25.10.13

PASSEANDO NA MANSÃO



Quarta-feira pela manhã. Um café da manhã reforçado no hotel de Salvador e pé na estrada. O gentil Bira se dispôs a abrir mão de suas obrigações e nos levou à Mansão do Caminho, a enorme obra social do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador.  A Mansão fica no bairro do Pau da Lima, que hoje está urbanizado, mas ainda conta com muitas comunidades.

O grupo de visitantes


Chegando à Mansão, passamos aos cuidados da Anita, uma pedagoga paulista com algumas obras escritas sobre Divaldo e seu trabalho. Ela e o marido residem na Mansão do Caminho. Isto é algo que observei ao longo da visita. Muitas pessoas receberam convites e residem lá, trabalhando voluntariamente pelo objetivo maior.  Parece-se com uma ordem monacal totalmente voluntária e civil. Conversei com muitos voluntários de lá. A dedicação e a admiração ao Divaldo e ao Nilson impressionam.

Uma alegria e um reencontro. No meio do grupo de visitantes que se formou, encontrei uma velha amiga da Sociedade Espírita Fraternidade – SEF, de Niterói. Quantos anos! Tanto o Remanso Fraterno, que é a obra dos colaboradores espíritas reunidos em torno de Raul Teixeira, quanto o Lar Espírita Esperança, que é a obra da Associação Espírita Célia Xavier, têm raízes e sofreram influências importantes da Mansão do Caminho.


Crianças em fila para fazer atividade ao ar livre

O que mais alegra o passeio pela Mansão são as crianças. Lindas, bem cuidadas, álacres... Não pude fotografá-las de perto, o que é uma pena, porque as expressões são inesquecíveis. Os pequenos nos cumprimentam, atraídos pelas lentes da câmara fotográfica. Os ambientes são rigorosamente limpos e os espaços comuns são muito arborizados e floridos.


Fachada do Centro Assistencial Ana Franco (mãe de Divaldo)

A Mansão é uma concretização dos sonhos  e ideias de uma comunidade dedicada. Não foi possível acompanhar o crescimento, mas nota-se que as propostas vão ganhando corpo e se tornando prédios, atividades, inclusão social.

Violões e violões


Uma das construções promove a arte entre as crianças e jovens. Uma sala repleta de violões e guitarras, outra com teclados, uma sala com pintura em tecidos exposta.


Pintura sobre tecido 

Há alguns recantos em meio aos jardins. A Mansão é cheia de memórias vivas. Cássio, explicava-nos Anita, era mineirinho, assim como nós.  Joanna de Ângelis também tem um recanto, apropriado para fotografias.

Este post está ficando grande, continuaremos com ele daqui há alguns dias.


Vista do recanto de Joanna

17.10.13

VISITA À CONFEDERAÇÃO ESPÍRITA ARGENTINA - BUENOS AIRES




Entrada da Confederación Espiritista Argentina

Depois de um dia corrido em Buenos Aires, escolhemos fazer como último passeio uma visita surpresa à Confederação Espírita Argentina - CEA. Ela tem sua sede na calle Sanchez de Bustamante 463.




Duas fotos da Livraria El Ateneo

A busca ao espiritismo nas livrarias argentinas, como foi o caso da bela “El Ateneo”, com três andares e um subsolo, não foi muito feliz. Mesmo nas estantes de ocultismo, encontramos apenas um exemplar de capa dura do “Perdoo-te”, de Amália Domingos Soler. O vendedor, muito gentil, após consultar seu sistema, pediu que procurássemos nas outras “tiendas” da livraria, nas quais talvez encontrássemos Allan Kardec.

Na CEA fomos literalmente acolhidos por Paulo e Julieta, que fizeram a gentileza de entrar em contato com o Sr. Gustavo Martinez, presidente da instituição. Ele nos permitiu tirar as fotos que se encontram ao longo desta matéria.

Livraria da CEA

A livraria da CEA é seleta, mas tem bons clássicos do espiritismo argentino.  Cosme Mariño, Humberto Mariotti e outros são facilmente encontrados lá. Recomendo que se acesse o catálogo de livros publicado no site da CEA: http://www.confespirarg.com.ar/  mas nem todos os livros estão disponíveis.


Livros em exposição

Há igualmente muitos livros em espanhol psicografados por Chico Xavier e por Divaldo Franco. Das Minas Gerais eu encontrei o clássico da Associação Médico-Espírita de MG, organizado por Roberto Lúcio e por Alcione Albuquerque e livros do atual presidente, Andrei Moreira, em castellano e português. As palestras recentes de Divaldo e de Andrei deixaram boas impressões entre os funcionários e frequentadores com quem conversamos. Como é fácil de se ver, Divaldo encheu o auditório e as pessoas se acomodaram até no hall de entrada para ouví-lo em um idioma híbrido entre o espanhol e o português, mas falado com a linguagem universal do coração, coisa que ele sabe fazer bem.


Vista frontal do auditório

A estrutura física da CEA não é grande, mas tem espaços que lhe permitem realizar suas funções a contento. Um auditório com os bustos de Kardec e Amália Domingos Soler, uma biblioteca e algumas salas de estudos, no subsolo um espaço para depósito dos livros da livraria.

Como órgão de encontro das sociedades espíritas afiliadas, a CEA promove uma reunião mensal e mantém cursos de estudos sistematizado do espiritismo – ESDE, em três níveis. Há também palestras sobre “O Evangelho Segundo o Espiritismo” para o público interessado, estudo e educação da mediunidade, estudo avançado da doutrina espírita, curso de oratória e expressão espírita.


Busto de Amália Domingo Soler

As atividades assistenciais, segundo meus anfitriões, são realizadas pelas sociedades adesas, e li na boa revista “La Idea”, publicada pela Confederação, há mais de nove décadas, o relato de algumas ações de cunho social realizados pelos centros espíritas argentinos.


Placa na porta da Confederação


Se conseguir uma entrevista com o Sr. Gustavo Martinez, presidente da CEA, repasso mais informações ao leitor do EC em uma próxima publicação.

9.10.13

SER VOLUNTÁRIO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS




Ontem à noite enfrentei o trânsito pesado de Belo Horizonte e a chuva contínua e fria para um compromisso no auditório Prof. Bicalho, na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG. O Dr. Miguel Mahfoud e os doutorandos Yuri e Roberta organizaram um seminário com noite de autógrafos para conversarmos sobre o livro Ser Voluntário, Ser Realizado.

Como membro da mesa, li o livro com mais cuidado (até onde consegui). O livro é uma investigação fenomenológica em uma grande casa espírita da capital mineira, com foco em voluntários, para a construção de um entendimento sobre a experiência de ser voluntário.

A parte inicial é uma revisão teórica sobre a fenomenologia, e tem como boa surpresa a filosofia de Karol Wojtyla (que se tornaria papa, futuramente) e de Edith Stein. O Prof Paulo, um dos membros da mesa, destacou a importância da recuperação do pensamento destes dois autores para a fenomenologia brasileira.

Eu conhecia a casa espírita estudada, e as descrições feitas por Yuri me fizeram recordar André Luiz. Cuidadoso e meticuloso ele vai visitando, em seu texto, os departamentos e tarefas da casa, que se organizou de forma diferenciada da estrutura organizacional que normalmente vemos nas casas em Minas Gerais. O autor vai falando com detalhes, e as imagens da sociedade espírita rapidamente povoaram minha mente, pois já estive lá duas dúzias de vezes, pelo menos.

Depois o texto mostra a que veio, e relata a experiência voluntária de quatro pessoas, que o autor selecionou entre os milhares que encontrou, e entre as onze que realmente entrevistou. Eu me pergunto quando ele terá uma disponibilidade íntima para se debruçar sobre este material ainda não explorado e publicá-lo em forma de artigos, para irmos compondo uma massa crítica sobre a experiência voluntária em casa espírita.

O público de voluntários desta casa não é apenas espírita, há católicos confessos que se identificaram com o caráter cristão e sério dos trabalhos realizados e lá realizam suas tarefas e realizam-se.

A leitura da experiência voluntária é muito desafiadora (Miguel e Yuri gostam de usar o termo provocadora), Se vista à distância, como gostam de fazer os materialistas, parece empobrecida. Uma senhora lava pratos, outra prepara e distribui salada de frutas, outra coordena aulas de evangelização infantil e outra é responsável por dar banho em crianças. Recordei-me dos comentários maldosos, feitos por revolucionários, que diziam ser esta uma atividade burguesa, pobre, sem capacidade de transformação do mundo.

Yuri vai além das aparências e pergunta às pessoas como é o seu trabalho, ou algo semelhante. As histórias se multiplicam. Entre alguns schematas, aprendidos na casa espírita e na vida, há uma riqueza textual de vivências interiores, dificuldades superadas, emoções, mudanças interiores, que possibilitam a compreensão da experiência vivida dos voluntários. Nós leitores, ora nos admiramos, ora nos emocionamos, ora somos arrebatados à reflexão. O texto de Yuri parece repetitivo às vezes, mas vai nos fazendo refletir quase frase a frase a comunicação do sujeito.

Ele nos explicou que selecionou os entrevistados. Nem todos os voluntários conseguem passar da concretude do ato e resignificar o que fazem, mas não há limites de idade, crença, ou classe social para o que fazem.

O Prof. Paulo nos chamou a atenção para algo importante. Ele foi apresentado ao espiritismo não pela doutrina, mas pela experiência dos que participam do trabalho. Eu diria que é um retrato da "vita activa" do movimento espírita, e não de sua "vita contemplativa", que li em São Tomás de Aquino esta semana, ou em um de seus comentaristas, referindo-se a Pedro e a João, apóstolos como suas referências. Eu não caracterizaria os pensamentos e vivências dos voluntários como exclusivamente espíritas, mas indiscutivelmente são cristãs, por isso tocaram tanto o público presente. Não quero dizer que uma é mais importante que a outra, o que considero tolice, mas temos necessidade de reflexões profundas no movimento espírita sobre a "vita activa" de seus membros. Este tipo de análise nos faz ter uma nova perspectiva sobre o significado de tudo o que fazemos, em uma época cheia de relações temporárias e análises à distância.

O Prof. Miguel encerrou o encontro, após muitas questões do público presente e tentativas de resposta dos membros da mesa. Questões muito seminais, eu diria. Ele falou algo como: nesse momento a universidade tornou-se universidade. E é verdade, em meio a muitas visões de mundo, todos buscaram a verdade, sem temer apresentarem sua escolha religiosa, sua área de conhecimento ou qualquer outro elemento de sua identidade. E o diálogo respeitoso se fez, respeitadas as diferenças.


1.10.13

O PROBLEMA DA TERRITORIALIZAÇÃO DAS SOCIEDADES ESPÍRITAS





"Personalismo e espiritismo são dois polos que não se tocam.” Célia Xavier

Um dos fenômenos que tenho observado em instituições espíritas é a territorialização. Podemos definir a territorialização em uma organização como sua divisão em segmentos com regras próprias e núcleo de poder, em dissonância com os elementos identitários da organização como um todo.

A territorialização, no caso dos centros espíritas, pode acontecer em associações grandes ou pequenas, mas é mais comum nas grandes associações, geridas com estrutura, cargos e funções de gestão pensadas para organizações menos complexas e de menor porte.

Não se confunde territorialização com departamentalização das sociedades espíritas. Esta última prevê autonomia em determinados segmentos ou departamentos, mas mantém coesão em torno de diretrizes gerais e de decisões para a organização como um todo. A departamentalização reconhece que em determinados segmentos, pode haver necessidades e características próprias, por isso tem diretrizes gerais para o todo e permitem variações consistentes com estas características gerais em departamentos específicos.

Este fenômeno vem acompanhado do surgimento de lideranças “individualistas”, com aspirações, visão das tarefas e objetivos de seu(s) grupo(s) de trabalho desconectadas da visão, missão e objetivos da organização como um todo. As lideranças de territórios desenvolvem uma lógica de isolamento, evitar o diálogo com lideranças organizacionais e não participação dos fóruns institucionais. Para sustentarem-se, as lideranças são carismáticas, e atraem o respeito e a fidelidade das pessoas que trabalham com elas. Aos poucos conseguem que as pessoas percebam a direção institucional como uma espécie de “mal necessário”, que se deve respeitar e tratar bem, mas não necessariamente seguir as diretrizes que vêm dela, por mais democráticos e dialógicos que sejam os fóruns de decisão.

Quando participam de órgãos deliberativos, os líderes territoriais podem evitar o conflito verbal, mas boicotam as decisões coletivas com as quais não concordam, considerando-se acima delas.

Tendo se acostumado com esta forma de liderar e coordenar, se eleitas para cargos de nível organizacional, estas lideranças terão dificuldades em lidar com as diferenças, tendendo ao autoritarismo e promovendo conflitos nas relações. Em vez de promover o difícil e demorado caminho da busca possível de consenso com base no diálogo, pretenderão normatizar a partir de sua perspectiva individual. Transformam facilmente uma discussão de ideias em um conflito pessoal, às vezes impondo seus pontos de vista e desqualificando quem discorda deles.

Concebamos as sociedades espíritas territorializadas como uma construção com rachaduras. Se não houver uma intervenção e uma conscientização dos membros dos territórios que são também membros da sociedade como um todo, e que precisam apoiar dentro do possível os projetos coletivos, a construção de normas comuns, e os diretores, que tem o difícil papel de articular uma organização cheia de pontos de tensão, a tendência é a ruptura ou o isolamento, enfraquecendo a sociedade espírita como um todo.

Penso que todos nós temos uma tendência ou impulso ao personalismo. É, portanto, um trabalho de autodesenvolvimento evitar que ele se torne predominante na nossa vida de relação, aprendendo a ouvir e a respeitar fóruns instituídos.

Não é à toa que Allan Kardec valorizasse muito o entendimento e a colaboração entre os membros das sociedades espíritas.

16.9.13

DESCOBERTA CIENTÍFICA: ALÉM DA NOÇÃO DO MÉTODO


Pasteur não teve seus trabalhos sobre a fermentação aceitos pela comunidade científica, porque as teorias da época afirmavam que o processo era totalmente químico, e, portanto, não poderia ser biológico.


Ademir Xavier acaba de publicar, no seu grupo Ciência Espírita, sua tradução do texto de Bernard Barber, "A resistência dos cientistas à descoberta científica". Barber argumenta que elementos culturais e psicológicos influenciam a análise que os cientistas fazem de trabalhos inovadores. Este texto foi originalmente publicado prestigiosa revista Science. 

Este texto merece ser lido, porque Barber vai pacientemente mostrando autores, hoje considerados clássicos em ciências naturais, sofrendo a rejeição de seus trabalhos por colegas igualmente eminentes. Os trabalhos se tornariam no futuro referências para o avanço teórico de suas respectivas áreas.

Barber é considerado um dos fundadores da área do conhecimento denominada hoje como "sociologia do conhecimento".

Escrito em 1961, este texto continua importante para cientistas de todas as áreas porque exemplifica que a ideia de um método científico universal, base das decisões sobre a conformidade ou não dos trabalhos produzidos, é uma ilusão. Penso que ele enriquece ainda a ideia de Kuhn sobre a dinâmica da revolução científica, porque mostra rejeições imediatas a propostas bem fundamentadas e aceitas por gerações futuras. 

Quem desejar ler o belo trabalho de tradução do Dr. Ademir pode acessar o link https://drive.google.com/folderview?id=0BzdGM5lC6GhJeElsXzhXMTFELXM&usp=sharing

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11.9.13

O QUE É PESQUISAR A SOBREVIVÊNCIA?



Sílvio Chibeni é professor de filosofia da Unicamp. Nesta apresentação de trabalho no 9o, Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo ele apresenta um trabalho sobre o que é pesquisar a sobrevivência. Sílvio retoma as origens da filosofia para explicar o sentido de fenômeno e analisa as contribuições do pensamento de filósofos do século XVII, como Hume, ao tema.

10.9.13

REVISITANDO KARDEC: MÉDIUNS ESCREVENTES



Possivelmente, a mediunidade mais estudada por Kardec foi  a psicografia. Foi sua primeira escolha para o diálogo com os espíritos, como se pode ler em Obras Póstumas. 

Em O Livro dos Médiuns, Allan Kardec discorre sobre os médiuns escreventes ou psicógrafos e estabelece quatro categorias distintas:

1. Mecânicos ou Passivos: Eles não têm consciência do que escrevem e os movimentos de escrita são involuntários. (Um exemplo deste tipo de médium é Stainton Moses)
2. Intuitivos: O pensamento se forma na medida em que está sendo escrito (não há pensamento pré-concebido) e os movimentos de escrita são voluntários. 
3. Semimecânicos: Eles têm consciência do que escrevem, mas o movimento de escrita é involuntário (Um exemplo deste tipo de médium é Chico Xavier, embora haja relatos ligados a ele no qual se mostra a faculdade mecânica pura)
4. Inspirados: são as pessoas em geral, porque têm uma concepção do que vão escrever, seus movimentos de escrita são voluntários, mas sofrem a influência dos espíritos desencarnados. 

No seu grupo mediúnico há médiuns escreventes? Como você os classifica?

7.9.13

O OBSERVADOR NO CÉLIA XAVIER


Na sexta-feira passada foi feita uma palestra sobre mediunidade e uma noite de autógrafos do livro "O observador e outras histórias", na Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte-MG. Nesta oportunidade estiveram presentes muitos espíritas e amigos do meio acadêmico, que nos trouxeram seu abraço e contribuíram com sua presença.

Explicamos o tipo de psicografia que possuímos (intuitiva) no texto de Allan Kardec e a forma de funcionamento do nosso grupo mediúnico nesta casa espírita.


Jô Drummond leu o capítulo "Tributo" e Pedro Machado leu o capítulo "O observador", que faz parte do título da obra.


Apesar do pouco tempo, foi muito gratificante conversar com os leitores que nos prestigiaram e autografar os livros.

Os textos que compõem o livro foram psicografados na AECX nos últimos dez anos. Quatro capítulos falam diretamente das atividades da casa: O visitante, O observador, Satisfação e Evangelização infantil.

29.8.13

9o. ENLIHPE: UMA RECORDAÇÃO


Alguns expositores e participantes do 9o. ENLIHPE da esquerda para a direita.
Érico, Chrystiann, Ademir, Sílvio, Alexandre, Aida, Marco, Valdir, Washington e Jáder

27.8.13

LANÇAMENTO DE SER VOLUNTÁRIO, SER REALIZADO


Um dos bons momentos do 9o. ENLIHPE este ano foi o lançamento do livro "Ser Voluntário, Ser Realizado", 5o. livro da Coleção Espiritismo na Universidade. 

Na foto vemos a apresentação da Dra. Nadia, que falou da coleção (o nosso Voluntários está esgotado), e que passou a palavra para o autor.

Yuri contou a história do trabalho, que explora de forma competente o significado de voluntariar-se, o mundo interno dos que se engajam no trabalho de um centro espírita da capital mineira. Sem limites de classes sociais, ele que hoje é um doutorando do programa de Psicologia da UFMG, mostra o que aprendeu na experiência de voluntariar-se e em contato profundo com os demais voluntários.

Parabéns, Yuri, e força Nadia. Antes que percebamos, estaremos publicando o número 30 desta coleção.

22.8.13

A LIHPE NA REVUE SPIRITE


A Revue Spirite, com seus 156 anos de publicação, fez um número especial sobre a pesquisa espírita. Fico especialmente feliz com a ampla notícia dada sobre a história da Liga de Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE e da pesquisa que hoje está sendo conduzida pelo Ademir Xavier.

Neste número também se trata dos hospitais espíritas no Brasil, do 7o. Congresso Mundial de Cuba, de uma história de elucidação de crime pela mediunidade, da crença de Richet na imortalidade da alma, de uma história pessoal que vai da experiência de quase morte ao espiritismo.

Para quem desejar assinar a revista, seguem as orientações de Jean-Pierre Pipino.




20.8.13

RÁDIO FRATERNIDADE IRÁ TRANSMITIR O 9o. ENLIHPE


Nos dias 24 e 25 de agosto a Rádio Fraternidade irá transmitir ao vivo o 9o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo. 

Já foi instalado um player do canal 2 da rádio no Espiritismo Comentado (à direita) e no site da LIHPE, para os interessados. Basta clicar no símbolo de play (um triângulo preto) e aguardar alguns instantes que começa a transmissão. Até o dia 24 toca uma música de fundo.

Se não puderem estar presentes, acompanhem o evento pela net!

Equipe WRFraternidade: Tânia Valéria, Sampaio e Wellington

18.8.13

INSCRIÇÕES NO 9o. ENLIHPE. ÚLTIMOS DIAS.



Montevidéu-Uruguai, São Paulo-SP, Belo Horizonte-MG, Teresina-PI, Rio de Janeiro-RJ,  Campinas-SP, São Bernardo do Campo-SP, Jundiaí-SP, Vinhedo-SP, Carapicuíba-SP, Bauru-SP, Lorena-SP, Jacareí-SP, Ribeirão Pires-SP,  Franca-SP, São José dos Campos - SP,Uberaba-MG, Santa Luzia-MG, Uberlândia-MG

Gente de todos estes lugares já confirmaram presença no 9o. ENLIHPE. E você?

Trabalhos selecionados,
Exposição de pôsteres,
Conversa com os autores,
Lançamento de livros,
Lançamento do Jornal de Estudos Espíritas,
Visita ao Centro de Cultura,
Autógrafos,
Homenagem a Hermínio C. Miranda,
Retirar "O espiritismo na atualidade" em primeira mão, no ato do credenciamento,
Conhecer pessoas interessantes,
Alimentação no local inclusa na inscrição.

Você não pode ficar fora dessa!

Inscrições pela internet: http://ccdpe.org.br/inscricao-9o-enlihpe/ 
(Taxa única: R$110,00)
Informações com Márcia Monteiro: 11-99983-8425 ou  11-5561-5443 
Programação oficialhttp://ccdpe9enlihpe.emodix.com.br/Programacao9Enlihpe.pdf

16.8.13

O ESPIRITISMO NA ATUALIDADE




O livro acima será lançado no 9o. ENLIHPE, que ocorrerá nos dias 24e 25 de agosto próximos. Os inscritos no evento ganharão um exemplar. Quem se interessar poderá adquirir pela livraria do CCDPE-ECM, pela internet ou presencialmente. http://www.ccdpe.org.br (clique em livraria, na régua superior)

Abaixo, o texto da quarta capa.


O IBGE publicou os números do censo 2010 referentes à religião. O que aconteceu com o movimento espírita nos últimos dez anos? Cresceu? Diminuiu? Quem é o espírita brasileiro? Como o espiritismo se encontra hoje, se comparado com outras religiões brasileiras? Jeferson Betarello explica.

Como está a aceitação da ideia da reencarnação na Europa? O Dr. Marco Milani fez uma análise de um banco de dados gerado da pesquisa EVS – European Values Studies (em bom português, Estudo dos Valores Europeus) que mostra resultados surpreendentes. Afinal, o ateísmo não estaria disseminado na Europa?

Um acadêmico publicou recentemente um artigo que defende que Chico não seria senão um portador de transtorno mental. Ele se queixa da falta de pesquisas com o médium. No entanto, Chico deixou um acervo imenso de documentos, fruto de sua psicografia, que envolve, entre outras coisas, cartas de parentes desencarnados de pessoas que o procuravam. O que contém estas cartas? Elas trazem informações fidedignas? Falam de coisas reconhecidamente verdadeiras que não poderiam estar na mente de Chico pela via da aprendizagem? Como poderia um psicótico psicografar tantas cartas com informações que não poderiam estar em sua mente confusa? É o que pretende demonstrar com sua pesquisa o Dr. Ademir Xavier, que descreve com detalhes o projeto de estudar as cartas de Chico Xavier, hoje já bem avançado.

Como eram as relações entre espíritas e católicos em Uberaba antes da chegada de Chico Xavier? A historiadora Anna Lívia Gomes conta uma história cheia de conflitos e polêmicas, com personalidades interessantes, como o Doca, hoje pouco lembradas pela historiografia do espiritismo.


A Apometria foi proposta pelo Dr. Lacerda há alguns anos. Sua prática pode ser encontrada em muitas casas espíritas brasileiras, hoje. É uma proposta arrojada, que envolve de ideias espíritas à física, passando pela medicina. Ela se sustenta? Tem fundamentação nestas áreas de conhecimento? Uma análise à luz da física e do espiritismo é o que encontramos no trabalho do Dr. Alexandre Fonseca, encerrando mais uma contribuição à série Pesquisas brasileiras sobre o espiritismo, publicada pela parceria entre o Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo e a Liga de pesquisadores do espiritismo.

15.8.13

LEITURA ESPÍRITA PUBLICA ARTIGO NOSSO SOBRE MEDIUNIDADE




O Leitura Espírita desse mês, de número 14, traz entre outras matérias um trabalho nosso, com o título "Como ter certeza de que sou médium?". Confiram pela net a degustação acima ou leiam através do link abaixo.

http://issuu.com/criativacomunicacao/docs/leitura_epirita_ed14/1?e=6659248/4413637

A matéria principal é "Reencarnação é castigo?", escrito por Rita Foelker, que faz uma releitura das razões da reencarnação. Ela mostra como algumas pessoas reeditam o dogma do pecado original em ambiente cultural espírita e como Kardec percebia o ciclo das encarnações. Tema atual e presente nos grupos espíritas.

10.8.13

FÍSICA QUÂNTICA NO CORREIO FRATERNO




O Correio Fraterno está com edição nova e tem como matéria de frente uma entrevista sobre física quântica e espiritismo. Eles entrevistaram o físico da UNESP, Alexandre Fontes da Fonseca, que mostra o abismo que existe entre os conceitos e pesquisas da física e o espiritualismo. Ele critica os autores que têm feito propostas apressadas de articulação, e defende que não se confunda matéria com espírito, além de entender que faltam muitos e muitos anos de pesquisa para que se possam fazer estudos experimentais com conceitos espíritas na fronteira com a matéria. Confiram! 

A entrevista está publicada em http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/14-entrevista/1292-fisica-quantica-o-que-ela-tem-a-ver-com-o-espiritismo

3.8.13

O OBSERVADOR E OUTRAS HISTÓRIAS - VIDEO



Assista em tela cheia, dá uma impressão mais intensa. É só clicar no quadradinho nos comandos inferiores, à direita.

Uma jovem com anorexia...
Um sacerdote envolvido no poder temporal...
Um negro que lutou na Revolução Farroupilha...
Um membro de grupo de extermínio...
Uma professora falecida em um acidente de carro...
Uma médium espiritualista de outro país...
Um evangélico que expulsou a filha de casa...
Uma mulher que viu nascer um centro espírita no interior...
Um espírita da Espanha do século XIX...
Uma mulher negligenciada pelo marido...

O que aconteceu após sua morte?


Em breve.
Lançamento no 9o. ENLIHPE - 24 e 25 de agosto - CCDPE-ECM


Entregas previstas a partir de 21 de agosto

2.8.13

RESPONDER OU NÃO RESPONDER, EIS A QUESTÃO.



Em tempos de conectividade global, facebook e outros instrumentos de comunicação simultânea, um texto do século XIX enviado pela jornalista Eliana Haddad pareceu-me imensamente sensato. O autor? Allan Kardec, o fundador do espiritismo na França. Vocês acham que este texto continua contemporâneo?


Polêmica Espírita

Allan Kardec


Várias vezes já nos perguntaram por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas folhas, dirigidos contra o Espiritismo em geral, contra seus partidários e, por vezes, contra nós. Acreditamos que o silêncio, em certos casos, é a melhor resposta. Aliás, há um gênero de polêmica do qual tomamos por norma nos abstermos: é aquela que pode degenerar em personalismo; não somente ela nos repugna, como nos tomaria um tempo que
podemos empregar mais utilmente, o que seria muito pouco interessante para os nossos leitores, que assinam a revista para se instruírem, e não para ouvirem diatribes mais ou menos espirituosas. Ora, uma vez engajado nesse caminho, difícil seria dele sair, razão por que preferimos nele não entrar, com o que o Espiritismo só tem a ganhar em dignidade. Até agora só temos que aplaudir a nossa moderação, da qual não nos desviaremos, e jamais daremos satisfação aos amantes do escândalo.

Entretanto, há polêmica e polêmica; uma há, diante da qual jamais recuaremos: é a discussão séria dos princípios que professamos. Todavia, mesmo aqui há uma importante distinção a fazer; se se trata apenas de ataques gerais, dirigidos contra a Doutrina, sem um fim determinado, além do de criticar, e se partem de pessoas que rejeitam de antemão tudo quanto não compreendem, não merecem maior atenção; o terreno ganho diariamente pelo
Espiritismo é uma resposta suficientemente peremptória e que lhes deve provar que seus sarcasmos não têm produzido grande efeito; também notamos que os gracejos intermináveis de que até pouco tempo eram vítimas os partidários da doutrina pouco a pouco se extinguem. Perguntamos se há motivos para rir quando vemos as idéias novas adotadas por tantas pessoas eminentes; alguns não riem senão com desprezo e pela força do hábito, enquanto muitos outros absolutamente não riem mais e esperam. Notemos ainda que, entre os críticos, há muitas pessoas que falam sem conhecimento de causa, sem se darem ao trabalho de a aprofundar. Para lhes responder seria necessário recomeçar incessantemente as mais elementares explicações e repetir aquilo que já escrevemos, providência que julgamos inútil. Já o mesmo não acontece com os que estudaram e nem tudo compreenderam, com os que querem seriamente esclarecer-se e com os que levantam objeções de boa-fé e com conhecimento de causa; nesse terreno aceitamos a controvérsia, sem nos gabarmos de resolver todas as dificuldades, o que seria muita presunção de nossa parte. A ciência espírita dá os seus primeiros passos e ainda não nos revelou todos os seus segredos, por maiores sejam as maravilhas que nos tenha desvendado. Qual a ciência que não tem ainda fatos misteriosos e inexplicados? Confessamos, pois, sem nos envergonharmos, nossa insuficiência sobre todos os pontos que ainda não nos é possível explicar. Assim, longe de repelir as objeções e os questionamentos,
nós os solicitamos, contanto que não sejam ociosos, nem nos façam perder o tempo com futilidade, pois que representam um meio de nos esclarecermos.

É a isso que chamamos polêmica útil, e o será sempre quando ocorrer entre pessoas sérias que se respeitam bastante para não se afastarem das conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem, por isso, deixar de nos estimarmos. Afinal de contas, o que buscamos todos nessa tão palpitante e fecunda questão do Espiritismo? O nosso esclarecimento. Antes de mais, buscamos a luz, venha de onde vier; e, se externamos a nossa maneira de ver, trata-se apenas da nossa maneira de ver, e não de uma opinião pessoal que pretendamos impor aos outros; entregamo-la à discussão, estando prontos para a ela renunciar se demonstrarem que laboramos em erro. Essa polêmica nós a sustentamos todos os dias em nossa Revista, através das respostas ou das refutações coletivas que tivemos ocasião de apresentar, a propósito desse ou daquele artigo, e aqueles que nos honram com as suas cartas encontrarão sempre a resposta ao que nos perguntam, quando não a podemos dar individualmente por escrito, uma vez que nosso tempo material nem sempre o permite. Suas perguntas e objeções igualmente são objeto de estudos, de que nos servimos pessoalmente, sentindo-nos felizes por fazer com que nossos leitores os aproveitem, tratando-os à medida que as circunstâncias apresentam os fatos que possam ter relação com eles. Também
sentimos prazer em dar explicações verbais às pessoas que nos honram com a sua visita e nas conferências assinaladas por recíproca benevolência, nas quais nos esclarecemos mutuamente.

Revista Espírita - Novembro de 1858
Publicação da FEB