Platão foi um dos expositores do
mito dos andróginos no livro “O Banquete”.
A história narrada por ele trata de seres
criados com duas cabeças e oito membros, que se insurgiram contra os deuses do
Olimpo e tentaram vencê-los em batalha. Zeus resolveu dividi-los ao meio, e
desde então uma metade estaria em busca da outra, que lhe completaria.
Este mito dava sentido, na
cultura grega, à ligação afetiva entre as pessoas, à homo e à heterossexualidade,
ao prazer sexual e à ligação amorosa profunda. Como todo mito, fala do ser
humano, de seus sentimentos, do fenômeno humano e lhes dá uma explicação
simbólica, nada lógica, muito menos científica.
Diante de uma nova realidade, a vida após a morte e a
reencarnação, Kardec não se furtou a perguntar aos espíritos se este mito não
teria algum fundamento. Em “O livro dos
espíritos”, nas questões de 291 a 303, ele questiona se não haveria na criação
dos espíritos algum fenômeno como o descrito no mito grego.
“298. As almas que devam unir-se estão, desde suas
origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem,
nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia reunirá?
“Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A
união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que
ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto
mais unidos. Da discórdia nascem
todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário