
http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=9939
Quando se pensa em assistência social, promoção social ou ação social espírita, acredito que se trata de um jogo de gato e rato com o Estado. Neste jogo, nós somos o rato, ou seja, estamos onde não está o Estado.
Todos conhecem a mensagem do espírto Cáritas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo". Ela passeia pelos subúrbios de Paris, à época, uma capital européia sem políticas sociais. O espírito fica sensibilizado com famílias que não tinham o mínimo para sobreviver ou enfrentar o rigoroso inverno Europeu. Kardec preocupava-se em montar uma caixa de assistência, no seu projeto de 1868, período em que a Sociedade Parisiense deixara de ser um grupo de estudos para tornar-se uma espécie de associação comunitária, caráter que marcou muitos dos centros espíritas do Brasil.
Se Cáritas estivesse hoje, fazendo sua ronda em Belo Horizonte, ela teria algumas outras preocupações.
Vivemos em uma sociedade múltipla (pessoas abaixo da linha da miséria, pessoas pobres, pessoas de classe média e pessoas ricas ou muito ricas) com alguma ação do Estado contra a pobreza, a doença e a ignorância.
Uma família pobre, geralmente constituída de mãe e filhos, outras de mãe, companheiro temporário e filhos, e uma minoria de mãe, pai e filhos, tem acesso a direitos sociais, como posto de saúde, alguns medicamentos, escola pública e mais recentemente uma minguada, mas útil, bolsa escola.
As mães pobres não são apenas cuidadoras, mas provedoras, e muitas trabalham fora de casa, o que justifica o sistema de educação infantil (creches). Os dados oficiais informam que há 60 instituições publicas de educação infantil e 193 creches conveniadas, totalizando o cuidado de cerca de 38.500 crianças. Não consegui saber quantas são as crianças em situação de risco de 0 a 6 anos, mas em uma cidade com mais de dois milhões de habitantes, com certeza faltam vagas para educação infantil.
Penso que Cáritas também se incomodaria com o analfabetismo funcional dos pais. Ela veria crianças que não conseguem aprender e pais que chegam tarde em casa e não podem ensinar, porque têm o trabalho doméstico para fazer e porque não sabem.
Ela se preocuparia muito com o futuro destas crianças, porque sabe que para ganhar um salário que as sustente, elas precisam concluir o ensino médio, saber ler, escrever e dominar as matemáticas, pelo menos a álgebra.
Cáritas também veria traficantes a distribuir cestas básicas para ser aceitos pela comunidade e a recrutar crianças para sua organização, que dissemina o vício e leva à morte prematura. Ela veria as crianças com baixa auto-estima e núcleo familiar fragilizado como vítimas preferenciais do crime organizado e da violência familiar.
Quem, então, este espírito destacaria? Se fosse no movimento espírita, Cáritas, com certeza, valorizaria quem promove o reforço escolar, regado a lanche e brincadeiras (há que se lutar pela infância). Ela valorizaria quem recebe estas crianças fora do período escolar e as retiram da rua, que tornou-se espaço de risco social.
O espírito que foi martirizado em Roma, valorizaria quem ensina estas crianças e seus pais a acreditarem no futuro, trazendo pessoas que enfrentaram e venceram a pobreza sem optar pela via do crime.
Cáritas também valorizaria quem educa as jovens mães, para que aprendam a cuidar dos filhos.
Ela se emocionaria com a juventude espírita, se a encontrasse retirando algumas horas da sua semana, já atribulada, para ensinar àquelas crianças o que os pais não conseguem.
Ela escreveria pelos que montam bibliotecas comunitárias e pelos que facilitam o acesso ao material escolar, especialmente quando este não é disponibilizado pelas autoridades.
Acho que Cáritas pediria aos grupos de costura para fazerem e consertarem uniformes escolares, despesas relativamente altas para as famílias que mal conseguem comer, bancarem com seus salários minguados.
Os princípios cristãos continuariam intocáveis, mas a ação no mundo modificaria, porque o mundo mudou, e sempre que o governo conseguisse erradicar da nossa sociedade um mal social, os espíritas, influenciados por Cáritas, modificariam sua prática, porque ainda falta muito para vivermos em um mundo feliz.
O trabalho de Pedro, que não se reduz a este livro, uma vez que já publicou dois outros sobre Yvonne, resgata a mulher-médium que teve coragem de publicar suas experiências e vivências mediúnicas em livros inesquecíveis como "Devassando o Invisível" e "Recordações da Mediunidade", trazendo-a de volta ao nosso meio, com suas falas rigorosas mas extremamente compromissadas, sua convivência quase familiar com os espíritos que a acompanharam ao longo dos anos, suas dificuldades no trato com espíritos em estado de sofrimento profundo, alguns deles em sintonia com o passado desta mulher, tão marcado pelo sofrimento dos suicídios repetidos no ciclo das encarnações.
Convido a comunidade belo-horizontina a comparecer em massa e prestigiar o esforço de trazer o Pedro, seguro de que não se desapontarão.
Foto 4: Sala de Congregação preparada para receber o público
Tentei mostrar as contribuições do livro para a comunidade acadêmica e a pequena produção da UFMG no estudo do Espiritismo e de seu movimento brasileiro, o maior do mundo.
A desconstrução de teses defendidas em Universidades Brasileiras e a divulgação de outras é um tema recorrente do livro.
O livro é uma seleta de trabalhos apresentados no Encontro Nacional da LIHPE de diversas áreas do conhecimento, como já foi divulgado anteriormente no EC.
Agradeço a atenção da diretoria e do corpo de servidores da Faculdade para com o evento, assim como os muitos e-mails que recebi confirmando presença ou justificando a impossibilidade de estar presente. Convido os interessados a assistirem a pequena palestra sobre as pesquisas que têm por tema o Espiritismo Brasileiro.
Simone Spoladore fará o papel de Pauline (personagem de A Pele de Onagro)
Recebi do Alexandre Caroli a seguinte contribuição para o atual debate sobre "A Gênese".
"Pesquisei no site da Bibliothèque nationale de France (BNF): www.bnf.fr Curiosamente, as duas mais antigas edições de A gênese do acervo da maior biblioteca francesa são a primeira e a quinta. Vá em: http://catalogue.bnf.fr/jsp/recherchemots_simple.jsp?nouvelleRecherche=O&nouveaute=O&host=catalogue E procure por: La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme. Aparece:
1. Allan Kardec (1804-1869) La Genèse : les miracles et les prédictions selon le spiritisme / Allan Kardec Philman, 2004
2. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme...
1923
3. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme, 1952
4. Allan Kardec, Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, dit La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme, par Allan Kardec,...
librairie internationale, 1868
5. Allan Kardec. La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme / par Allan Kardec,... 5e éd.
librairie spirite, 1872"
Além da Biblioteca Nacional da França, ele pesquisou no site da Biblioteca Nacional (Brasil), que não apresenta exemplares em francês deste livro. Veja:
http://www.bn.br/site/pages/catalogos/outrasbases/outrasbases.htm
Recebi notícias do VAK, que significa Verein für spiritistische Studien Allan Kardec, ou melhor dizendo, Sociedade de Estudos Espiritas Allan Kardec.
O grupo vienense está de site novo, bilingue (alemão, português - ainda bem!) e divulgando muitas atividades. Seu endereço é http://www.spiritismus.at/
O navegante pode acessar uma seção de vídeos e assistir às palestras de Divaldo Franco e Raul Teixeira na Europa. (Confiram)
Para quem estiver em Viena-Áustria, os horários das reuniões e os temas das palestras com os respectivos palestrantes está disponibilizado.
Artigos e palestras também estão disponibilizados na pasta "Material de Estudo".
O Espiritismo Comentado agradece o link em meio a outras referências na internet de instituições reconhecidas pela qualidade e seriedade doutrinária.
Das montanhas de Minas Gerais, saudamos os operosos espíritas vienenses e lhs desejamos perseverança e fraternidade, ingredientes fundamentais para cumprirem sua tarefa no continente europeu.