Figura 1: Desenho da Carol representando a Festa Junina do Célia Xavier
Brigado em Minas Gerais não tem nada a ver com briga. Quer dizer “muito obrigado”, “muito grato”, “eu lhe agradeço de coração”, “Deus lhe pague”, “muito agradecido”... Nossos avôs e avós nos ensinam desde criança que não há coisa mais feia na sociedade que a ingratidão. A gratidão é o cimento da amizade, base do respeito e tempero da admiração.
Hoje estou dirigindo todos estes agradecimentos resumidos em uma só palavra a todos os que tornaram uma festa junina de 600 pessoas, organizada em apenas 3 semanas, após quase desistirmos da empreitada, em um sucesso.
Sucesso, não porque dobramos a arrecadação do ano passado, graças ao empenho dos grupos em conseguir recursos para que as despesas de organização não pesassem no resultado.
Sucesso, não porque vendemos todas as mesas e mais quase 200 ingressos individuais, que, fora as crianças, aumentou o calor humano por metro quadrado na Escola Villa Lobos.
Sucesso, não porque vendemos a grande maioria dos espetinhos de carne, todos os salgados, raspamos os caldeirões de caldo e ficamos sem doces no final da festa.
Penso que foi um sucesso, porque os organizadores superaram suas dificuldades pessoais e estiveram presentes antes, durante e depois da festa, cada um segundo suas possibilidades.
Sucesso porque a timoneira Wanda continuou emprestando sua experiência na condução segura da empreitada, junto com toda a sua família (que não apenas é grande, mas alta também).
Sucesso porque a mocidade se organizou e auxiliou antes, durante e depois. Ficou no Plantão da Madrugada carregando cadeiras e mesas e nos brindou com a quadrilha mais empolgante que já dançamos, até o próximo ano...
Sucesso porque a Cristina continuou utilizando suas habilidades ecológicas e transformando o supostamente descartável em arte e beleza, com muito suor.
Sucesso porque o Cláudio escolheu e nos trouxe a melhor carne para churrasco que ele conhecia.
Sucesso porque os grupos da casa se envolveram, conseguiram prendas, doaram ingredientes, responsabilizaram-se por pedacinhos da festa, e, mais importante, fizeram força para encontrarem-se, divertirem-se, conversarem e transformar a festa em festa.
Sucesso porque os trabalhadores de Rosaneves vieram de Ribeirão das Neves para confraternizar conosco.
Sucesso porque o Altair e as meninas da secretaria incorporaram o sentido da festa, decoraram a sede e convidaram membro a membro a estarem presentes, de uma forma ou de outra.
Sucesso porque a cozinha e a infraestrutura do Lar Espírita trabalharam de manhãzinha até o final da noite, sempre de cara boa, para nos aquecer do frio e nos proteger da fome.
Sucesso porque a família da Valéria veio em peso para limpar, arrumar, brincar e deixar a escola apresentável.
Sucesso porque o Ricardo criou uma logo para a festa lá do exterior, no meio de suas férias.
Sucesso porque o Luiz Fernando foi buscar o material pesado no LEE com sua poderosa pick up, após uma cirurgia e a Leandra, nos ajudou com boa vontade e bom humor dias antes de outra cirurgia (melhoras aos dois).
Sucesso porque o Marquinhos se dispôs a ajudar desde o início e mostrou grandeza de espírito quando decidimos pelo som eletrônico.
Sucesso porque a família e o grupo do Élcio e o da Dona Geralda nos apoiaram desde a primeira hora e tiveram fé na realização do evento.
Sucesso porque houve quem sacrificasse parte da festa para trabalhar voluntariamente, recebendo dinheiro, vendendo fichas, fazendo funcionar os brinquedos, preparando os espetinhos, tomando conta dos salgados, etc.
Perdão se esqueço de alguém, faz parte da condição humana, mas a nossa mensagem é que o sucesso se deve ao trabalho coletivo e à compreensão de irmãos que todos na casa tiveram para com o significado de festejar o encontro, o fato de estarmos juntos e trabalharmos juntos em uma casa de socorro espiritual. Esta bênção vai continuar sua trajetória, "dando pão a quem tem fome e água a quem tem sede", segundo nos ensinou o nosso professor maior.