


... e o mundo não nos hipnotizará!
Em vão nos abrirá as portas de seus cabarés
onde mulheres quase nuas
vivem as aberrações do sexo:
nelas apenas reconheceremos
nossas irmãs em provações
e, talvez, mais infelizes do que nós.
Inutilmente nos porá em contato
com a atmosfera contaminada de suas salas de jogo,
onde há fichas,
e o pano verde ... verde de esperança
e a possibilidade de loucura e suicídio:
recordaremos que
"a cada um será dado segundo as suas obras"
- E o que mereceremos vivendo assim?
Então nos falará de tesouros ocultos,
que durante séculos e séculos permanecem escondidos,
pintando-lhes com cores sugestivas o valor
e a história;
e responderemos:
- os tesouros passam,
só não passam o mérito do bem
e a infalível reparação do mal.
... e o mundo não nos hipnotizará!
Não nos hipnotizará porque teremos
um "não" para as coisas perecíveis
e um sim para as coisas eternas.
José Damasceno Sobral
Do Livro "Almas Eternas" - 1949
O Espiritismo Comentado chegou aos 12 mil acessos e tem sido visitado por uma média de 50 leitores por dia. O mais novo país a aparecer no contador de acessos é o Sultanato do Omã, que fica na península árabe. Bem-vindos leitores do Omã.
Já temos uma comunidade dos Estados Unidos e outra de Portugal que têm acessado regularmente o blog. Em Abril tivemos pessoas acessando do Canadá, Alemanha, Itália, Espanha e Japão, além, é claro, de mais de 411 acessos do Brasil.
Temos a satisfação de comunicar que o EC vai aparecer impresso, a partir de maio ou junho na revista Universo Espírita, sob o formato de blog. Conheça a revista no http://www.universoespirita.com.br
Um grupo de jovens voluntários está auxiliando a tradução de algumas matérias para o inglês, o francês e o Esperanto. Aguarde!
MEIO AMBIENTE
Leandro Cosme Couto
Política Ambiental dos Irmãos Cosme: “O bem estar das pessoas e o desenvolvimento sadio de suas atividades sócio-culturais são a referência para nossos serviços no cuidado com o Meio Ambiente. Este é tudo que nos cerca, mesmo o que não vemos, não ouvimos ou não entendemos, ainda que momentaneamente; é tudo que compõe o planeta Terra, de modo que a qualidade ambiental começa por quem somos.”
É muito comum nos meios espíritas, ante a dor, as pessoas tentarem explicar a justiça divina através da reencarnação. Recentemente o episódio brutal do garoto que foi arrastado por criminosos no Rio de Janeiro gerou uma mensagem que rapidamente se espalhou pela internet, aludindo o seu sofrimento a uma suposta encarnação antiga no período do império romano.
O Centro Espírita onde esta mensagem teria sido psicografada veio a público admitindo a sua procura pelos pais, mas negando a autoria desta mensagem por seus médiuns.
Kardec, defensor do conceito de justiça divina, não reduziu os males do mundo à estreita equação, dor = expiação reencarnatória, pelo contrário, desenvolveu um pensamento bastante rico e matizado para que o homem tivesse uma nova consciência ante as dificuldades do mundo. Kardec é um autor humanista, razão pela qual entende a centralidade da liberdade de escolha do homem no drama cotidiano.
Isto não passou despercebido a Emmanuel, que no livro "Religião dos Espíritos", disserta abertamente sobre as causas atuais das aflições, o livre-arbítrio, o contexto das ações humanas e as consequências dolorosas de certas escolhas. Para que o texto não fique grande, escolhi alguns parágrafos do capítulo intitulado "Reencarnação", que recomendo a você que me acompanhou até este parágrafo.
"Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo físico expressa punição. (...)
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério da expiação, porque quase sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança de Deus.
Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos se agitam no torvelinho infernal. De imediato, solicitarias a descida aos tormentos da treva para ajudá-los na travessia da angústia..." (Emmanuel. Religião dos Espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 1978. pág. 61-62.)
Para que não reste dúvida, deixo você com Allan Kardec:
"Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. (...)
Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas, é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso." (Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 1978)