25.8.16
ANTÔNIO MARCOS DE OLIVEIRA: 12o. ENLIHPE
Uma de nossas boas surpresas do ENLIHPE deste ano é o acadêmico do primeiro ano do curso de medicina da Universidade Federal de Alfenas: Antônio Marcos de Oliveira.
Antônio vai apresentar o trabalho: "A mediunidade alegada por muitas pessoas é uma evidência de relação mente-corpo alternativa"?
Trabalhos como o de Antônio mostram que não é exigido que as pessoas tenham títulos de mestrado ou doutorado para aprovar artigos nos ENLIHPEs.
Antônio é espírita e frequenta o Grupo de Auxílio Fraterno Amélia Zambelli, de Presidente Prudente - SP.
22.8.16
FAUSTO HENRIQUE GOMES NOGUEIRA: 12o. ENLIHPE
O Dr. Fausto Henrique Gomes Nogueira, é historiador, mestre e doutor em História Social pela Universidade de São Paulo. Sua tese de doutoramento intitula-se "Os espíritos assombram a metrópole: sociabilidades espiritualistas (espírita e esotérica) em São Paulo na primeira república". A tese pode ser acessada no Banco de Teses e Dissertações da USP, no link abaixo:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-11032016-160523/pt-br.php
Fausto é professor efetivo de história no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo. Estudou as primeiras associações e periódicos espíritas produzidos em São Paulo.
Espírita desde a adolescência, atuo no Centro Espírita Bezerra de Menezes, no bairro da Penha.
No 12o. ENLIHPE teve aprovado o trabalho: "Batuíra: espiritismo, livre-pensamento e anticlericalismo"
20.8.16
JAQUELINE P. V. SILVA: 12o. ENLIHPE
Jaqueline é aluna do Mestrado em História da Universidade Federal de Uberlândia, no qual está desenvolvendo a dissertação: "O primeiro colégio espírita do Brasil: história, memórias, metodologia de ensino e aprendizagem". Graduada em história (UFU), é também graduanda em pedagogia (UFU) e especialista em supervisão e inspeção escolar (UNIASSELVI)
Ela já apresentou trabalhos baseados em sua pesquisa em três eventos da área de história e esteve conosco no 11o. ENLIHPE, ano passado.
Este ano ela apresentará o trabalho "Origens: espiritismo, mediunidade e a sistematização de Allan Kardec nas obras O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns"
19.8.16
PAULO MOURINHA (PORTUGAL) NO 12o. ENLIHPE
Paulo Mourinha
O Dr. Paulo Mourinha, português, está na LIHPE há muitos
anos, mercê de um intercâmbio-amizade com Eduardo Carvalho Monteiro, que conheceu no Grupo Espírita Batuíra. Com Eduardo fez uma parceria no livro "Chico Xavier e Isabel, Rainha Santa de Portugal. Ano
passado nos aproximamos mais, em função dos trabalhos do Primeiro Encontro
França Brasil, através de um dos coordenadores que esteve na Europa acertando
detalhes com o movimento espírita europeu.
Paulo enviou-nos o seu livro “Uma história Luso Brasileira”,
publicado pela Federação Espírita Portuguesa. Nele, as biografias de espíritas
portugueses que viveram no Brasil ou não, se multiplicam. Leão Pitta, por
exemplo, que eu conhecia de um livro que narrava uma palestra para crianças,
tem recuperada sua memória, que se cruza com a de Pedro de Camargo.
Cientes de que Paulo viria ao Brasil por época do 12º.
ENLIHPE, para fazer uma viagem de estudos, fizemos o convite para fazer uma
conferência e autografar seus livros, gentilmente enviados pela Federação
Espírita Portuguesa.
Paulo é licenciado em medicina com graduação em homeopatia (Devonshire Medical School), pós-graduado em medicina tradicional chinesa (Universidade Pedro Choy - Lisboa), mestre em psicologia clínica (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) e em antropologia (Universidade Nova de Lisboa) e doutor em neurociências (Universidade Nova de Lisboa).
Ligado ao movimento espírita, fez parte do Grupo Espírita Batuíra de Algés, Casa do Caminho de Lisboa, Centro de Cultura das Caldas da Rainha, entre outros. Membro-fundador da editora Verdade e Luz, sendo atualmente colaborador da Federação Espírita Portuguesa. Participa da comissão organizadora do 8o. Congresso Espírita Mundial, que acontecerá em Lisboa, no mês de outubro próximo.
Aguardamos com interesse esta bela possibilidade de intercâmbio cultural e de conhecimento da história do espiritismo em nas terras portuguesas .
Paulo é licenciado em medicina com graduação em homeopatia (Devonshire Medical School), pós-graduado em medicina tradicional chinesa (Universidade Pedro Choy - Lisboa), mestre em psicologia clínica (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) e em antropologia (Universidade Nova de Lisboa) e doutor em neurociências (Universidade Nova de Lisboa).
Ligado ao movimento espírita, fez parte do Grupo Espírita Batuíra de Algés, Casa do Caminho de Lisboa, Centro de Cultura das Caldas da Rainha, entre outros. Membro-fundador da editora Verdade e Luz, sendo atualmente colaborador da Federação Espírita Portuguesa. Participa da comissão organizadora do 8o. Congresso Espírita Mundial, que acontecerá em Lisboa, no mês de outubro próximo.
Aguardamos com interesse esta bela possibilidade de intercâmbio cultural e de conhecimento da história do espiritismo em nas terras portuguesas .
17.8.16
MARCELO GULÃO PIMENTEL: MAIS UM EXPOSITOR DO 12o. ENLIHPE
Estamos recebendo como conferencista no ENLIHPE pela
primeira vez o Prof. Marcelo Gulão Pimentel, mas ele já nos conhece há mais
tempo, uma vez que participou do 4º. ENLIHPE. Eu o conheci mais proximamente no
Nupes-UFJF, organizando o evento de divulgação do livro “Diálogo com os céticos”,
de Alfred Russel Wallace, traduzido por nós. Ele discutiu seu trabalho de
mestrado, que já estava bem avançado e que gerou a dissertação: “O método de
Allan Kardec para investigação dos
fenômenos mediúnicos (1854-1869)
Marcelo é historiador (UERJ), especialista em história
moderna (UFF) e mestre em saúde (UFJF) na linha de pesquisa de história e
filosofia das pesquisas em espiritualidade. Atualmente cursa doutorado no
Programa de Pós Graduação em História Política (UERJ). Tem apresentado
trabalhos em diversos eventos organizados por instituições ligadas à história, como a Associação
Nacional de Pós-Graduação em História (ANPUH) e a Associação Brasileira de
História das Religiões (ABHR).
Tive a satisfação de coordenar a mesa composta pelo Prof.
Marcelo e pelo Dr. Alexander Moreira-Almeida no I Encontro França-Brasil de
Cultura e Pesquisa Espírita, na UERJ, em 2015, quando ele apresentou um
trabalho baseado no tema central de sua dissertação.
15.8.16
ADOLFO DE MENDONÇA FILHO NO 12o. ENLIHPE
Encontrei Adolfo, pela primeira vez, no 4o. ENLIHPE, apresentando o trabalho “José Marques Garcia: Pioneiro da História do Espiritismo em
Franca”, que foi publicado no livro “Pesquisas sobre o espiritismo no Brasil”. Ele, contudo, é dos poucos membros da LIHPE ainda ativos que participou do 1o. ENLIHPE em Goiânia, paralelo ao Congresso Espírita Brasileiro, em 1999.
O Prof. Adolfo é historiador pela Unesp, com especialização pela UNIFRAN.
Em 2012, no 8o. ENLIHPE apresentou o trabalho "Ciência espírita:objetos, limites e método de pesquisa. No ano passado ele apresentou o tema "Allan Kardec, a ciência e o racismo". https://www.youtube.com/watch?v=MQo-ciccr7M
Adolfo tem apresentado trabalhos na Associação Brasileira de História Oral, onde trata da temática espírita. Dois deles podem ser lidos em:
http://www.encontro2010.historiaoral.org.br/resources/anais/2/1270781165_ARQUIVO_Semelhancasediferencasentrealgumasreligioesmediunicas.pdf
http://each.uspnet.usp.br/gephom/encontroregional2011/Anais_IX_ERSHO.pdf
http://each.uspnet.usp.br/gephom/encontroregional2011/Anais_IX_ERSHO.pdf
Adolfo trabalha como professor de história e é ligado ao movimento espírita, tendo ocupado o cargo de diretor na USE-SP e na federativa local.
12.8.16
TIAGO PAZ E ALBUQUERQUE NO 12o. ENLIHPE
Tiago no ENLIHPE de 2012
O professor Dr. Tiago Paz e Albuquerque é docente da Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba.
Tiago irá apresentar o trabalho "A comunicação com os espíritos e sua crença na sociedade brasileira: análise de diferentes grupos religiosos". Ele participou dos encontros da LIHPE, se não falha a memória, desde que começaram a ser realizados em São Paulo.
Tiago é mestre e doutor em Psicologia Social, onde pesquisa temas relacionados à representação social e ao espiritismo, ou seja, a forma como o espiritismo é apreendido pela sociedade ou por grupos sociais.
Em 2009 ele defendeu uma dissertação com o título: "A representação social de perfeição na memória das personalidades do Espiritismo" e, em 2013, defendeu a tese "Chico Xavier e o mundo dos espíritos: um estudo de representações sociais". http://www.febnet.org.br/blog/geral/pesquisas/teste-dissertacoes-1/
Nos encontros da LIHPE, já publicou um capítulo do livro "O espiritismo visto pelas áreas de conhecimento atuais", fruto de um trabalho de disciplina do seu curso de doutoramento, no qual lista e analisa 172 teses e dissertações sobre o espiritismo no meio acadêmico brasileiro, ao mesmo tempo em que mostra uma tendência de aumento desta produção ao longo do tempo. O trabalho dele pode ser assistido em https://www.youtube.com/watch?v=-ZnkennWiXc
As teses e dissertações foram apresentadas rapidamente neste caderno de resumos: http://docslide.com.br/documents/2010-albuquerque-tp-caderno-de-resumos-o-espiritismo-em-teses-e-dissertacoes.html
Tiago criou uma base de dados contendo todas as teses e dissertações disponibilizadas para acesso público e as disponibilizou na internet.
A contribuição das pesquisas de Tiago para o conhecimento do espiritismo em nossa sociedade brasileira ainda irá gerar muitos frutos futuros. Aguardo com interesse o seu trabalho no ENLIHPE deste ano.
10.8.16
FICOU MAIS FÁCIL INSCREVER NO 12o. ENLIHPE
Ficou mais fácil a inscrição para o 12o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.
1. Acesse o site do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro e preencha seus dados: http://www.ccdpe.org.br/2016/ 06/12-enlihpe-encontro- nacional-da-liga-dos- pesquisadores/
2. Recolha a taxa de inscrição e envie o comprovante para 12enlihpe@ccdpe.org.br
3. Aguarde o email de confirmação da inscrição
Abaixo uma síntese dos expositores e trabalhos que serão apresentados no 12 ENLIHPE:
5.8.16
MEMÓRIA ESPÍRITA DO ESTADO DE GOIÁS
Já se vão dezessete anos que o estudioso Eduardo Carvalho Monteiro idealizou e partiu para o trabalho de congregar estudiosos espíritas em torno de uma rede que permitisse a troca de informações e a preservação da memória do movimento espírita. Ele não era historiador de formação, mas certamente era memorialista de coração, e mesmo sem conhecer as grandes escolas da história, dispôs-se a procurar fontes, recuperar documentos, pesquisar livros raros, digitalizar o que pudesse e escrever livros de memória do movimento espírita.
Esta raiz do que hoje se tornou a LIHPE, está presente no pensamento dos que participaram dos primeiros anos de trabalho e embora a ênfase na memória não seja mais o propósito central da Liga, continua a ser um de seus pilares.
Não me lembro ao certo do ano, acho que foi em 2009, quando recebemos no evento a participação dos irmãos Airton e Eurípides Veloso de Matos, fruto do convite do então presidente da União Espírita Mineira, Marival Veloso de Matos.
Eles nos brindaram com sua simpatia infinita, com sua alegria e com uma curiosidade imensamente positiva. A impressão que tínhamos é que estavam em casa, aproveitando o evento como se estivessem visitando os parentes que não viam há muito.
Não sei em qual das nossas conversas veio a proposta, meio que desafio. Por que eles não escreviam sobre a história do movimento espírita de Goiás? Estavam radicados há muito e eram trabalhadores da FEEGO.
Os convites são curiosos. Muitas pessoas nem reagem a eles. Algumas costumam dizer que não são capazes ou não estão prontas, respostas socialmente mais aceitas que dizer: "Isto dá muito trabalho" ou então, "Isto não interessa". Mas a reação dos dois foi diferente.
Sentimos falta dos irmãos no encontro seguinte, eles realmente haviam deixado saudades. Durante a organização do próximo ENLIHPE, eis que temos boas notícias. Eles haviam escrito um livro no contexto de um projeto denominado "Memória Espírita do Estado de Goiás", encampado pela Federativa.
Em 2011, os dois voltaram ao ENLIHPE para autografar a primeira pérola do seu projeto, o livro "Os primórdios do Espiritismo em Goiás". Cabelos grisalhos, riso fácil, fizeram um trabalho que soma capacidade de articulação, regionalismo, reflexão e contribuição para a memória espírita.
Um ano depois, em 2012, veio a segunda pérola: Raízes Espíritas, Região Metropolitana, onde tratam de Chico Xavier e do espiritismo no triângulo mineiro, da influências geo-politicas na expansão do espiritismo em Goiás, do Centro Espírita Aprendizes do Evangelho e da União Espírita Goiana, sobre a sociedade goiana e alguns dos principais Centros Espíritas na região metropolitana, além das biografias de 28 espíritas, considerados pioneiros do Movimento Espírita Goiano. No final, algo para todos consultarem: uma cronologia de acontecimentos sobre o espiritismo em Geral, com a inserção dos principais eventos em Goiás.
Os dois, realmente, colocaram Goiás no mapa! Em grande estilo. E penso que fizeram justiça a trabalhadores que conheci, como Romeu Pelá, cuja história de vida não poderia ser varrida para o Letes do esquecimento.
Continuo com saudades dos dois. Vejam que não estou só nas minhas memórias sobre sua participação nos ENLIHPEs:
27.7.16
INSCRIÇÕES E PROGRAMAÇÃO DO 12o. ENLIHPE
A Liga de Pesquisadores do Espiritismo - LIHPE realiza nos dias 27 e 28 de agosto o seu 12o. Encontro Nacional. As inscrições estão abertas e podem ser feitas por depósito bancário e envio de ficha de inscrição por email.
A taxa de inscrição, que contempla dois cafés da manhã e três coffee breaks, é de quarenta reais, e pode ser depositada na conta do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, que organiza voluntariamente o evento. As taxas de inscrição cobrem as despesas gerais do evento, não havendo finalidade lucrativa. Se porventura houver alguma sobra financeira, ela será direcionada para o CCDPE-ECM, que é organização sem fins lucrativos. A ficha de inscrição e informações sobre depósito estão disponíveis em: http://www.lihpe.net/wordpress/?p=1663
Recomenda-se inscrever antecipadamente, porque as vagas são limitadas.
O evento acontecerá na sede da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, em Santana, na Rua Dr. Gabriel Piza 433. Mais informações podem ser obtidas no telefone 011 - 98322-6570 (Marlene)
A programação é a seguinte:
PROGRAMAÇÃO – 27/08/16
Sábado
(manhã)
8h00 Recepção, credenciamento e entrega de
material
8h20 Prece de Abertura
8h25 Apresentação artística
8h35 Palavras iniciais: LIHPE / CCDPE-ECM / USE
9h00 Marcelo Gulão Pimentel – As investigações dos
fenômenos psíquicos/espirituais no século XIX: sonambulismo e espiritualismo,
1811-1860
9h30 Fausto Henrique Gomes Nogueira – Batuíra:
espiritismo, livre-pensamento e anticlericalismo
10h00 Jaqueline Peixoto Vieira da Silva – Origens:
espiritismo, mediunidade e a sistematização de Allan Kardec nas obras O
Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns
10h30 Intervalo
11h00 Adolfo de Mendonça Junior –
Psicofonia, história oral e fontes históricas
11h30 Perguntas e comentários a todos os
apresentadores da manhã
12h00 Orientações gerais e intervalo para o
almoço
Sábado
(tarde)
13h45 Atividade artística
14h00 Marco Milani: entrevista com
o médium Fernando Ben
14h30 Jáder Sampaio - As pesquisas sobre mediunidade realizadas pelo
Instituto Windbridge
15h00 Adilson Assis – Os fundamentos biopsicológicos
da mediunidade: revisão da literatura e sugestões de pesquisas futuras
15h30 Perguntas e comentários
aos apresentadores da tarde
16h00 Intervalo
16h30
Sessão de lançamento de livros e
autógrafos:
Os fantasmas e
suas aparições de Alfred Russel Wallace, ed. Lachatre. Tradução de
Jáder Sampaio
Novos Estudos
sobre a Reencarnação (7º livro da série Pesquisas Brasileiras sobre o
Espiritismo) – Júlia Nezu (USE), Pedro Nakano (CCDPE) e Marco Milani (LIHPE)
Outros autores a confirmar
17h30 Encerramento das atividades do dia
PROGRAMAÇÃO –
28/08/16
Domingo
8h00 Assembleia da LIHPE
9h00 Prece de Abertura e comentários gerais
9h10 Tiago Paz e
Albuquerque – A comunicação
com os espíritos e sua crença na sociedade brasileira: análise de diferentes
grupos religiosos
9h40 Antônio Marcos de Oliveira
– A mediunidade alegada por muitas pessoas é evidência de uma relação
mente-corpo alternativa?
10h10 Guilherme Velho – Resultados
das pesquisas envolvendo Transcomunicação Instrumental (TCI)
10h40 Paulo Mourinha (Portugal) –
autor do livro Uma História Luso Brasileira e membro da LIHPE
11h10 Perguntas e comentários a todos os apresentadores da
manhã
11h40 Comentários
finais e prece de encerramento
26.7.16
OS FANTASMAS E SUAS APARIÇÕES
O Instituto Lachâtre acaba de lançar nossa terceira tradução
de livro espiritualista de Alfred Russel Wallace. São dois artigos extensos
publicados no final dos anos 1890 que reafirmam a existência dos espíritos e a
imortalidade da alma.
Nesta década, os estudos de William Crookes já haviam sido
publicados, e o interesse pelas materializações era disseminado na sociedade
inglesa. Professores, escritores e artistas de renome, alguns detentores do
prêmio Nobel, haviam fundado a Society for Psychical Research (Sociedade de
Pesquisas Psíquicas) para estudar cientificamente os fenômenos “mesméricos,
psíquicos e espiritualistas”.
Este livro é uma espécie de contraponto ao livro “The
phantasms of the living”, que defende com uma casuística extensa a existência
da telepatia. Wallace, contudo, que era membro da Society naquela época,
percebe que nos relatos apresentados há uma série de fenômenos que não poderiam
ser produzidos telepaticamente. Ele os organiza em classes, como um naturalista,
descreve cuidadosamente e argumenta.
Um ponto interessante do livro são as fotografias de
espíritos. O editor conseguiu identificar algumas fotografias dos médiuns
citados por Wallace, enriquecendo o livro e dando uma bela contribuição para o
movimento espírita brasileiro.
Li na Wikipédia que Wallace sugeriu à SPR, em 1891, que
fossem estudadas as fotografias espirituais, mas, segundo seu autor, seu pedido
não foi bem acolhido. Seria um efeito de sua crítica direta ao trabalho de
Myers, Podmore e Gouney?
Um tipo de fenômeno que Alfred descreve no livro são as
percepções de animais, associadas às descrições de assombrações feitas por
pessoas. Ele destaca suas reações de medo, quando o comportamento normalmente
apresentado ante pessoas estranhas é de enfrentamento e raiva.
Iremos fazer uma tarde de autógrafos do livro no próximo
Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, que acontecerá na sede
da USE-SP da Rua Dr. Gabriel Piza, 433, no bairro Santana, em São Paulo. O
encontro acontecerá nos dias 27 e 28 de agosto próximo. Informações sobre a
programação podem ser acessadas em https://enlihpe12.wordpress.com/
e informações sobre inscrições podem ser obtidas em http://www.lihpe.net/wordpress/?p=1663
O livro já pode ser adquirido na livraria virtual do Instituto Lachâtre e está em promoção: de R$24,90 por R$19,90. http://www.lachatre.com.br/loja/os-fantasmas-e-suas-aparicoes.html
Título: Os fantasmas e suas aparições
Autor: Alfred Russel Wallace
Tradutor: Jáder dos Reis Sampaio
Editor: Lachâtre
Biblioteca de Ciência e Espiritismo
110 páginas - 14 x 21 cm
Anexos: Biografia de Alfred Russel Wallace e "Qual é a importância atual desses artigos de Alfred Russel Wallace?"
21.7.16
EVENTOS ESPÍRITAS COM SANGUE NOVO.
Érica Sarsur é a mais nova editora do Blog Eventos Espíritas (http://eventoespirita.blogspot.com.br), parceiro do Espiritismo Comentado. Conheça seus projetos para este espaço de divulgação de eventos espíritas da região de Belo Horizonte.
EC: Érica, você é a mais nova colaboradora do blog parceiro
do EC, o Eventos Espíritas. Qual é a finalidade dele?
Érica: O blog Eventos Espíritas tem o objetivo de divulgar eventos
que acontecem com o propósito de divulgação e estudo da Doutrina Espírita. O EE
divulga, sobretudo, eventos realizados na cidade de Belo Horizonte e região,
mas também em cidades do interior de Minas Gerais e eventos de grande porte
realizados em outros locais do Brasil.
EC: Você já vinha trabalhando com a divulgação de eventos
espíritas na região de Belo Horizonte. Qual é a importância desta tarefa?
Érica: Em Belo Horizonte são realizadas muitas atividades de
estudo, arte e difusão do Espiritismo que contribuem e enriquecem grandemente
as pessoas que buscam aprofundar seu estudo e vivência da Doutrina Espírita. No
entanto, considerando que são muitas as iniciativas e que elas atingem
principalmente o grupo de espíritas mais próximos àqueles que as promovem,
passei a fazer circular a informação, para que mais pessoas passassem a ter a
oportunidade de escolher participar ou não dos eventos e atividades realizados.
EC: Há dois outros espaços na internet que divulgam eventos
espíritas mineiros: o grupo do facebook Divulgação do meio espírita MG e o
Boletim AME-MAIS, da Aliança Municipal Espírita de BH. Por que manter um blog?
Érica: Diante de tantas possibilidades de comunicação, o blog torna-se
mais uma opção. Os usuários da Internet têm preferências e se comportam de
maneira diferente diante das ferramentas, por isso vale a pena oferecer mais
essa opção.
EC: Há uma parceria entre o Eventos Espíritas e o site
Agenda Espírita Brasil (www.agendaespiritabrasil.com.br) ?
Érica: Sim. O site Agenda Espírita Brasil é um espaço nacional de
divulgação de eventos espíritas. Mantendo diálogo e trocando informações com o
Agenda Espírita Brasil, o EE
cuida da divulgação de eventos locais (BH e região).
EC: Por que o Eventos Espíritas publica notícias da Liga de
Pesquisadores do Espiritismo – LIHPE?
Érica: Devido à ligação do primeiro autor dos blogs Espiritismo
Comentado e Eventos Espíritas com o grupo que compõe a Liga de Pesquisadores do
Espiritismo, optamos por manter as divulgações referentes às atividades e
eventos realizados por esse grupo.
EC: Onde o Eventos Espíritas aparece no Espiritismo
Comentado?
Érica: No topo da coluna lateral direita do Blog Espiritismo
Comentado é possível encontrar o link para acessar o Eventos Espíritas.
EC: Uma palavrinha sua aos leitores do Espiritismo
Comentado.
Érica: Acredito que esse espaço é muito importante para todos nós,
que estamos em busca de aprimoramento, utilizando-nos das ferramentas
oferecidas pela Doutrina Espírita. As palestras, estudos de obras, feiras de
cultura, apresentações artísticas, tudo isso são recursos de evangelização do
Espírito que podem ser aproveitadas por nós em prol do nosso crescimento.
Contribuam conosco também, enviando informações de eventos que porventura ainda
não tenham sido divulgados pelo blog.
8.7.16
SUSTENTABILIDADE DAS ATIVIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL NAS SOCIEDADES ESPÍRITAS
Frequento a Associação Espírita Célia Xavier, em Belo Horizonte-MG. Uma das atividades de cunho social que realizamos chama-se "Lar Espírita Esperança", que é uma creche construída especialmente para acolher crianças durante o dia e entregar a suas famílias no final da tarde. http://www.aecx.org.br/lar-espirita-esperanca-lee/
Durante anos, um convênio com a Prefeitura de Belo Horizonte cobriu a mão de obra e parte da alimentação destas crianças. Nos últimos anos, a folha de pagamento ficou mais onerosa que o repasse de recursos da prefeitura, gerando déficits de orçamento. No convênio, os educadores são contratados pela Associação, ante o repasse de recursos da PBH, que são os princípios norteadores da parceria entre organização sem fins lucrativos e órgão público responsável pela educação infantil, segundo a lei de diretrizes e bases.
Diante do déficit, e da vontade de continuar mantendo e aprimorando os serviços prestados pelo Lar Espírita Esperança, o Célia Xavier lançou uma nova campanha de sócios, para aumentar o número e a arrecadação mensal dos mesmos. É o objeto deste vídeo que compartilhei com os leitores do Espiritismo Comentado.
Além disso, inseriu na internet um link para a realização de doações avulsas http://www.aecx.org.br/doacoes-avulsas/, no mesmo espaço em que apresenta seus demonstrativos financeiros.
Já tive notícias que outras sociedades espíritas que mantinham obras sociais em parceria com órgãos do governo foram atingidas pela crise de arrecadação fiscal que reduziu os recursos dos poderes públicos. Infelizmente, o contingenciamento atinge as políticas de combate à vulnerabilidade social, e mais ainda as parcerias com entidades filantrópicas, que ficam à deriva das vontades do executivo, sem qualquer mecanismo legal que lhes assegure os recursos mínimos para a consecução de seus objetivos.
Neste momento, gostaria de tornar públicos nossos esforços e promover de alguma forma uma reflexão sobre a sustentabilidade de nossas ações, para que as atividades de assistência e promoção social, tão importantes, não venham a prejudicar as demais tarefas e projetos dos centros espíritas, nem ser interrompidas por falta de continuidade das políticas públicas.
6.7.16
CARLOS ALVARADO ESCREVE SOBRE POSSIBILIDADES DE ESTUDOS DE TRANSE MEDIÚNICO
Foto: Richard Hodgson
O pesquisador Carlos Alvarado, Phd em Psicologia, com
mestrados em história e parapsicologia, publicou em 2010 um artigo sobre
pesquisas com “mediunidade mental”, conceito que parece equivaler-se ao de
mediunidade de efeitos inteligentes, que empregamos hoje sob a influência de
Kardec e André Luiz.
Essencialmente ele discute uma série de variáveis associadas
ao fenômeno mediúnico que foram analisadas pontualmente na literatura da
pesquisa mediúnica, mas que podem ser mais profundamente discutidas e melhor
compreendidas.
Eu me deterei nesta matéria apenas na questão do transe.
Alvarado entende que esta palavra é problemática, porque
“além de ser usada para se referir a uma variedade de estados de consciência
aparentes”, tem-se que levar em consideração que “pode se manifestar em graus”.
Pekala e Kulmar, citados por ele, afirmam que, em hipnose, o conceito é mal
definido e não foi devidamente operacionalizado. Já li alguma coisa sobre o
assunto, e há uma tentativa de delimitação dos graus de transe, como, por
exemplo, em um transe profundo, a não reatividade do sujeito em um determinado
grau à dor, que é produzida por picadas de alfinete na pele, por exemplo, mas
desconheço estudos recentes que analisem estes critérios.
Hyslop, pesquisador da American Society for Psychical
Research, afirmou que no transe, o médium “mais ou menos exclui sua própria mente ou pensamentos, seja do entrelaçamento ou seja do controle da mensagem”.
Ele se detém em um episódio descrito com a Sra. Piper,
médium norte-americana, que apresentava convulsões no início de seus transes e
houve descrição deste comportamento no final deles. Carlos Alvarado sugere que
se estude a prevalência desta reação entre os médiuns, uma vez que não é comum.
Hodgson descreveu estágios de transe em Piper. No estágio
inicial, ela estaria consciente do consulente e dos espíritos. Depois ela teria
consciência de estar “em relação direta com um outro mundo”. Em uma terceira
fase, ela perderia capacidade de controlar seu corpo e esta função ficaria a
encargo da “consciência supraliminar” (acima da consciência dos estímulos,
termo criado por Myers). Em linguagem espírita, ele estaria se referindo ao que
André Luiz chama de fenômenos de incorporação, e Kardec de possessão, em A
Gênese? Depois o pesquisador descreve que estes estágios vão acontecendo ao
contrário, no término do transe.
Alvarado conclui esta parte de seu texto, sugerindo o
emprego de técnicas psicofisiológicas modernas no estudo dos estados de transe
dos médiuns.
Alvarado, Carlos. Investigating mental mediums: research suggestions from the historical
literature. Journal of scientific
exploration, vol. 24, n. 2, p. 197-224, 2010.
25.6.16
O QUE CARAMELOS TÊM A VER COM PAULO DE TARSO?
Saulo de Tarso
Jaques foi convidado a falar
sobre a vida de Paulo de Tarso para crianças, quase jovens, de 11 e 12 anos de
idade. Um dos evangelizadores, Levi, pediu a ele que observasse a letra da
música Vaso Escolhido, escrita por Gladston e interpretada por Tim e Vanessa,
para que os evangelizandos pudessem entender as frases que remetem à vida do
doutor da lei. Encomenda difícil. Os jovens estudam em boas escolas da capital
mineira, mas como despertar o interesse por um personagem que está cada dia
mais distante do meio escolar e da experiência de quem cada dia menos tem
contato com o cristianismo, na escola, na televisão e no círculo de amizades?
Ele pensou em uma apresentação de
slides que fizera há alguns anos, para adultos. Teve o bom senso de consultar Levi
que lhe respondeu, presto:
- O conteúdo está muito “master level”, né?
Estava. Jaques pesquisou a
internet, para conhecer melhor a música do Gladston, e encontrou um material
interessante. Um vídeo do “youtube” que tinha imagens recortadas de um desenho
animado e como som, a música citada.
Nova consulta, e Levi respondeu:
- É legal para ilustrar, mas você
devia usá-lo para introduzir, que é apenas uma animação, para eles não
encararem o desenho como “infantil”. Nesta idade eles se queixam muito de não
se usar técnicas que consideram infantis.
O que fazer então? E veio a luz.
Jaques separou algumas das
principais passagens da vida de Saulo-Paulo, encontradas no livro dos Atos dos
Apóstolos. Ainda assim era muita coisa. Selecionou todos os que se encontravam
ilustrados no desenho animado. Selecionou também os que eram necessários para
explicar a música que seria tocada, por exemplo, por que Paulo é chamado de
vaso escolhido?
Na hora de sair para a aula com
toda a parafernália, notebook, mapa das viagens de Paulo, etc., Jaques viu o
pote cheio de caramelos e o esvaziou. Eles seriam úteis para esta idade.
Iniciada a aula e cantada a
música, Jaques começou a aula perguntando aos alunos o que sabiam da vida de
Paulo.
- Detesto ensinar “o padre nosso ao
senhor vigário”, vocês sabem o que é isto?
- Não, Jaques, o que é?
Responderam
- Ensinar coisas que as pessoas
já conhecem.
Algumas informações eles já conheciam. Paulo era
apóstolo de Jesus, mudou de nome, estava em um cavalo quando viu uma luz... As respostas
foram sendo anotadas no quadro e problematizadas:
- O que é apóstolo?
- Tem os apóstolos e os
discípulos, Jaques!
- Mas Paulo não era um dos doze!
E o diálogo começou, cheio de
questões sobre as informações que eles já dispunham. O interesse começou a
despertar.
Jaques comunicou que iria contar
a história de Paulo. Contudo, provocou os alunos a participar da seguinte
forma:
- Vou contar a história de Saulo,
mas vou parar de tempos em tempos para fazer perguntas. Quem acertar ganha um
caramelo, ok? No final, vou passar um desenho animado sobre Paulo, sem as
falas. Quem identificar o que está acontecendo, ganha um caramelo também! Não
tenho para todos, então alguns ficarão sem. Tudo bem?
Feito o contrato psicológico, a
história começou a ser contada, mas interrompida sempre pelos alunos, que
tinham uma dúvida, algo a contribuir, um comentário, até mesmo brincadeiras
meio fora de hora.
O desafio e a competição natural
da idade eram mais motivadores que os doces, mas todos queriam ganhar. A
história de Saulo despertou uma série de questões de história e geografia.
- Quem sabe para onde Saulo ia
quando viu Jesus?
- Jerusalém! Disse um.
- Roma! Disse outra.
- Damasco! Lembrou uma aluna.
- Damasco é capital da Síria, não
é professor?
- Como você sabe?
- Meu pai é professor de
geografia!
Depois de algum tempo, os alunos
estavam chamando Jaques de professor. E as mãos levantavam sempre, tentando
resolver os problemas que eram colocados ou mesmo, apenas, participar. Quase
todos gostaram desta forma meio aula, meio brincadeira de ensinar e aprender.
- Você é professor de história?
Perguntou um deles.
Os caramelos começaram a ter
outra utilidade. Quem ganhou um, não podia ganhar outro, para que eles
atingissem o número maior de colegas. Então, na hora de responder, quem já
havia respondido certo tinha que ceder a vez para quem ainda não havia ganhado.
Jaques pensou que os que haviam ganhado podiam ficar desmotivados, mas isto não
aconteceu. Eles continuavam levantando a mão e esperando a resposta dos
colegas. Sabiam que se os colegas não respondessem certo, teriam sua vez, mesmo
sem ganhar nenhum caramelo. Ninguém se importava.
Apenas três caramelos haviam
sobrado para o vídeo, que foi usado como atividade de verificação da
aprendizagem. Foi necessário improvisar, e escolher apenas as três cenas mais
difíceis para distribuir as balas que sobraram.
Eles continuaram se interessando
e participando, de forma disputada.
Estêvão foi facilmente
identificado, Ananias também. A fuga de Damasco foi lembrada. E os alunos iam
falando, até que sobrou apenas um caramelo.
- Que cena é esta? Perguntou
Jaques. Quatro mãos levantaram-se.
- A fala de Estêvão?
- Não, esta cena aconteceu depois
das viagens de Paulo.
- Foi quando Paulo estava
ensinando e foi apedrejado e jogado no monturo?
- Não, foi depois deste evento.
Disse Jaques.
Um dos mais falantes, mas que
ainda não havia conseguido ganhar seu doce, pediu a vez.
- Foi quando Paulo foi julgado em
Jerusalém e falou que era cidadão romano?
- Acertou! E uma bala voou até
sua mão.
A avaliação foi um sucesso, e
ninguém achou que se tratava de atividade de criancinha.
- Como Paulo morreu? Alguém
perguntou.
Jaques não tinha certeza. Não
havia o relato da morte de Paulo nos atos dos apóstolos.
- Como cidadão romano, não deve
ter sido crucificado. Talvez executado com a espada. Mas eu não tenho certeza.
Vou verificar e o Levi fala com vocês na semana que vem, ok?
Não houve problema. O respeito
não diminui com a verdade.
Ao final da aula, um dos alunos
falou com Jaques:
- Você volta para dar outra aula?
Não há elogio melhor para um
professor que este.
Todos começaram a cantar,
acompanhados pelo violão de Levi, que tocava muito bem, e os passistas entraram
na sala para aplicar passes em quem desejasse.
A aula terminou, mas a conversa
continuou após os passes, até que todos se fossem.
12.6.16
O QUE É PSICÓFORO?
Jáder Sampaio
Um passeio por alguns textos do
famoso pesquisador, Ian Stevenson, que estudou casos de recordações de eventos
de outras encarnações em crianças, e recordei-me de uma frase do Sr. Virgílio
Almeida. “Se os espíritas negligenciarem a divulgação das ideias espíritas, a
ciência as redescobrirá”.
No livro “Where reincarnation and
biology intersect” (Onde a reencarnação e a biologia se cruzam), publicado em
1997, o autor discute como uma personalidade desencarnada poderia influenciar a
formação do próximo corpo físico. Ele havia encontrado em suas pesquisas,
marcas de nascença, como manchas, cicatrizes e más formações, com clara
associação a eventos recordados pelas crianças estudadas de uma vida passada.
Ele percebe que no intervalo entre encarnações, se a hipótese da reencarnação
estiver correta, as memórias precisam ser mantidas em algum lugar, e que este
lugar deveria influenciar de alguma forma, ou o processo de fertilização do
zigoto (p. 183), ou os embriões. Ele propõe diversas possibilidades para que as
duas coisas aconteçam:
1.
modificar as secreções vaginais da futura mãe
2.
Influenciar de alguma forma a mãe para induzir o
sexo do futuro bebê
3.
Influenciar o feto ou embrião diretamente,
gerando, por exemplo, marcas ou defeitos de nascença
Qualquer que seja o processo,
seria necessário um tipo de modelo que imprima os efeitos das memórias no
embrião ou feto, gerando as características físicas que ele encontrou nas
crianças que se recordam das vidas passadas. A partir deste raciocínio, ele
propôs um conceito:
“O modelo
precisa ter um veículo que carregue as memórias do corpo físico e também as
cognitivas e as comportamentais. Eu sugeri a palavra psicóforo, que significa
“veículo da mente”. (p. 183)
Creio que li em outro livro o
termo psicosfera, como tradução de “psychophore”, mas não me pareceu correto. O
pospositivo –sfera, quer dizer globo, esfera, bola. O Houaiss dicionarizou o
pospositivo –fora ou -foro, com o sentido de “levar, carregar”, como deseja
Stevenson. A melhor tradução para o português, portanto, é psicóforo.
O que originou este comentário é
a similitude com uma das propriedades da palavra “períspirito”, criada por
Allan Kardec e inicialmente empregada em “O livro dos espíritos”. Kardec não o
emprega como modelo da formação do corpo, mas como laço de união entre o corpo
e o espírito, contudo ele seria capaz de influenciar o corpo, como se lê em A
Gênese:
Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito,
pode fornecer princípios reparadores ao corpo; o Espírito, encarnado ou
desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte
da substância do seu envoltório fluídico. (Kardec, A Gênese, cap XIV, páragrafo
31)
Depois, na literatura espírita
brasileira, encontramos Gabriel Delanne, no livro “A reencarnação”, após citar
um parágrafo sobre embriogênese, escrito por Claude Bernard:
“Uma vez que o
períspirito organiza a matéria, e como esta ressuscita das formas
desaparecidas, parece lógico concluir que ele conserva traços deste pretérito,
porque a hereditariedade, como veremos, é impotente para fazer-nos compreender
o que se passa.” (p. 64)
Não sei se Stevenson conhece a
fundo o pensamento espírita, mas parece que Seu Virgílio está com a razão. Para
os espíritas, ele redescobriu a roda ao criar esta nova palavra. De qualquer
forma, é importante que o estudioso do espiritismo acompanhe as pesquisas sobre
os assuntos que dizem respeito à doutrina, já que contribuem ao trazer novas
evidências e discussões para questões centenárias.
Referências
Delanne, Gabriel. A reencarnação. Rio de Janeiro, FEB, 1992. Traduzido por Carlos Imbassahy.
Kardec, Allan. A gênese, os milagres e as predições segundo o espiritismo. 16 ed. Rio de Janeiro, FEB, 1973. Tradução da 5 ed. francesa por Guillon Ribeiro.
Stevenson, Ian. Where reincarnation and biology
intersect. Westport-CT, Praeger, 1997. ISBN 0-275-95189-8
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