHO: ÓBOLO E LEPTO



Figura 1: Óbolo de bronze


Os evangelistas Marcos (12:41) e Lucas (21:2) narram o episódio de uma viúva pobre que doou "duas pequenas moedas que valiam um quadrante". Jesus valoriza mais a doação desta viúva que a dos demais doadores por ser capaz de doar o que lhe faria falta, enquanto os demais doavam o que lhes sobrava.

Figura 2: Óbolo de prata

Haroldo Dutra (O Novo Testamento) entende que esta moeda seria o lepto, que seria "a menor das moedas judaicas", feita de cobre com valor estimado em 1/8 de centavo.

Figura 2: Lepto de bronze (frente)


Há contudo uma moeda grega com o nome de óbolo (do grego ὀβολός), com valor equivalente a 1/6 de dracma. O óbolo era feito de prata e posteriormente de cobre. O texto de numismática que consultei afirma que o óbolo era colocado sob a língua dos mortos gregos para que pudessem pagar a Caronte, o barqueiro da mitologia, a travessia do Estige, rio que separava o mundo dos vivos do mundo dos mortos. (http://numismaticabentes.wordpress.com/2010/02/16/introducao-a-numismatica/ )

A passagem dos dois evangelistas foi denominada como o óbolo da viúva. Cabe comentar que a palavra óbolo tem também o significado de pequeno donativo.

A moeda denominada quadrante, citada no texto de Marcos, parece ser uma moeda em cobre, Romana, do período do império, de baixo valor. Pode-se ler um pouco sobre as moedas romanas no site http://www.angelinicoins.com/Hist/ImpRomano/MundoRom.html

31.1.11

MOEDAS DO EVANGELHO: DRACMA


Figura 1: Didracma de cerca de 220 a. C.

Kardec considerava necessário que se estudasse o significado das palavras da época para que a interpretação fosse clara. Faz-se menção a diversas moedas nos textos evangélicos, por causa da localização da Judéia e dos países vizinhos. Moedas gregas, romanas e locais eram utilizadas pelos habitantes. Escolhemos algumas e rastreamos seu valor para auxiliar o leitor do Espiritismo Comentado que se interessa pelos estudos evangélicos.
Geralmente há alguma correspondência entre uma moeda antiga e uma medida de produtos comercializados. As moedas podem ser feitas de diferentes metais (bronze, cobre, prata, ouro e electro: uma liga de ouro e prata).


Figura 2: Tetradracma com a efígie de Alexandre O Grande, cunhada próximo ao ano de 330 a. C.

A dracma corresponde em valor a um centésimo de uma “mina” de prata suméria. Seis mil dracmas equivaliam a um talento de ouro. Haroldo Dutra afirma que a dracma equivalia ao preço de uma ovelha. Tucídides (historiador grego clássico) afirma que no século IV a.C. uma dracma era equivalente a um dia de trabalho de um soldado grego e outros historiadores associam uma dracma ao dia de trabalho de um operário qualificado. Uma dracma valia seis óbulos e seis mil dracmas equivaliam a um talento ateniense. Encontram-se moedas de valores múltiplos de uma dracma (didracmas, tridracmas, tetradracmas e decadracmas, etc) na antiguidade.


Figura 3: Decadracma de cerca de 400 a.C.


No Evangelho de Lucas, capítulo 15, Jesus conta a parábola da dracma perdida.

20.1.11

PASSE E OBSESSÃO EM ALLAN KARDEC


"A Obsessão" é um livro compilado pela União Espírita Belga a partir dos trabalhos de Allan Kardec sobre o tema, e publicado em português pela editora O Clarim (Matão-SP), traduzido por Wallace Leal Rodrigues.
Selecionei um episódio pouco conhecido, chamado "Um Caso de Possessão". Kardec narra a história da Srta. Julie, que se encontrava obsediada por um espírito que se identificava como Fredegunda.
Um magnetizador (à época de Kardec, na França, eles eram uma espécie de médicos alternativos) cuidava de Julie. Allan Kardec o acompanhava quando observou que o médico a magnetizava (aplicava passes e possivelmente outras técnicas, como a imposição de mãos, a insuflação, etc.) durante uma possível manifestação da obsessora. Ele escreveu o seguinte:
"Um fato dos mais singulares, que todos tinham observado, mas ninguém lhe deduzira as consequências, se produzia na magnetização. Quando era feita durante a luta com o mau Espírito, este, só, absorvia todo o fluido, que lhe dava mais força, enquanto a doente enfraquecia e sucumbia aos seus ataques. Deve lembrar-se que ela estava sempre em sonambulismo; assim, via o que se passava, e foi ela mesma quem deu a explicação." (página 237)
O codificador dialogou com a Srta. Julie e aconselhou-a a confiar em Deus, perguntando a seguir se ela percebia bons espíritos.
"- ... vejo luminosos que Fredegunda não ousa encarar."
O codificador convenceu Julie a orar pela assistência dos bons espíritos e pelo bem estar de Fredegunda diariamente.
O caso foi levado à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas. O Espírito Erasto manifestou-se e recomendou o pedido de intervenção de espíritos superiores (como o Cura D'Ars), a magnetização conjunta com a oração do grupo em favor da paciente e a escolha de um magnetizador que tivesse "uma moralidade irreprochável e sem presunção".
O Espírito Hahnnemann recomendou a Kardec que interviesse para que as magnetizações fossem interrompidas, sendo empregadas a prece, a força moral e o melhoramento da conduta.
Fredegunda foi evocada e conversou-se com ela. Convenceram-na a parar de obsediar Julie, e a procurar diariamente um dos membros da sociedade que passou a instruí-la. Ela manifestou-se uma segunda vez, um mês depois, período no qual não houve mais problemas de obsessão com a Srta. Julie.
Fredegunda relatou os acontecimentos de uma encarnação passada que ligaram-na a Julie (ela era conhecida como Hildegarde) e a outros Espíritos como Brunehaut.
Considero interessante este caso porque traz muitos dos elementos utilizados hoje nas sociedades espíritas para a prática da desobsessão espiritual. Este livro merece ser mais lido e divulgado no movimento espírita.

13.1.11

NOVA AURORA COMEMORA 60 ANOS DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO PIAUÍ


A Federação Espírita do Piauí publicou a revista Nova Aurora, em comemoração aos seus 60 anos de existência.
Sílvio Ricardo, Raul Sérgio Aragão Ventura e Rosa Maria Araújo publicaram trabalhos no corpo da revista que recuperam a história do movimento espírita do Piauí e da sua federativa.
O movimento espírita do Piauí remonta ao final do século XIX e início do século XX, com a formação de grupos mediúnicos familiares, seguido de grupos de estudos e da institucionalização de sociedades espíritas. No texto vê-se que o nascimento do Espiritismo no Piauí dá-se com a colaboração da maçonaria (o Centro Espírita Perseverança no Bem, da cidade de Parnaíba, funcionou na Loja Maçônica Fraternidade Parnaibana).
O movimento federativo teve seu início com a visita da Caravana da Fraternidade, grupo enviado pela Federação Espírita Brasileira após a criação do Conselho Federativo Nacional (Pacto Áureo) para fundar e agregar federativas estaduais nas regiões norte e nordeste.
Um dos artigos mostra a trajetória e o trabalho da Federativa Piauiense, outro aponta eventos importantes para o Espiritismo neste estado e são destacados alguns dos pioneiros.
A revista comemorativa pode ser adquirida na livraria da Federação Espírita do Piauí. Pedidos por telefone (086) 3221-2500 ou por e-mail fepi@fepiaui.org.br.

5.1.11

LIVRO SOBRE DEPRESSÃO ESCRITO POR MÉDICOS ESPÍRITAS

Capa do Livro
Três médicos da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, conhecidos internacionalmente, publicaram pela AME-BRASIL o livro “Depressão: abordagem médico-espírita” (São Paulo: Associação Médico-Espírita do Brasil, 2ª. edição, 2006. 192 p.)

Trata-se de uma coletânea de textos sobre o assunto. Sua abordagem é interessante, porque baseia-se em revisões de literatura e publicações sobre o tema de duas fontes distintas: fontes de pesquisa médica e fontes espíritas. O livro emprega uma linguagem direta e clara, porque é voltado ao grande público, apesar de tratar de alguns temas técnicos.

Roberto Lúcio (psiquiatra) apresenta o diagnóstico, uma diferenciação conceitual entre depressão, tristeza e melancolia, as alterações orgânicas e neurofisiológicas, a abordagem cognitiva e as diferentes abordagens terapêuticas, incluindo a espírita, que considera a obsessão, os passes, o auto conhecimento e as atividades sociais.

Jáider (psiquiatra) trata da depressão e da ética.

Oswaldo Heli (cardiologista) faz uma dissertação breve sobre a associação entre depressão e doença cardíaca, e comenta muitos casos descritos pelo espírito André Luiz.

Percebo no livro a intenção de se discutir alguns mitos correntes no movimento espírita, oriundos do senso comum. Eles envolvem um desconhecimento sobre a visão psiquiátrica da depressão, que vai do seu conceito às fantasias sobre o tratamento com medicamentos “tarja preta”. Eles defendem a articulação entre o tratamento médico e as propostas do movimento espírita, sem fazer apologia destas.

O livro da segunda edição traz alguns erros de revisão, como é o caso da sigla FDA, que significa Food and Drugs Administration (uma agência pública Norte Americana da área de saúde), à qual antecediam reticências na publicação, possivelmente porque o autor queria pesquisar o nome correto da sigla.

Há certo desequilibro entre os autores. A maioria dos capítulos é de autoria de
Roberto Lúcio, e os trabalhos de Jáider e Oswaldo Heli são justapostos. O livro não tem uma linearidade do texto, os temas do diagnóstico e da terapêutica vão e vêm. É uma coletânea de trabalhos isolados sobre o tema.

A experiência dos autores e seu domínio técnico fazem do livro uma referência importante ao movimento espírita, especialmente às atividades de orientação (que aqui em Minas se chama de “atendimento fraterno”) do público que procura os centros espíritas para encontrar alternativas para seus problemas pessoais.

29.12.10

A GENTE NÃO QUER SÓ COMIDA...

Rosaneves é um bairro de Ribeirão das Neves, cidade que integra a Grande Belo Horizonte. Neves, como a chamamos, guarda o perfil das cidades mineiras de interior, e tem cerca de 300 mil habitantes, sendo um terço desta população composta de crianças e adolescentes (Plano Diretor, 2006) e a proporção de cidadãos considerados pobres de 30,59%. Dos 853 municípios mineiros, Neves ocupa o 673o. lugar em PIB/Habitante.


O Plano diretor afirma que "a maioria das crianças e adolescentes de Ribeirão das Neves não tem o que fazer fora do período escolar, haja vista que o município não possui equipamentos públicos que promovam lazer, cultura, práticas esportivas e de convivência saudável, livre de drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas."

Atento a esta necessidade, o grupo de estudos Joanna de Ângelis, da Asssociação Espírita Célia Xavier, fez uma pequena campanha e levou os jovens e crianças ligados à Evangelização Infantil para assistir o filme Nosso Lar. Programa completo, com transporte em ônibus, entrada, pipoca e refrigerante. Alguns dos jovens nunca haviam ido ao cinema. Eles capricharam no visual...

Após ver as fotos, o que posso dizer é que alegria na infância não tem preço e merece nossos esforços.

25.12.10

O ESPIRITISMO EM KINSHASA - CONGO


A capital da República do Congo promoveu a palestra do Sr. Blaise Mansele, intitulada "A Descoberta da Filosofia Espírita". Em Kinshasa funciona o "Centre d'Etudes Spirites Allan Kardec", que promove palestras todas as terças, quintas e sábados, das 16:30 às 18 horas.
Conheça o site desta organização espírita: http://www.kinshasa.cesak.org
Nele se encontram telefones e e-mail, para estabelecer contatos.

21.12.10

ESPIRITISMO EM LUXEMBURGO - EUROPA


O Boletim do Conselho Espírita Internacional noticiou em sua última edição a adesão do CESAK-Luxemburgo ao CEI e informou a realização de um evento apoiado pela Associação Médico-Espírita do Brasil neste país europeu.
Contatos: allankardeclux@yahoo.fr e http://www.groupespiriteallankardeclux.com/