Foto: Charles Silva Duarte
Extraído do Boletim de Janeiro de 2008 da “The Spiritist Society of Florida”
Tradução: Jáder Sampaio
Foto: Charles Silva Duarte
Há anos guardo comigo um exemplar de seu livro de poesias, surpreendentemente desconhecido pela grande maioria do movimento espírita mineiro, dada a sua discrição. São versos livres, espirituais e psicológicos, no qual se revela sua sensibilidade e seus vôos espirituais a partir dos princípios espíritas.
Não são versos pobres ou ingênuos. A concepção do livro é moderna e o leitor tem sua atenção capturada pelas letras e imagens do poeta cristão-espírita. Os poemas, via de regra, iniciam-se no pé da primeira página e concluem-se no início do verso.
Os temas são diversos, mas a fonte de inspiração mais recorrente é a morte, ou melhor, a libertação do espírito após a morte e o conflito do homem que se divide entre a certeza da imortalidade e o sofrimento da perda. Sobral surpreende novamente quando trata de princípios e idéias doutrinárias com brevidade e consistência, sem perder a sensibilidade poética.
Algumas imagens são fortes, revelam sua personalidade ao mesmo tempo doce e determinada.
O livro foi prefaciado por César Burnier que lhe destaca o ponto de convergência entre a poesia e a filosofia e o papel demiúrgico da poesia e do poeta no mundo.
É muito difícil escolher um dos poemas para o leitor. Gostaria de deixar diversos deles (na verdade, eu gostaria mesmo é que o livro fosse reeditado, mas sei que a cada dia que passa a poesia tem menos lugar nas sociedades espíritas e o "mercado editorial" espírita decretou a morte comercial deste gênero literário), então deixo-lhe uma poesia sobre a poesia.
Eternidade da Poesia
A poesia não morre.
A poesia é o idioma das almas,
a tradução dos sentimentos
que ainda poucos homens entenderam.
Evoluindo,
ela se transforma
de trivial em filosófica,
de filosófica em transcendental.
A poesia não morre.
O homem,
na embriaguez da matéria,
é que morreu para a poesia.
Figura 1: Foto recente da fachada da antiga sede da Federação Espírita Brasileira, feita por André Cláudio V. C. de Mendonça em 2006 (http://www.pbase.com/andremendonca/image/62612683)
Figura 1: Foto de Léon Denis
Figura 2: Verso da foto acima onde se lê (em francês): Ao Sr. Leopoldo Cirne, lembrança fraternal. Léon Denis. 20/5/99 (1899)
Como a maioria dos romances de Rochester, ele se caracteriza por uma mescla entre o fantástico e o real. Como quase todo livro de Rochester, a feitiçaria se entrelaça ao fenômeno mediúnico, como um tempero da história contada. A reencarnação é citada mas não faz parte da trama. Do Espiritismo, encontra-se o caráter moral e o conceito de Nêmesis, uma deusa grega que personificaria a lei de ação e reação (na cultura grega, o destino traçado, do qual o homem não tem como fugir, uma idéia um pouco diferente da nossa).
A Noite de São Bartolomeu é um romance linear que se desenvolve em torno da vida de Diana, filha do Barão D'Arni. Ele tem ao fundo as intrigas da corte de Carlos IX e Catarina de Médicis.
O editor fez um trabalho muito interessante de pesquisa, apresentando fontes históricas que corroboram as informações que o autor espiritual fornece sobre os personagens reais da trama. São dezenas de citações no pé de página dos livros, de obras literárias e históricas.
A narrativa não é psicológica, mas os acontecimentos e revezes da história prendem o leitor do início ao fim. Uma boa leitura para as férias que se aproximam.
Figura 1: A Criação de Adão, de Michelângelo
O sentido da frase nos parece claro: Iahweh manda que o povo de Israel obedeça apenas a seus princípios e leis, não rendendo culto a outros deuses. Não poderia haver lugar na alma ou no coração dos Israelitas para outra divindade. Se necessário, Iahweh exige que os Israelitas defendam sua crença com toda a sua força. (ou poder, como foi traduzido na tradução de Ferreira de Almeida). Uma evidência deste sentido é a própria continuidade do texto do Deuteronômio que deixa explícito no versículo 14: "Não seguireis outros deuses, qualquer um dos deuses dos povos que estão ao vosso redor, pois Iahweh teu Deus é um Deus ciumento, que habita em teu meio."Figura 2: Moisés, de Michelângelo
Mateus não faz referência a "poder" ou "força" em seu evangelho. Ele adiciona a palavra "entendimento" (Tradução da Bíblia de Jerusalém) ou "pensamento" (Tradução de Ferreira de Almeida). No Evangelho de Marcos (12:30) e no de Lucas (10:27) se encontram as quatro expressões: coração, alma, entendimento e força.
Na narrativa de Marcos há outra evidência de que Jesus se referia à crença em um único Deus. O escriba, com quem Jesus conversava, afirma "Muito bem, Mestre, tens razão em dizer que ele é o único e não existe outro além dele, e amá-lo de todo o coração, de toda a inteligência e com toda a força (...) é mais do que todos os holocaustos e todos os sacrifícios. Jesus vendo que ele respondera com inteligência, disse-lhe: "Tu não estás longe do Reino de Deus".
Nesta passagem o evangelista introduz a questão da interioridade da crença em Deus. Amar com coração, alma e entendimento é amar internamente a Deus; render-lhe sacrifícios e oferendas é fazer com que a sociedade saiba que se diz amá-lo ou temê-lo. Esta já é uma contribuição de Jesus à concepção de Deus de sua época. Há uma outra passagem em que ele diz que Deus não deve ser adorado em templos, mas "em espírito e verdade". Jesus sempre foi crítico dos que dizem amar a Deus exteriormente e que na intimidade desrespeitam seus princípios. Ele é crítico contumaz da hipocrisia de fariseus em diversas passagens dos evangelhos. Mais que uma crença exterior, social, amar a Deus com o coração, com a alma e com o entendimento é ser consistente com sua proposta de vida. Esta é uma das chaves para se compreender o que Jesus considera ser o Reino.
Figura 3: Tentação do Deserto de Gustave Doré
Quanto à tentação do deserto, em Mateus 4: 8-10, o diabo (adversário de Iahweh, outra divindade na concepção histórico filosófica, portanto) propõe que Jesus se lhe prostre e o adore, oferecendo-lhe para tanto todos os reinos do mundo. Jesus recorda-lhe uma outra passagem do Deuteronômio e o manda embora dizendo: "Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele prestarás culto". Fica óbvia a associação entre as passagens.
Foto 2: Fac-simile da primeira edição de O Livro dos Espíritos. (Fonte: O Primeiro Livro dos Espíritos, editora Ismael, 1957)
No livro mais recente, "Vida e Obra de Allan Kardec", escrito por Edson Audi (que morava em Paris na época em que fez a fotografia do livro), há a transcrição de uma parte das Obras Póstumas de Kardec na qual ele relata que o Sr. Dufaux tratou com o prefeito de polícia, que o remeteu ao Ministro do Interior para obter uma autorização para o aluguel de uma sala na Galeria de Valois, todas as terças feiras, no Palais Royal. (página 72)
Foto 1: Visão Geral dos Participantes do Evento. Na primeira fileira, à direita, Daltro Rigueira, um dos pioneiros da organização de estudos sistemáticos sobre mediunidade no Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla.
O Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla tem em sua estrutura quatro tipos de reuniões mediúnicas: as reuniões de desobsessão, as reuniões de educação mediúnica, as reuniões de orientação espiritual e as reuniões de ectoplasmia (com a finalidade de tratamento). Todas estas reuniões congregam cerca de 350 participantes.
Foto 2: Um dos momentos musicais do evento com Karla, Nelinho e Sandro
O trabalho do dia contou com a exposição de Célio Allan Kardec, uma liderança importante da Casa de Scheilla. Ele tratou do tema "Educação Mediúnica: Teoria e Prática".
Foto 3: Célio Allan Kardec