17.1.13

SINFONIA DO AMOR



Clique na imagem acima para assistir ao vídeo

Início de Janeiro, domingo pela manhã e estava na capital paranaense para descansar uns dias da rotina do ano que passou e deu-me uma vontade louca de conhecer a Federação Espírita do Paraná. Anos de correspondência eletrônica com Napoleão Araújo e apareci no domingo de manhã, horas antes de tomar o vôo de volta para BH.

Correndo o risco de nem ser recebido, cheguei à portaria com máquina fotográfica em mãos pedindo para conhecer a Federação. Qual não foi minha surpresa quando uma das voluntárias que auxiliava os interessados com uma livraria itinerante que é montada no hall do teatro se dispôs a me acompanhar e mostrar as instalações e trabalho da FEP. Conversa vai, conversa vem, encontramos amigos, muito queridos, comuns. O mundo é mesmo pequeno.

A visita é assunto para outras publicações, mas após cumprir meu trabalho de jornalista amador, fui ver o que encontrava na livraria, especialmente a produção regional.

Áurea me indicou um DVD, que desconhecia. Foi gravado em 2010, como evento de comemoração dos cem anos do nascimento de Chico Xavier. Chama-se Sinfonia do Amor. Comprei, curioso, e guardei para ouvir em particular na minha cidade montanhosa.

O trabalho de Plínio Oliveira é belíssimo. Emocionou e arrepiou de ouvir e ver. Gravado no Cine Alta, do Teatro Positivo em Curitiba-PR, tem o apoio da Orquestra da Paz, do Coro de Teatro da FEP e do Grupo Vocal Sou da Paz (que entra e sai de cena como se fosse mais um instrumento da orquestra).

É meio difícil dizer com palavras o que é a música, então consegui na internet a música final da Sinfonia, intitulada Um Cisco, para que o leitor do blog possa avaliar por si mesmo a suavidade e beleza da produção.

É possível adquirir o DVD completo na Federação. Na capa do DVD há um número de televendas: (41) 3225-2739. 

15.1.13

E A VIDA CONTINUA NO CINEMA E NAS LOCADORAS







A Agência Nacional de Cinema (ANCINE) publicou seu informe anual sobre filmes e bilheterias no Brasil. O filme "E a vida continua", com roteiro adaptado da obra de mesmo nome psicografada por Francisco Cândido Xavier, ficou em décimo lugar entre os filmes nacionais.

Ele foi exibido em 139 salas, tendo atraído um público de mais de trezentos e setenta mil pessoas. Agora já se encontra nas locadoras, em DVD e Blu-ray Disc. 

Não o encontrei ainda para venda nas livrarias e lojas do gênero, mas não deve demorar.

11.1.13

GRUPO SEGREDO NA CANTATA DE NATAL



Segue mais uma publicação da Cantata de Natal ocorrida em dezembro de 2012 na União Espírita Mineira. O Grupo Segredo faz músicas infantis, voltadas à evangelização da criança no meio espírita.

A música que eles escolheram, Remo da Esperança, é alegre e cativante. Vale a pena acompanhar a interpretação do grupo, que fez o público ir do bom humor ao riso. O grupo tem dois álbuns publicados: Segredo e Grupo Segredo: Pra Você.

9.1.13

SIMPÓSIO INTERNACIONAL ABRE INSCRIÇÕES PARA TRABALHOS SOBRE LITERATURA MEDIÚNICA



A Universidade Federal de Goiás comunica a organização e chamada de trabalhos para o III Simpósio Nacional de Letras e Linguística e para o II Simpósio Internacional de Letras e Linguística. Entre os diversos grupos de trabalho, chamou-me a atenção o grupo abaixo, que se volta ao estudo da Literatura Mediúnica. Confiram aqui.



GT 10
A CHAMADA LITERATURA MEDIÚNICA EM QUESTÃO

Coordenadores: Prof. Dr. Ozíris Borges Filho (UFTM)
Prof. Dr. Sidney Barbosa (UnB)

Por literatura mediúnica entendemos o texto escrito por um médium e atribuído a uma entidade denominada de espírito, alma, fantasma ou gênio. O processo de recebimento desse texto, que pode ser literário, se dá, mais comumente, por um processo que é chamado de psicografia. O pesquisador italiano Ernesto Bozzano (1998) chama a essa literatura de “literatura de além túmulo”. Nesse sentido, pode-se afirmar, com toda a certeza, que a literatura mediúnica é um fenômeno cultural principalmente brasileiro há mais de um século. Devido a intenso programa editorial levado a efeito pelos espíritas
kardecistas e a uma grande aceitação do público leitor, milhões de livros mediúnicos já foram vendidos no Brasil e traduzidos para vários outros idiomas. Trata-se, geralmente, de poemas, romances, contos, crônicas, ensaios, histórias infantis e mensagens de autoajuda. Há romances mediúnicos que já tiveram mais de oitocentos mil exemplares vendidos. Para os padrões editoriais brasileiros, isso constitui um verdadeiro sucesso de
público. Textos desse tipo vêm constando das famigeradas “listas dos mais vendidos” em órgãos da imprensa popular, tais como a Revista Veja, na categoria que chama de “autoajuda e esoterismo”. No entanto, apesar dessa penetração maciça na sociedade brasileira como um todo e apesar de ser um fenômeno editorial desde o início do século passado, a literatura mediúnica vem passando quase despercebida pela crítica literária e pela Universidade no Brasil. Dessa situação surge uma pergunta evidente: por que livros
que contam com sucessivas edições e dezenas, às vezes centenas, de milhares de exemplares não chegam a interessar os acadêmicos e jornalistas da “grande imprensa”? Apenas nos anos 40 do século XX, com o chamado “caso Humberto de Campos”, é que houve uma movimentação da crítica literária pelos grandes jornais de todo o país com participação, inclusive, de membros da Academia Brasileira de Letras. Fora esse momento histórico, a crítica silenciou-se a respeito dessa produção literária. É bem verdade que dissertações e teses vêm sendo feitas nas mais diversas universidades do
país, notadamente a partir dos anos 1980, mas, mesmo assim, a produção é pequena e pouco divulgada. Este GT propõe-se a iniciar um trabalho que pretende romper com esse silêncio da crítica literária brasileira. Independente da ligação desse tipo de literatura com as religiões, a pergunta central que nos fazemos é: Que objeto é esse? Nosso propósito é a investigação científica desse corpus tão extenso. Receberemos inscrições de comunicações dos mais diversos tipos de pesquisadores sem restrições quanto ao método crítico adotado na análise da obra literária mediúnica. Serão bem-vindos trabalhos de pesquisa que abordem os textos literários mediúnicos tanto do ponto de vista das teorias literárias quanto das teorias linguísticas, independente das correntes críticas a que estejam vinculados.

2.1.13

INSTITUTO HUMANITAS UNISINOS PUBLICOU ENTREVISTAS SOBRE O ESPIRITISMO



O Dr. Alexandre Caroli Rocha avisou-nos da publicação realizada em 2010 pela Revista do Instituto Humanitas Unisinos sobre o espiritismo. Os links para as entrevistas se encontram em uma régua vertical, à esquerda, com os nomes dos respectivos entrevistados. Eles vêm da história, antropologia, teologia e outros campos do conhecimento.

Os temas são muito interessantes e polêmicos. O caráter cristão do espiritismo, as tendências minoritárias new age e capitalista (ética da prosperidade), os paralelos entre o espiritismo e os cultos afro, espiritismo e ecologia, reencarnação e ressurreição são brevemente tratados pelos autores, cada um em sua área de atuação e dentro de seu contexto de produção.

Obviamente, o rigor acadêmico dos autores não assegura verdade, nem um perfeito ajustamento com a nossa visão do espiritismo, mas o diálogo é bastante rico e merece um bom debate.

Feliz 2013 aos leitores do EC, com muitas questões para se pensar ao longo do ano.

PS: Após a primeira publicação desta matéria o Alexandre Caroli Rocha enviou mais uma matéria de Bernardo Lewgoy nesta revista e pediu que fosse reconhecida a fonte em que ele encontrou a referência, o site Espiritualidade e Sociedade, do nosso amigo comum, Maurício.

31.12.12

CANTATA DE NATAL NA UNIÃO ESPÍRITA MINEIRA




No último dia 22, diversos grupos musicais se reuniram na União Espírita Mineira da rua Guarani para fazer uma cantata de natal. Como o dia estava disputado, não pude estar presente, mas o Wadson, do Meu Cantar postou as apresentações.

Esta música está com um belo e novo arranjo que lembra muito os arranjos do Coral Pedro Helvécio, que o grupo já gravou em outras oportunidades. Tons dissonantes e vozes entrelaçadas dificultam muito a execução por parte dos artistas, mas o resultado final arrepia os cabelos de quem já ouviu o coral cantar.

Bela iniciativa dos grupos. Espero que ano que vem tenha mais...




29.12.12

CARTAS ANÔNIMAS E FAKES



Na internet tornou-se comum as pessoas esconderem-se atrás de pseudônimos ou nomes fictícios para ocultarem sua identidade, evitando sua exposição pública. Em um diálogo inconsequente, talvez se possa aceitar este tipo de conduta, mas o que dizer de uma conversa séria? O uso de fakes (falsos perfis) em uma discussão séria geralmente tem implicações.

Encontrei na Revista Espírita de novembro de 1867 uma situação similar ocorrida com Allan Kardec. Quem estudou sua biografia, sabe que ele recebia uma quantidade enorme de correspondências, sendo obrigado a selecionar o que lia e respondia. No exemplar citado, ele publicou na Revue uma admoestação pública a um suposto senhor B. de Marselha, que lhe enviava cartas sem endereço de resposta, pelo visto, enormes e logorréicas.

Kardec lhe dirige a seguinte explicação: "Não foram tomadas em consideração as cartas que não estão ostensivamente assinadas, ou que não trazem endereço certo, quando o nome é desconhecido. São postas na cesta."

Ele considerava este tipo de correspondência como "indigna de ocupar o tempo". Isto dá o que pensar nos dias de hoje.

28.12.12

QUAL É O PAPEL DAS LIVRARIAS ESPÍRITAS NA DIVULGAÇÃO DOS LIVROS DE MÁ QUALIDADE?





Em uma publicação anterior http://espiritismocomentado.blogspot.com.br/2012/12/correio-fraterno-discute-as-mudancas-do.html, apresentamos a publicação feita pelo jornal Correio Fraterno sobre o mercado editorial espírita. http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/68/1110-edicao-448

Raul Teixeira, sempre contundente, fala com clareza neste vídeo sobre a publicação em massa de obras que se apresentam como espíritas.

20.12.12

RAUL TEIXEIRA RECEBE HOMENAGEM DA FEP


A Federação Espírita do Paraná prestou uma homenagem a Raul Teixeira no último dia 15 de novembro, na Sociedade Espírita Fraternidade, de Niterói - RJ. Recordou-se a colaboração de Raul na divulgação do Espiritismo nas terras paranaenses por décadas a fio.

Mais detalhes podem ser lidos em http://www.sef.org.br/

18.12.12

EC NO FACEBOOK



O Espiritismo Comentado tem agora um grupo no Facebook. É uma nova alternativa para quem quer acompanhar as publicações.

Sempre que uma nova publicação ocorrer, haverá uma divulgação neste grupo do Facebook. Assim, os comentários que têm ocorrido na minha linha do tempo do Facebook ficarão acessíveis a todos neste novo grupo.

O grupo é aberto, qualquer interessado pode participar. Se este recurso for positivo, por favor, sinalizem. Aceitamos sugestões para tornar mais cômodo o acesso ao Espiritismo Comentado pelos leitores.

Feliz Natal.

17.12.12

ADEMIR COMUNICA PROJETO DE PESQUISA SOBRE CARTAS DE CHICO XAVIER



Carta de Ilda Mascaro Saulo, psicografada por Chico Xavier em italiano


Uma das fases mais interessantes da mediunidade de Chico Xavier aconteceu a partir do início da década de 70, quando intensificaram-se as psicografias de familiares desencarnados para suas famílias. Observando a riqueza do conteúdo, alguns amigos de Chico organizaram estas mensagens em forma de livros e as publicaram, seguramente com a aprovação das famílias. Foram muitos os livros publicados, e pode-se estimar que há centenas destas cartas tornadas acessíveis a quem se interessasse.
Alguns estudos já foram publicados, como o do grafoscopista Perandréa ou o que se encontra no livro A Vida Triunfa, editado pela Folha Espírita. O primeiro faz análise da identidade dos espíritos, comparando a grafia psicografada com documentos escritos à mão enquanto os comunicantes estavam encarnados. O segundo fez uma pesquisa baseada em entrevistas com os familiares, sobre os acertos, erros e dúvidas dos conteúdos das cartas. Alguns céticos têm publicado trabalhos questionando os dois trabalhos, "levantando poeira e questionando que não são capazes de ver".
A metodologia que o Dr. Ademir se propôs a empregar em seu estudo envolve a análise de conteúdo, mas em uma perspectiva mais quantitativa. Ele mostra a riqueza dos documentos analisados como conjunto, questionando a tese de charlatanismo ou escrita inconsciente, como capazes de explicar per si o fenômeno. Recomendo ao leitor do EC acessar uma síntese do projeto que ele publicou no seu site: A Era do Espírito. http://eradoespirito.blogspot.com.br/p/projeto-cartas-psicografadas.html
No próximo ano teremos a publicação de um estudo piloto que ele já comunicou no último ENLIHPE, em São Paulo, no mês de agosto de 2012.

14.12.12

DIVALDO LANÇA LIVRO NOVO PELA FEB



A Federação Espírita Brasileira está lançando livro atribuído a Bezerra de Menezes, psicografado por Divaldo Pereira Franco, médium baiano que tem vasta publicação mediúnica, reconhecido internacionalmente por suas conferências e por sua obra social no bairro Pau da Lima, em Salvador.

Ainda não li, logo, não tenho como comentar o livro, mas as expectativas são altas.

11.12.12

CORREIO FRATERNO DISCUTE AS MUDANÇAS DO MERCADO EDITORIAL ESPÍRITA




Já está nas gráficas a última edição do Correio Fraterno que conseguiu fazer uma espécie de fórum sobre as mudanças do mercado editorial espírita. Simonetti trata dos clubes do livro espíritas, tenho um artigo sobre pirataria de livros espíritas e novas mídias, o alerta do GEEM foi publicado, Allan Kardec foi consultado sobre a ética da publicação espírita, Ricardo Carrijo (ADELER) fala das novas exigências dos leitores e Marco Milani discorre sobre a necessidade de seleção de bons livros pela livraria espírita.

Parece-me que é uma boa oportunidade de fazer uma reflexão sobre um tema que vem sofrendo mudanças no cenário brasileiro e demando mudanças de editores, autores, leitores, gestores, donos de livrarias e outros atores do mundo do livro espírita.

Recomendo a leitura. A edição já está na internet: http://www.correiofraterno.com.br/nossas-secoes/68/1110-edicao-448


4.12.12

FÍSICA DA APOMETRIA




Muitos autores espiritualistas entusiasmam-se e tentam explicar os fenômenos que observaram através de fórmulas matemáticas, como a esperança de conferir maior autoridade e cientificidade àquilo que crêem.
A matemática foi incorporada às ciências humanas e naturais para constatação de regularidades e para a estimativa de probabilidades de ocorrência de fenômenos. A isso chamamos explicação, em teoria científica. Um autor que notabilizou-se pelo seu uso, foi Isaac Newton. Antes dele Francis Bacon havia percebido que se poderia estudar a ocorrência de fenômenos com o registro da ausência e da presença deles, e a anotação dos contextos em que se deram. Newton identificou relações mais complexas dos fenômenos, que foram muito além da ocorrência ou não, identificando padrões matemáticos através de fórmulas.
O emprego de fórmulas em ciência, tem por necessidade a observação e a constatação de padrões de ocorrência de fenômenos. Elas não se sustentam por mera intuição, mas por indução ou dedução. Além do seu surgimento, elas são constantemente colocadas em teste, porque um cientista pode encontrar um padrão em um conjunto de fenômenos, e este não voltar a acontecer em outro conjunto similar.
O físico Alexandre Fontes da Fonseca publicou esta semana na revista O Consolador, um artigo onde analisa algumas proposições conceituais e matemáticas da Apometria. Ele mostra erros no emprego de conceitos (geralmente mal definidos) e na conexão entre os conceitos e as equações propostas (sua análise mostra afirmações absurdas).

30.11.12

GELATINAS PARA A CAMPANHA DE NATAL



O Natal está chegando e a Associação Espírita Célia Xavier está em plena campanha. Como em 2011, estou pedindo às pessoas a doação de Gelatinas, para compor as cestas de Natal. Nossa meta são 946 caixinhas ou pacotes. No atacadista Apoio, conseguimos comprá-las por R$0,69 a unidade, até a última vez que orçamos.

Serão montadas 473 cestas, que serão distribuídas para famílias em vulnerabilidade social em regiões de Belo Horizonte, Betim e Ribeirão das Neves, onde a Associação mantém unidades. As cestas não são a única ação social que desenvolvemos nestas regiões. Em Belo Horizonte, a AECX mantém uma creche em parceria com a PBH, nas demais regiões são realizadas diversas campanhas ao longo do ano, ações de formação profissional e educativas. No Natal, além das cestas haverá distribuição de brinquedos para as crianças.

Os gêneros que compõem cada uma das 473 cestas são os seguintes:

Açúcar - 1 pct 5 kg
Arroz - 1 pct 5 kg
Feijão - 2 pct 1 kg
Macarrão - 2 kg
Farinha de mandioca - 2 pct 1 kg
Fubá - 1 kg
Óleo - 2 latas
Sal - 1 kg
Tempero - 1 pacote
Milho verde - 1 lata
Sabão - 2 unidades
Chá - 1 caixa
Caldo de carne - 2 tabletes
Sardinha - 2 latas
Gelatina - 2 caixas
Extrato de tomate - 1 lata
Salsicha - 1,5 kg
Refresco artificial - 2 pacotes
Doce - 1 barra
Balas - 1 pacote
Refrigerante - 2 litros (pet)

As doações serão recebidas até o dia 12 de dezembro.
As cestas serão montadas no Lar Espírita Esperança, nos dias 13 e 14 de dezembro.
A distribuição será nos dias 15 e 16 de dezembro.

Participem!

27.11.12

HISTÓRIAS QUE OS ESPÍRITOS CONTARAM


Montagem fotográfica com as capas da nova coleção

Herminio Miranda escreveu durante anos em "Reformador", publicando artigos sobre temas diversos, especialmente publicações relacionadas à imortalidade da alma, reencarnação e mediunidade que saíam em países de língua inglesa. Creio que a obra que mais o projetou, após esta fase, foi "Diálogo com as sombras", publicada pela FEB próxima dos anos 80, que mostra suas recomendações e experiências com o atendimento aos espíritos desencarnados.

Chamou muita atenção o uso da técnica de indução de regressão de memória no atendimento, o que era praticamente desconhecido, mas penso que sua maior contribuição foi a desconstrução do papel do doutrinador, como alguém que instrui em doutrina, que fica explicando aos espíritos como é o seu mundo, a moral cristã e as leis de Deus, na esperança que a razão os retire da condição que a perturbação emocional os situou.

A explicação é útil aos espíritos ignorantes, de boa fé, tem seu papel junto a alguns sofredores, mas é bastante limitada para os que agem como psicopatas do mundo dos espíritos ou aos que têm conflitos intensos, como ódios, ciúmes, e outras emoções perturbadoras. Os espíritos inteligentes e maus se riem da precariedade de nossos conhecimentos sobre o mundo deles.

Assim apresento um conjunto de livros que ele publicou pelo Correio Fraterno e que foram muito importantes para nosso grupo mediúnico. Ficou conhecido como "Coleção Histórias que os Espíritos Contaram". O grupo de Herminio é um dos poucos que conheço que seguiu a orientação de André Luiz em "Desobsessão", de gravar as sessões. A disciplina valeu a pena e anos depois ele desarquivou as fitas de rolo e transcreveu com mínimas mudanças os diálogos realizados com os espíritos em um pequeno grupo mediúnico.

Nos livros da ilustração acima, o leitor pode se encantar com as narrativas das histórias, mas chama-me atenção a forma como o atendente trata seus interlocutores. Ele os escuta, talvez pela influência das pequenas incursões que o autor fez na psicanálise de Freud e na regressão a vidas passadas de Albert de Rochas e outros. Quando digo que os escuta, significa que valoriza que os espíritos contem suas histórias e os auxilia a perceber seus conflitos, os momentos em sua história nos quais, influenciados por suas emoções em desalinho, decidiram-se por adotar uma persona vingativa, às vezes fria e calculista, mantida às custas de um afastamento com suas emoções mais profundas.

Sua cultura possibilita que ele dialogue sobre realidades diferentes no tempo e na história, sem perder-se na curiosidade vã. O atendente não se afasta da experiência e do sentido dado pelo espírito comunicante para pedir-lhe que dê detalhes de sua experiência passada, mas acolhe aquilo que ele se dispõe a trazer. Naquele momento, o mais importante é auxiliar a pessoa que se apresenta para conversar, fazendo-a abandonar suas defesas rígidas e mostrar-lhe o quanto são insatisfatórias para sua vida, trajetória futura e felicidade.

A editora Correio Fraterno fez uma bela reedição da coleção. Papel Lux Cream, muito confortável aos olhos, capas belíssimas, ilustrações sugestivas e sóbrias, o trabalho de edição nos entregou uma coleção primorosa. Só lamento que no Brasil não se façam pequenas edições com capa dura, que tornam os livros muito mais duráveis, mas de preço mais elevado.

Recomendo, portanto, aos interessados na mediunidade, a leitura dos quatro livros, que se tornaram referência importante para o aperfeiçoamento dos que se voluntariam neste tipo de trabalho.


23.11.12

VIOLAÇÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Recebemos o texto abaixo vindo da GEEM, conhecida editora de obras psicografadas por Chico Xavier, que se tornou um grupo com ações diversas, inclusive assistenciais. Como concordamos com sua argumentação clara, estamos repassando aos leitores do EC.



Violação de Direitos Autorais

Infelizmente, tem sido comum, em alguns sites, a disponibilização para download de obras de Francisco Cândido Xavier, que não são de domínio público, sem autorização ou ao menos consulta prévia dos titulares dos direitos De modo geral são disponibilizados sem a capa, sem o nome da editora e alguns são apresentados resumidamente, descaracterizando totalmente a obra do Chico e dos Autores espirituais.


O GEEM, titular do direito autoral de várias obras, por cessão expressa de Chico Xavier, discorda desta prática, pois a divulgação da doutrina espírita deve ser feita em total respeito às leis do País.

Note-se, a esse respeito, que o GEEM, entidade religiosa sem fins lucrativos, há quase 50 anos divulga a obra de Chico Xavier.

Editamos até o momento em torno de dois milhões e meio de exemplares, sem qualquer objetivo de lucro. Toda a diretoria e os participantes do grupo são voluntários, sem qualquer remuneração.

No entanto, na estrutura da máquina administrativa há evidentemente funcionários remunerados, cuja folha é custosa.

Nossos livros têm uma longa preparação pré-edição com despesas significativas no que tange às capas, à diagramação, à qualidade gráfica e não nos parece justo que deles se apossem terceiros, mesmo com a melhor das intenções, como se tivessem nascido do nada.

Por que razão Chico Xavier nos teria cedido os direitos? Para cuidarmos dos livros com atenção e respeito.

Parte significativa de nossos livros é distribuída gratuitamente a centros, instituições, bibliotecas, pessoas físicas e percentual significativo das vendas é dirigido à população mais simples a preços inferiores ao custo dos livros.

E o eventual resultado na comercialização dos livros não é utilizado em benefício do GEEM, mas, sim, nos respectivos projetos de divulgação e obras de caridade.

Quando é o caso, temos concedido, gratuitamente, respeitadas determinadas condições, autorização para a utilização das obras, às pessoas que o desejam, com equilíbrio e ponderação.

Mas não podemos aceitar a utilização indiscriminada, sem qualquer autorização ou consulta prévia.

GEEM — GRUPO ESPÍRITA EMMANUEL

18.11.12

VINÍCIUS E O EGOÍSMO

Pedro de Camargos - Vinícius

Pedro de Camargos (1878-1966), conhecido como Vinícius, é um dos autores paulistas mais prolíficos e inteligentes na temática do Evangelho à luz do Espiritismo. Pessoa não apenas reconhecida e lembrada, mas querida pelos membros do movimento espírita, nasceu em Piratininga, onde teve educação em uma escola metodista, de fundação norte-americana, que muito o influenciou. Dirigiu a Igreja Espírita "Fora da Caridade não Há Salvação" até 1937, quando transferiu-se para São Paulo.

Dirigiu programa cristão-espírita na Radio Educadora de São Paulo, dedicou-se à assistência social e trabalhou imensamente pela divulgação do espiritismo em diversas frentes, como a imprensa, a publicação de livros e a exposição em Centros Espíritas. Zêus Wantuil (Grandes Espíritas do Brasil) informa que presidiu a "União Federativa Espírita Paulista", foi sócio-gerente de "O Semeador" (da FEESP) e presidiu o "Instituto Espírita de Educação" até 1962.

Recordei-me dele ao preparar um estudo para o Grupo Scheilla sobre o capítulo de "O Livro dos Espíritos", Da Perfeição Moral. Nele, um espírito diz a Kardec que a maior chaga da humanidade é o egoísmo e que "dele deriva todo o mal". Certamente inspirado por esta passagem, Vinícius escreveu a seguinte página:


Egoísmo


A usura é a nudez do egoísmo.
A avareza é o esqueleto do egoísmo.
A inveja é o miasma do egoísmo.
A hipocrisia é a mentira do egoísmo.
A esquivança é o covil do egoísmo.
A dissimulação é a covardia do egoísmo.
O jogo  é a fascinação do egoísmo.
O roubo é a violência do egoísmo.
A bajulação é o recurso do egoísmo.
A iniquidade é a lei do egoísmo.
A discórdia é a expansão do egoísmo.
O ódio é a combustão do egoísmo.
A vingança é o desagravo do egoísmo.
A calúnia é a perfídia do egoísmo.
A intemperança é a avidez do egoísmo.
A vaidade é a parvoíce do egoísmo.
O ciúme é o travo do egoísmo.
A luxúria é a desfaçatez do egoísmo.
O fanatismo é o zelo do egoísmo.
A intolerância é a arbitrariedade do egoísmo.
A impiedade é a resistência do egoísmo.
O assassínio é a loucura do egoísmo.
O orgulho é a soberania do egoísmo.

Em suma: o pecado sob todas as formas, sob todos os aspectos, sob todas as modalidades, é fruto do egoísmo, porque o egoísmo assume, no mal, todas as formas, todos os aspectos, todas as modalidades.

(Vinícius. Em torno do Mestre. (4 ed.) Rio de Janeiro: FEB, 1979. p. 286)

11.11.12

COMO NÓS, ESPÍRITAS, PODEMOS NOS PREPARAR PARA A MORTE?


Noite estrelada, de Van Gogh - Vista da noite da janela do seu sanatório, pintada de memória


Discutíamos o tema separação entre a alma e o corpo no Centro Espírita Simão Pedro, em Belo Horizonte, e um dos participantes fez a pergunta que intitula nossa matéria.

Seguramente, o conhecimento espírita nos dá um quadro de referências que pode ser extremamente útil no mundo dos espíritos. Uma vez desencarnados, se em condições medianas, temos alguma noção clara da continuidade da vida, do reencontro dos afetos, do papel do pensamento, etc. Contudo, o ser humano é mais que conhecimento, porque os sentimentos e as sensações, desempenham um papel tão ou mais importante que o saber em assuntos vivenciais.

Irmão X tem um trabalho importante chamado “Treino para a morte”, publicado no livro Cartas e Crônicas, psicografado por Chico Xavier. É uma boa leitura para se pensar em ações práticas para a morte. Em resumo, ele mostra muitas situações em que viver a vida é fundamental para se preparar para a morte.

Uma das questões importantes na nossa cultura é nos habituarmos a falar sobre a morte. Ela ainda é um tabu, um assunto proibido, que fica ainda mais difícil de conviver quando cruza o nosso caminho, através da perda dos relacionamentos afetivos. Recordei-me das gerações anteriores a minha, que considerava que não se devia falar sobre a morte porque “a atrairia”. Muitos diziam também que cemitério não é lugar para criança. Frequento uma clínica de hemodiálise, na qual a morte está sempre “batendo ponto”, e o assunto é visto como perturbador, ao ponto de não se comunicar aos pacientes que um colega querido se foi, impedindo-os de prestar as últimas homenagens e de dar um abraço de conforto na família, o que seria possivelmente agradável ao que se foi, em um momento tão difícil.

Preparar-se para a morte, então, começa com conversar sobre ela, em aceitar sua realidade e a finitude do corpo, levar a sério a ideia que estamos aqui por um período e que ele pode findar-se a qualquer momento. A proximidade da morte, com as doenças ou a idade avançada, pressupõe sabedoria para entender os limites do corpo e para preparar o grande momento.

Acertar-se com os desafetos que colecionamos em momentos impensados é também um bom exercício, principalmente se aconteceu a partir de futilidades e vaidades feridas. Os assuntos que varremos para “debaixo do tapete” (quem não os tem?) são uma boa fonte de perturbação no mundo dos espíritos.

O desapego gradual dos bens materiais é também um bom exercício para a morte. Não estou pregando que nos tornemos Franciscos de Assis, da noite para o dia, mas que identifiquemos aquelas coisinhas com que nos prendemos e saibamos abrir mão delas aos poucos. Nossa dirigente já desencarnada, Ada Eda Magalhães, quando começou a perceber a proximidade da visita da morte, passou a presentear aos amigos com as lembranças que ela colecionava de suas viagens ao exterior. Os enfeites de casa, os livros, pratos, iam de suas mãos para as mãos dos amigos queridos. Ela não dilapidou a herança dos filhos e netos, mas só pude perceber sua sabedoria neste ato quando, após sua desencarnação, passei pela sala de minha residência e vi um de seus objetos, que me remetiam às melhores recordações dos anos em que mantivemos nossa amizade “intergeracional”. Ela certamente irá perceber, onde estiver, os pensamentos de carinho dos amigos que ficaram.

O desapego não é algo que se refere aos objetos, há também os cargos e as pessoas. Viver é desapegar-se. Os pais que não aprendem a mudar seu comportamento ante os filhos que crescem e ganham autonomia, tornam-se fonte de perturbação na vida deles. Os trabalhadores que se aferram a um cargo, uma patente militar, uma distinção, não se preparando para a aposentadoria, ficam como um cão faminto diante de seu osso já roído e sem nenhuma fibra de carne. Nossas realizações valem pela recordação de as termos concluído, pela gratificação do reconhecimento, quando ele vem dos demais, mas principalmente do que nós sentimos ao terminar nossa tarefa. Elas moram no passado e não no presente, agrilhoando-nos. Aprender a desligar-se de algo que fizemos por muitos e muitos anos não é exercício fácil, especialmente no mundo masculino, na nossa cultura.

Perceber que a morte do corpo nos espreita, é a realidade da vida. Ele começa a morrer quando nasce, só não sabemos ao certo quando isto se dará. Então, viver bem a vida é a melhor preparação para a morte, que deixará de ser o bicho papão da noite da existência e se transformará no misterioso casulo de lagarta, portal de uma nova realidade.

6.11.12

O ESPIRITISMO ESTUDA OUTRAS RELIGIÕES E FILOSOFIAS?


O Príncipe Arjuna dialoga com Krishna (?)
 
Estava em um estudo na Fraternidade Espírita Luz Acima (Belo Horizonte - MG), tratando do cristianismo do século I. Basicamente, tratava-se de uma leitura rápida do livro dos Atos dos Apóstolos e dos principais incidentes que ele relata para dar uma visão do “todo” deste trabalho do Novo Testamento.

Um debate interessante iniciou-se sobre a concepção cristã do espiritismo. Kardec, em “O Livro dos Médiuns” classifica os tipos de espíritas de sua época e destaca os que ele intitula espíritas-cristãos, ou verdadeiros espíritas. (O Livro dos Médiuns, capítulo III, item 28). Essencialmente, Kardec parte de um diálogo com os espíritos sobre o cristianismo para lançar os princípios de uma ética espírita, e desenvolve uma proposta de um espiritismo que não se resume ao estudo dos fenômenos espirituais, mas que tem uma proposta de ação no mundo para os sujeitos, uma proposta ética.

Uma das participantes perguntou se o único livro que estudávamos era a Bíblia. Em princípio, não entendi direito a questão e achei que se tratasse de um evangélico “em missão” no meio da comunidade espírita, mas não se tratava disso. Ela tinha interesse no estudo dos autores indianos, e em textos como o Bhagavad-Gitã, que é um diálogo entre o príncipe Arjuna e a divindade Krishna, que compõe o Mahabharata, um livro que contém narrativa, reflexões filosóficas e morais.  Imediatamente recordei dos textos mimeografados que estudamos na Mocidade AECX nos anos 80, com passagens do Gitã, tentando entender a simbologia da reencarnação que se encontra nas questões propostas por Arjuna.

Como o espiritismo não elegeu “livros sagrados”, o próprio Kardec mostrava uma abertura muito grande para a leitura e entendimento de diferentes tradições religiosas, como é o caso dos artigos que ele escreveu sobre o Islã (Maomé e o Islamismo, Revista Espírita, agosto de 1866 e novembro de 1866) e sobre os Celtas (O espiritismo entre os druidas, Revista Espírita, abril de 1858). Léon Denis também se dedicou ao estudo dos Celtas (O Gênio Céltico e o Mundo Invisível).  Nada impede, portanto, que se faça uma leitura espírita das obras de inspiração espiritual das diversas culturas, contudo, é um trabalho de interpretação destas tradições religiosas a partir do espiritismo e não o contrário, que seria uma forma de sincretismo, e deixaria os espíritas a um passo da adoção dos ritos hindus.

Não é um estudo fácil, nem imediato, porque demanda o conhecimento de uma cultura e tradição muito complexa, com a qual não tivemos muito contato em nossa formação. O final de uma leitura dessas, se empreendida, deixaria o estudioso com um conhecimento do Bhagavad-Gitã pelo hinduísmo (o que geralmente aponta para muitas leituras e interpretações, no livro Filosofias da Índia encontramos dezenas de escolas de pensamento) e uma interpretação espírita do Gitã. Para ser sério, é um trabalho que exige anos de estudo, viagens, diálogo com especialistas, estudo do idioma hindu, etc.  As iniciativas, portanto, como as do nosso grupo de jovens, devem vir acompanhadas da devida humildade e do reconhecimento das imensas limitações que temos ante uma cultura oriental milenar, mas respeitando a condição do espiritismo como “interlocutor” e não como “discípulo”.