17.12.08
O Livro Psicografado por Isaac Post
16.12.08
A Sociedade dos Amigos e o Espiritualismo Moderno
Figura 2: Tratado de William Penn com os Índios Norte-Americanos
Figura 3: Isaac Post
8.12.08
4o. ENLIHPE (Continuação)
Pedro é articulista de Universo Espírita e já publicou dois livros sobre a médium, através da editora Lachâtre:
- Yvonne Pereira: Uma Heroína Silenciosa
- Pelos Caminhos da Mediunidade Serena
Uma vez que o tempo disponível para apresentação era curto, Paulo desenvolveu seu trabalho sobre Claude Bernard, que é um dos pais da medicina contemporânea.
Estudioso, Paulo recuperou alguns trabalhos contemporâneos sobre o médico francês e seu pensamento. Uma das comunicações supreendentes, que o editor de Universo Espírita encontrou, foi que Bernard era adepto de uma versão sofisticada do vitalismo e opositor do reducionismo naturalista do homem.
Paulo mostrou uma citação de tese de doutorado (infelizmente defendida na Universidade da qual sou professor) na qual a autora faz uma citação parcial de um texto de Bernard, afirmando exatamente o oposto do que ele defende. Após recuperar o texto original e sua tradução para o português de Portugal, Paulo mostrou claramente que a autora citou apenas partes do trabalho de Bernard e que alterou lamentavelmente o significado do que ele propunha por omissão de frases. Ficou claro também que ela citou da tradução para o português, e não fez uma tradução própria do original. Resta saber se a mesma leu o original.
A tese da Conspiração do Silêncio ganhou novos argumentos corroborativos, e fica no ar se tal conspiração é o fruto de um espírito de época vigoroso o suficiente para calar e ensurdecer-se ante as vozes dissonantes ou se é mesmo um acordo tácito da comunidade científica calcado em uma visão intolerante de ciência e de mundo.
5.12.08
O que podemos fazer?
1. Estamos no início do mês. Se você vai fazer sua compra do mês, escolha um supermercado que está participando das campanhas e compre um item a mais na sua lista. Pode ser um pacote de arroz, uma embalagem de absorventes, água, um brinquedo, ou outro produto necessário para quem necessita de tudo.
2. O natal está chegando. Como será o seu natal? Você espera ganhar roupas, suas crianças ganharão brinquedos, você vai se dar de presente algo que já tem? Então prepare sua casa para receber coisas novas, doando aquele sapato que já saiu de moda e que você insiste em guardar (quer dizer, ocupar espaço) no guarda roupa, dê uma vasculhada em suas roupas e separe as que tem usado pouco, converse com suas crianças e separe brinquedos que não são mais do interesse delas. Não doe roupas e brinquedos em mau estado, entregue-as lavadas e secas, para que sua doação não seja, na verdade, mais um problema para quem recebe.
3. Seu Centro Espírita está fazendo campanha de natal? Converse com os dirigentes de sua casa e veja a possibilidade de reservar um percentual das cestas para ajudar as vítimas de Santa Catarina. Se a campanha estiver muito aquém da meta, separe pelo menos uma cesta.
4. Você é dirigente de reunião pública? Converse com os frequentadores escolha um item qualquer e peça a eles. Um pacote de um quilo de feijão não vai deixar ninguém em situação crítica, mesmo que a casa esteja fazendo campanha de natal.
5. Fotografem o resultado da campanha e divulguem no mural do Centro Espírita.
6. Enviem fotos da doação para o Espiritismo Comentado. Expliquem em um parágrafo o que fizeram e que instituição frequentam. Vamos publicar as fotos. Elas podem ser contagiosas.
7. Faça uma prece pelas vítimas, pelos desempregados, pelos que perderam seus negócios, pelos que ainda sofrerão os efeitos da enchente durante o ano. Peça inspiração do mais alto e idéias simples sobre o que fazer.
8. Diga aos colegas de trabalho que está recebendo doações para as vítimas de Santa Catarina, se eles tiverem alguma coisa a doar, informe o dia em que levará o resultado da campanha para um dos postos de coleta. Junte no porta-malas do carro as doações e quando for entregar, fotografe. Fixe em sua sala o resultado das doações.
9. Se você é de Belo Horizonte, clique no título da última publicação e leia os comentários. Neles se encontra alguns endereços de postos de coleta, sites e contas bancárias fornecidas pela Coordenadoria de Ação Comunitária da UFMG. (Confiram os dados, se houver algum equívoco, me avisem, por favor).
10. Informe-se sobre o que as pessoas estão precisando. Se vamos doar pouco, que possamos doar certo. Se descobrirem algo que não falamos, comentem nesta publicação.
1.12.08
Que estamos fazendo?
29.11.08
Como Evangelizar Crianças de Comunidades Carentes?
É possível evangelizar crianças que perderam a infância?
Esta foi a pergunta central que motivou Soraya a enriquecer o trabalho de evangelização no Grupo Espírita Irmão Frederico, situado próximo à Vila São José, vizinho a uma comunidade próxima ao anel rodoviário de Belo Horizonte.
Após 15 anos de trabalho com reuniões de pais, ela aceitou o encargo de trabalhar com as crianças, trabalho para o qual ela tinha formação porém sem experiência.
Muitas das crianças haviam perdido sua infância. “Adultos miniaturizados”, porque ainda na segunda infância tinham que traballhar em casa e cuidar de irmãos menores sem a presença física dos pais.
Soraya contou muitas histórias de violência de diversas ordens, o que predispôs ao desenvolvimento de crianças sem vivência de afetos, resistentes ao contato físico, agressivas e ameaçadoras. Elas chegavam à sala de evangelização sem conseguir prestar atenção nas aulas, com emoções em desalinho.
O trabalho foi mudado. Passes oferecidos após a chegada das crianças, uma atividade anterior à evangelização identificada como “integração”, as aulas de evangelização propriamente ditas e, para terminar, uma suculenta sopa distribuída a todos.
A estratégia mostrou-se cheia de resultados, mas, como é feita a integração?
Integração
Uma das finalidades da integração é reconstituir a experiência lúdica, perdida nas histórias dos pequenos adultos.
Soraya trabalha com músicas, entre músicas infantis espíritas, cantigas e músicas utilizadas nas escolas, que ela integra com gestos e pequenas coreografias. “Algumas crianças mal conseguem pegar o lápis, têm dificuldades com a motricidade fina”, explica. Além de permitir a expressão de sentimentos e criar um ambiente descontraído, a música incentiva os pequenos a fazer gestos e movimentos de liberdade e graça, em conjunto.
Depois das músicas, ainda em conjunto (o número de crianças evangelizadas não é tão grande, devendo chegar a cerca de quarenta), no salão, iniciam-se jogos realizados em conjunto. “Antes dessa atividade ser implantada, elas chegavam na sala cheias de energia, e chamavam-lhes a atenção o tempo todo, inutilmente”. Os jogos foram escolhidos em diversas fontes, inclusive uma apostila da Federação Espírita Brasileira.
Soraya projetou as imagens de alguns dos jogos. São jogos com um componente corporal (conter bolas de tênis em um círculo de crianças, andar vendado em um labirinto de pinos de boliche orientado por duas equipes concorrentes, andar em conjunto com um colega, amarrados pelos pés com barbantes, etc.) após os quais se faz uma reflexão. As crianças identificam valores antigos, como a colaboração, a amizade, a parceria, a liberdade de escolha entre o bem e o mal...
Fotografias Psicológicas
A coordenadora apresentou muitas fotografias de seu trabalho. Nelas se vê faces ora sofridas, ora cheias de graça. Algumas crianças continuam resistentes ao contato físico (um semi-abraço, um toque de mão nos ombros, etc.), outras já se permitem interagir com a psicóloga e com os colegas.
Outro detalhe salta aos olhos: com o passar do tempo as crianças passam a se arrumar para participar do grupo. Não é mais necessário ser maltrapilho e se deseja apresentar bem frente ao outro. As adolescentes passam batom, as crianças chegam com os cabelos cuidados, os meninos passam gel... O centro espírita não é mais o lugar de cuidar dos pobres, é um local de encontro de pessoas dignas.
Prontos para a aula
O espaço lúdico-pedagógico torna-se valioso para os evangelizandos. Talvez seja uma das poucas oportunidades de brincar que têm, em sua vida sofrida. Eles passam a exigir dos pais a presença na casa espírita.
Após o passe e as brincadeiras, em vez de ficar excitados, eles “esgotam suas energias”, sendo mais capazes de assistir aulas preparadas pelos evangelizadores do grupo. Tornaram-se crianças, e como tais não se transformam em argila dócil, mas confiam mais na equipe, aceitam mais o contato humano e estão mais dispostos a ouvir histórias, discutir seu mundo à luz do Espiritismo e fazer atividades mais tranqüilas, como desenhar.
Alguns resultados
Com nomes fantasia, que protegem a identidade, Soraya apresentou-nos alguns dos resultados, que vieram com o tempo. A menina que brincava e liderava meninos na rua, que a havia ameaçado com um pedaço tosco de pau na mão foi se tornando feminina, dócil e integrando-se ao grupo. Hoje ela ajuda a evangelizar crianças pequenas, é uma jovem que se tornou membro do grupo que antes parecia ameaçá-la.
O menino que verbalizava não gostar de ninguém, fechado, sofrido, após um tempo de trabalho, deixou um coração vermelho desenhado e cortado na cartolina, dizendo aos evangelizadores, “eu amo vocês”, para a emoção de todos.
Desenhos coloridos com cores escuras, expressando cenas de dor e violência, dão lugar a traçados coloridos, azuis, verdes, amarelos e vermelhos, que para nós, psicólogos, são um indício de manifestação de “bons” sentimentos, tão ausentes na vivência anterior dessas crianças.
Os casos se multiplicaram, mas o tempo da palestra e o espaço dessas linhas não os comportam a todos.
Saímos todos meditativos. Há muito que pensar, que fazer e que mudar.
23.11.08
Joanna de Ângelis na Ediouro?
Os convites tratam de virtudes cristãs, como a fé, a esperança, a caridade, a resignação, a fraternidade, a humildade, entre muitas outras (são 60 convites!).
Figura 2: Capa da terceira edição da LEAE, feita por Jô.
Figura 3: Autógrado de Divaldo para o meu exemplar da terceira edição
Projeto Evangelizar - Jogos
22.11.08
Dicas para Ler Livros Espíritas
5.11.08
Saúde e Espiritualidade
Espiritismo Científico
"É com desgosto que observamos a tendência de certos adeptos no sentido de menosprezar a feição elevada do Espiritismo (...) para restringir ao campo da experimentação terra-a-terra, a investigação exclusiva do fenômeno físico". (página 10)
Os adeptos do Espiritismo francês discutiam se o trabalho de Kardec deveria ser abandonado ou posto em suspensão de juízo para que os fenônomenos fossem livremente estudados e as teorias construídas com base na observação de fatos, e não com o diálogo com os espíritos e o emprego do método da universalidade e concordância dos ensinos.
O discípulo de Kardec escreveu "No Invisível" para defender a prática da mediunidade como a conhecemos e o diálogo com os espíritos como método válido para a construção do conhecimento espírita. Ele se opunha ao renascimento dos que Kardec denominou "espíritas experimentadores", os que só se interessavam pelos fenômenos, sem considerarem a filosofia espírita e suas conseqüências morais e religiosas.
Lendo o trecho completo de Denis ver-se-á que ele quis criticar o experimentalismo e defender a prática mediúnica dialógica:
"De sobra se tem repetido: o Espiritismo será científico, ou não subsistirá. Ao que acrescentaremos: o Espiritismo deve, antes de tudo, ser honesto!” (Léon Denis, No Invisível, página 21)
3.11.08
Ainda as Creches e o Poder Público
2.11.08
4o. ENLIHPE (continuação)
Foto 2: Profa. Miriam Hermeto de Sá Motta
No segundo trabalho a Profa. e Doutoranda Míriam Hermeto propõe como preservar a memória espírita através de fontes documentais.
Doutoranda em História pela UFMG, ela inicia seu trabalho distinguindo memória e História e definindo sua disciplina como o "estudo do homem no tempo", alinhada às idéias de Marc Bloch.
Ela discute o papel das fotos, dos documentos primários e de outras fontes que estão nos centros espíritas e não são identificadas como tal por seus membros.
Exemplificando, ela mostra uma foto da fundação do Cenáculo Espírita Thiago Maior, em Belo Horizonte. Ela mostra que a maioria dos fundadores eram homens e brancos (tipo europeu), havia apenas uma mulher e um pardo. Era, portanto, um movimento de elites mineiras, até mesmo pela localização e presença de autoridades no centro nascedouro.
Ela analisa o folheto do lançamento, para o qual foi trazido Chico Xavier. Na capa, encontra-se escrito "Comemoração do Dia dos Mortos" e dentro dele, uma mensagem de Emmanuel convidando os espíritas a evitar este tipo de comemoração, muito comum à época na capital mineira, em decorrência da coerência com os princípios espíritas.
Míriam convidou os membros dos centros espíritas a terem atenção com os documentos que descartam e propôs metodologias de catalogação e identificação de peças que auxiliarão na preservação da memória espírita.
Almoço Beneficente do Irmão Frederico
Grupo da Fraternidade Irmã Ló
Foto 1: Ló
Foto 3: Receptáculo de chumbo feito pelos membros do grupo para receber o elemento radioativo
Raul Teixeira Visita Minas Gerais
Foto 1: Raul Teixeira no Lar Espírita Esperança
Nas comemorações de seus 40 anos, com o apoio da Aliança Municipal Espírita de Belo Horizonte, a mocidade da Associação Espírita Célia Xavier promoveu palestra do expositor fluminense Raul Teixeira.
Encontro de Gerações
O evento possibilitou o reencontro e a confraternização de diversas gerações da mocidade. Desde fundadores a atuais membros dos quatro ciclos, alguns ainda na casa de Célia, outros na Sociedade Espírita Joanna de Ângelis e até mesmo “jovens” que se afastaram do movimento espírita estiveram presentes e “mataram a saudade”.
Apresentação de Luiz Fernando e Virgílio Almeida
Luiz Fernando recordou alguns dos pioneiros da casa de Célia Xavier ligados à criação da Mocidade: Virgílio Pedro de Almeida e “Seu” Aphrodísio. Em sua fala de abertura, outros espíritas já desencarnados da casa foram lembrados.
Virgílio Almeida do SEJA abriu o evento, recordando as experiências que compartilhou com os amigos na década de 80. Ele reafirmou as diretrizes da mocidade AECX que se baseiam no tripé amizade, estudo e trabalho.
Mais Recordações
Raul, emocionado, recordou-se de sua primeira palestra na Mocidade da AECX, a convite de Wanderley Coutinho, há 36 anos. Referiu-se a pessoas e acontecimentos que marcaram sua trajetória durante todo este tempo, como a visita à casa da “Vovó Adelaide”, a desencarnação de Evaristo e outras histórias, algumas hilárias, outras tocantes.
Um Personagem do Evangelho
Ele tornou contemporânea a história evangélica do “mancebo rico”, dando um novo sentido à distribuição das riquezas. “A capacidade de ler é uma riqueza ante a pessoa analfabeta. Ensiná-la a ler é distribuir riquezas”.
Religião e Religiosidade.
O conferencista reafirmou que a ação do homem no mundo pode ser uma forma de atender ao chamado do Cristo. Não se deveria cindir a vivência da mensagem cristã, enclausurando-a no Centro Espírita e nas práticas dos grupos espíritas. O expositor referiu-se ao trabalho e às conquistas que o homem realiza em outras instâncias sociais, mostrando verdadeiros testemunhos no trabalho cotidiano dos enfermeiros, dos médicos, dos professores, dos lixeiros e de todas as profissões que possibilitam um serviço à pessoa humana e uma vivência cotidiana dos preceitos cristãos.
As Trajetórias
Raul se referiu às muitas trajetórias dos jovens da mocidade que conheceu há muitos anos. Suas conquistas e dissabores, suas esperanças e frustrações, sua condição, enfim, de homens encarnados no mundo, às vezes equivocados, às vezes enfrentando as agruras próprias do homem no mundo, como as dores, as doenças, os conflitos.
Um comentário psicológico
O autor fluminense inseriu em sua fala um convite ao autoconhecimento, com um toque psicanalítico. Ele mostrou cenas do cotidiano espírita em que a exterioridade do compromisso com valores entendidos como cristãos e espíritas predispõem ao desenvolvimento de reações e comportamentos neuróticos. A pessoa que não trabalhou sua sexualidade pode passar a ver nos demais intenções sexuais em gestos de cordialidade, que não existem, exemplificou. Ele distinguiu este tipo de personalidade do que dirigiu sua carga erótica em função de um projeto humano e cultural.
A reafirmação de valores cristãos
Recordando “O Livro dos Espíritos”, Raul Teixeira conduziu o público a uma reflexão sobre o conhecimento que antecede a reforma moral. Ilustrou com inúmeras histórias de confrades que, conscientes das implicações de seus atos, passam a não adotar práticas sociais, consideradas lícitas no mundo, mas inconvenientes às pessoas, diante de uma visão ampliada da vida, das relações entre os homens e da conservação do corpo humano.
Pains
No dia 01 de novembro o expositor visitou Pains, levado pela família de Walter e Marlene Assis. O Centro Espírita Messe de Luz tornou-se pequeno e a palestra foi levada a um auditório ao lado da Prefeitura Municipal.
Foto 2: Público de Pains
Foto 3: Mesa formada em Pains - Da esquerda para a direita Marlene Assis, Raul Teixeira, Ângela e seu "braço direito"