Um milhão... de acessos
Quando comecei o Espiritismo Comentado, desejava apenas
publicar reflexões, estudos, indicar bons livros espíritas, divulgar trabalhos
sérios, dizer de antemão que há eventos interessantes, lembrar das histórias e
preservar a memória espírita, apreciar a boa arte em temática espírita...
Imaginei que pudesse interessar a muita gente, mas nunca
imaginei que um dia teria um contador de acessos dizendo que foi vencida a
barreira de um milhão de visualizações. Um milhão de pessoas, do outro lado da
tela, clicando e lendo o EC.
Não obrigamos ninguém a acessar. Hoje, a maioria dos
leitores estão inscritos no Facebook ou no blog, os grupos em que faço chamadas
são afins. Nunca investi em propaganda, nem paguei ao Google para mostrar o EC
para quem digite a palavra espiritismo em seu instrumento de busca. Não haveria
nada de errado nisso.
Nunca ganhei dinheiro com o EC. Talvez devesse, para empregá-lo
em caridade e cultura, mas perdi esta oportunidade. Cheguei a tentar uma vez
inserir anúncios, mas fiz tantas restrições ao Google, que eles desistiram de
mim. Com isso evitei o pensamento de muita gente descaridosa, que logo fica
pensando que o editor ganha dinheiro com o espiritismo.
Divulguei meus livros, as traduções, os que foram escritos,
os organizados, os psicografados... Imagino que se eu não acreditasse neles,
ninguém mais deveria fazê-lo. Mesmo assim, nenhum se tornou best-seller. Talvez
eu escreva para muito poucas pessoas, mesmo, ou para pessoas que não gostam
muito de livros, preferem os textos rápidos da internet.
Hoje tenho ajuda de amigos, que me comentam e criticam com
bom coração, da Érika que virou parceira, mantendo o Eventos Espíritas com
seriedade e dedicação, dos colaboradores que cederam gratuitamente seus textos
para o EC, e por isso os publiquei com seus nomes em destaque. Agradeço à turma do Célia Xavier, ao pessoal da LIHPE, aos amigos do CCDPE-ECM, do JEE, da UEM, do Felipe Santigo e às pessoas das casas espíritas de Belo Horizonte com quem mantemos contato pessoal. Eles me conhecem ao vivo e à cores, e... toleram. Obrigado pela tolerância, e pelo afeto, que é ainda melhor.
O EC me abriu as portas do Japão, dos espíritas norte-americanos,
de Portugal e de muitos outros países, inacessíveis ou de dificílimo acesso, se
estivesse publicando apenas nas mídias impressas. Através do EC fiz amigos,
conheci boa gente. O EC tem sido meu companheiro em algumas das sessões
intermináveis de hemodiálise, e me ajuda a fazer o tratamento, às vezes
protestando gentilmente por ter que sair da cadeira. Nessas horas eu estou “quase
terminando” um texto, respondendo o comentário de um leitor, pesquisando uma
imagem, aprendendo alguma coisa, fazendo uma pesquisa... Posso assegurar que o
EC é bom para a saúde, pelo menos para a minha saúde mental.
Perdoem-me aqueles a quem respondi sem paciência. Perdoem-me
os que se ofenderam em debates. Perdoem-me os que demorei a responder.
Perdoem-me os que ficaram decepcionados com minha pequena capacidade.
Perdoem-me os que desejavam que eu fosse capaz de conseguir vagas gratuitas no
Hospital Espírita André Luiz. Perdoem-me os místicos, aqueles cuja visão de
espiritismo não é compartilhada por mim. Perdoem-me os críticos tenazes, especialmente aqueles com quem não mais tenho conversado. “Os dias eram assim”, cantou Elis.
Obrigado aos que leram. Aos que entenderam minha “cara
amarrada”. Aos que perdoaram minhas palavras francas, nem sempre caridosas. Aos
que não se ofenderam com meus pensamentos e ideias. Aos que se ofenderam, mas
entenderam que pensamos diferente. Obrigado aos que convidaram seus amigos para o EC. Aos que oraram por mim. Aos que riram de
algo engraçado. Aos que choraram de algo triste. Aos que se indignaram com
coisas erradas que denunciamos. Aos que se iluminaram diante da experiência de
outros que trouxemos. Obrigado aos que leram algum de nossos textos em suas
comunidades, espíritas ou não. Obrigado aos que compraram algum dos livros que
divulgamos (espero que tenham lido e gostado). Obrigado aos que acharam bonitas
algumas palavras. Muito obrigado aos que auxiliaram, quando viram que a
finalidade era nobre. Isso é o que vimos tentando fazer há um milhão de
cliques.