18.9.10

HUMBERTO, CHICO E ALEXANDRE

Humberto de Campos

Com este título intrigante, tomei a liberdade de apresentar no Célia Xavier um dos trabalhos mais interessantes que li recentemente.

Todos adivinharam quem é a dupla Humberto e Chico: o escritor Humberto de Campos e Francisco Cândido Xavier, mineiro do século e médium.

Alexandre é um acadêmico, doutor pela UNICAMP, que pesquisou, entre outras coisas, as citações de Humberto-Espírito, escritas pelo lápis célere do médium de Pedro Leopoldo-Uberaba.

Minha impressão é de assombro (e redescobri que Sócrates tinha razão: não sei muito mesmo). Ele dá oito exemplos de citações que deveriam estar na cabeça de Humberto e não deveriam estar na cabeça de Chico, se os empiristas tivessem razão e fôssemos todos "tábulas rasas".

Só para instigar o leitor do blog: Há uma citação atribuída a Ernest Renan: "o cérebro queimado pelo raciocínio tem sede de simplicidade, como o deserto tem sede de água pura ".

Alexandre procurou na obra de Renan e encontrou a citação no livro Souvenirs d'enfance et de jeunesse. A citação está em francês: “Le cerveau brûlé par le raisonnement a soif de simplicité, comme le désert a soif d’eau pure”. Difícil o Chico ter acesso a isto, não é mesmo?
Quando ele fez uma pesquisa na Biblioteca Pública Benedito Leite, de São Luiz - Maranhão -, onde se encontra a biblioteca pessoal de Humberto de Campos, encontrou um exemplar deste livro de Renan que pertencia ao escritor.

Mais um exemplo ao nosso interessado leitor. O livro psicografado se chama Boa Nova, e o autor espiritual cita Horácio (65a.C., 8 a.C.):

“Ó sol fecundo
Que com teu carro brilhante
Abres e fechas o dia!...
Que surges sempre novo e sempre igual!
Que nunca possas ver
Algo maior do que Roma.”
Após apresentar os versos a um latinista, Alexandre encontrou o livro "Carmen Saeculare", versos 9-12, no qual se lê: “Alme Sol, curru nitido diem qui promis et celas aliusque et idem nasceris, possis nihil urbe Roma uisere maius”
Eu não falo latim (nem o Chico), mas acredito no Alexandre que afirma ser uma tradução - "talvez inédita".

Quer ler mais? São mais de oito exemplos em "A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea", que pode ser encontrado pela internet, no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - CCDPE (http://www.ccdpe.org.br/) ou adquirido, em Belo Horizonte, na Livraria da Associação Espírita Célia Xavier (31-3334-5787) - Rua Coronel Pedro Jorge, 314 - Prado.

16.9.10

BLOG SOBRE EVANGELIZAÇÃO INFANTIL

Figura 1: Logo do Blog da Janaína

Janaína Farias, mãe de três filhos, como se apresenta e, pelo visto, fessora de muitos na sociedade espírita que frequenta, está escrevendo um blog sobre Evangelização Infantil.

Como todo blog que se preza, o dela tem uma programação visual atraente, ou seja é colorido e infantil, espelhando ao leitor uma sala de evangelização.

O Espiritismo foi concebido como uma doutrina que dialoga com filosofias abstratas. Como explicar ideias espíritas para a mente infantil? A Janaína consegue imergir no concreto, imaginar experiências, fazer imagens e, enfim, fazer com que o primeiro contato com o pensamento espírita seja lúdico, desafiador, interessante para crianças da primeira infância.

Recomendo a todos os que trabalham ou são pais de crianças... e agradeço à Débora, que deu a dica.

http://cooperecomjesus.blogspot.com/

12.9.10

ESPIRITISMO NO FANTÁSTICO E NA MÍDIA INTERNACIONAL

Clique na imagem para ampliar

Vivemos um período de exposição na mídia de fenômenos espirituais, mediunidade e do Espiritismo. Após alguns filmes de roteiro espiritualista produzidos pelas grandes produtoras cinematográficas norte-americanas (como Ghost, O Sexto Sentido e Os Outros) que se tornaram blockbusters, vieram os seriados da TV americana (Medium e Ghost Whisperer) e finalmente ganharam o Brasil.
A Globo, talvez influência de Augusto César Vanucci, sempre abriu janelas em sua programação para temas espíritas. Programas especiais sobre Chico Xavier, uma mini-série sobre o médium, Globo Repórter sobre mediunidade, uma refilmagem da novela A Viagem...
Agora estamos vivendo um período que teve suas porteiras abertas pelo documentário "Bezerra de Menezes". Aos moldes do jargão "uma câmera na mão e uma ideia na cabeça", o filme de recursos escassos atraiu um público inesperado, malgradas as críticas que apontaram suas limitações (seja de críticos de cinema, seja do próprio movimento espírita). Seguiram "Chico Xavier" de Daniel Filho e "Nosso Lar" de Wagner de Assis, que hoje lideram a preferência dos internautas para representar o Brasil na festa do Oscar 2011 (www.cultura.gov.br/site/2010/09/08/enquete-oscar/ ).
Talvez seja um modismo, como apontam alguns comentaristas, mas a Globo entrou fundo posicionando uma novela e uma minissérie (A Cura) na mesma linha temática.
Os que gostamos de estudar a História, vimos o Espiritismo sair de "inimigo público número 1" da Faculdade de Medicina do início do século XX (leiam a tese de Angélica A. Silva de Almeida) e do legislativo brasileiro (leiam o excelente livro "O Cuidado dos Mortos" do prof. Emerson Giumbelli) para o queridinho dos meios de comunicação brasileiros.

9.9.10

QUEM TEM NOTÍCIAS DO ESPIRITISMO AFRICANO?


Há alguns meses publicamos uma matéria sobre o periódico África Espírita (http://espiritismocomentado.blogspot.com/2009/11/africa-espirita.html).
Desde que começamos a registrar os países que acessam o Espiritismo Comentado, já verificamos o acesso das seguintes nações africanas: Angola, Moçambique e Cabo Verde (países de língua portuguesa), África do Sul, Quênia, Nigéria, Senegal, Namíbia e Burkina Faso.
Já tentamos contato com o órgão federativo de Angola, mas sem sucesso.
Alguém desses países pode nos informar se existem sociedades espíritas nos países africanos e quais os tipos de reuniões e atividades realizadas neste continente? Há produção de livros e revistas? Há médiuns em atividade?
Agradecemos a colaboração.

7.9.10

NOSSO LAR ESTRÉIA NO CINEMA

Figura 1: Imagem de divulgação

Atendendo ao pedido do diretor, Wagner de Assis, fomos (a família) assistir a Nosso Lar ainda no dia do lançamento. Não tivemos nenhum problema com a compra de bilhetes, mas como bons mineiros, compramos às 13 horas para assistir às 19 horas.
O número de salas exibindo em Belo Horizonte é bem grande. O Diamond Mall reservou duas (eles não querem perder público, é lógico...)
A Folha de São Paulo (cidade em que o número de salas exibindo assusta!)informa que a bilheteria foi de 6,1 milhões nas 443 salas em todo o Brasil, no primeiro final de semana (sexta a domingo).
Os comentários são os mais diversos, mas cabe informar aos que acham que o filme foi feito com recursos públicos que os 20 milhões gastos não contaram com recursos do contribuinte.
Minha impressão foi de emoção. Com a música de Philip Glass, com diversas cenas escolhidas, e com o foco do filme na pessoa de André Luiz, muito bem interpretado por Renato Prieto. Por sinal, o filme deveria chamar-se André Luiz e não Nosso Lar, pela centralidade do foco neste personagem.
Como psicólogo, já que não entendo de cinema, gostei do lado humano de André Luiz, às vezes muito idealizado pelos espíritas. Se for possível vencer as diferenças doutrinárias, eu recomendo o filme aos cristãos de uma forma geral, independente da filiação, porque entendo que independente das imagens e da proposta de compreensão da vida após a morte, o filme fala de um homem diante dos valores cristãos, tão em baixa em nossa sociedade consumista, mas tão marcantes à alma e à socidade brasileira.
Não vou comentar muito, nem criticar, para que o leitor forme sua própria opinião. Quem sabe daqui a algumas semanas?

6.9.10

ABERTURA DO 6o. ENLIHPE


Figura 1: Logomarca da LIHPE
Jáder Sampaio

Estamos na 6ª. edição do Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo e ao olhar para trás, vejo uma trajetória ascendente.

Os Primeiros Encontros


O primeiro encontro é praticamente pré-histórico, uma vez que desconheço registros do mesmo. Tenho apenas a informação que ocorreu em Goiânia, com a cessão de sala no I Congresso Espírita Brasileiro, em 1999.

O segundo foi todo gravado em VHS e aconteceu em uma sala cedida pelo XII Congresso da USE, em Campinas – SP em 2003.

O terceiro aconteceu na capital mineira, em 2004 e contou ainda com a presença de Eduardo Carvalho Monteiro e Milton Bonfante Piedade. Nele a comunidade mineira se aproximou da paulistana e, apesar de todo o trabalho de organização, guardo lembranças preciosas deste evento. Os trabalhos foram submetidos previamente, gravados e apresentados em CD para os participantes. Os debates foram francos, abertos e propositivos. Nele conseguiu-se agregar representantes de pelo menos três estados (Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro).

Figura 2: Logomarca do III ENLIHPE


Ele propôs uma pauta de ações e princípios para o movimento espírita e para a própria LIHPE, que basicamente sugeriam a realização de ações de encaminhamento de projetos culturais espíritas, a formação de grupos de trabalho nas federativas para o uso de incentivos legais à produção cultural, a construção de Centros de Cultura e Documentação articulados regionalmente para a viabilização da pesquisa histórica do Espiritismo, o empreendimento de esforços para a preservação da memória espírita para as novas gerações, a construção de acervos nas bibliotecas espíritas, incluindo livros não publicados, e a organização das livrarias tendo como princípio a divulgação (e não o comércio) e por fim o fomento, intercâmbio e a divulgação da pesquisa científica espírita, assim como a articulação dos pesquisadores em atividade nas Universidades.



Figura 3: Eduardo Carvalho Monteiro no 3o. ENLIHPE

Após o terceiro ENLIHPE seguiu-se um período de desarticulação por diversos motivos: a desencarnação de Eduardo Carvalho Monteiro e a suspensão do encontro de Santos em 2006. Até este período, as contribuições da LIHPE, inclusos alguns dos trabalhos dos encontros eram publicadas sob o formato de Anuário Histórico Espírita. Foram três livros, organizados pelo Eduardo, o último concluído por Leandro Borba, nosso atual moderador da LIHPE-VIRTUAL. Estes anuários trazem trabalhos acadêmicos intercalados por trabalhos de divulgação, entrevistas jornalísticas e traduções de textos raros. Eles cumpriram um papel importante para um grupo articulado pela internet: a materialização dos trabalhos de seus colaboradores. Neste capítulo foi importante a participação da Madras Espírita, como editora, que cedeu lugar para a Editora EME na última publicação.



Os Encontros em São Paulo

O 4º. ENLIHPE nasceu com a materialidade do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo – Eduardo Carvalho Monteiro, em São Paulo e em meio a uma crise na LIHPE-VIRTUAL sem precedentes. Penso que o diálogo sempre foi nosso mais forte recurso, e foi o diálogo com o CCDPE que gerou o convite, em uma visita às pressas pela cidade de São Paulo, para empreender juntos o 4º. Encontro da Liga.

Figura 4: Mesa de Abertura do 5o. ENLIHPE


Com a equipe renovada, e alguns dinossauros da LIHPE, como quem agora escreve a vocês, o quarto encontro contou com a presença maciça da imprensa espírita paulista, e a fragilidade de presença dos membros da LIHPE, o que não comprometeu a qualidade do evento que atraiu novos valores para a LIHPE e para o CCDPE. Minha percepção pessoal foi que a equipe do CCDPE se fortaleceu e se integrou mais, neste evento. A maioria dos trabalhos tinha conteúdo ligado à História do Espiritismo, mas foi marcante o trabalho do Marco Milani, que tratou da produção acadêmica brasileira ligada ao Espiritismo, para o futuro da parceria.


Figura 5: Capa do Pesquisas


Os paulistanos e paulistas são célebres pela capacidade de fazer e desfazer parcerias. Diferentes dos meus conterrâneos, vistos como desconfiados, que demoram a aceitar propostas novas e empreendedoras, avessos ao risco. Saímos do 4º. ENLIHPE com a ideia de se imprimir um livro com os trabalhos apresentados e a frase sonora de Da. Júlia: “não podemos perder esta oportunidade”. Depois, já no conforto do lar, recebi a proposta da Nadia, que espelhava o desejo de pelo menos quatro bandeirantes de Franca, interessados em princípio em fazer um livro com sínteses das teses e dissertações de temas espíritas, e, como empreendedores que são, ante a dificuldade de operacionalizar o projeto, resolveram fazer algo mais atrevido: publicar uma coleção, que foi ganhando corpo e nome – Espiritismo na Universidade. Aceitei o convite gentil de publicar o Voluntários, e após um ano de solicitações e recomendações, conseguimos o recurso financeiro quase integral da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais para a publicação do livro. Foi um caminho difícil este de ser o primeiro. Houve horas que eu acreditei que não sairia, mas era sempre acolhido com a vontade pétrea e confiante da Nadia, que superou ou ajudou a superar todos os obstáculos.

Figura 6: Cléria, Jeferson e Nadia em Franca, lançando o Voluntários


Continuo com a opinião que o “Voluntários” e o “Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil: Textos Selecionados”, tiveram melhor acolhimento no ambiente universitário que no movimento espírita. Tenho a satisfação de comunicar que o primeiro tornou-se a base da disciplina “Motivação, Cultura e Terceiro Setor”, em curso e com ampla adesão dos alunos da Psicologia da UFMG, e que o Voluntários será resenhado por uma das revistas mais prestigiadas da área de Psicologia Organizacional e do Trabalho no Brasil, a RPOT.

O 5º. ENLIHPE foi também um ato de ousadia. Ele foi organizado em tempo recorde, a partir da sugestão do Marco e do apoio incondicional do CCDPE à ideia de não permitir a interrupção da continuidade do projeto. Para viabilizá-lo, convidamos muitos pesquisadores ligados ao Espiritismo ligados ou não à Universidade, e para nossa surpresa, a aceitação foi grande, maior que o tempo disponível para a apresentação dos temas.

Sem a presença energética e marcante da Da. Neide, e a abertura do espaço para pôsteres, novos colaboradores do projeto foram atraídos. A presença espiritual do Eduardo Monteiro sempre se fez presente no projeto. A recente chegada do Jeferson Betarello ao projeto do CCDPE é uma evidência disto. Ele foi convidado pelo Eduardo-Espírito, através de um médium em São Miguel Paulista, o Sr. Isuíno, coisa que estamos acostumados a vivenciar no movimento espírita.

Deolindo Amorim, Herculano Pires, Carlos Imbassahy e outros pioneiros da Liga Espírita do Brasil, instituição de importância inconteste na história do movimento espírita brasileiro, são sempre lembrados em nossos eventos, às vezes percebidos.

O 5º. ENLIHPE gerou o livro “A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea: Textos Selecionados” que hora lançamos. Ele se deve ao ânimo da equipe do CCDPE e teve por empreendedor principal o Jeferson, com a intervenção sempre providencial da Júlia. Ele já traz contribuições de áreas muito diversas do conhecimento, tendo o Espiritismo ora como objeto, ora como teoria capaz de explicar fenômenos, como é o caso do capítulo do Alexander e Klaus.


Figura 7: Capa do Temática Espírita, lançado no 6o. ENLIHPE


Ele foi marcado pelo debate acadêmico, que é a essência da LIHPE e do ENLIHPE, mantido o respeito necessário às opiniões alheias, sem o qual não há encontro.

Os Desafios Futuros

O 6º. ENLIHPE está iniciando e temos diversos desafios. Penso que o principal problema que precisamos enfrentar é a sistematização da pesquisa e da presença dos núcleos de pesquisa no evento. É necessário que os pesquisadores, universitários ou não, das diversas áreas, façam pesquisas continuamente e que escrevam os resultados dos seus trabalhos, não para participar de um evento, mas como uma atividade contínua. O evento é uma oportunidade de apresentação e diálogo, mas não deve ser visto como vitrine e sim como reunião de trabalho. Este tem sido o esforço das fundações de fomento à pesquisa no Brasil, e esta mentalidade encontra-se em franca mudança.

O segundo desafio é o incentivo à recuperação da memória espírita e a produção mais substancial na área de História referente ao movimento espírita. É uma segunda mentalidade a ser modificada, a de que não se pode registrar a memória para não incentivar os individualismos tão nocivos em movimentos coletivos, e não apenas no espírita.

Estamos todos surpresos com o impacto nas mídias que a produção espírita e a mediunidade ganharam no nosso país. Penso que a iniciativa nuclear do filme Bezerra de Menezes, com todas as suas limitações, foi fundamental para a eclosão de uma proposta do terceiro ENLIHPE, a de se perceber o Espiritismo como cultura e não apenas como religião. Chico Xavier, Nosso Lar, O Contestado, O Último Romance de Balzac já estão prontos, mas ainda temos As Mães de Chico Xavier e E a Vida Continua sendo produzidos, este último um trabalho de um colaborador da primeira hora e amigo pessoal do Eduardo, chamado Oceano Vieira de Melo.

A terceira proposta é a aproximação dos núcleos espíritas universitários, grupos de pesquisa instituídos nos departamentos e outras iniciativas presentes no movimento espírita à LIHPE. O intercâmbio é fundamental à consolidação de linhas de pesquisa sobre o Espiritismo no Brasil. Não há como trabalhar isolados e fantasiar que se é pioneiro em um tema que já tem esta enormidade de produções, como veremos na mesa que conta com as contribuições de Tiago Paz e Marco Milani.

A quarta e última proposta que antevejo neste evento é viabilizarmos de alguma forma os projetos do Centro de Cultura. O acervo está posto, tem crescido com a recente doação em testamento dos documentos de Gil Restani, membro ativo da ADE enquanto encarnado e jornalista espírita, na época em que se discutia se ser jornalista era uma questão de diploma ou de competência.

Gostaria de agradecer esta presença na mesa de abertura e pedir desculpas pela enormidade de pessoas que trabalharam e deram sua contribuição nesta história e que por uma questão de tempo e espaço não foram citadas.

Pessoalmente, estou confiante no futuro e na necessidade da continuidade deste espaço até que se operem as mudanças de mentalidade e se dissemine em nosso país a produção do conhecimento e do pensamento espírita e espiritualista.

4.9.10

UM ESTUDO DE FÔLEGO SOBRE A IDENTIDADE DO ESPIRITISMO

Figura 1: Logo do Blog Étude Spirite

Tive a grata surpresa de receber um simpático convite para ler um estudo extenso sobre a identidade do Espiritismo que se encontra no blog Étude Spirite (http://www.etudespirite.blogspot.com/).
Como acontece com os estudiosos que conhecem o limite da capacidade de pensar, foi um convite humilde e aberto ao diálogo, nada arrogante, o que por si só já atrai a simpatia do convidado.
O autor que se identifica apenas como William, mostra intimidade com o pensamento de Allan Kardec, argumentando e citando, buscando sempre justificar suas posições e fundamentar claramente, deixando em aberto ao leitor a releitura de seus fundamentos.
Outro ponto importante do trabalho de William, é o trânsito que ele mostra ter com a Filosofia e com a teoria do conhecimento. Autores importantes da história da Ciência são citados com propriedade e deixam claro ao leitor a diferença entre palavra e conceito. Trocando em miúdos, se a palavra Espiritismo é anterior a Kardec, o conceito foi cunhado por ele para expressar um corpo de doutrina com princípios delimitados e claros, e, diga-se de passagem, se ele fez a primeira articulação conceitual, não pretendia dar a última palavra, mas deixou em aberto para que a História e os futuros espíritas cumprissem seu papel.
Tudo isso é pacientemente exposto por William, que faz um trabalho interessante, porque não se limita a escolher uma ou outra frase de Kardec para sustentar seus argumentos, mas faz uma análise ao longo da obra do autor, mostrando as pequenas alterações e as contribuições que circunstanciam e esclarecem seu ponto de vista.
Digo isso para recomendar a todos os leitores do EC que analisem e contribuam com este importante trabalho. Ele merece ser lido e refletido.
(http://etudespirite.blogspot.com/2010/07/identidade-do-espiritismo-parte-1.html)

15.8.10

FILME SOBRE LIVRO ESPÍRITA GANHA DOIS KIKITOS EM GRAMADO

Foto 1: Festival de Gramado (Edson Vara - Proibida a reprodução comercial)

O Filme "O Último Romance de Balzac" ganhou dois kikitos no 38o. Festival de Cinema de Gramado.

Ele levou os prêmios: "Melhor direção de arte" e o "Prêmio Especial do Júri".

O filme foi construído com consulta aos livros "Cristo Espera por Ti", de Balzac, psicografado por Waldo Vieira e "O Avesso de um Balzac Contemporâneo" de Osmar Ramos Filho, das Publicações Lachâtre.

Depois do cinema de massas é hora do cinema de arte brasileiro explorar a riqueza da literatura e pesquisa espíritas na construção de seus roteiros e filmes.

Ele deve ir para as telas em 2011. Não perca.



Foto 2: Geraldo Sarno (diretor) ganha Kikito. (Edson Vara - Proibida a reprodução comercial)

14.8.10

CONHEÇA O LIVRO QUE SERÁ LANÇADO NO 6o. ENLIHPE

Clique na imagem para ampliar



Está no prelo o livro "A Temática Espírita na Pesquisa Contemporânea: Textos Selecionados" que será lançado no 6o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

Fruto da parceria continuada entre Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM) e da LIHPE, ele traz trabalhos selecionados do 5o. Encontro Nacional da LIHPE.

O livro trata das perguntas abaixo e muitas outras:

Quais são as satisfações que um voluntário vivencia no trabalho espírita?

Um voluntário pode apresentar sofrimento psicológico em decorrência de seu trabalho?

O que é governança corporativa?

A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas apresentava governança corporativa?

Humberto de Campos deixou "marcas comprobatórias" da sua identidade na obra psicografada por Chico Xavier? Quais seriam?

O que é evolução criativa em Henri Bergson, filósofo francês?

Há proximidades entre o pensamento de Bergson e o pensamento espírita?

Kardec é apenas um organizador das comunicações dos espíritos ou fez um programa de pesquisas? Que metodologia ele utilizou?

Como era a ação sócio-educativa de Anália Franco? Pode-se dizer que era uma mulher à frente do seu tempo?

Como Inácio Ferreira fazia psiquiatria no Sanatório Espírita de Uberaba?

Qual o papel da médium Maria Modesto Cravo nos estudos de Inácio Ferreira?

Qual foi o impacto internacional dos trabalhos de Inácio Ferreira?

A fé tem um papel na psicoterapia?

Qual é o trabalho da Associação Brasileira de Psicólogos Espíritas (ABRAPE)?

O que era discutido no Jornal "A Evolução", no Rio Grande, fundado em 1892? Qual foi sua atuação junto ao movimento espírita da época?

Prestigie o Projeto da LIHPE-CCDPE e adquira o livro.

Em breve à venda no site http://www.ccdpe.org.br/

Preço: 28 reais

Promoção para os participantes do ENLIHPE: 18 reais

Livrarias e Centros Espíritas: 30% de desconto

Distribuidores, autores, Clubes do Livro e membros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo que participaram da pré-venda - Entrar em contato.

12.8.10

COLEÇÃO ESPIRITISMO NA UNIVERSIDADE LANÇA NOVO LIVRO





A Coleção "Espiritismo na Universidade" está com um novo livro. Trata-se de uma dissertação de mestrado, defendida na PUC-SP, no curso de Ciência da Religião, sobre as federativas e o movimento espírita. O tema é polêmico, ainda não li o texto, mas as repercussões já estão no movimento há algum tempo.

9.8.10

FILME SOBRE BALZAC GANHARÁ KIKITO?



Direto de Gramado.

O editor das "Publicações Lachâtre" está assistindo o Festival de Gramado e presenteou os leitores do Espiritismo Comentado com o comentário sobre o filme "O último romance de Balzac", sobre o qual já havíamos feito duas publicações.
Ele concorre na categoria "Longa Metragem Brasileiro" http://www.festivaldegramado.net/2010/longas-brasileiros.php.

Confira as primeiras impressões de Alexandre Rocha.


"Foi apresentado no último dia 08 de agosto, no Festival de Cinema de Gramado, o mais importante festival de cinema de nosso país, o filme "O último romance de Balzac", longa-metragem que tem a direção do premiado Geraldo Sarno. O filme foi um dos 7 longas brasileiros selecionados para participação no festival e é baseado na obra "Um avesso de um Balzac contemporâneo", de Osmar Ramos Filho, publicada pela Lachâtre.
O filme é a reação de um intelectual de formação marxista, o cineasta Geraldo Sarno, ao tomar contato com uma das obras mais instigantes que o movimento espírita já produziu e que tenta reconhecer a autoria espiritual em uma obra literária de um dos maiores romancistas de todos os tempos. É um filme autoral, é um filme de arte, que, seguindo a proposta do autor do livro, não busca dar respostas, mas instigar o público a partir da seguinte constatação: como explicar a origem de uma obra com tantos indícios de sua autoria, sendo seu autor já falecido?

Na onda dos filmes espíritas produzidos nos últimos meses, "O último romance de Balzac" se destaca pela genialidade da direção. A obra está muito longe de ser uma reprodução de "O avesso de um Balzac contemporâneo" para a divulgação de seu conteúdo ao grande público. É uma clara tentativa de alguém com ortodoxa formação materialista que precisa reajustar seus pensamentos diante de um fenômeno que dá indícios claros da sobrevivência da alma e da possibilidade de sua comunicação com os chamados 'vivos'.

O filme vai entrar no circuito em breve, provavelmente nos cinemas voltados para filmes de arte. Vale a pena conferir. "

4.8.10

RESPONDA ESPIRITISMO!


Contribuição generosa de Dalmo Duque dos Santos, do blog
Observador Espírita.

QUAL É O SENSO DO CENSO?




1. Espiritismo, Espiritista e Espírita


Qual é a minha identidade religiosa? Bem, sou espírita, adepto do Espiritismo. Kardecista? Mesa Branca? De mesa? Linha branca? Não, nada disso. Qualquer espírita sabe que o termo Espiritismo foi criado por Kardec em 1857 para evitar confusão com o termo Espiritualista ou Espiritualista Moderno, que era vigente em sua época e defendia algumas ideias divergentes do sistema filosófico que ele acabava de publicar. "Para ideias novas, palavras novas" dizia Kardec.


2. E no Brasil?


No Brasil, o Espiritismo chegou no século XIX, e com ele, uma nova palavra da língua portuguesa. Como país oficialmente católico e potencialmente sincrético, não demorou a começar a confusão de identidade entre o Espiritismo, o Candomblé e a futura Umbanda (se a memória não me engana, ela foi constituída no século XX).


João do Rio ficou famoso por uma série de artigos que ele publicou sobre as religiões no Brasil, que devem ter influenciado a legislação republicana contra o Espiritismo (na verdade, não seria necessária esta lei, como muitas que andam por aí, o legislador queria coibir atos de extorsão, e acabou atingindo as religiões mediúnicas como um todo). A legislação republicana (também escrevendo de memória, mas quem quiser um livro excelente sobre o tema, há "O Cuidado dos Mortos", de Emerson Giumbelli) foi questionada e surgiu uma pérola: o legislador explicou que sua intenção era atingir o "baixo espiritismo" e não o "alto espiritismo", o que não foi muito ouvido pela polícia...


Minha suspeita é que esse erro, em conjunto com a disposição sincrética do brasileiro, fez com que os membros dos cultos originados na África se identificassem com o termo espírita, de onde teriam surgido as Tendas Espiritas, e os nomes de organizações com o adjetivo espírita. É muito curioso, porque Orixás não são espíritos, mas divindades, segundo o Candomblé. Sei que existe o culto de eguns (almas dos mortos), mas são bastante restritos, mas para fugir da perseguição policial...


Na tentativa de distinguir as práticas religiosas, começaram a surgir os termos "linha branca", "centro de mesa" e outras expressões próprias de uma sábia população que sabe haver uma grande diferença entre o Espiritismo, o Candomblé e a Umbanda, e que tenta resolver o problema criado pelo legislador mal informado.


3. O Século XX

Pior que uma confusão de um legislador foi a uma campanha nos meios católicos contra o Espiritismo e os cultos de origem africana (leiam meu trabalho sobre a intolerância contra o Espiritismo no livro "Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil"). É um período de confrontos e debates, do qual muitos nomes do catolicismo e do Espiritismo ficaram famosos.


Com a Umbanda, no século XX, o problema da identidade se cronificou. Muitos umbandistas, a despeito da clara e correta posição da Federação Umbandista, se declaram espíritas.


4. O Problema do IBGE


Imaginem a dificuldade de se recensear no Brasil. Se um recenseador pergunta, qual é a sua religião, e o cidadão responde Espírita ou Espiritismo, o que ele está querendo dizer? Ele é adepto do Espiritismo, é adepto do Candomblé ou Umbandista? Não dá para saber.


Uma das soluções encontradas pelo IBGE foi criar as categorias Espiritismo: ramo kardecista e Espiritismo: ramo umbandista (para o desgosto de muitos adeptos do Candomblé).


Mais recentemente, com a parceria feita com o ISER (Instituto Superior de Estudos sobre a Religião, penso), tentou-se qualificar melhor as respostas ao Censo, que são muito mais confusas que este nosso quadro de referências. Recebi do IBGE uma lista com 33 páginas de denominações que as pessoas respondem ao CENSO no Brasil. (São mais de dois mil nomes!)


A solução foi tentar agrupar os nomes indicados pelos respondentes em categorias, e ficamos com a de número 610.


5. O que os espíritas (nós...) respondem ao Censo?


Para que não pareça que nós também não incorremos no erro de nos identificar de formas diversas, veja alguns exemplos de respostas que encontrei na categoria 610:

- Allan Kardec

- Amor e Caridade

- Amor e Verdade

- André Luiz

- Cardecismo (com a incômoda letra C...)

- Centro de mesa

- Centro Espírita Beneficente

- Centro Espírita Bezerra de Menezes

- Centro Espírita Luz da Humanidade

- Centro Espírita Redentor (vou ficar na letra C, e já saltei muitos termos)


E muitos outros termos, alguns até próprios de divergências do movimento espírita e de grupos que não consideramos espíritas, pelas divergências com o pensamento kardequiano.


6. Por que Kardecistas?


A FEB, na pessoa de seu presidente, recomendou que respondêssemos ao Censo com o incômodo termo Kardecista ou Kardecismo. Quem estuda o Espiritismo concorda que é uma palavra muito infeliz, porque o Espiritismo não se reduz à importante contribuição de Allan Kardec, e ele é o principal advogado do termo Espírita e de seu papel como um primeiro pensador da Doutrina Espírita.


Eu até arrepio em me identificar como Kardecista, especialmente porque quem responder Espiritismo, se houver respeito a esta classificação, será classificado na categoria 610, que somos nós mesmos.

7. O Problema de Informação no Movimento Espírita

Foi amplamente divulgado nos meios espíritas, que quem não se identificar como Kardecista será classificado com "sem religião".

A informação não procede. Recebi da Ceila um recorte do Manual do Recenseador 2010, que tem uma classificação breve das religiões brasileiras (afinal, não dá para ficar repetindo para o respondente 2000 designações), e ficou da seguinte forma:




Opões para a sua resposta ao CENSO 2010 do IBGE
Qual é a sua religião ou culto?
· Católica Apostolica Romana
· Católica Apstólica Brasileira
· Luterana Pentecostal
· Batista
· Assembleia de Deus
· Universal do Reino de Deus
· Congregação Cristã no Brasil
· Adentista do Sétimo Dia
· Cardecista
· Xintoismo
· Testemunhas de Jeová
· Candomblé
· Umbanda
· Budismo
· Israelita
· Maometana ou Islamita
· Esotérica

Para a pessoa que não professa qualquer religião registre "Sem religião". (Os grifos são meus)


Não procede, portanto, a informação que quem disser que sua religião é o Espiritismo, será classificado como Sem Religião. Quem disser que sua religião é o Espiritismo, será classificado no código 610 (que somos nós mesmos)


O IBGE omitiu o termo espírita, para evitar a seguinte dúvida no Censo: quem responder Espiritismo é adepto do Espiritismo mesmo ou é um adepto do Candomblé ou da Umbanda, identificando-se incorretamente?


Eles têm razão! (Por causa da confusão de termos no Brasil, e porque querem avaliar com precisão os adeptos das religiões brasileiras).


8. O que devemos responder, então?


Podemos responder Espiritismo ou Kardecismo, tanto faz para a finalidade do Censo. Ficaremos na mesma categoria e seremos contados corretamente.


Mas se eu ficar no modelo completo, vou responder: Espiritismo!

30.7.10

ESPIRITISMO NOS AÇORES: TERCEIRENSE DIVULGA SEU NOVO BOLETIM


Figura 1: Folha de rosto do boletim da Terceirense.
A Associação Espírita Terceirense modificou seu boletim e comunica suas atividades. Eles têm sede na Ilha Terceira do Arquipélago dos Açores. O Espiritismo Comentado deseja-lhes sucesso em suas iniciativas.

29.7.10

CHICO XAVIER NA ONU?

A seção de notícias do site da FEB escreveu:
"No dia 6 de agosto será realizado o evento "Tributo a Chico Xavier" num dos auditórios da ONU, em Nova York (EUA). Será apresentado o filme “Chico Xavier”, seguido de uma mesa redonda com produtores e atores do filme e diretores da FEB e do Conselho Espírita Internacional. Informações: www.spiritistvideos.com/chico "

26.7.10

CONCLUÍDA A SELEÇÃO DOS TRABALHOS DO 6o. ENLIHPE


Após a leitura e avaliação dos trabalhos submetidos ao 6o. ENLIHPE, que este ano foi organizado com ênfase na submissão, tenho a satisfação de divulgar a lista dos aprovados. Adotou-se o sistema de "blind review", no qual os avaliadores analisam os trabalhos sem conhecer seus autores.
O próximo passo é a divulgação da programação que deve contar com outras atividades, além das tradicionais mesas redondas.
Solicito aos autores que confirmem sua presença e providenciem sua inscrição. As sugestões de hotel estão divulgadas no http://www.ccdpe.org.br/
Segue o título dos trabalhos e seus respectivos autores:
Física e Espiritismo
- Uma proposta experimental para a detecção de movimentos de fluidos nas cercanias de médiuns de efeitos físicos - Ademir Xavier
- Desenvolvimentos na teoria de transporte e manifestações físicas - Ademir Xavier
- Uma análise espírita da obra "A Física da Alma" de Amit Goswani - Alexandre Fontes da Fonseca
Ciências Sociais e Espiritismo
- Espiritismo e Engajamento Político - Sinuê Meckel Miguel
Educação e Espiritismo
- Diálogos e Ritmos: em busca de uma ideia de sujeito (na perspectiva espírita) no trabalho com juventudes - Ângela Linhares, Gardner Assis, Josael Jairo Lima.
- As narrativas de vida nas rodas de conversas com mulheres na educação de adultos: um lugar privilegiado de produção de saber na perspectiva espírita - Ângela Linhares, Aldenora Guedes, Francisco Antônio Barbosa Vidal, Benedito Dagno Moreira.
Psicologia Social e Espiritismo
- Investigando relações entre voluntariado e contexto sociocultural numa instituição espírita: contribuições da Fenomenologia - Yuri Elias Gaspar, Miguel Mahfoud
Direito e Espiritismo
- Psicografia e Direito: (in) compatibilidades - Carlos Eduardo Cenerelli, Gisele Jacques Holzchuh
O Espiritismo na Universidade
- O Espiritismo em teses e dissertações: um mapeamento da produção acadêmica brasileira - Tiago Paz
Imagem Social do Espiritismo
- O Espiritismo na mídia: uma análise de conteúdo na maior revista semanal do Brasil de 1968 a 2010 - Marco Milani, Débora Trunkl, Kátia Penteado
Participem: Informações sobre inscrições, hospedagem e outros - http://www.ccdpe.org.br

23.7.10

TEM ESPÍRITOS NO BANHEIRO?


Ainda outro dia uma amiga perguntou-me o que ler no "Evangelho no Lar" quando se tem crianças em casa. Sempre fui de opinião que as crianças têm preferência, mesmo porque elas não aguentam ficar quietas ou participar com um texto filosófico dissertativo do século XIX.
Sempre me perguntam o que sugerir para os adolescentes lerem, e temos cada vez mais textos com uma linguagem muito distante da linguagem coloquial que usamos, por menores e mais simples que sejam.
Este livro chega em um ótimo momento. Tatiana Benites, experiente em "arte clown", escreve textos curtos, doutrinários e bem humorados. Ela tem um olhar curioso, capaz de captar o universo infantil e reproduzi-lo. Com todo o respeito, não é uma linguagem professoral, simplificada à força, muito comum nos novos livros voltados para o público infanto-juvenil espírita que têm surgido. Não é um texto didático, mas tem uma capacidade enorme de promover o debate de temas complexos de forma simples.
Já li metade do livro e tenho sempre lido a coluna dela no Correio Fraterno, e considero o trabalho que examinei com ótima qualidade doutrinária.
Se ainda me lembro das aulas de Psicologia do Desenvolvimento, penso que ela tem um livro para crianças de oito ou mais anos de idade, mas precisamos testar. Com esta idade, a leitura tem que ser acompanhada e discutida, para incentivar a criança e auxiliá-la a entender o livro. Com certeza os jovens de 12 anos ou mais (eu me incluo) deverão "curtir" muito o livro.

15.7.10

KARDEC E A RELIGIÃO NATURAL


No livro Obras Póstumas, encontra-se uma comunicação de um médium de Marseille (Jorge Genouillat) que trata do futuro do Espiritismo. É uma mensagem de abril de 1860 e define um papel ao Espiritismo junto ao cristianismo.

"O Espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na Terra. Ele reformará a legislação ainda tão frequentemente contrária às leis divinas; retificará os erros da História; restaurará a religião do Cristo, que se tornou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar. Extinguirá para sempre o ateísmo e o materialismo, aos quais alguns homens foram levados pelos incessantes abusos dos que se dizem ministros de Deus, pregam a caridade com uma espada em cada mão, sacrificam às suas ambições e ao espírito de dominação os mais sagrados direitos da Humanidade." Um Espírito

É um discurso forte, diria até mesmo revoltado, contra os abusos cometidos por alguns membros do catolicismo passado. Ele reflete bem o espírito francês que moveu a sociedade na direção da revolução francesa, marcada pelo Iluminismo.

Desconheço como foi feita a organização do livro Obras Póstumas, e não encontrei na pesquisa que fiz este texto na Revista Espírita. De qualquer forma, ele se acha ligado a Kardec e atribui ao Espiritismo o papel de revisão do cristianismo.

14.7.10

TV CEI LANÇA DESENHO ANIMADO SOBRE O ESPIRITISMO



A TV CEI (Conselho Espírita Internacional) lançou este desenho animado com temática espírita. Ele tem cerca de oito minutos. Gostaria muito de saber qual é a reação das crianças que o assistem (com suas respectivas idades). Peço aos leitores que informem se elas assistiram do começo ao final, se acharam chato ou legal e se entenderam as informações do desenho.

13.7.10

KARDEC E A RELIGIÃO


Em diversos momentos Kardec discute a questão da religião em face ao Espiritismo.
Na Revista Espírita de julho de 1864 Kardec publicou um texto pouco conhecido hoje, intitulado A Religião e o Progresso. Basicamente ele aponta mudanças no dogma católico que vão surgindo nas palavras de seus contemporâneos e seus impacto sobre a ortodoxia. Seu argumento central parece ser "a religião precisa rever seus princípios ou perecerá" e ao apontar algumas transformações anunciadas (a substituição do inferno pela caridade, por exemplo, publicada pelo Jornal La Verité), que, não intencionalmente, aproximam o catolicismo do pensamento cristão-espírita.
Ele conclui este trabalho dizendo: "Estender-se-ão as mãos, quando a ciência não vir na religião nada de incompatível com os fatos demonstrados e a religião não masi tiver que temer a demonstração dos fatos. Pela revelação das leis que regem as relações entre o mundo visível e o invisível, o Espiritismo será o traço de união que lhes permitirá olhar-se face a face, uma sem rir, a outra sem tremer. É pela concordância da fé e da razão que diariamente tantos incrédulos são trazidos a Deus."

TURMA DA MÔNICA CONTA HISTÓRIA DE REENCARNAÇÃO

Esta história já foi publicada em revistinhas. Alguém a adaptou para o vídeo, mas exige que o internauta leia os quadrinhos, que vão passando.

O que acham disso? As crianças gostaram? Comentem.

11.7.10

DIVULGAR E PESQUISAR


Estava assistindo mais uma vez o filme baseado no excelente livro de Humberto Eco, "O Nome da Rosa". Desta vez chamou-me a atenção uma frase do monge assassino, da qual reproduzo a essência: "Não há mais o que descobrir, pois o conhecimento já está completo." Ele entende que basta reproduzir o que já se conhecia, que a humanidade tinha à disposição todo o conhecimento de que necessitava.
Esta ideia medieval remete à distinção entre a produção e a divulgação do movimento espírita. Diversas vezes, especialmente na "Revista Espírita", Kardec se refere as Espiritismo como um conhecimento em construção, evolutivo, que sairia de um momento centralizador de elaboração, necessário para a sua estruturação inicial, para um momento coletivo, que hora vivemos.
A Liga de Pesquisadores do Espiritismo é um espaço criado para incentivar a produção de conhecimento sobre o Espiritismo. É, portanto, um programa que visa a apoiar estudiosos, da academia ou não, adeptos ou não do movimento espírita, a obter fontes, debater suas ideias, publicar seus trabalhos, enfim, criar uma rede de intercâmbio que é essencial à produção de conhecimento rigoroso.
Como o movimento costuma se orientar para a divulgação, muitas pessoas entendem que a palestra, a conferência ou a apresentação do trabalho é a finalidade principal da divulgação, e que quanto maior o público atingido, melhor.
Nossos esforços têm se dirigido em outro sentido. O congresso, o encontro, é meio e não fim. Nele se busca interlocução para o aprimoramento dos trabalhos, reflexão e não palco.
Outra diferença entre o trabalho sistemático de pesquisa e a divulgação, é que o divulgador prepara sua exposição para atender a uma determinada demanda. O pesquisador deve realizar um trabalho sistemático de pesquisa, que não seja voltado a este ou aquele evento, mas que atenda aos objetivos que ele traça em uma linha programática.
Se um estudioso quer conhecer melhor as relações entre o Espiritismo e o Espiritualismo Moderno no século XIX, não será fazendo um esforço concentrado e lendo uma dúzia de textos que ele fará um trabalho de peso. Ele deve dedicar tempo siginificativo na busca de fontes, no seu entendimento e no diálogo com o que já se produziu até o momento, desconstruindo as formulações apressadas ou mal fundamentadas e propondo teorias e teses mais maduras.
O evento é uma oportunidade de encontrar pessoas igualmente interessadas, que possam contribuir com o trabalho. Assim, o pesquisador produz conhecimetno porque entende que este é o seu trabalho e os eventos são oportunidades que comunicar as descobertas, levar as ideias de pesquisa, divulgar o que está sendo feito.
Esta é a finalidade do ENLIHPE e por isso o CCDPE e a LIHPE têm feito um esforço logístico e financeiro para publicar os trabalhos apresentados, assim como se tem aos poucos aumentado as exigências para a apresentação de trabalhos e criado comissões.
Concito os interessados a participarem desta nova versão do Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, que acontecerá em São Paulo, e aos autores e pesquisadores a lerem, citarem e discutirem os temas que têm sido publicados, para que não fiquem em um círculo restrito e pereçam.
Até o momento a parceria CCDPE-LIHPE rendeu cinco livros e irá lançar dois novos livros no 6o. ENLIHPE. São os três "Anuário Histórico Espírita", organizados pelo Eduardo Monteiro e Leandro Borba, o "Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil" e a coleção "Espiritismo na Universidade", organizada por professores da UNIFRAN e que visa a publicar dissertações de mestrado e teses de doutorado com temática associada ao Espiritismo.
Em breve teremos a programação do evento.

4.7.10

PARCERIA: NOVAS POSSIBILIDADES DE PROMOÇÃO SOCIAL


Continuo insistindo que a sociedade mudou. Temos hoje toda uma estrutura criada fora do movimento espírita para a inclusão das pessoas no mundo do trabalho.
Vejo com bons olhos as iniciativas existentes, como a criação de estruturas nas casas espíritas para a profissionalização e a qualificação de um segmento da nossa sociedade que tem acesso apenas ao trabalho desqualificado e mal remunerado. Contudo, o que podemos fazer com este tipo de ação é limitado e muitas vezes amador.
Fui levado a ensinar educação profissional na Universidade por muitos anos. Existem recursos públicos (o Fundo de Amparo ao Trabalhador, por exemplo) e existem organizações que qualificam pessoas com escolaridade diversificada.
Penso que o maior problema dos chamados "assistidos" é o acesso à informação, a análise de potencial e o acesso à escola e aos cursos profissionalizantes.
Em vez de apenas executar as atividades de formação, as sociedades espíritas poderiam promover parcerias e realizar as atividades de orientação e fomento.
As organizações do sistema S (SENAI, SESC, SEBRAE, SEST, SENAR, SESI, etc.), por exemplo, já têm estrutura, seriedade e expertise para a formação dos jovens. Em Belo Horizonte, a ASSPROM, tem uma experiência de formação básica e inserção de jovens em situação de risco em organizações públicas e privadas.
A prática da caridade não se confunde com a esmola, já nos afirmavam os interlocutores de Kardec. Organizemo-nos para realizar ações mais efetivas.
Um futuro alternativo ao oferecido pelo crime organizado é um dos nossos grandes desafios nos centros urbanos dos dias de hoje.

SOCIEDADE NOVA, IDEIAS NOVAS PARA O MOVIMENTO ESPÍRITA


Recebi a notícia acima do jornal Momento Espírita (Bauru - no. 7, 2010) , na coluna de Lina Giacheti.

Hoje temos nas cidades de médio e grande porte um grande número de automóveis, inclusive dos frequentadores de casas espíritas. Todos temos que lavá-los e muitos de nós pagamos por este serviço, que costuma consumir o nosso tempo.

Ao mesmo tempo, a integração do jovem no movimento espírita envolve o estudo, a integração na casa, mas também a convivência do jovem com o jovem.

Fiquei pensando sobre a viabilidade de se fazer uma tarefa para os jovens, com base na lavagem dos carros, no espaço das sociedades espíritas, enquanto os trabalhadores e frequentadores fazem suas tarefas e assistem às reuniões.

Se eu fosse dirigente, retiradas as despesas com os custos da tarefa (água, material de limpeza, etc.) direcionaria parte deste recursos para a promoção social e parte dele para a ações culturais (bibliotecas, promoção de eventos, custeio de expositores de outros lugares, etc.) e não o utilizaria para as despesas fixas da sociedade espírita.

Se eu fosse dirigente de grupos de mocidade, aproveitaria para realizar a integração dos jovens, apresentar os novatos, trabalhar com todos a convivência cristã e, cá entre nós, seria um trabalho bem divertido em conjunto. Os jovens precisariam ser treinados para realizar a atividade, para que a limpeza ficasse com boa qualidade. Assim como a campanha do quilo, é uma boa oportunidade para distribuir mensagens aos transeuntes e "clientes".

Não pensei ainda nas implicações legais, mas todos assinariam o termo de voluntariado, os pais dos menores (com 16 anos ou mais) também, e como não há distribuição de lucros, empregados nem patrões, seria uma atividade de arrecadação de fundos para sociedades sem fins lucrativos, de preferência com utilidade pública.

O maior problema é conseguir um espaço adequado à atividade junto às sociedades espíritas.

Gostaria de ouvir pessoas da área de advocacia, juízes e outros profissionais do direito sobre esta ideia, assim como servidores públicos ligados à receita e à fiscalização.

1.7.10

TIAGO PAZ ESTUDA A IMAGEM DE CHICO XAVIER EM TESE DE DOUTORADO


O mestre em Psicologia Social Tiago Paz Albuquerque, hoje cursando doutorado nesta mesma área na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está fazendo uma pesquisa sobre a imagem de Chico Xavier junto ao povo brasileiro.

Pelo que pude entender, seu interesse é atingir um número elevado de respondentes de todas as crenças para realizar o seu trabalho, razão pela qual ele pede que as pessoas respondam seu instrumento eletrônico.

O Espiritismo Comentado gostaria de apoiar a iniciativa e pede a seus leitores que respondam e indiquem a amigos e conhecidos a participação na pesquisa, dentro dos preceitos da ética e da responsabilidade da prestação de informações.

Segue o texto enviado pelo pesquisador na íntegra:


"Amigos e colegas,

Peço a colaboração de todos para responderem a um questionário que trata sobre a imagem de Chico Xavier junto ao público brasileiro. Esse questionário faz parte da minha pesquisa de doutorado em Psicologia Social, orientado pelo Prof. Dr. Celso Pereira de Sá, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ.

Para acessar ao questionário, basta clicar no link abaixo e responder.

http://pt.surveymonkey.com/s/pesq_quest

Se puderem, encaminhem esse e-mail para todos da sua lista de e-mails.
Obrigado,

Tiago Paz e Albuquerque
Aluno de doutorado
Programa de Pós-graduação em Psicologia Social
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Fone: 55 21 83544022
E-mail: tiagopaz@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/9814411412881480 "

24.6.10

ENCERRRADO O PRAZO DE SUBMISSÃO DE TRABALHOS DO ENLIHPE


Encerraram-se as inscrições de trabalhos para o 6o. Encontro Nacional da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

O evento tem por tema central "O Espiritismo visto pelas áreas de conhecimento atuais". Ele será realizado no Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro, em São Paulo-Brasil, nos dias 21 e 22 de agosto de 2010.

A programação será divulgada em breve.

Continuam abertas as inscrições para participantes, que são limitadas. Maiores informações podem ser obtidas no site http://www.ccdpe.org.br/

ATENÇÃO: As inscrições até o dia 30 de junho custam 40 reais, após esta data custarão 50 reais.

23.6.10

CRISTIANE BAHIA LEVANTA FUNDOS PARA FAZER CURTA METRAGEM SOBRE SUICÍDIO


Em uma sociedade cada vez mais materialista e consumista, a perda de condição econômica e status social é vista como um problema insuperável por muitas pessoas. Este assunto é o foco do curta-metragem que está sendo viabilizado por Cristiane Bahia, jovem cineasta mineira.
O suicídio tem aumentado no Brasil, afirma a cineasta, que se baseia em dados comparativos do Ministério da Saúde, que propõe que o tema seja tratado como problema de saúde pública e que se realizem ações de prevenção.
Cristiane escreveu o roteiro do filme "O Décimo Segundo", que foi aprovado pela comissão pública que avalia pedidos de apoio à cultura ligados à Lei Rouanet.
Em sintonia com a Campanha em Defesa da Vida, da Federação Espírita Brasileira, que mobiliza esforços de todo o movimento espírita brasileiro, e inspirada pela leitura de Memórias de um Suicida, obra-prima da mediunidade de Yvonne Pereira, o curta promete promover a discussão em torno do tema e dos valores que dão sentido à vida.

Uma forma de apoio é participar do Cine Música Festival, que acontece no teatro do Clube dos Oficiais, à rua Diabase 200 - Prado, e que terá o apoio do Grupo Nossa Ópera e de outros artistas. O valor do ingresso é de 10 reais. Mais informações no Eventos Espíritas (http://eventoespirita.blogspot.com).

16.6.10

CEM MIL ACESSOS!

Estamos comemorando 100.000 acessos no EC.
Este projeto começou em março de 2007, com o objetivo de divulgar um site com o mesmo nome, e foi crescendo. Cresceu tanto, que sobreviveu ao site. Hoje, graças ao interesse no Espiritismo, o blog tem sido mundialmente acessado, mesmo sendo publicado principalmente em língua portuguesa.

Parabéns ao leitor, que tornou esta marca possível. Muito gratos aos 225 seguidores e também àqueles anônimos. Agradecemos aos que participaram comentando as publicações de forma respeitosa e analítica.

Outras marcas virão.


13.6.10

CÓDIGO PENAL DA VIDA FUTURA

Figura 1: Pintura de Van Gogh
"O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo" é um livro de Kardec pouco conhecido pelos espíritas em geral.

Detive-me recentemente no item "Código Penal da Vida Futura" (Capítulo VII da primeira parte do livro). É um estudo de Kardec, fruto das muitas comunicações e questionamentos sobre a condição dos espíritos após a morte.

Apesar do título, Kardec não situa Deus na condição de juiz e executor, mas de criador da lei do progresso. No contexto da lei do progresso, as ações dos homens têm consequências óbvias nesta e em outras vidas.

A vida após a morte é uma continuidade da vida presente.

Assim, quem se prende à vida material tem dificuldades em desencarnar. A alma desprende-se do corpo com lentidão, sofre angústias ao desprender-se e pode ficar em estado de perturbação durante um tempo variável (Kardec fala em meses ou anos).

Muitos têm a ilusão de continuar vivos e sofrem as "necessidades, tormentos e perplexidades da vida".

Os criminosos sofrem com a presença das vítimas e das circunstâncias do crime.

Os orgulhosos sofrem vendo os pretensos inferiores em condição melhor que a sua.

Os hipócritas sofrem, vendo seus segredos conhecidos por todos.

Os sensualistas (Kardec os chama de sátiros) se veem impotentes para realizar seus desejos, que, exaltados, se transformam em tormento.

Os avarentos sofrem ao ver seus bens dissipados pelos herdeiros.

Os egoístas sofrem sozinhos a falta de socorro, uma vez que não socorreram a ninguém, embora sejam dignos, como todos os demais, da ajuda de espíritos superiores. Contudo, não os registram, presos em suas emoções.


Para Kardec, apesar da metáfora de "Código Penal", o sofrimento não é um castigo, mas uma consequência dos atos e escolhas do homem. Ele fará com que os espíritos compreendam que são eles próprios quem podem mudar seus destinos e que suas crenças sobre como viver eram equivocadas.


Penso que este capítulo é o que melhor disserta sobre a suposta contradição entre presciência divina e livre-arbítrio, mas isto é matéria para outra publicação.