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17º ENLIHPE Tema central: Coerência Doutrinária na Pesquisa Espírita
PROGRAMAÇÃO – 27/08/22
Sábado – Abertura e Homenagem
8h00 Recepção e credenciamento
8h30 Abertura – Prece e
Palavras iniciais: LIHPE / CCDPE-ECM / USE
Alexandre Fontes da Fonseca,
Julia Nezu e Rosana Gaspar
9h00 Homenagem – 20 anos de
LIHPE: Vida e Obra de Eduardo Carvalho Monteiro
Julia Nezu
Seção Trabalhos de Pesquisa – Parte I
9h25 Apresentação 1 – COERÊNCIA
DOUTRINÁRIA ESPÍRITA: limites e desafios
9h45 Perguntas
9h55 Apresentação 2 – Allan
Kardec: entre Comte e Dilthey, ou porque o espiritismo não é apenas ciência
natural.
10h15 Perguntas
10h25 Intervalo 1 (café)
10h40 Apresentação 3 –
Reflexões históricas sobre as propostas da versão definitiva de A Gênese:
revista, corrigida e aumentada por Allan Kardec ou adulterada pós-Kardec?
11h00 Perguntas
Seção Lançamento de Livros
11h10 Lançamento do Livro: Science
of Life After Death
11h35 Lançamento do Livro: A
Obra Esquecida de Angeli Torteroli
Adair Ribeiro Jr.
12h00 Intervalo 2 (almoço)
Mesa de autógrafos
13h15 Mesa de autógrafos – A
Obra Esquecida de Angeli Torteroli, coletâneas do 16º e 17º ENLIHPE.
Autógrafos de Tiago Paz e Albuquerque - "Chico Xavier e o mundo dos espíritos: um estudo de representações sociais"
Seção Trabalhos de Pesquisa – Parte II
14h00 Apresentação 4 – As classificações dos fenômenos estudados no espiritismo, metapsíquica e parapsicologia.
Ricardo Andrade Terini
14h20 Perguntas e comentários
14h30 Intervalo 3 (café)
Seção Palestras convidadas –
Parte I
14h40 Plenária – Autoria e
psicografia: a hipótese da sobrevivência em obras de Chico Xavier
15h20 Perguntas e comentários
Seção Trabalhos de Pesquisa
– Parte III
15h30 Apresentação 5 –
Coerência Doutrinária no Cap. 12 de Nos Domínios da Mediunidade
15h50
Perguntas e comentários
Seção Palestras convidadas – Parte II
16h00 Plenária de encerramento
das atividades do dia – Kardec, Hume e a "Ciência do Homem" – Silvio
S. Chibeni
16h50 Perguntas
17h00 Encerramento das
atividades do dia
17h15 Assembleia Presencial –
membros da LIHPE
17º ENLIHPE Tema central: Coerência Doutrinária na Pesquisa Espírita
PROGRAMAÇÃO – 28/08/22
Domingo - Abertura
8h00 Recepção
9h00 Abertura do 2º dia de
ENLIHPE
Seção Projetos de Pesquisa
9h10 Projeto - A alteração da
escrita nos textos psicografados é um ato voluntário do médium ou a caligrafia
do comunicante? Proposta de estudo piloto usando grafoscopia
9h30 Perguntas e comentários
9h40 Intervalo 4 (café)
Seção Roda de Conversa
9h55 Roda de Conversa –
“Coerência Doutrinária da Pesquisa Espírita”
Alexandre Fontes da Fonseca,
Marco Milani, Jader Sampaio e Humberto Schubert
10h40 Perguntas e comentários
11h50 Encerramento
"Nenhuma violação do direito autoral pretendida."
Jáder Sampaio
Um convite para participar de uma
entrevista em canal televisivo fez-me rever as estatísticas atuais do trabalho
voluntário no mundo.
WORLD GIVING INDEX - WGI (ÍNDICE MUNDIAL DE DOAÇÃO)
Encontrei uma instituição
internacional, de sede inglesa (e em outros cinco países, inclusive Brasil),
que se dedica, entre outros trabalhos, à manutenção do WGI, Índice Mundial de Doações. Essa instituição chama-se Fundação de
Ajuda a Organizações de Caridade (CAF,
que é a sigla de Charities Aid Foundation).
No Brasil seu escritório foi registrado como OSCIP (Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público) com o nome de IDIS
– Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.
O WGI é construído com
informações obtidas em 114 países (mais de 90% dos países do mundo, segundo o
impresso da CAF) pelo Instituto Gallup. Ele mensura três indicadores que formam
um índice geral, utilizado para colocar os países em ordem.
Eles perguntam aos participantes
se:
(1) Ajudou
a um estranho ou alguém que você não conhece e que necessita de ajuda.
(2) Doou
dinheiro a uma instituição de caridade
(3) Voluntariou
seu tempo a uma instituição
A metodologia da pesquisa busca
se orientar por uma amostra representativa, feita em áreas urbanas e rurais,
público civil não institucionalizado com idade superior a 14 anos, amostras
maiores em países mais populosos, mais de 121 mil pessoas entrevistadas em
2020, colhidos por telefone, com nível de confiança de 95% e arredondamento com
o critério de número inteiro mais alto. Vamos considerar que os resultados são
representativos e que as medidas obtidas se ajustam em uma distribuição normal,
ou seja, podemos considerá-las iguais às medidas da população, com uma faixa de
erro.
Os resultados do Brasil em 2020 o
situou em 68º lugar dentre os 114 países, com cerca de 15% da população
brasileira tendo voluntariado seu tempo a uma instituição no ano da pesquisa.
WGI X PESQUISA DE VOLUNTARIADO NA PNAD - IBGE
Causa estranheza a diferença de
valores entre os resultados do IBGE, que tem uma série de indicadores de
voluntariado construída a partir de dados do PNAD (Plano Nacional de Amostras
por domicílio). Em 2019, na 5ª visita o indicador acusou apenas 6,6% de pessoas
prestando serviços voluntários na população brasileira como um todo. Apesar de
semelhante o conceito de voluntário nas duas instituições, como são feitos há
muitos anos com séries relativamente congruentes, deve haver alguma diferença
metodológica não identificada.
O primeiro lugar da pesquisa de
voluntários da CAF foi a Indonésia, que computa 60% da população com mais de 14
anos de idade prestando serviços voluntários. A Indonésia ficou em primeiro
lugar geral da pesquisa em 2020 e primeiro lugar nos indicadores de Doação de
dinheiro a instituições e de serviços voluntários.
Curiosamente, em último lugar da
pesquisa vem o Japão, que ofereceu apenas 12% de serviços voluntário, estando
muito próximo ao percentual apresentado pelo Brasil, que se considerava um país
comprometido com o voluntariado.
ANÁLISE DE PAULA FABIANI PARA O BRASIL
Analisando os dados, a CEO do IDIS, Paula Fabiani, destacou o impacto
das políticas de lockdown, para o
controle da COVID nos índices de voluntariado, com destaque para Estados
Unidos, Reino Unido, Canadá, Irlanda e Países Baixos que tiveram uma queda
significativa de sua posição e sempre figuravam entre os dez primeiros países
no ranking.
O Brasil teve seu recorde em “ajuda
a um estranho” (63%), possivelmente em função da pandemia, como afirma Fabiani,
mas posso arriscar que eventos como queimadas, enchentes e outros podem ter
também auxiliado no impacto desse número. A doação a instituições de caridade
também cresceu mais que nos cinco anos anteriores à pesquisa (31%).
O indicador de trabalho voluntário
ficou inalterado com relação às pesquisas anteriores.
VOLUNTARIADO NAS CASAS ESPÍRITAS
Com o lockdown, a maioria dos centros espíritas fechou, segundo as instruções para o enfrentamento da COVID dadas por órgãos sanitários de Estado ou de Município. É natural que os quadros de pessoal tenham diminuído ou interrompido suas atividades de assistência e promoção social e que os trabalhadores que faziam a divulgação doutrinária à distância agora retomem atividades presenciais ou híbridas, e, por isso, haja a criação de novas funções e tarefas a serem feitas por voluntários ou profissionais nessa área.
Vemos diversas casas espíritas em busca da reorganização dos
quadros de voluntários, e, se possível, aprimorando essa relação com os
trabalhadores contratados para atividades que demandam maior continuidade.
FONTE BIBLIOGRÁFICA.
O Movimento Espírita Paulista - Coordenação: Marco Milani pela USE Campinas
Quatro pessoas que já ocuparam a presidência da União das Sociedades Espíritas de São Paulo fazem uma roda de conversa em que tratam dos desafios que enfrentaram durante suas gestões, as contribuições, o contexto atual da sociedade e das casas espíritas e os novos projetos e questões a serem tratadas pelos órgãos federativos espíritas em nível estadual no Brasil.
Um debate rico, com interlocutores qualificados e propostas instigantes. Um tema que geralmente não se trata nas reuniões públicas das casas espíritas por dizer respeito à gestão das federativas, que geralmente tratam mais com os dirigentes que com as casas em si, fornecem espaços de formação em geral, entre outras questões.
Destaca-se na discussão uma interrogação sobre os espaços híbridos no movimento espíritas (no sentido da mescla entre atividades presenciais e à distância).
Quase duas horas de uma conversa que os dirigentes espíritas deveriam ouvir e refletir.
A autora Françoise Parot escreveu um artigo na Revista de História das Ciências (francesa), tomo 57, n.1, p. 33-63, 2004, no qual ela analisa o surgimento do espiritismo na França.
Uma curiosidade é que Parot afirma que a palavra espiritismo foi dicionarizada na França em 1860, no Dicionário Francês Ilustrado e na Enciclopédia Universal, que penso ser a publicada por Maurice Lachâtre, como conhecemos aqui.
Outro ponto conhecido que a psicóloga destaca é que o uso do termo espiritualismo era bem difundido à época, como "uma reunião de todos os que desejavam se diferenciar de um materialismo concebido como um apego às coisas materiais e no sentido mais filosófico de convicção na existência única da matéria" (p. 36)
Ela explica que o espiritualismo era um movimento popular na Inglaterra desde 1840 e que criou muitos "clubes, associações, sociedades e congressos". Os espiritualistas procuravam mostrar uma independência dos fenômenos espirituais.
Ela busca "O livro dos Espíritos" que Kardec criou o termo "espiritismo" para substituir o espiritualismo porque além de acreditar em algo além da matéria (espiritualista), os espíritas aceitam também os Espíritos, em seu retorno e manifestação.
Desta forma, fica clara a afirmação do Prof. Humberto Schubert de que o espiritismo é um ramo do espiritualismo, e que a criação do termo espiritismo, com esse sentido, é obra de Kardec na França.
Muitas pessoas estão me perguntando sobre a organização do 17º ENLIHPE. Este ano não estou participando da comissão organizadora, mas dedicando-me a regularizar a entrega de muitos trabalhos escritos que aceitei fazer e fui acumulando nos últimos anos. Todavia, continuo presente na rede de participantes da LIHPE e contribuindo da forma possível para que o 17º ENLIHPE dê bons frutos.
Que notícias temos até o momento do encontro que costuma acontecer no final do mês de Agosto?
Tema: Coerência doutrinária na pesquisa espírita
Questão central: "É possível estabelecer uma identidade clara a partir da qual seja possível averiguar minimamente a consistência e a coerência de cada proposta em face de um paradigma ou de uma identidade espírita"?
Chamada de Trabalhos: O encontro é feito a partir de trabalhos submetidos por autores e avaliados por "pareceristas" em um sistema no qual eles não sabem quem é o autor. Em 2022, a data-limite para a submissão será dia 15 de abril.
Submissão: Os trabalhos deverão ser enviados para o e-mail: 17enlihpe@lihpe.net . Mais informações sobre as normas que envolvem o texto e como submeter podem ser vistos em: https://ccdpe.org.br/2022/02/04/17-enlihpe-aceita-submissao-de-trabalhos-ate-15-de-abril/
Tradicionalmente, nos ENLIHPEs se avaliam trabalhos que não estão diretamente situados dentro do tema central, mas que sejam do interesse da comunidade espírita. Não são aceitos trabalhos do tipo jornalísticos, de divulgação ou "resumos de palestras" que são apenas dissertativos. É necessário atender à estrutura, composição, argumentação e fundamentação de um trabalho técnico, concluindo como uma espécie de resposta à questão de pesquisa, empregando a literatura que foi revisada, as informações obtidas com um método empírico, coleta de dados ou intersubjetivo segundo uma metodologia (se for considerado necessário para responder à questão de pesquisa).
Participação: Além dos autores dos trabalhos e dos membros da LIHPE, o encontro está aberto a toda a comunidade espírita ou interessada no espiritismo. Em breve a comissão divulgará se será ou não necessário fazer inscrição para participar.
Bem, o que tenho é isso. Perguntas sobre submissão dos trabalhos podem ser encaminhadas para o e-mail 17enlihpe@lihpe.net, da Liga de Pesquisadores do Espiritismo. Convido toda a comunidade Espiritismo Comentado a participar como melhor lhe convier.
Jáder Sampaio
Recebi há um mês o mais novo livro escrito por Luciano Klein Filho: Bezerra de Menezes: o homem, seu tempo e sua missão. Na verdade, mais um dossiê que um livro, porque o autor publica o texto na íntegra de muitas de suas fontes, obtidas ao longo de décadas de estudo. Em princípio, ele assusta aqueles que estão acostumados a ler livros de 200 ou 300 páginas, pelo seu tamanho – são 1187 páginas até o final das referências bibliográficas.
Ao contrário da primeira impressão, a leitura tem sido muito agradável. Uma das primeiras coisas que o autor fez foi pesquisar as notas de falecimento dos jornais e periódicos da época e como leitor tive uma recordação dos evangelhos: Jesus havia voltado do deserto e começa a visitar as cidades da Galileia, na narrativa de Lucas , até que chega em Nazaré e, após ler uma profecia de Isaías Is 61:1-2, intitulada, na Bíblia de Jerusalém, “vocação de um profeta”, Jesus anuncia a seus conterrâneos:
“Hoje se cumpriu aos vossos ouvidos essa passagem da Escritura” Lc 4:21
Os nazarenos começaram a comentar que ele era o filho de José e a cobrar dele curas em sua própria cidade. Ele, então disse uma frase curiosa:
“... nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.” Lc 4:24
Cito essa passagem evangélica para explicar que Bezerra mereceu notas nos mais importantes jornais da República Velha, e recebeu muitas palavras de reconhecimento por suas muitas qualidades tornadas públicas. Apenas o jornal cearense “A República” (CE) escreveu algo depreciativo sobre ele e sobre o espiritismo:
“Da escola ultramontana, em princípio, foi descendo na escala das crendices humanas, até declarar-se espírita, aos últimos dias da sua existência, já materialmente enfraquecida pelos insultos da idade, logo, intelectualmente decaída (...)” KLEIN FILHO, Luciano. (2021, p. 42)
Outros jornais, do Rio de Janeiro, São Paulo e Pernambuco, diriam outras coisas:
“Amigo e estimado clínico desta capital ... um dos mais prestimosos chefes do Partido Liberal, por vezes escolhido pelo corpo eleitoral da cidade do Rio de Janeiro” Cidade do Rio, 11 de abril de 1900
... concorria grandemente seu espírito de caridade, pois que era médico dos pobres, dedicado e afetuoso” Cidade do Rio, 11 de abril de 1900
“... Retirado da política, o Dr. Bezerra de Menezes dedicava-se exclusivamente à sua numerosa clínica como um dos médicos mais humanitários desta capital.” A Notícia (RJ), 11 e 12 de abril de 1900
“Um dos poucos indivíduos que, depois de terem dominado as posições mais elevadas, sabem olhar para elas sem saudades e empregam em benefício dos seus semelhantes todas as energias de que serviram para sobressair e elevar-se sobre o nível comum.” Gazeta de Notícias (RJ) 12 de abril de 1900
“... Médico, e médico hábil... um contínuo labutar pelo benefício da pobreza. ... Por isso morreu paupérrimo.” Jornal do Brasil (RJ), 12 de abril de 1900.
“Há muito tempo que abandonando a política entregou-se ao exercício de sua profissão de médico, onde também se distinguiu pelo seu desinteresse e atos de caridade” Jornal do Comércio (RJ), 12 de abril de 1900
“... em todas essas manifestações da sua atividade (política) deu sempre (...) as mais brilhantes provas da sua capacidade e do seu valor moral e intelectual; mas foi sobretudo no abnegado sacerdócio da sua clínica e na doce penumbra da sua vida íntima que mais refulgiram os peregrinos dotes de seus espírito...” O País (RJ) 12 de abril de 1900
“Notável médico homeopata...” Correio Paulistano (SP), 12 de abril de 1900
“... o grande e humanitário cidadão Dr Adolfo Bezerra de Menezes, presidente da Federação Espírita do Rio de Janeiro (...) eminente espírito que tomou como divisa – amar ao próximo como a si mesmo.” O Guia (PE) 15 de abril de 1900
Muitas outras fontes foram citadas pelo autor do livro, mas recomendo a leitura do novo trabalho sobre Bezerra de Menezes que nos chegou às mãos através de um pedido à Amazon.com.br que comercializa o título.
Conhecer os que construíram as instituições espíritas que “herdamos”, sem sermos proprietários, é muito importante para definirmos os objetivos do nosso trabalho de hoje ao futuro.
Entrevista de janeiro de 2022
https://www.youtube.com/watch?v=Ww8u7C5CJok
Jáder Sampaio
Perdoem os seguidores atentos do blog, mas em comemoração ao milhão e meio de acessos, vou divulgar as entrevistas feitas no programa Esquina do Célia, que vem sendo veiculado pela TV Célia Xavier, no YouTube, todo segundo sábado do mês, às 20 horas.
Existe um sumário com todos os programas na página ao lado da página inicial do blog, contendo os conteúdos, apresentação dos convidados, data e links para assistir onde julgar mais confortável (na TV, assentado no sofá, por exemplo).
O conhecimento avançou muito e é muito difícil (para não dizer, impossível) para um expositor ou autor espírita estar atualizado sobre todas as áreas do conhecimento. Por essa razão, apresentamos as áreas de formação dos entrevistados, para que quem assiste possa entender o que ele estudou profissionalmente, o que pode ser útil no tema sobre o qual estamos conversando.
Temos valorizado na nossa agenda, autores novos de livros espíritas, publicados por pequenas editoras (mas nem sempre), coordenadores de projetos no movimento espírita, tradutores, ou seja, pessoas trabalhadoras que nem sempre são conhecidas, que não costumam ser expostas na grande mídia. Assim vamos conhecendo outras casas espíritas, outras iniciativas e pessoas interessantes. É um espaço em que se pode conhecer o que está surgindo nas casas espíritas, trocar experiências, ver o que não se veicula normalmente na mídia ou nas reuniões públicas espíritas.
Com a ampliação das editoras de livros espíritas (nem sempre espíritas, e nem sempre com um corpo de revisores espíritas), criou-se certo temor pelos livros e autores novos. Os espíritas estão sempre perguntando uns aos outros se são autores confiáveis, o que gera um ambiente de resistência aos autores novos sérios. Penso que cabe às casas espíritas preparar seu público para que, nas palavras do apóstolo Paulo (1 Ts. 5:20-22): "Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas, retende o que é bom, abstende-vos de toda forma de mal." Com esse espírito, trazemos autores e expositores para que possam explicar suas publicações, mostrar em que se baseiam, analisar logicamente o que propõem.
Em 2022 estamos com a ideia de ampliar um pouco a agenda do Esquina do Célia para divulgar iniciativas da nossa própria casa, mas a ideia original do programa continua. Há muito o que conhecer!
A sede da Associação Espírita Célia Xavier fica em um sobrado de esquina, onde conversávamos após o final das reuniões de mocidade, e o hábito se estendeu com o passar dos anos, até que houve um roubo à mão armada dos jovens que lá se encontravam. Depois disso, passamos a reunião para um horário diurno, mas mesmo assim é comum o encontro dos jovens na saída do Célia Xavier.
Convido as almas jovens, desejosas de conhecer e conversar sobre o espiritismo em diversas perspectivas que participem desse programa, não apenas assistindo e curtindo nas mídias, mas perguntando e posicionando-se no chat, durante as entrevistas.
Agradeço à equipe da TV Célia Xavier: Parreira, Humberto, Márcinha, Pedro e todos os que não estão na telinha pessoalmente, mas possibilitam que ela esteja ao vivo.
Entrevistados de 2020
7. Raphael Vivacqua Carneiro: "Lamartine Palhano Júnior" - 13/02/2021
https://www.youtube.com/watch?v=flvCxQKRf2Y&t=161s
8. Alexandre Fontes da Fonseca: "Jornal de estudos espíritas, Valorizar Kardec e diversas publicações sobre física e espiritismo nos livros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo" - 13/03/2021
https://www.youtube.com/watch?v=1XYgFBq_yho&t=17s
9. Alexandre Caroli Rocha: Chico Xavier - O Parnaso de Além Túmulo, uma dissertação de mestrado e Humberto de Campos, uma tese de doutorado. Como parte da Semana de Chico Xavier na AECX: Chico Amor Xavier. 10/04/2021
https://www.youtube.com/watch?v=x5WqaWFD7as
10. Daniel Salomão e Humberto Schubert: dois autores de Juiz de Fora-MG, falam de "Diálogos Espíritas" e da Sociedade Espírita Primavera. Um livro de perguntas e respostas ao espírito Ivon, através da mediunidade de Vinícius Lara. 08/05/2021
https://www.youtube.com/watch?v=VPoOiFGkTh8&t
11. Evandro Noleto Bezerra: o mais novo tradutor das obras de Kardec publicadas pela Federação Espírita Brasileira, que considerou as diversas edições em vida e suas mudanças. 12/06/2021
https://www.youtube.com/watch?v=tXMVaAFO2jM
12. Marcelo Orsini: expositor e autor de obras literárias espíritas conversou sobre o projeto Espiritismo BH, que inclui uma Web Rádio, assim como sobre seu último livro "Ênio Wendling - pela vereda mediúnica". 10/07/2021
https://www.youtube.com/watch?v=3q3LYXS-M-w
13. Alexander Moreira-Almeida: psiquiatra, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde, além de ex-coordenador de órgãos internacionais de psiquiatria, fala das diversas pesquisas que ele conduziu ao longo da sua carreira acadêmica, na área da espiritualidade. 14/08/2021
https://www.youtube.com/watch?v=Q1SFTUdcHes
14. Alcione Andrade Albuquerque: Psicóloga, médium, autora de livros doutrinários e infantis, fundadora da Associação Médico Espírita de Minas Gerais e da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas - Seção Minas Gerais. Ela fala de seu percurso e de seu livros. 11/09/2021
https://www.youtube.com/watch?v=5iAQAGNf1gw&t=15s
15. Adair Ribeiro Júnior: Engenheiro Naval, mergulhador e curador do Museu Virtual AKOL - Allan Kardec on-Line. Adair explica como o museu foi criado e como foi feita a parceria com o Portal Allan Kardec da Universidade Federal de Juiz de Fora. Os documentos, sua obtenção, transcrição e tradução; as parcerias que foram se formando e algumas informações muito interessantes sobre essa trajetória internacional de fontes primárias são o objeto dessa conversa. 09/10/2021
https://www.youtube.com/watch?v=dv4UFikpi00&t=14s
16. Maurício A. Brandão: Funcionário público do estado de São Paulo, graduado em história. Maurício conversa conosco sobre o livro Cristão, que foi psicografado parte por ele, parte por Roberto Caetano. Tem por personagens centrais, Antônio, centurião romano que conhece o cristianismo e Cibele, liderança cristã na Villagio Fratello Gesú, situada há alguns dias de viagem de Roma. O livro não é apenas uma história com personagens da época, mas uma comparação das diferentes culturas romana, cristã, judaica, grega, através dos conflitos e decisões dos atores da narrativa e, principalmente, o acompanhamento da luta interior de quem quer que se pretenda tornar-se cristão. Sob essa última ótica, é algo bem atual e presente nos nossos dias. 14/11/2021
https://www.youtube.com/watch?v=-ZW4IPn0M2E
17. Wesley Caldeira: defensor público do estado de Minas Gerais, atualmente presidente da Aliança Municipal Espírita de Montes Claros e do 14º Conselho Regional Espírita de MG. Articulista de Reformador, além de diversos capítulos de livro, publicou dois livros pela Federação Espírita Brasileira: Deus, antes e depois de Jesus e Da manjedoura a Emaús, sobre o qual conversamos na entrevista. 11/12/2021
Agradeço a todos que tornaram possível essa produção, lendo, questionando, contribuindo, seja concordando ou discordando, mas exercendo a liberdade de pensamento.
Aos que nos acompanham, espíritas ou não, muita gratidão.
Jáder Sampaio
A divulgação do espiritismo, bem como o atendimento fraterno em associação à atividade de passes são duas frentes de atividade das sociedades espíritas em geral, associados às reuniões públicas.
Era muito comum no Brasil, os centros manterem reuniões públicas com estudo de “O Livro dos Espíritos” na primeira parte, seguido de “O Evangelho segundo o espiritismo” na segunda. Na metade do século passado já era comum a realização de reuniões mediúnicas de caráter privativo, evitando-se a realização de reuniões mediúnicas públicas, por diversas justificativas, incluindo aí uma forma de proteção institucional contra a criminalização do espiritismo, mas também preocupados com a integridade do médium e a união de pensamentos dos participantes da reunião.
Os membros de reuniões públicas eram aos poucos integrados às demais atividades da sociedade espírita, na medida em que demonstrassem interesse, frequência e aprendizagem, nos pequenos grupos, nos quais os dirigentes participam também das demais "frentes de trabalho" da casa espírita.
Há quarenta anos, em nossa casa, quando se desejava fundar uma nova reunião mediúnica ou preparar alguém para participar de uma reunião mediúnica, fazia-se um estudo continuado de “O Livro dos Médiuns”.
Com o tempo e a preocupação com a preparação das pessoas para as atividades próprias da casa espírita, bem como a ampliação de alguns centros espíritas na capital mineira, surgiram novas iniciativas de formação dos trabalhadores espíritas.
Em Minas Gerais houve uma iniciativa do Grupo Emmanuel, dirigido por diversos estudiosos, que consideravam importante o estudo do Novo Testamento (e do Antigo Testamento, eventualmente) que acabou substituindo nas reuniões o estudo de “O evangelho segundo o espiritismo” (que ficou como uma das fontes utilizadas nesse estudo), o que disseminou o pensamento de Emmanuel sobre a mensagem cristã e fez surgir novas iniciativas de exegese espírita dos evangelhos.
Para a formação dos trabalhadores da casa espírita, foram surgindo ciclos de estudos de doutrina e de mediunidade, especificamente, em diversos lugares no Brasil. Já tínhamos um ciclo de estudos de mediunidade na União Espírita Mineira, quando surgiu o COEM (Curso de Orientação Espírita e Mediúnica), uma proposta de estudos impressa no Paraná, salvo engano. Já existiam iniciativas em São Paulo, como os diversos cursos de formação propostos por Armond, como o de “Aprendizes do Evangelho”, por exemplo. As propostas incorporavam a nova literatura mediúnica produzida no Brasil, o que envolvia a obra psicografada por Francisco Cândido Xavier, ditadas por Emmanuel e André Luiz, os livros de Cairbar Schutel e Vinícius e muitos outros autores que são vistos como obras subsidiárias. A FEESP chegou a publicar inúmeros livros de apoio aos seus cursos, que talvez hoje se encontrem nas bibliotecas dos núcleos espíritas mais bem estruturados.
Sociedades Espíritas como o Grupo Scheilla, em Belo Horizonte, articularam as iniciativas de formação ao acesso às atividades nos grupos. Nela funcionam paralelamente as reuniões públicas, muito concorridas e os cursos de formação, que ficaram conhecidos pelo grupo pelo nome de módulos, porque há uma introdução à doutrina espírita, uma preparação para a mediunidade, um módulo dedicado ao estudo dos evangelhos e um quarto módulo de apresentação sistemática das diversas atividades da casa, como reuniões de passe, etc. As reuniões públicas tratam de doutrina e temas espíritas de interesse do público que procura a casa espírita em busca de informação, consolo, apoio e orientação.
A Federação Espírita Brasileira, por fim, considerando todas essas iniciativas em curso, em âmbito nacional, diferentes entre si, propôs os cursos de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – ESDE, que tiveram a sua versão de preparação para a mediunidade em dois volumes e posteriormente o Estudo aprofundado da Doutrina Espírita – EADE. Inicialmente apostilas, agora vendidas em forma de livros, trazem roteiros de estudo com referências a diversos autores espíritas. Propõe que os responsáveis por essa formação sejam mais facilitadores que palestrantes e incentivam os participantes ao estudo e à leitura orientada. Foram criados cursos de formação e trocas de experiência entre as pessoas que trabalham com o ESDE e houve adesão das federativas, especialmente a União Espírita Mineira.
Nesse momento temos, então, as reuniões públicas que se mantiveram como algo voltado aos que procuram o espiritismo em busca de auxílio e orientação e os grupos de estudo que visavam a formar o espírita e a preparar o trabalhador. Três iniciativas diferentes, que ao contrário do que se pensa, atraíram públicos diferentes. As reuniões públicas deveriam ser uma “porta de entrada” ao espiritismo e à casa espírita, mas muitas pessoas a transformaram em uma espécie de lugar de frequência semanal, assistindo a palestra, tomando o passe, sem conhecer as outras iniciativas que existem no núcleo que frequentam. Surgiram também, aqui e acolá, dirigentes cuja única ligação com a casa é a direção da reunião pública, o que fazem como um “mestre de cerimônias”, sem criar um vínculo entre os membros.
Estas transformações trouxeram algumas polêmicas ao meio espírita, que não cabem nesse artigo, por não dar para desenvolver os temas a contento: a questão da centralidade ou não de Kardec nas reuniões públicas e atividades de formação dos trabalhadores espíritas, a questão dos novos autores e das novas editoras espíritas, alguns desses com perfil místico, de sincretismo oriental ou com as matrizes africanas, outros com afirmações sobre o mundo espiritual, isoladas e aparentemente contraditórias com a literatura geralmente aceita pelo movimento espírita. Junto a elas corre a questão da incorporação dos novos autores, coerentes com a doutrina espírita, com livros bem escritos, no que tange à racionalidade e fundamentação espírita.
Espero que o final de ano, sempre marcado pela ideia de “fim de ciclo” e de parada para avaliação, nos permita refletir em nossas casas espíritas como estamos recebendo e preparando as pessoas que nos procuram com diversos objetivos, como os que buscam auxílio, os que buscam a introdução ao conhecimento espírita, os que buscam aprofundamento e estudo aprofundados e os interessados em integrar-se nas múltiplas atividades da comunidade espírita.
Estávamos na rua Augusta, em um restaurante próximo da
Paulista, fazendo uma viagem de descanso em família. São Paulo é um estado
cheio de mineiros. Com o tempo, eles aprendem a falar aquele português padrão jornal
das oito da “Rede-Globo” e escondem a mineiridade das palavras. Todavia, o
ouvido continua atento aos sotaques de casa, e quando é conveniente, eles se
revelam aos conterrâneos.
Fazendo o pedido com o garçom, ele claramente nos
identificou. Perguntou, discreto, dentro da liberdade que concedemos, de onde
éramos, e nos confiou a origem: Sete Lagoas – MG. Os assuntos de mineiridade
iam e vinham ao longo da refeição que ele serviu com competência e gentileza.
Quando chegou ao final, “erramos na mão” com as porções
pedidas, que eram muito generosas, e sobrou muita comida.
- Vocês querem que embrulhe?
Estávamos terminando a viagem e após um passeio, voltaríamos
ao hotel e iríamos ao aeroporto. A comida seria uma espécie de estorvo para
nós. Eu recusei.
Ele explicou:
- Toda a comida que sobra das mesas é descartada no lixo. É um grande desperdício, e há muitas pessoas
passando fome.
Eu estava em plena zona sul de São Paulo, no domingo, e não
via moradores de rua na localidade, que percorremos a pé até chegar ao
restaurante. Hesitei. E lhe expliquei:
- Não vejo moradores de rua por aqui.
Na nossa cultura mineira, o desperdício de comida é um pecado
capital, pior que os pecados menores, aqueles que segundo a crença alheia não
conduzem diretamente aos infernos. Lembrei da insistência em casa pelo
aproveitamento das sobras. Lembrei da casa dos pais. Lembrei da cultura de
fazendas pequenas, em que as sobras são destinadas aos animais criados. Lembrei
da minha avó pedindo que comesse toda a comida do prato e dizendo que ”há muita
gente passando fome no mundo”.
Nos poucos segundos, lembrei até de um estudo da mocidade da
casa de Célia Xavier, centro espírita que frequento há 43 anos: “A fome no
mundo”.
Ele tinha razão. E como minha esposa também é mineira, nós
encampamos a tarefa. Saímos com uma quentinha do restaurante, andando ainda a
pé, no Jardim Paulistano. Era domingo à tarde e só víamos pessoas bem vestidas,
andando pelas ruas, tipo classe A e B. A quentinha ficou na mão, enrolada no
saquinho plástico.
Paramos em uma confeitaria, pedido quase exigente das
filhas. Eu fiquei junto à calçada, porque eles não tinham mesas no lugar, e as
pessoas comiam em pé. Na porta havia grandes bancos de madeira. Fiquei sem
graça de oferecer aos manobristas.
De repente, desceu um vendedor de picolés e ele ficou
conversando com os manobristas, aquela fala rápida, de quem está trabalhando no
domingo, mas não havia conseguido muita coisa. Eu achei que poderia oferecer,
afinal, o risco era de ganhar um “não” e uma cara feia, no máximo um desaforo.
Os olhos do vendedor brilharam. Ele estava sem almoço às
duas da tarde. Ele me agradeceu, agradeceu, agradeceu e apertou minha mão
efusivamente, para minha surpresa. Foi-se feliz, o homem. Sabe-se lá quem iria
ser alimentado com o que iria ser jogado no lixo, mercê das normas sanitárias,
mas que ainda estava até morno.
Uma das minhas filhas viu tudo, e pediu que eu lavasse as
mãos, porque estávamos em época de Covid. Enquanto eu lavava as mãos e passava
o álcool, fiquei pensando na fome, esse mal que acompanha a imensa desigualdade
social do nosso país e que atinge até os trabalhadores, fazendo-os não temer a
mortal Covid.
Depois desse ensino do garçom, nunca mais dispensamos as
sobras de comida dos restaurantes. Já até recebi um “não quero” de um morador
de rua em estado lamentável, já tivemos que rodar no bairro em busca que alguém
que aceitasse a comida, mas já ouvimos muitas vezes:
- Essa é a minha primeira refeição no dia.
Como sabedoria se divulga, e a miséria é a grande vergonha
do país em que vivemos, assim como a indiferença, resolvi escrever a história e
acreditar no efeito “bola de neve” que uma história dessas pode gerar. Não
acredito que ela sequer faça cócegas na imensa diferença social que nos
envergonha diante dos países de primeiro mundo, mas, talvez, torne mais visível
os invisíveis e sua humanidade.
Passe para a frente, e feliz natal!
Jáder Sampaio
No estudo do Iluminismo francês, McNall Burns examinou rapidamente as concepções religiosas e destacou o deísmo. Já escrevi anteriormente sobre o deísmo no Espiritismo Comentado, ao tratar do texto de Allan Kardec, As cinco alternativas da humanidade e referir-me às descobertas de Charles Darwin que o fizeram abrir mão do cristianismo. https://espiritismocomentado.blogspot.com/2019/02/darwin-deista-kardec-cristao-espirita.html
Todavia, Burns amplia a visão de deísmo, que passamos a resumir. Ele aponta sua criação, com alguma incerteza para Lord Herbert de Cherbury (1583-1648) e sua propagação pelos iluministas franceses, por autores ingleses como Alexander Pope e Lord Shaftesbury na Inglaterra e Thomas Paine, Ben Franklin e Jefferson, na América.
Os deístas não apenas condenavam as afirmações irracionais das religiões, mas consideravam a fé organizada um instrumento de exploração para enganar os ignorantes. Esse tipo de ataque, que precisa ser contextualizado, já que boa parte dos cargos eclesiásticos era remunerado pelo Estado na França, por exemplo, embora, verdade seja dita, houvesse um papel social da Igreja, como no caso da educação. Quando o povo, contudo, estava insatisfeito, havia um sentimento de injustiça, porque se pagavam impostos que eram usados pelo Estado e pela Igreja para interesses próprios.
O historiador norte-americano entende que os deístas queriam construir uma religião mais simples e “natural”, que propunha.
1. A existência de um Deus que criou as leis naturais;
2. seu afastamento do universo após a criação das leis, espécie de não-providencialismo, que emergia em função das “trocas e favores” que alguns religiosos tentavam conseguir com Deus;
3. orações, sacramentos e ritos são apenas atos exteriores, uma vez que não se consegue “subornar a Deus” para que ele derrogue as leis naturais em favor de uma pessoa;
4. não existe predestinação para o bem ou o mal, que é fruto do livre-arbítrio do homem na Terra e influencia o bem ou o mal que acontecerá na vida futura.
Como se vê, há semelhanças e diferenças das concepções deístas para as concepções espíritas, o que fez com que Kardec considerasse o espiritismo outra alternativa para a humanidade. Há também uma conexão entre o deísmo e a teologia ou religião natural, sobre a qual tratarei em outra matéria.
Referência
BURNS, Edward McNall. História da civilização ocidental. 23ª. ed. Porto Alegre: Globo, 1979
No último final de semana participei do II Congresso Espírita Espiritismo.net, que está disponível no YouTube. Bons expositores foram escolhidos a dedo pela comissão, e agradeço ter sido lembrado, porque não sou muito conhecido.
Fui convidado para participar da mesa "O Espírito no Laboratório: pesquisas sobre a mediunidade" em conjunto com o Dr. Alexander Moreira-Almeida de UFJF, coordenador do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde, já com centenas de trabalhos publicados em revistas técnicas e o Raphael Carneiro da UFES e do Grupo Lampejo, que não pode estar presente por motivos particulares inesperados e enviou o simpático Clóvis Vervloet em seu lugar, para falar da experiência deles sobre varredura medianímica, método proposto por L; Palhano Jr.
Tratei da pesquisa da mediunidade entre o século 19 e o século 21 e depois da mesa um assistente me disse que falei muito de parapsicologia (no sentido positivo). De fato, como tinha apenas 20 minutos, procurei falar de métodos, resultados e como se desenvolveram as linhas de pesquisa da pesquisa psíquica, metapsíquica e parapsicologia até o revival das pesquisas sobre mediunidade com método experimental no final do século 20, início do 21, no estado do Arizona, Estados Unidos. Deixei os trabalhos do Nupes, que aprecio muito, para o Alexander falar, por motivos óbvios.
Perdoem os leitores se faço divulgação de um trabalho em que participei, não é para projetar minha pessoa, mas o conteúdo dos estudos que temos feito. Acho que tivemos uma mesa com um debate respeitoso e muito informativo, e aprendi muita coisa, além de terem surgido novas questões para pesquisar, o que considero ser o que qualquer pesquisador deseja ao participar de um evento. "A verdade é mais importante que o ego" (No sentido geral, não no psicanalítico)
As perguntas foram muito ricas e bem elaboradas, não percam a mesa de debates.
Convido aos interessados, especialmente as pessoas que ficam se perguntando porque a mediunidade não é plenamente aceita pelo ambiente acadêmico, ou, "será mesmo que existe mediunidade"?